sexta-feira, 28 de maio de 2021

O reboque do Urubu, em Copacabana



Rua Francisco Otaviano abrigava várias oficinas, entre elas a loja de Fiorindo Troisi no nº 45, telefone 279383. 

Era em frente à oficina do Gino Bianco que ficava estacionado o reboque do Urubu, antigo mecânico do Gino, até que brigaram e Urubu passou a estacionar o reboque defronte ao nº 37, logo ao lado, onde funcionava o Bar e Restaurante Igrejinha de Copacabana.

Isaias da Silva era o nome do Urubu e Pega Firme era seu fiel cão. O reboque, Soneca. 




Para chamar o reboque do Urubu se ligava para o Bar Igrejinha, telefone 27-0485.


"Urubu" e "Pega Firme" moravam juntos na boleia de um velho caminhão International. O carro tinha pneus carecas e por mais de vinte anos, caindo aos pedaços, vivia pedindo pintura - e água para o radiador não ferver. Mas, nunca deixou de atender, de dia ou à noite, as chamadas para reboque, ou trabalhos de pequena mecânica. Os fregueses eram Cadillacs e Impalas de Copacabana da Zona Sul do Rio.

Isaias da Silva  sempre vestido com o mesmo macacão sujo de graxa, a quem o carioca apelidou de Urubu, "era o dono do mais engraçado carro-reboque do Rio". Pega Firme, o amigo sincero de Urubu, era um vira-latas branco, que tempo e graxa deixaram cinzento. e lhe deram uma cor indefinível. E Soneca, o carro-reboque.

Todo mundo conhecia o Urubu, seu carro e seu cão. Muita gente sabia de cor o telefone do bar Igrejinha, em frente à TV-Rio, onde davam recados ao mecânico, que estava sempre ali pelo Posto 6, perto da boate Pigalle e da TV Rio.


O carro de Urubu é um Mercury 53, com rodas de um Dodge Dart.



"Soneca" atendia a uma média de 8 pedidos de socorro por dia e o preço de Urubu variava de acordo com a cara do freguês. Diziam que estaria rico e  até seria dono de um apartamento luxuoso.

Urubu começou trabalhando na oficina Meridional, na Rua Francisco Otaviano, onde depois foi  o bingo Arpoador. A oficina pertencia ao lendário Gino Bianco, que foi seu protetor até uma briga feia que tiveram por causa da bebida, vício maior do mecânico. E, também, Urubu também era viciado em jogo do bicho.

No seu cartão vinha escrito 

"Seu carro enguiçou? Chame o Urubu (vulgo Isaías)".








Urubu morreu de cirrose nos anos 80. 


domingo, 23 de maio de 2021

Os outros tris do Mengo... é preciso registrar!


Tri-campeão Carioca de 42-43-44


Sob a direção de Flávio Costa o Flamengo tinha em 42 a mesma base que conquistara o título três anos antes: Domingos da Guia, Canegal, Volante e Valido. Perdeu Leônidas, mas viu emergir Zizinho. 

O Flamengo estava implacável, e com um ataque fantástico, que fez 87 gols em 27 jogos

No campeonato de 43, o time teve a saída dos veteranos argentinos Volante e Valido, que se aposentaram, mas a estrutura central do time era muito parecida à do ano anterior. 
 
O Flamengo foi campeão com uma rodada de antecedência, e numa tarde fantástica,  goleou ao Vasco por 6 x 2 no Estádio de General Severiano, com dois gols de Perácio e outros dois de Pirilo, e Zizinho e Vevé.

A grande perda para a temporada de 1944 foi a saída do zagueiro Domingos da Guia, mas teve a volta da aposentadoria, só na reta final do campeonato, do atacante argentino Valido.

Flamengo e Vasco se enfrentavam na última rodada na Gávea, quando, com um gol do atacante argentino Valido, o Flamengo venceu por 1 a 0 e levou a taça.





 

Tri-campeão Carioca de 53-54-55

E chegou, então, à Gávea, em 1953, Fleitas Solich, o Feiticeiro. Logo de cara, o Feiticeiro ganhou o Carioca daquele ano. E não parou por aí.

