segunda-feira, 30 de novembro de 2020

 


sexta-feira, 27 de novembro de 2020

Ontem como hoje...racismo no futebol

 


Na edição do dia 28 de novembro de 1960, 
há 60 anos,

na seção de Esportes,
uma charge maravilhosa de Otelo.



De 1953 a 1986 o jornalista e cartunista Otélo Caçador manteve nas páginas do GLOBO a coluna Penalty, com divertidos comentários sobre o futebol, principalmente o Campeonato Carioca e a seleção brasileira. 



terça-feira, 24 de novembro de 2020

Crônica Carioca de Todos os Tempos... Carlinhos Oliveira


Uma saborosa crônica escrita em 1960,
há 60 anos,
pelo saudoso jornalista José Carlos Oliveira, 
um dos intelectuais mais populares
 e polêmicos do Rio de Janeiro.


Boêmio convicto, eloquente e dono de uma percepção fora do comum, 
Carlinhos Oliveira - como era mais conhecido  frequentou 
os bares e restaurantes em que a inteligência carioca se encontrava. 

Durante quase 30 anos, viu nesses bares, através da reação das pessoas, 
as mudanças pelas quais o Brasil passava. Foi no ambiente dos bares, à noite, 
que encontrou a inspiração que o transformou num dos cronistas mais lidos do país. 



sexta-feira, 20 de novembro de 2020

CURIOSIDADES CARIOCAS: FAKENEWS...ONTEM COMO HOJE

 

HÁ 60 ANOS,
em novembro de 1960, 
falsas notícias veiculadas pela imprensa,
visando desestabilizar o presidente.



Ibrahim Sued, jornalista perspicaz, desmascarou!



sexta-feira, 13 de novembro de 2020

Crônicas cariocas de Todos os Tempos... dia da votação, Machado de Assis

 

Crônica publicada por Machado de Assis 
na Gazeta de Notícias,
do Rio, em 4 de março de 1894,
sobre o dia da votação



" Quando eu cheguei à seção onde tinha de votar, achei três mesários e cinco eleitores. Os eleitores falavam do tempo. Contavam os maiores verões que temos tido; um deles opinava que o verão, em si mesmo não era mau, mas que as febres é que o tornavam detestável. A quanto não ia a amarela? Chegaram mais três eleitores, depois um, depois sete, que, pelo ar, pareciam da mesma casa. Os minutos iam com aquele vagar do costume quando a gente está com pressa. Mais três eleitores. Nove horas e meia. Os conhecidos faziam roda. Uns falavam mal dos gelados, outros tratavam do câmbio. Um velho, ainda maduro, aventou uma boceta de rapé. Foi uma alegria universal. Com que, ainda tomava rapé? No meu tempo, disse o velho sorrindo, era o melhor laço de sociabilidade; agora todos fumam, e o charuto é egoísta.

Nove e três quartos. Trinta e cinco eleitores. Alguns almoçados. Os almoçados interpretavam o regulamento eleitoral diferentemente dos que o não eram. Daí algumas conversações particulares à meia voz, dizendo uns que a chamada devia começar às dez horas em ponto, outros que antes.

— Meus senhores, vai começar a chamada — disse o presidente da mesa.

Eram dez horas menos um minuto. Havia quarenta e sete eleitores. Abriram-se as urnas, que foram mostradas aos eleitores, a fim de que eles vissem que não havia nada dentro. Os cinco mesários já estavam sentados, com os livros, papéis e penas. O presidente fez esta advertência:

— Previno aos senhores eleitores que as cédulas que contiverem nomes riscados e substituídos não serão apuradas; é disposição da lei nova.

Quis protestar contra a lei nova. Pareceu-me (e ainda me parece) opressiva da liberdade eleitoral. Pois eu escolho um nome, para presidente da República, suponhamos; ou senador, ou deputado que seja; em caminho, ao descer do bonde, acho que o nome não é tão bom como o outro, e não posso entrar numa loja, abrir a cédula e trocar o voto? Não posso também ceder a um amigo que me diga que a nossa amizade crescerá se eu preferir o Bernardo ao Bernardino? Que é então liberdade? É o verso do poeta: “e o que escrevo uma vez nunca mais borro”? Pelo amor de Deus! Tal liberdade é puro despotismo, e o mais absurdo dos despotismos, porque faz de mim mesmo o déspota. Obriga-me a não votar, ou a votar às dez e meia em pessoa que, pouco depois das dez, já me parecia insuficiente. Não é que eu tivesse de alterar as minhas cédulas; mas defendo um princípio.

Tinha começado a chamada e prosseguia lentamente para não dar lugar a reclamações. Nove décimos dos eleitores não respondiam por isto ou por aquilo.

— Antônio José Pereira — chamava o mesário.

— Está na Europa — dizia um eleitor, explicando o silêncio.

— Pôncio Pilatos!

— Morreu, senhor; está no Credo.

Um eleitor, brasileiro naturalizado, francês de nascimento, disse-me ao ouvido:

— Por que não se põe aqui a lei francesa? Na França, para cada eleição há diplomas novos com o dia da eleição marcado, de maneira que só serve para esse. Se fizéssemos isto, não chamaríamos o senhor Pereira, que desde 1889 vive em Paris, 28 bis, rua Breda, nem o procurador da Judeia, pela razão de que eles não teriam vindo tirar o diploma, oito dias antes. Compreendeis?

