quinta-feira, 30 de junho de 2016

Rio sob núvens

Rio de Janeiro, dia 30 de junho




A pontinha do Pão de Açúcar de fora

Só o relevo carioca aparece. Inclusive a bela sombra do Cristo Redentor

O forte nevoeiro que se estendeu sobre a baía de Guanabara na manhã desta quinta-feira afetou o funcionamento dos principais aeroportos do Rio.

A neblina se forma em madrugadas frias e úmidas –o vapor da atmosfera se condensa e causa nuvens baixas.

Apesar da neblina, o clima no Rio é quente e sem chuva nesta quinta, com temperatura média de 24°C, segundo o Centro de Operações da prefeitura.

A tendência é que a névoa se dissipasse até o fim da manhã, o que não aconteceu. Agora à tarde a situação continuou.

Fotos: Toddy Benson - reprodução

quarta-feira, 29 de junho de 2016

Salve São Pedro!




E nada melhor para festejar 
que a deliciosa crônica de
 Henrique Pongetti.





Publicada em 1956, há 60 anos,
mais uma
CRÔNICA CARIOCA DE TODOS OS TEMPOS





sexta-feira, 24 de junho de 2016

Noite de São João





Um texto de Cruz e Souza (1861-1898) 
sobre a noite de São João, publicado em
 O tempo, no Rio de Janeiro,
em 25 de junho de 1891



"Noite de São João

Através das verdejantes colinas do Sul, a noite de São João tem a graça pitoresca de uma animada pintura, tornando vivo o clarão de amor das cousas adormecidas ou mortas nas recordações passadas.


Ora é numa beira de praia, ora é num trecho de rua que se passam essas cenas de costumes, esses episódios característicos, cheios de um encanto virgem, que afagam a nossa memória.

Desceu a noite já!

É num luar de junho.

As verduras, pulverizadas de luz, escorrendo prata líquida, nua crua irradiação branca, reluzem com a nitidez e brilho dos alvos flocos de neve.

Para lá da terra firme, além de uma curta divisa de mar manso, navegável em canoas, num ponto em que os olhos distingüem claramente bem, uma aragem fresca, leve, como um sopro musical de flauta campestre, afla nos canaviais viçosos que se agitam suavemente.

Porém, na rua, umas vozes cantantes, cheias de mocidade e frescura, gritam alto, sonoras:

– Olá João, anda cá! Hoje é teu dia. Viva São João! Viva São João!

E o João, um rapaz que passara assobiando, jovial, franco, na alegria da sua alma chã, entra numa venda, paga vinho – um vinho cor de topázio bebido entre a algazarra dos companheiros e os bruscos entusiasmos do taverneiro, que faz tinir as moedas, todo risonho, na gaveta do balcão.

- E as canas, João, e as canas! – repetem as vozes.

E o João paga de novo e de novo a algazarra cresce, os vivas, as aclamações, os prazeres acesos nas almas desses bons rapazes, como as bichas e os busca-pés que eles soltam nos largos, por troça, em meio de muita gente reunida, dispersando e alvoroçando tudo, entre galhofas e risadas.

Mas a noite de São João dobra de encantos e de enlevos.

Agora, fogueiras crepitantes estendem a sua ardente chama, loura e alegre, na frente das casas, dourando-as. Agora, a rapaziada, crianças saltam as fogueiras: velhos de cócoras ou sentados em redor contam uns aos outros histórias cabalísticas de bruxas e almas do outro mundo, e, aquecendo-se do frio da noite, esfregam confortavelmente as mãos, fazendo às vezes ressoar no claro ar sereno a nota cristalina de uma cantiga de ritmo simples, como motivo da festa, tremida e repinicada na voz, misteriosa e cheia de saudades amadas.

Agora são as novenas nos lares – as velhas novenas que de tão longe vêm na religião, como ainda um doloroso soluço atormentado dessa fanática e sonâmbula Idade Média…

Numa sala, ao centro de um altar armado em dossel, resplandescente de luzes, de alfaias, de jarras azuis e de flores, São João Batista, com o seu rosto roliço e doce, destaca, sorrindo, de um quadro de moldura dourada, em estampa, do fundo de um nimbo cinzento, cabeleira crespa, faces coloridas, abraçado ao cordeiro manso, que olha para a gente com os seus olhos pequeninos, plenos de docilidade e de paz.