O time que conquistou o bicampeonato em 1954 tinha Evaristo e Zagallo na equipe titular.

Em 1955, explodiu mais um craque no Flamengo: Dida. Ele foi descoberto em Maceió, durante uma excursão do time de vôlei feminino do Flamengo. Trazido ao Rio de Janeiro, passou na seleção e ingressou no futebol do clube. Despontou quando foi escalado para o lugar de Evaristo na partida decisiva contra o América: 4 a 1 Flamengo – tricampeão carioca, com quatro gols de Dida. Foi um jogo de noite.

Uma grande geração que contava com Pavão, Jodir, Dequinha, Jordan, Joel, Rubens, Paulinho, Índio, Evaristo, Esquerdinha, Zagallo e Dida - artilheiro que foi grande ídolo de infância de Zico.

O terceiro título veio na decisão contra o América, em três partidas. Na primeira, vitória de 1x0; na segunda, uma surpreendente derrota por 5x1; e, na finalíssima, o troco com goleada rubro-negra por 4x1.




Tri-campeão Carioca de 1978-1979-1979

O terceiro tri do Flamengo foi a primeira grande conquista da equipe mais vitoriosa da história do clube. Liderada por Zico, a geração de Adílio, Rondinelli, Tita e Júnior, reforçada pelos experientes Raul e Carpegiani, ganhou tudo o que foi possível - no Rio, no Brasil, na América do Sul e no Mundo.

Em 1978, o título em cima do Vasco veio com o épico gol de cabeça do zagueiro Rondinelli, o Deus da Raça, que testou com força o escanteio cobrado por Zico para bater o goleiro Leão e impedir o bicampeonato do rival. 


No incio do ano seguinte, em meio a incerteza sobre o Campeonato Brasileiro, a Federação do Rio decidiu organizar um campeonato que ficou conhecido como "Especial" - e seus dois turnos foram vencidos pelo Flamengo, de forma invicta, tendo Zico como artilheiro. 

Desta forma, 1979 teve dois campeonatos estaduais, mas apenas um campeão: o segundo torneio teve três turnos e novamente todos foram vencidos pelo Flamengo, de novo com Zico consagrando-se artilheiro.




Tri-campeão Carioca de 1999-2000-2001

A virada do século trouxe o quarto tricampeonato carioca para o Flamengo. A partir de 1999, foram três decisões consecutivas conta o Vasco que geraram histórias inesquecíveis para uma geração de rubro-negros.
No primeiro título, o Maracanã lotado assistiu o Flamengo pressionar seu adversário durante a maior parte do jogo decisivo, em uma tensão que só se aliviou quando Rodrigo Mendes cobrou falta de longa distância e viu sua bala desviar na barreira e vencer o goleiro cruzmaltino. Em 2000, depois de vencerem por 3x0 a primeira partida da final, os rubro-negros encheram as equibancadas para celebrar o bicampeonato em vitória por 2x1, gols de Reinaldo e Tuta.E, em 2001, a emoção teve seu auge aos 43 minutos do segundo tempo da partida decisiva. Após vencer o primeiro jogo das finais por 2x1, o Vasco podia perder por até um gol de diferença para garantir o campeonato. Mas uma cobrança perfeita de falta de Petkovic definiu o 3x1 que trouxe o título para a Gávea.

"Em 27 de maio de 2001,
o pé direito de Dejan Petkovic
nos fez tocar o céu com as mãos"






Tri-campeão Carioca de 2007-2008-2009


Se o Vasco foi derrotado em três finais consecutivas no quarto tri, o quinto veio com vitórias seguidas sobre o Botafogo. A sequência começou em 2007.

Renato Augusto, com uma bomba da intermediária, fez o golaço que igualou o placar na segunda partida; com o 2x2, resultado idêntico ao do primeiro jogo, a decisão foi para os pênaltis e o Flamengo saiu vencedor.

Em 2008, Obina marcou nas duas vitórias contra os alvinegros, por 1x0 e 3x1, e garantiu o bi. 

