sexta-feira, 31 de março de 2017

Bossa Nova...pra curtir e ouvir









terça-feira, 28 de março de 2017

O volei de praia surgiu no...RIO





Em 1934, um tenente-coronel e subcomandante do Forte de Copacabana, mandou cortar duas estacas de madeira e montou uma quadra de voleibol  nas areias da Praia de Copacabana, defronte ao Hotel Londres – já extinto –, onde então morava.

Certamente não imaginava que estava criando uma atividade esportiva.

Era o desportista Altamiro da Fonseca Braga que resolveu estender a rede na praia - disposta diariamente das oito da manhã ao meio-dia -  entre as ruas Santa Clara e Constante Ramos, para jogar o mesmo voleibol que já praticava nas dependências do Forte.

Altamiro Braga nasceu em São Cristóvão, em 1898, aluno brilhante, saído do Colégio Militar, dedicou longos anos ao Exército brasileiro, sete décadas de praia,  um dos mais antigos moradores de Copacabana, que residiu na Rua Dias da Rocha.

Na época da mocidade, em postura impecável e utilizando sua bicicleta, costumava escoltar o marechal Hermes da Fonseca (1855-1923), que era o presidente da República (1910-1914).  Apaixonado por esportes e um entusiasta do Fluminense Football Club, por lá dirigiu o atletismo e o basquetebol.

O general Altamiro Fonseca Braga fez 100 anos em 1998 e faleceu em fevereiro de 1999, antes de completar 101 anos de idade.

É sempre bom ressaltar que são também da década de 1930
as quadras de voleibol de praia 

. do professor Octávio Victor do Espírito Santo (de 1939),

. na Rua Dom Pedrito, hoje Almte. Guilhem, no Leblon;

 . a do doutor Sylvio Lemgruber, na Rua Montenegro, atual Vinicius de Moraes, em Ipanema,
e
.  a da ‘Tia’ Leah de Moraes (de 1938), em Copacabana.

Todos já faleceram e fizeram história também.


sexta-feira, 24 de março de 2017

OUTONO NO RIO...





Bela música de Ed Motta e Ronaldo Bastos


Me dê a mão
Vai amanhecer
Juntos pela madrugada
Luz, contra-luz
Sobre os Dois Irmãos
Pra mim

Há um lugar para ser feliz
Além de abril em Paris
Outono, outono no Rio

No seu olhar
Já se fez manhã
Vamos logo a Guanabara
Vai se fechar
Vou levar você
Pra mim




quarta-feira, 22 de março de 2017

Moda Carioca...

Na Revista FON-FON de 24 de março de 1917, 

há 100 anos, 
a moda carioca.






sexta-feira, 17 de março de 2017

NAT KING COLE no Rio



Em meio à polêmica se nesse dia 17 de março 
é ou não o centenário de Nat King Cole, vale, sim, comemorar a vinda do astro à cidade do Rio.


Nat King Cole chegou no final dos anos 50, 1959, no início da bossa nova, e foi recebido com enorme carinho pelo público. Por aqui caiu de amores pelo Rio de Janeiro e, dizem, pela cerveja local.



"Eram 14 horas e 3 minutos quando o aparelho da Pan-American, procedente de Caracas, pousou no Galeão. Mal a porta se abriu os fãs que se encontravam no terraço e na pisto do aeroporto começaram a agitar frenèticamente suas bandeirinhas, repetindo em coro “Welcome Nat King Cole”. Somente após o desembarque dos passageiros comuns é que o famoso cantor popular norte-americano apareceu no alto da escada do avião. Vestia um terno cinza, gravatinha preta e camisa branca. Quando viu a multidão que o aguardava, deu um grande sorriso e acenou com a mão direita. “I am very glad to be here”, foram suas primeiras palavras ao cumprimentar Carlos Machado, que não escondia o contentamento. Metralhado pelos flashes dos fotógrafos, Nat dirigiu-se para a alfândega, só a muito custo conseguindo atravessar a pista do Galeão. Quando o sr. Oscar Ornstein, “public-relations” do Copacabana Palace, se aproximou para dar-lhe um abraço, o artista nem percebeu o gesto e prosseguiu."
(jornal Ultima Hora)


Tendo sido recebido com honras de chefe de Estado pelo próprio presidente Juscelino Kubitschek, no Palácio das Laranjeiras, JK o saudou com um sonoro “How do you do? I’m very happy to see you”. Nat estava acompanhado de Maria Ellington, sua esposa e Carlos Gastal, seu “manager”. O Presidente disse-lhe que o Brasil esperava com ansiedade sua visita. O cantor sentiu-se lisonjeado, agradeceu e aproveitou a oportunidade para entregar 2 pacotes contendo coleções de discos seus, autografados, para Márcia e Maristela, filhas de JK e suas fãs. 