E, depois da novena cantarolada numa lúgubre melopéia, a rapaziada cai na arrastação dos pés, e dança, gingano, com os voluptuosos requebros e bamboleios quentes da raça.

No intervalo das danças, bebe-se Carlsberg e comem-se belos bom-bocados saborosos que cocegam aperitivamente o céu da boca, e as brancas ou rosadas cocadas, em forma de estrela, que lembram a Bahia, tal é o paladar do coco de que elas são feitas.

No meio disso tira-se a sorte, num espécie de consulta ao destino: para saber se morrerá cedo ou tarde, se casará, se terá este ou aquele desejo. Passatempo esse que dá às pessoas que nele tomam parte um contentamnto e uma felicidade que iluminam as fisionomias, remoçando e fortalecendo a velhice e consolando de esperança a todos.

No fim desse contratempo e das últimas contradanças de grandes e frenéticos galopes, todo o mundo volta para casa, tarde bastante, no frio silêncio hibernal da longa noite já sem lua, mas estrelada, de uma amarelado tom esmaecido de madrugada cor de limão.

Nem mais um só ruído notável do prazer se escuta na rua.

Apenas, a essa alta hora, um ou outro foguete tardio, ao longe, aqui e ali, como esquecido elemento da festa ou indiferente conviva que chega tarde, estala e brilha no ar saudosamente."



quinta-feira, 23 de junho de 2016

Propagandas antigas



O anúncio que lançava uma novidade na escrita carioca

  
recorte do jornal Correio da Manhã em 11 de junho de 1957


Onde o texto destaca...





sábado, 18 de junho de 2016

1966, o ano das misses gêmeas cariocas

Há 50 anos, no auge dos concursos de miss a protagonista da beleza foi uma carioca do Rio Comprido, Ana Cristina.

Ana Cristina era gêmea idêntica de Maria Elizabeth

As irmãs Ridzi participaram do concurso Miss Guanabara, em 1966, e ficou difícil escolher entre as duas. A vitória ficou com Ana Cristina (pelo Marã Tênis Clube), cabendo o 2º. lugar a Maria Elizabeth (pelo Banco de Crédito Mercantil).



O jornalista Justino Martins escreveu na Revista Manchete
"...entre estas gêmeas cariocas só havia uma diferença de temperamento. Uma era mais efusiva que a outra. Quando Ana Cristina ria, Maria Elizabeth apenas sorria. Quanto ao resto, eram iguais, inseparáveis."
Na realidade tinham uma diferença física, sim. Uma pequena diferença era uma pinta cinzenta sob o lábio inferior, lado direito, de Elizabeth, que ninguém notava.



Maracanãzinho, Rio de Janeiro, 25 de junho. Foram  26 jovens e o sonho de suceder outra carioca, a loura Maria Raquel Elena de Andrade foi realizado por Ana Cristina, eleita aos 19 anos Miss Brasil, tendo as seguintes medidas: 1,72m, 59 kg, 93 de busto,60 de cintura, 93 de quadril. 








Poucas misses marcaram tão profundamente a chamada "época de ouro" do Miss Brasil como Ana Cristina Ridzi. 



Ana Cristina faleceu em janeiro de 2015, aos 67 anos.



quarta-feira, 15 de junho de 2016

O Rio de Janeiro noir...

...em um passeio pelo bairro de Copacabana, do personagem mais longevo da literatura policial brasileira, Espinosa,  criado por Luiz Alfredo Garcia-Roza  há 20 anos, no romance ‘O silêncio da chuva’.

  
Luiz Alfredo Garcia-Roza

“O silêncio da chuva” (1996), foi o romance de estreia do autor, que venceu os prêmios Jabuti e Nestlé, onde a Copacabana noire do inspetor Espinosa é repleta de tipos curiosos demasiadamente humanos, e um bairro ao mesmo tempo trivial e extravagante. Como escreveu Rubem Fonseca, “o Rio não é aquilo que se vê do Pão de Açúcar”.