E em 2009 o tri veio com a decisão nos pênaltis.
Uma repetição da história de 2007: dois empates por 2x2 antecederam a vitória rubro-negra nos pênaltis. 

Dirigido por Cuca e tendo o zagueiro Fábio Luciano como capitão, o Flamengo não só conquistou o penta tri, mas também colocou-se como o maior vencedor da história do Campeonato Carioca, superando todos os seus rivais em número de conquistas.



O tri de 2021 em imagens

 








E a linda jogada que selou o TRI!







sábado, 15 de maio de 2021

1971... há 50 anos no Rio, curiosidades cariocas


Fazia sucesso na TV, a novela das 19 horas, MINHA DOCE NAMORADA. De Vicente Sesso  com direção compartilhada de Daniel Filho, Régis Cardoso e Fernando Torres estreou em abril  e teve 242 capítulos. Nomes de peso como Sadi Cabral, Wanda Lacerda e Célia Biar fizeram parte do elenco, que lançava o casal sensação Claúdio Marzo e Regina Duarte.

A música de abertura foi a linda composição de Dori Caymmi e Nelson Mota na não menos linda voz de Eduardo Conde.


Clique e ouça




Outra canção que estourou há 50 anos foi VOCÊ ABUSOU, de Antonio Carlos e Jocafi.


Outro sucesso do ano foi o cabelo pigmaleão. Lançado em novela foi uma revolução em tempos de cabelos muito compridos. As mulheres começaram a cortar as madeixas, deixando a nuca longa.Elis Regina fez sucesso com ele na capa do emblemático LP de 1971, "ela". 




Com direção de produção de Nelson Motta, direção de estúdio de Roberto Menescal e arranjos de Chiquinho de Moraes, as 11 faixas se tornaram clássicos. Destaque para

"Ih! meu Deus do Céu" , de Ivan Lins e  Ronaldo Monteiro 
 "Black is Beautiful" , de Marcos e Paulo Sérgio Valle
 "Cinema Olympia" , de Caetano Veloso 
"Falei e Disse" , de Baden Powell / Paulo César Pinheiro 
e a emblemática 
 "Madalena", de Ivan Lins e  Ronaldo Monteiro 









Em 1971 Roberto Carlos lançou um álbum de transição, no qual ele já consagrado pelo público como o maior ídolo do cancioneiro nacional, conquista definitivamente o reconhecimento da crítica como um dos maiores criadores (em parceria com Erasmo Carlos) da nossa música. Tendo atingido os 30 anos de idade, o "balzaquiano" Roberto Carlos adentrava numa fase de maturidade assumindo de vez a sua veia romântica com a genial "Detalhes", marco zero de sua consagração como o maior cantor romântico do país.






Sucessos internacionais também povoaram os dias de 1971.

. IF, do conjunto Bread

O grupo Bread marcou a década de 70 com suas canções românticas, de apelo pop e com fortes elementos de rock, country, folk e pitadas de soul em sua mistura musical. O líder inconteste do time era o cantor, compositor e músico americano David Gates( na foto, o segundo da esquerda para a direita)






. MERCY MERCY ME
(The Ecology) - Marvin Gaye 


O cinema chegou com dois grandes sucessos: Love story e Ensina-me a viver .

Love Story, que tornou célebre a frase "Amar é nunca ter de pedir perdão", levou multidões ao carioca Cine Veneza. Filas intermináveis que se estenderam pela avenida Pasteur, por muitas semanas.




Os jornais publicavam...






Ensina-me a Viver , foi igualmente emocionante. 



DUAS CURIOSIDADES:

1. 



2. Em 29 de julho de 1971, uma quinta-feira, o Rio ainda era a capital do estado da Guanabara. E a construção da Ponte Rio-Niterói caminhava lentamente.

Onze dias antes, Pelé havia se despedido da Seleção num amistoso contra a Iugoslávia no Maracanã. Ainda naquele mês, dois outros gênios, Jim Morrison e Louis Armstrong, deixavam a vida para adentrar a eternidade.