Encontro  com presidente JK


Conta a lenda que JK teria tirado os sapatos e pedido ao visitante que cantasse sua música preferida, "Fascination", tendo sido prontamente atendido pelo cantor. Um luxo. Um pequeno show de Nat King Cole em sua sala.

Nat King Cole fez shows dias 17 de abril ,no Maracanãzinho com lotação de 20.000 pessoas;
18 de abril no Ginásio do Tijuca Tenis Clube, com lotação de 11.000 pessoas, onde a fila para a entrada no clube foi até  a Saens Peña e o clube precisou colocar até caixa de som na entrada  para o pessoal que não conseguiu entrar, ouvir o show do lado de fora. Nat King Cole voltou ao Maracanazinho em 19 de abril  para mais dois shows às 16 e às 21 horas, com 60 cruzeiros o valor para as arquibancadas.


Apresentação no Maracanazinho

Apresentação no Golden Room do Copacabana Palace


Os sucessos  de Nat por aqui era tão grande que canções como “Too young”“Blue gardenia” e “Pretend” ganhavam letras em português gravadas por Cauby Peixoto, Lúcio Alves e o veterano Carlos Galhardo.

Ficam os registros curiosos quanto à reação de Nat em qualquer lugar: se não houvesse ar refrigerado, pedia para voltar, imediatamente, ao hotel, por não suportar os 40 graus que fazia no Rio.
E, também, apaixonado pelo Brasil, o cantor norte-americano chegou a marcar um encontro para conhecer os astros do futebol Didi e Pelé, mas os jogadores não puderam comparecer.

Os ilustradores da época  - Carlos Estevão e Péricles - registraram, no seu traço, Nat King Cole.






domingo, 12 de março de 2017

14 de março, Dia Nacional da Poesia...

Imagem relacionada


... comemorado nessa data por ser nascimento de um dos maiores poetas brasileiros: Castro Alves.

Nesse ano  comemoramos 170 anos de seu nascimento, quase esquecido.

O jovem de vinte e poucos anos de verve eloquente e bonita, e densa.  O jovem de vinte e poucos anos de versos de entrega e envolvimento.



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Em entrevista ao escritor e professor carioca Augusto Sérgio Bastos, em 6 de junho de 1871, disse, dentre outras coisas...

Quem é o poeta Castro Alves?    
Sou um homem que escreve e declama seus poemas. Por amor, por compulsão e por herança. Um poeta brasileiro nascido em 14 de março de 1847 lá na fazenda Cabaceiras, sete léguas distante de Curralinho. Um baiano do sertão...
. Como o Senhor vê a poesia nesta segunda metade do séc. XIX? 
Olhe bem. A poesia na terra dos Andradas, dos Pedros Ivos, e dos Tiradentes deve ser majestosa como as matas virgens da América; arrojada como seus rios gigantes; livre como os ventos que passam gementes por suas várzeas, e que zurzem os costados pedregosos dos seus gigantes de granito. A poesia enfim deve ser o reflexo desta terra. Isto no que toca à natureza, é claro. No que toca às idéias desta metade de século, eu diria que a poesia deve ser o arauto da liberdade - esse verbo na redenção moderna - e o brado ardente contra os usurpadores dos direitos do povo... 
. De que forma o Senhor situa a sua obra dentro deste contexto? 
...Hoje, a palavra da poesia, além de ser íntima, também deve ser cívica...Muitos dizem que minha obra está composta de uma parte política e de uma parte lírica. Penso que vigora sempre o mesmo amor à humanidade, sob roupagens diversas: amor coletivo e amor pessoal, e não saberia dizer qual o mais importante. Acho que o poeta deve falar aos corações. Eu falo. ...Eu aposto no amor, na vida; às vezes perco, às vezes ganho... Deixo aos críticos do futuro o julgamento do meu trabalho.

Castro Alves morreu um mês após ter concedido a entrevista.
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Vale reler a qualquer hora a poesia de Castro Alves!

"E há que reconhecer nele...a maior força verbal e a inspiração mais generosa de toda a poesia brasileira."   MANUEL BANDEIRA

" Moços! A inépcia nos chamou de estúpidos!
Moços! O crime nos cobriu de sangue!
Vós os luzeiros do país, erguei-vos!
Perante a infâmia ninguém fica exangue

Protesto santo se levanta agora,
De mim, de vós, da multidão, do povo;
Somos da classe da justiça e brio,
Não há mais classe ante esse crime novo!