Copacabana de Espinosa

O mundo do Espinosa é aquele que está incrustado no triângulo formado pelo Bairro Peixoto, a Hilário de Gouveia e a praia.

Começa na Trattoria, um restaurante italiano na Rua Fernando Mendes, em Copacabana,  onde o protagonista marca registrada, delegado Espinosa, costuma fazer grande parte de suas refeições, à mesa favorita, à esquerda, perto da janela. O cardápio da casa vai do ravióli à calabresa ao espaguete com camarões ao funghi tartufado.


Espinosa possui uma estante de livros e é um grande frequentador de sebos e livrarias, lê muito. Um deles, o Baratos da Ribeiro, do antigo local da Rua Barata Ribeiro. No início, o então inspetor trabalhava na Praça Mauá.

O crime de “O silêncio da chuva” começa no Edifício Central, e a delegacia que atende ali é a 1ª DP. Depois, o nível financeiro dele como inspetor seria muito baixo para seu padrão de vida e ele foi promovido a delegado na 12ª DP, na Hilário de Gouveia .

Em frente ao departamento de polícia, na esquina com a Barata Ribeiro, está o bar Pavão Azul, onde Espinosa gosta de fazer refeições rápidas  - a rabada com agrião, por exemplo - , tomar um chope e degustar as pataniscas, o famoso petisco português feito de bacalhau.


Outro local marcante para os leitores do delegado Espinosa é o Baalbek,“o árabe da Galeria Menescal”, uma passagem comercial que liga a Avenida Nossa Senhora de Copacabana à Rua Barata Ribeiro, onde Espinosa passa frequentemente para comprar quibes e esfirras. Aberto pelo libanês José Chaachaa, em 1959, o estabelecimento é dirigido por seus cinco filhos.



O criador do Espinosa, Garcia-Roza, rompeu uma barreira que havia contra o romance policial no Brasil: deu força para o noir brasileiro.

Passando pelo charmoso Hotel Santa Clara, todos os caminhos de Espinosa levam à Praça Edmundo Bittencourt, no Bairro Peixoto, onde o delegado vive num prédio de três andares, janela francesa e balcãozinho e cria um mundo dentro do universo que é Copacabana, protagonista de suas histórias.




Bairro Peixoto




fotos: reprodução/internet








segunda-feira, 13 de junho de 2016

Rio de Janeiro gelado!!!


De manhã e com sol... 
no posto 8, no Arpoador, agora pela manhã...



De madrugada, foi 8.6 °C.
INACREDITÁVEL, MAS UMA DELÍCIA!

Também, no sábado, foram registradas ondas de 6 metros
na bóia de monitoramento localizada na entrada da Baía de Guanabara.

 

domingo, 12 de junho de 2016

Dia 12 de junho, Dia dos Namorados, uma invenção carioca


A responsável pelo início dessa tradição 

foi a rede de lojas de departamentos carioca
A Exposição. 



Na edição do jornal GLOBO de 9 de junho de 1948, a manchete da reportagem informava:
 “Dia de Santo Antônio, Dia dos Namorados...”

criando uma conexão entre a data do santo casamenteiro (13 de junho) e a dos casais apaixonados. E acrescentava que

“outra tradição vem se juntar à data do santo padroeiro: a de permuta de presentes entre os que se amam, lançada pela A EXPOSIÇÃO AVENIDA e A EXPOSIÇÃO CARIOCA”. 

A bem-sucedida campanha publicitária foi encomendada pela empresa ao publicitário brasileiro João Dória, visando a aumentar as vendas em junho, normalmente um mês de pouco movimento. 

Uma das lojas era exclusiva para homens, na Avenida Rio Branco, Centro do Rio, e outra, para as mulheres, no Largo do Machado, no Catete, Zona Sul.

Um ano depois, entretanto, a rede mudaria de estratégia para não coincidir com as celebrações em homenagem a Santo Antônio. E a data da comemoração do Dia dos Namorados no Brasil passou para o dia 12 de junho. Em anúncio publicado no jornal em 9 de junho de 1949, o slogan mudaria para “Dia dos Namorados - Véspera de Santo Antonio”. 

