sexta-feira, 29 de abril de 2016

Adeus ao Jornal do Commercio do Rio de Janeiro


Circula nesta sexta-feira a última edição do “Jornal do Commercio”, do Rio de Janeiro, cuja primeira edição foi publicada em 1º de outubro de 1827.
O diário com foco em economia, ao longo de sua história teve papel importante no movimento que culminou com a abdicação de D. Pedro I ao trono. Seu filho e sucessor, D. Pedro II , lá, escreveu sob pseudônimo e passaram pelo jornal colaboradores como José Maria da Silva Paranhos (Barão do Rio Branco), José de Alencar, Joaquim Nabuco, Rui Barbosa, Visconde de Taunay, Euclides da Cunha entre outros.


Resultado de imagem para jornal do commercio de 1 de outubro de 1827


Avisos, anúncios e notas publicadas no Jornal do Commercio se tornam curiosas e interessantes leituras para se conhecer a sociedade carioca de outros tempos.


" REMÉDIO CERTO 
Aviso importante: as pessoas sujeitas a constipações, gripes, irritações na garganta ou no peito encontrarão o remédio certo e infalível no uso do Xarope de Nafé de Delangrenier. Este xarope, que tem por base o fruto de nafé, pode ser dado às crianças, mesmo as menores, sem qualquer tipo de reação. Por isso, é recomendado à toda a família. Na rua do Ouvidor, número 127 
. ESPELHO DE AMOR 
 Saiu à luz e está à venda na casa dos editores E. e H. Laemmert, nesta corte do Rio de Janeiro, a interessante obra Novo Espelho de Amor, ou A Arte de fazer a corte às mulheres e conquistar-lhes o coração. O livro dá conselhos aos homens para que sejam vitoriosos no amor e consigam concluir um feliz casamento com uma dama exigente. A obra original é francesa e está muito bem traduzida ao português 
. SALA  
Atenção: aluga-se uma bonita sala, com alcova, na Rua das Laranjeiras, número 2, em ótimo local desta corte do Rio de Janeiro. Na frente há um grande terraço, com linda vistas e bons ares. O preço é dos mais moderados, inclusive pela beleza e qualidade da casa e de suas cercanias. Quem a pretender pode ir à própria casa, que fica próxima à nova igreja do Campo do Machado 
. LIÇÕES  
Dão-se lições de música, piano, canto e flauta em casas particulares desta corte do Rio de Janeiro e cercanias. O método é dos mais efetivos, permitindo ao aluno aprender com brevidade e não esquecer do que aprendeu. Para tratar é necessário ir à Rua do Fogo, número 47, 1º andar, na capital do império. O professor pode dar fiança de seus conhecimentos e de sua conduta com os alunos 
. RETRATISTA  
O retratista Emil O. Bauch, de volta de uma longa viagem, participa ao respeitável público, e em especial aos seus fregueses habituais e amigos na corte do Rio de Janeiro, que mudou seu endereço para a Rua do Sabão, número 66, 2º andar. Neste novo endereço ele se compromete a manter a qualidade de seus serviços, o bom preço e o atendimento que sempre dispensou a todos."


Em tempo:

. Rua do Fogo ... também chamado Caminho Prás Pedreiras, no Largo do Capim,  é a atual Rua dos Andradas, onde viveu Machado de Assis logo após se casar com sua amada Carolina, em 1869.

. Rua do Sabão... foi, inicialmente, denominada Antigo Caminho do Cruzeiro da Candelária e, depois, Caminho de Gonçalo Gonçalves. Foi também conhecida como Travessa do Azeite do Peixe, depois mudando para Rua dos Escrivães e Rua de Bom Jesus. Depois de por muito tempo ser denominada de Rua do Sabão da Cidade Velha, em 1870 passou finalmente a se denominar Rua General Câmara, desapareceu completamente quando da construção da Avenida Presidente Vargas, na década de 1940.

. Campo do Machado ...   quando foi fundada a Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, em 1565, ali existia um grande terreno alagadiço, tendo sido denominado Lagoa do Suruí e depois, Lagoa da Carioca, em função do Rio Carioca que ali desaguava para formar  um delta, seguindo vários caminhos, ou vertentes .

Após aterramento passou a ser denominado Campo das Pitangueiras, depois Campo das Laranjeiras e  mais tarde ser o Campo ou Largo do Machado e,  a partir de 1843, passar a se chamar Praça da Glória, após a construção da Igreja Matriz de Nossa Senhora da Glória.

A partir do falecimento do General Luiz Alves de Lima e Silva, o Duque de Caxias - Patrono do Exército Brasileiro, passou a se chamar Praça Duque de Caxias, para final e definitivamente voltar a ser conhecida por um dos anteriores nomes; Largo do Machado.



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