Sim! mesmo em face, da nação, da pátria,
Nós nos erguemos com soberba fé!
A lei sustenta o popular direito,
Nós sustentamos o direito em pé!"

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"...Castro Alves o foi, completamente, na sensibilidade, na forma, na idéa, sentindo a natureza do Brasil, apaixonando-se se pelos ideaes brasileiros, manifestando-se com uma pujança, um colorido, uma espontaneidade, um arroubo, uma originalidade, desconhecidos, até então, e até agora não igualados nos fastos das letras nacionais..."   AFRÂNIO COUTINHO


"EU PENSO em ti nas horas de tristeza
Quando rola a esperança emurchecida
Nas horas de saudade e morbidez
Ai! Só tu és minha ilusão querida
Eu penso em ti nas horas de tristeza...

...Bendito o riso desses lábios túmidos!
Bendito o meigo olhar tão peregrino!
Como o sol abre a flor nos campos úmidos
Crenças desperta o teu divino olhar...
E o riso, o riso desses lábios túmidos...

...Ai! volve! volve peregrina estrela...
Minh'alma é o templo de um amor suave
À tua espera o lampadário vela...
À tua espera perfumou-se a nave...
Ai! volve! volve peregrina estrela!"

**************

"Não podiam ser melhores as impressões. Achei uma vocação literária, cheia de vida e robustez, deixando antever nas magnificências do presente as promessas do futuro. Achei um poeta original...
... o senhor Castro Alves canta simultaneamente o que é grande e o que é delicado, mas com igual inspiração e método idêntico; a pompa das figuras, a sonoridade do vocábulo, uma forma esculpida com arte, sentindo-se por baixo desses lavores o estro, a espontaneidade, o ímpeto..."

MACHADO DE ASSIS


"...Existe um povo que a bandeira empresta
P’ra cobrir tanta infâmia e cobardia!…
E deixa-a transformar-se nessa festa
Em manto impuro de bacante fria!…
Meu Deus! meu Deus! mas que bandeira é esta,
Que impudente na gávea tripudia?
Silêncio. Musa… chora, e chora tanto
Que o pavilhão se lave no teu pranto!…
Auriverde pendão de minha terra, 
Que a brisa do Brasil beija e balança, 
Estandarte que a luz do sol encerra 
E as promessas divinas da esperança… 
Tu que, da liberdade após a guerra, 
Foste hasteado dos heróis na lança 
Antes te houvessem roto na batalha, 
Que servires a um povo de mortalha!… 
Fatalidade atroz que a mente esmaga!
Extingue nesta hora o brigue imundo
O trilho que Colombo abriu nas vagas,
Como um íris no pélago profundo!
Mas é infâmia demais! … Da etérea plaga
Levantai-vos, heróis do Novo Mundo!
Andrada! arranca esse pendão dos ares!
Colombo! fecha a porta dos teus mares! "


sexta-feira, 10 de março de 2017

DIA 10 DE MARÇO, DIA DO TELEFONE


O Rio de Janeiro lançou modelos e viveu o modismo dos seus designs.

Qual foi o seu?





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segunda-feira, 6 de março de 2017

Isabel, a carioca


Nessa semana em que se comemora o Dia Internacional da Mulher,
destaco, aqui, uma grande carioca:
 Isabel Cristina Leopoldina Augusta
Micaela Gabriela Rafaela Gonzaga
de Bourbon e Bragança

(posteriormente de Orléans e Bragança) .

Ou simplesmente
Princesa Isabel.

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A falta de respeito à verdadeira memória histórica, falta grave que vivemos, apagou durante muito tempo a real importância dessa mulher carioca.Só recentemente a História começou a lhe fazer justiça. A literatura voltada à trajetória pessoal da princesa sempre foi relativamente modesta e injusta.

Isabel foi uma mulher à frente de seu tempo ao defender, por exemplo, a reforma agrária, a educação pública universal e o sufrágio feminino. Foi também a primeira senadora do país e, após a morte de seu pai, o Imperador D.Pedro II, em 1891, recebeu, de jure, já em plena República, o título de Sua Majestade Imperial, Dona Isabel I, Imperatriz Constitucional e Defensora Perpétua do Brasil.

Muitos a achavam  mandona, com personalidade forte. Mas era uma mulher bem humorada, o que é possível notar pela leitura de suas cartas aos pais. Depois, uma mulher determinada e apaixonada pelo marido.