Vinha acompanhado da mensagem 

“nem só com beijos, se prova o amôr!”(*)

 mostrando um homem beijando a bochecha da amada, que arregalava os olhos, surpresa. A partir dali, a comemoração ganhou força no país e nunca mais passou por mudanças de data.

(*) grafia original


PRIMEIRO ANÚNCIO DE 1948, COM A DATA DE 13 DE JUNHO



Clique na imagem  dos anúncios para ampliar.




SEGUNDO ANÚNCIO DE 1949, JÁ COM A DATA DE 12 DE JUNHO







quarta-feira, 8 de junho de 2016

Antigos bondes do Rio de Janeiro rodam nos Estados Unidos


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Bonde 1779. Verde como nos tempos em que rodava no Rio,
o carro da Midwest Electric Railway hoje leva passageiros em Mount Pleasant, Iowa 

"No depósito da CTC, em Triagem, o funcionário vem com um galão de gasolina, espalha o combustível sobre os bancos de madeira do bonde e risca um fósforo. Em minutos, um inferno de labaredas devora toda a peroba do campo que formava a estrutura do veículo, deixando no chão apenas cinzas e partes metálicas enegrecidas.
A cena brutal, de desperdício ímpar, aconteceu ao longo de 1964 e 1965. O sistema de bondes do Rio, que já fora considerado pioneiro e um dos maiores do mundo, vinha sendo desativado desde o início daquela década. Antes operada por empresas privadas como a Light, a Cia. Ferro-Carril do Jardim Botânico e a Ferro-Carril Carioca, a rede passara ao controle do estado. Vistos como um entrave para o trânsito e o progresso, os velhos veículos foram aposentados na marra após seis décadas de serviços prestados. A ordem era substituí-los por uma frota de trolley-bus — ônibus elétricos importados da Itália — e, paulatinamente, sepultar seus trilhos sob mantas de asfalto.
Para abrir espaço nas garagens, o coronel Manuel Moreira, da diretoria industrial da CTC (a Companhia de Transporte Coletivos do Estado da Guanabara) encontrou o que dizia ser a “única solução”: queimar os bondes e vender a sucata de metal a peso para a Companhia Siderúrgica Nacional. Cada veículo incinerado rendia, em média, duas toneladas de ferro e 800 quilos de cobre. E assim, pouco a pouco, centenas desses veteranos veículos rodaram para o corredor da morte, alguns por seus próprios meios.

OPERAÇÃO RESGATE
Ao saber do massacre, um grupo de americanos entusiastas dos transportes sobre trilhos decidiu que algo deveria ser feito. Nos Estados Unidos, os arejados modelos com laterais abertas (chamados por lá de “Narragansett”, “breezers” ou “summer cars”) eram considerados relíquias que precisavam ser preservadas. Esses bondes, que ainda rodavam pelo Rio na década de 1960, tinha parte mecânica e elétrica de origem americana, fabricada por empresas como a J. G. Brill nos anos 1910 e 1920. Apenas suas “carrocerias”, digamos, eram feitas aqui, pelas próprias empresas que operavam os veículos.

Comandada por Paul Class e Louis J. G. Buehler, a missão da Associação dos Museus de Carris dos Estados Unidos chegou à cidade para resgatar o que fosse possível. Por módicos US$ 1.200 (o equivalente a US$ 9.100 nos dias de hoje), conseguiu comprar da CTC 12 bondes selecionados a dedo por sua variedade e raridade. Aos poucos, os veículos foram levados de navio para os EUA, onde alguns deles rodam até hoje em passeios promovidos por museus.


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  Na falta de rede aérea de energia em Middletown, Pensilvânia, o jeito foi atrelar um gerador a diesel no velho elétrico da Light 


Esses “exilados” são os únicos dos antigos bondes do Rio que sobreviveram ao fogo (não incluindo os modelos de Santa Teresa, bem menores e com bitola mais estreita que os que circulavam no resto da cidade). De resto, o governo da Guanabara não se interessou em guardar sequer um exemplar para as futuras gerações.
“Resumo da história: quem quiser ver como era um bonde da Light tem de ir aos EUA”, sugere o pesquisador Helio Ribeiro, no site Bondes do Rio.
Soa como ironia nesses tempos em que o bonde — agora com o prolixo nome de “veículo leve sobre trilhos” — é visto como solução limpa e moderna para a mobilidade no centro da cidade.