— Compreendi; mas há também abstenções.

— Não haveria abstenção de votos. Os abstencionistas não teriam diplomas.

A chamada ia coxeando. Cada nome, como de regra, era repetido, com certo intervalo, e eu estava três quarteirões adiante. Queixei-me disto ao ex-francês, que me disse:

— Mas, senhor, também este método de chamar pelos nomes é desusado.

— Como é então? Chama-se pelas cores? Pelas alturas? Pelos números das casas?

— Não, senhor; abre-se o escrutínio por certo número de horas; os eleitores vão chegando, votando e saindo.

— Sério?

— Sério.

— Não creio que nos Estados Unidos da América...

Outro eleitor, brasileiro naturalizado, norte-americano de nascimento, acudiu logo que lá era a mesma coisa.

— A mesma coisa, senhor. Não se esqueça que o time is money é invenção nossa. Não seríamos nós que iríamos perder uma infinidade de tempo a ouvir nomes. O eleitor entra, vota, retira-se e vai comprar uma casa, ou vendê-la. Às vezes mais, vai casar-se.

— Sem querer saber do resultado da eleição?

— Perdão, o resultado há de ser-lhe dito em altos brados na rua, ou em grandes cartazes levados por homens pagos para isso. Já tem acontecido a um noivo estar dizendo à noiva que a ama, que a adora, e ser interrompido por um pregoeiro que anuncia a eleição do presidente da República. O noivo, que viveu dois meses em meetings, bradando contra os republicanos, se é democrata, ou contra os democratas, se é republicano, solta um hurrah cordial, e repete que a ama, que a adora...

— Padre Diogo Antônio Feijó! — prosseguia o mesário.

Pausa.

— Padre Diogo Antônio Feijó!

Pausa.

Eu gemia em silêncio. Consultei o relógio; faltavam sete minutos para as onze, e ainda não começara o meu quarteirão. Quis espairecer, levantei-me, fui até a porta, onde achei dois eleitores, fumando e falando de moças bonitas. Conhecia-os; eram do meu quarteirão. Um era o farmacêutico Xisto, outro um jovem médico, formado há um ano, o doutor Zózimo. “Feliz idade!”, pensei comigo; as moças fazem passar o tempo; e daí talvez já tenham almoçado...

Enfim, começou o meu quarteirão; respirei, mas respirei cedo, porque a lista era quase toda composta de abstencionistas, e os nomes dos ausentes ou mortos gastam mais tempo, pela necessidade de esperar que os donos apareçam. Outra demora: cinco eleitores fizeram a toilette das cédulas à boca da urna, quero dizer que ali mesmo é que as fecharam, passando a cola pela língua, alisando o papel com vagar, com amor, quase que por pirraça. Para quem guarda Deus as paralisias repentinas? As congestões cerebrais? As simples cólicas? Não me pareciam homens que pusessem os princípios acima de uma pontada aguda. Mas Deus é grande! Chegou a minha vez. Votei e corri a almoçar. Relevem a vulgaridade da ação. Tartufo, neste ponto, emendaria o seu próprio autor:

“Ah ! Pour être électeur, je n’en suis pas moins homme 

(Ah! Um eleitor, mas nem por isso menos homem).”


Fonte: Agência Senado

 

domingo, 8 de novembro de 2020

Antigo Palace Hotel, da Av Rio Branco

 

O Palace Hotel, de 1908, 
se encontrava onde fica atualmente
 o
 edifício Marquês de Herval,
na Av. Rio Branco, 185. 





A propriedade pertencia à família Guinle e encarregou-se do projeto, construído em 1908,  Joseph Gire.

O arquiteto francês Joseph Gire veio para o Rio a convite da família Guinle e trabalhou intensamente na cidade até sua morte, em 1933. Aqui desembarcando em 1916, com mulher e filha, no auge da Belle Époque tropical, ele imprimiu em suas obras o espírito de um tempo marcado pela exaltação do progresso e pelo acelerado desenvolvimento tecnológico, que, por sua vez, ao facilitar o trânsito e a comunicação com o mundo dito civilizado, levou à sofisticação dos gostos e costumes das famílias abastadas locais. Gire contribuiu decisivamente para estabelecer padrões de elegância e conforto inexistentes no Rio de Janeiro e no Brasil de sua época. Foi quando teve início, também, o processo de verticalização da cidade. 
Outro traço distintivo de Gire foi contribuir para fazer a cidade se voltar para o mar, dando impulso à cultura praiana dos cariocas.



Abaixo, fotos do interior do antigo Palace Hotel.




O Palace Hotel foi demolido na década de 1950 e em novembro de 1950 - há 70 anos -houve o leilão dos seus móveis e objetos.


recorte de jornal O GLOBO, 
do dia 6 de novembro de 1950, anunciando o leilão



quinta-feira, 5 de novembro de 2020

Crônicas cariocas de todos os tempos... Considerações de Henrique Pongetti


Crônica publicada em 
5 de novembro de 1960.
Há 60 anos!

Maravilhosa e super atual!