A educação dentro de um regime patriarcal fez com que os estadistas, assim educados e acostumados, se vissem diante do impasse de ter que obedecer a uma mulher, que, segundo pensavam, seria incapaz de resolver certos problemas delicados seja por intransigência em questões de grande valor, ou transigência em outros casos.

Apesar das consequências seríssimas que causou, a Princesa assinou convicta a Lei Áurea.

Um excerto do Instituto Histórico de Petrópolis explica um pouco mais da luta da princesa:

"A Princesa Isabel, depois de uma luta insana contra os escravocratas, na qual ela precisou até derrubar o Gabinete de Ministros do Barão de Cotegipe, para poder nomear o abolicionista João Alfredo Corrêa de Oliveira e assim poder propor ao Parlamento a LEI ÁUREA e finalmente sancioná-la, depois deste desprendimento verdadeiramente heroico, pois sabia que a consequência seria a queda da Monarquia (o que de fato ocorreu um ano e meio depois). Arguida, já no exílio, que se adivinhasse que perderia o Trono, teria assinado a Lei? Respondeu: "Quantos tronos houvesse a cair, eu não deixaria de assiná-la.”

Após o golpe militar que destronou D. Pedro II, em 15 de novembro de 1889, muitos movimentos que exigiam a restauração da monarquia apareceram no Brasil. Alguns deles misturados a outras reivindicações, como foi o caso das duas Revoltas da Armada, ocorridas no início dos anos 1890. Nesse contexto, a Princesa Isabel, que estava exilada com a família em Paris, estaria cotada para assumir o trono, já que seu pai morrera na mesma cidade em 1891.

No entanto, Isabel preferiu evitar derramamento de sangue e resignou-se a não mais pretender ser Imperatriz do Brasil, como fica claro em um bilhete endereçado ao seu último chefe de gabinete, da Terceira Regência, João Alfredo:

''Meu pai, com seu prestígio, teria provavelmente recusado a guerra civil como um meio de retornar à pátria... lamento tudo quanto possa armar irmãos contra irmãos... É assim que tudo se perde e que nós nos perdemos..."

sexta-feira, 3 de março de 2017

Madureira e Oswaldo Cruz


Com a dobradinha campeã do Carnaval, Portela e Império Serrano, dois bairros vizinhos, de histórias parecidas e de mesma origem, vêm à tona: MADUREIRA  e OSWALDO CRUZ. Localidades bucólicas do século XIX, com propriedades simples, acolhedoras e enfeitadas por mangueiras e abacateiros, que se transformaram em  expoentes do subúrbio carioca.

Foto Augusto Malta
Parte do pátio da estação de Madureira em 1909.


No início do século XIX, o Rio de Janeiro, recém alçado à condição de sede do Reino, era fracamente povoado em seu interior, o chamado “sertão carioca”. Esta região era composta por grandes propriedades rurais.
“Sertão carioca” é como era chamada a Zona Oeste do Rio até os anos 1950. Foi esse o título de um livro publicado em 1936 pelo ilustrador Magalhães Corrêa, um retrato geográfico da antiga zona rural carioca, onde se vivia em casas de pau a pique feitas com bambu e barro em sua estrutura, e uma madeira mais sólida no esteio, a base da casa. Inúmeras ilustrações do autor – que se encantou com a região de tal maneira que, mais tarde, mudou-se para um sítio escondido por lá – são muito atuais.
O local onde hoje estão os bairros de Madureira e Oswaldo Cruz eram originalmente parte da Fazenda do Campinho , na Freguesia de Nossa Senhora da Apresentação do Irajá -  corruptela de termo tupi yra-yá, ou o "lugar de onde brota o mel" -  concedida a Dona Maria de Oliveira em 1617, e que passou às mãos do capitão Francisco Inácio do Canto, em 1800.

No vale do Rio das Pedras, mais a oeste da Freguesia do Irajá, situava-se a fazenda do português Miguel Gonçalves Portela - um grande engenho de cana-de-açúcar que produzia aguardente e rapadura. Conhecido como Engenho do Portela, a região passaria a chamar-se, já no século XVIII, Fazenda do Portela. O Engenho fazia limite com a propriedade de Lourenço Madureira,que tinha uma roça de mandioca e milho, fazendo prosperar as terras que arrendou do Capitão Inácio do Canto, o poderoso proprietário da Fazenda do Campinho.

Lourenço conquistou o respeito e a admiração da população local pelo grande desenvolvimento que levou para a região. A fama do boiadeiro também cresceu por conta do posterior litígio com a viúva de Inácio do Canto, Dona Rosa Maria dos Santos, falecida em 1846. A disputa transformou Lourenço no protagonista do primeiro processo legal por posse de terras no Rio de Janeiro, o que certamente granjeou alguma simpatia popular. 