LINHA CATUMBI-PENSILVÂNIA
— Nossos dois “Narragansett” cariocas estão em uso e continuarão operando por muito tempo — afirma Terry McWilliams, diretor da Midwest Electric Railway, em Mount Pleasant, Iowa.
Lá, os carros rodam por um circuito turístico com seis estações. Recentemente, o bonde número 1779 voltou a ser pintado no mesmo verde-escuro dos tempos em que circulava no Rio.
Não falta imaginação para manter os velhos veículos em ação. O bonde 441, que já levou passageiros pelo Catumbi e pela Ilha do Governador, hoje cruza as ruas de Middletown, Pensilvânia, atrelado a um gerador a diesel. Foi a solução que o Middletown & Hummelstown Museum encontrou para promover passeios esporádicos (o próximo será em 29 de julho) em uma cidade sem rede aérea de energia elétrica.
Desde que desembarcaram nos EUA, em 1965, alguns dos bondes cariocas já pararam em vários “pontos”. É o caso do carro número 1758, que esteve em três museus da Flórida até chegar a seu atual lar, na cidade de Washington, na Pensilvânia.
— Este bonde veio para cá em 2006 e investimos 10 mil horas de trabalho voluntário em sua restauração. Ficou pronto em 2011, ano de seu centésimo aniversário e, desde então, é um dos carros preferidos pelos visitantes em dias de calor — conta Scott Becker, diretor executivo do Pennsylvania Trolley Museum.

ORIGINAL ATÉ NO CHEIRO
Outro bonde carioca, também pintado de amarelo, é o 1875. Até 2014, esse exemplar era figura fácil nos trilhos de Rockhill (também na Pensilvânia). Impecavelmente conservado, o veículo espera novas rodas, rolamentos e outros componentes do truque e do motor, que, após um século de uso, chegaram ao limite de desgaste.
— Isso nos custará alguns milhares de dólares e estamos em busca de um patrocinador — diz Matthew Nawn, um dos diretores do museu Railways to Yesterday.
Imagine o que é chegar a East Windsor, uma cidadezinha de 12 mil habitantes no estado de Connecticut, e deparar-se com um bonde verde-escuro da Light a exibir o destino “Rio de Janeiro” em seu letreiro. Trata-se do carro 1850, exemplar que conserva o maior grau de originalidade entre os que foram salvos pelos americanos.
— Até pouco tempo, ele tinha um forte cheiro de café, resquício do navio que o trouxe para os Estados Unidos — diverte-se Aiden Nies, do Connecticut Trolley Museum.




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Apesar de estar em condição de funcionamento, o 1850 descansa fora de serviço, à espera de uma restauração estética. O mesmo museu é dono do carro 1887, que hoje serve como doador de peças ao “irmão”.
Já o 1794, que em seus bons tempos rodou pelo Alto da Boa Vista, hoje pertence à MATA, a companhia de trânsito de Memphis, Tennessee. Foi extensamente modificado ao longo dos anos, e hoje é um bonde fechado. Rodava pela principal linha da cidade até ser guardado, em junho do ano passado, quando o sistema foi suspenso por falta de segurança. Promete-se que, em breve, a rede atenderá aos requisitos para voltar a funcionar.

DECADÊNCIA E RENASCIMENTO
Um dos maiores conhecedores da história dos nossos bondes é o americano Allen Morrisson, que, em 1989, publicou o livro “The tramways of Brazil”.
Para ele, as décadas de 1920 e 1930 foram as melhores fases dos bondes no Rio. Aí, para evitar inflação, o governo impediu que a Light aumentasse as passagens, levando à decadência do sistema a partir dos anos 40.
— Nos EUA, a General Motors comprou as redes de bondes e os substituiu por seus próprios ônibus. No Brasil do pós-guerra, fábricas estrangeiras vendiam barato seus ônibus — lembra Morrisson.


 A ideia de combater a poluição sequer existia, e acabaram com um sistema de transporte emissão-zero. Quando o mundo percebeu o que tinha feito, era tarde demais."


por Jason Vogel
reprodução.