Também naquele 29 de julho de 71, num Flamengo x Vasco pela Taça Guanabara, no Maracanã, o então técnico rubro-negro, o paraguaio Fleitas Solich, lançou entre os profissionais, com a camisa 7, um menino miúdo e bom de bola chamado ...Zico.

Sabem quem é?

Resultado: Flamengo 2 x 1 Vasco.

Time do Flamengo: Ubirajara; Murilo, Washington (Onça), Fred e Tinteiro; Liminha e Tales (Chiquinho); Zico, Nei, Fio e Rodrigues Neto.

Começava ali uma grande história!


É isso. 
Algumas coisas 
do que se viveu 
há 50 anos.


sábado, 8 de maio de 2021

ANIVERSARIANTE DE 8 MAIO

 BILLY BLANCO


Retratou a paisagem urbana 
e os personagens do dia a dia da cidade.

Com sua batida de violão própria, melodia delicada, e letras que flertavam com a crônica de costumes, Billy Blanco (William Blanco de Abrunhosa Trindade) compôs e marcou presença na MPB por seis décadas. 

Sambas deliciosos, criados sozinhos ou em parceria com pesos pesados como Baden Powell e Tom Jobim e uma escrita era cheia de personagens do imaginário carioca, como o bon vivant que era o típico “falso malandro de Copacabana”,  de Mocinho bonito”, gravação histórica de Doris Monteiro; o chamado à atenção pelo respeito nos “Estatutos da gafieira”, que o caricaturista do samba Jorge Veiga eternizou; ou o  infeliz que “não fala com pobre, não dá mão a preto nem carrega embrulho”, de “A banca do distinto”, um obra prima. Mas também autor de belas canções de amor.

Arquiteto de formação, gravou o seu nome na galeria dos grandes da nossa MPB , e se tornou... um paraense carioca da gema.


. A BANCA DO DISTINTO, gravação original de 1959 com Dolores Duran




. ESTATUTOS DA GAFIEIRA, gravação de 1957 com Jorge Veiga



MOCINHO BONITO, gravação de 1956 com Doris Monteiro




RIO DO MEU AMOR, gravação de 1970 com Wilson Simonal



. ENCONTRO COM A SAUDADE, gravação de Peri Ribeiro










segunda-feira, 3 de maio de 2021

REMEXENDO NO BAÚ... o tubarão que apareceu e sumiu no Rio

 Recordando... a postagem de maio de 2016


Em 1999, foi acionado o corpo do GMar, 
quatro lanchas, dois botes e dezenas de mergulhadores 
comandaram uma caça tensa no meio da Baía de Guanabara, 
na Praia do Flamengo e na Enseada de Botafogo 
a tubarões que atacaram um mergulhador.

A ordem era usar arpões para matar o animal.

Era uma segunda-feira, dia 6 de dezembro, e o mergulhador Frederico Nóbrega, de 39 anos foi mordido na perna. A Praia do Flamengo chegou a ser interditada na terça-feira pela manha, depois que pescadores contaram ter visto "um grande peixe preto" perto da margem. Ele havia acabado de mergulhar quando sentiu uma pancada forte e foi puxado para baixo e sangue se espalhou pela água.

Quando o mergulhador foi retirado da água havia uma mordida de 25 centímetros em sua coxa direita. Os dentes do animal atravessaram a roupa de mergulho. Ele ficou desesperado, achou que fosse perder a perna e os médicos que o atenderam disseram que se não fosse a proteção da roupa de neoprene, o tubarão poderia ter arrancado um pedaço da coxa.
Segundo especialistas, tratava-se um tubarão de cerca de 1,80 metro, presença até então inédita, em águas cariocas.
O tubarão deve ter chegado à baía durante a maré vazante, quando entra água do oceano, de temperatura mais baixa e ficado alguns dias na baía por causa da água fria, em torno de 17º C".




O oceanógrafo David Zee, à época, criticou a operação de guerra montada.




(recorte/ jornal O GLOBO de 7/12/1999)


O tubarão ou tubarões não foram localizados.