Lourenço Madureira deteve a propriedade do imóvel até falecer, em 16 de fevereiro de 1851.Sua fazenda foi dividida em glebas que, mais tarde, deram origem à Madureira, fora ocupada por muitas chácaras, situadas entre os Engenhos do Portela e o Engenho de Fora.

Justamente numa dessas chácaras, pertencente à Dona Clara Simões, filha de Domingos Lopes - inventariante de D. Rosa - seria construída, em 1896, a estação de trem que recebeu o nome da benfeitora, pois Dona Clara cedera parte das terras para que se erguesse a estação, bem próxima da atual Estação Madureira. 

Lourenço Madureira deteve a propriedade do imóvel até falecer, em 16 de fevereiro de 1851.
Até essa época, o acesso àquelas paragens era feito a cavalo. Somente em 1858 é que os trilhos da Central do Brasil chegaram à região, mas a estação mais próxima era a do bairro vizinho, Cascadura. 
Foi preciso esperar até 1896 para que se construísse uma estação no local, a qual recebeu o nome de Madureira em homenagem ao boiadeiro, e que acabou originando o bairro de Madureira.



O bairro de Oswaldo Cruz também fez parte da Freguesia de Irajá, criada em 1644.

Em fins do século XIX e inícios do século XX, a economia de região, amparada pelo trabalho escravo, entra em crise e os antigos latifúndios começam a ser repartidos pela população pobre, em sua grande parte formada por pessoas marginalizadas pelas reformas urbanas que eram realizadas no centro da cidade, na gestão Pereira Passos.

Em 17 de abril de 1898, é inaugurada a Estação Rio das Pedras de trens, oito anos após a Estação Madureira, e um ano após a Estação Dona Clara. Essa estação foi construída na antiga chácara de Dona Clara Simões, daí o nome.

A Estação de Dona Clara foi inaugurada em 1897. Ficava num curto ramal que tinha a forma de um círculo, retornando à linha principal  - Linha do Centro -  percorrendo cerca de um quilômetro apenas. Esse ramal não existe mais, pois em 1937, com a eletrificação da Estrada de Ferro Central do Brasil, a Estação de Dona Clara foi desativada, já que os trens elétricos não precisavam dar a volta.

A partir daí, a história do bairro se confunde com a da estação ferroviária. Após a morte do médico e sanitarista Oswaldo Cruz, em 1917, a estação ganhou seu nome, e com o tempo este, acabou sendo atribuído também ao bairro ainda nascente. Ainda em 1917 os primeiros logradouros do bairro foram oficializados.

Madureira recentemente foi tema de samba de Arlindo Cruz, que a cantou em versos...


"O meu lugar,

tem seus mitos e seres de luz,

é bem perto de Oswaldo Cruz,
Cascadura, Vaz Lobo, Irajá...
...Ah meu lugar,
quem não viu a Tia Eulália dançar,
Vó Maria o terreiro benzer,
e ainda tem jongo a luz do luar...
...Em cada esquina um pagode um bar,
em Madureira.
Império e Portela também são de lá,
Em Madureira...
...E no Mercadão você pode comprar,
por uma pechincha você vai levar,
um dengo, um sonho pra quem quer sonhar,.
Em Madureira."




quarta-feira, 1 de março de 2017

Aniversário do Rio...

...Quarta-feira de cinzas .

Como disse Luis Fernando Veríssimo

"Quando ainda se escreviam crônicas de carnaval, as de Quarta-Feira de Cinzas eram as mais comuns. Tratavam de ressaca e remorso, de fim da folga e volta ao trabalho, e de todas as possibilidades dramáticas ou patéticas de um carro alegórico abandonado e um falso marquês estirado na sarjeta."
Essa, não.

Esse 1° de março, além de quarta-feira de cinzas é ...
aniversário do Rio, esse " Rio de Janeiro, que eu sempre hei de amar".

Esse Rio do som das ondas do mar, das paisagens de tirar o fôlego, das coisas simples da esquina.

Essa cidade que apesar de tempos difíceis não se entrega, segue na marra, birrenta.
E se reinventa, e luta, cutuca, batuca e até leva, a contragosto, o rosto temporário do desgosto.

Cidade-alegria. 
Cidade-plural. 
Cidade-balneário.


“E, no entanto, é preciso cantar
Mais que nunca é preciso cantar
É preciso cantar e alegrar a cidade”
Pois então...

Mistura,
costura,
faz releitura...

Assim vive e viverá, para sempre, sendo...MARAVILHOSA!

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nascer do sol em Copacabana