domingo, 29 de novembro de 2009

Estrela a reluzir na tarde...


A primavera no Rio 
tem cara de verão.

Mas a natureza nos diz, apesar dos 40ºC, que ainda não chegamos lá, embora com dias quentes, praias cheias, horário de verão e por do sol lá pelas sete, quase oito.

No Jardim Botânico, nesse mês de novembro vemos jambeiro, mulungu, ninfeia, jasmim, e passeamos entre seus vermelhos, laranjas, azuis, esperando as begônias de dezembro. Nas ruas vem chegando o final da floração dos flamboyants, rumo a seu término, em janeiro.

É primavera!

Aliás, essa frase foi dita uma vez, lá no início da década de 60 por Vinícius de Moraes a Carlos Lyra, e acabou título de uma das mais belas canções dos dois.

A história, com certeza , é ótima, já foi contada muitas vezes, mas vale repetir. Certa vez Carlos Lyra levou um gravador com mais de dez músicas, pro Vinícius por letra. Sem receber notícia por algum tempo, resolveu voltar e saber do poetinha o que havia acontecido, se acaso não tinha gostado. Para surpresa de Carlos Lyra, Vinicius descobrira, naquela sequência musical, uma peça de teatro. Assim nasceu Pobre Menina Rica, a história de um mendigo-poeta que se apaixona por uma menina-rica-zona-sul.

Carlos Lyra, em seu site, conta com propriedade e bom humor, como Vinícius - e sua verve no diminutivo - lhe diz a idéia da história da peça. Reproduzo, em parte, aqui.
"- ...um terreninho baldio carioca. Do lado do baldio tem um edifício de apartamentos e lá na cobertura mora a Pobre Menina Rica! E o terreninho, por sua vez, é habitado por uma comunidade de mendigos...”
“De mendigos, Vinícius?” - interrompi.
Logo na minha comédia - pensei - é que ele vai botar mendigos!”

O poeta me tranqüilizou:

- “Não se preocupe, não, parceirinho. São uns mendiguinhos simpaticíssimos, incrementadíssimos e superorganizados, viu? ...liderados por um Mendigo-chefe...um crioulo todo grande, todo gótico, dentadura cintilante e um pé quarenta e quatro. A outra perna é uma perninha de pau, mas que em nada o envalida nem para o amor nem para o samba...

...Então parceirinho, vai chegando naquela comunidade um novo mendigo. É o Mendigo-poeta e ele é o galã da história. Mas já vai encontrando dificuldade com um outro mendigo que habitava previamente a comunidade: o Mendigo-ladrão ( Num-Dô), ou melhor, oadministrador dos bens da comunidade. Os dois entram em conflito, mas o Mendigo-poeta deu fim no ladrão.
Com uma canção, parceirinho ....

...No final de um belo dia, chega na comunidade outro mendigo! Era a explosão demográfica. Trata-se de um mendiguinho tão miserável que chega a inspirar pena nos outros mendigos. Ele é um Pau-de-Arara chegado do Ceará...
...Um dia, o Mendigo-poeta está lá zanzando pelo terreninho baldio, quando, de repente, olha para o alto do edifício e se depara com a Pobre Menina Rica na cobertura. Lá estava ela, na
sacada, linda de morrer. Ah! Aquele mendiguinho se apaixonou perdidamente por ela.”

Vinícius fez uma pausa.
- “Mas aí, sabe, parceirinho, aquela Pobre Menina Rica também se apaixonou pelo Mendigo poeta”.

Não pude me conter:
- “Peraí, Vinícius. Você acha que as pessoas vão
acreditar que uma menina rica se apaixone por um mendigo?”
-" E por que não, parceirinho?
É primavera!”
...

A primeira a cantar Primavera foi Nara Leão, depois a ouvimos nas vozes de Alaíde Costa, Leny Andrade, Silvinha Teles, Claudete Soares, dentre tantas outras belas interpretações, inclusive instrumentais.
Pois é... estou ouvindo exatamente agora... Primavera. Daí esse post.

Nesse dia de primavera , essa canção é realmente estrela a reluzir na tarde...





O meu amor sozinho
É assim como um jardim sem flor
Só queria poder ir dizer a ela
Como é triste se sentir saudade
É que eu gosto tanto dela
Que é capaz dela gostar de mim
Acontece que eu estou mais longe dela
Que da estrela a reluzir na tarde
Estrela, eu lhe diria
Desce à terra, o amor existe
E a poesia só espera ver nascer a primavera
Para não morrer
Não há amor sozinho
O meu amor sozinho
É assim como um jardim sem flor
Só queria poder ir dizer a ela
Como é triste se sentir saudade
É que eu gosto tanto dela
Que é capaz dela gostar de mim
Acontece que eu estou mais longe dela
Que da estrela a reluzir na tarde
Estrela, eu lhe diria
Desce à terra, o amor existe
E a poesia só espera ver nascer a primavera
Para não morrer
Não há amor sozinho
É juntinho que ele fica bom
Eu queria dar-lhe todo o meu carinho
Eu queria ter felicidade
É que o meu amor é tanto
É um encanto que não tem mais fim
E no entanto ela não sabe que isso existe
É tão triste se sentir saudade
Amor, eu lhe direi
Amor que eu tanto procurei
Ah! quem me dera eu pudesse ser
A tua primavera e depois morrer
É juntinho que ele fica bom
Eu queria dar-lhe todo o meu carinho
Eu queria ter felicidade
É que o meu amor é tanto
É um encanto que não tem mais fim
E no entanto ela não sabe que isso existe
É tão triste se sentir saudade
Amor, eu lhe direi
Amor que eu tanto procurei
Ah! quem me dera eu pudesse ser
A tua primavera e depois morrer

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Edifício Mozart

Hoje mais um tradicional edifício do Centro do Rio.
Praça Floriano, 55.


Edifício Mozart, construído na década de 20, mais conhecido pelo bar no seu térreo, o tradicional Amarelinho, ponto de encontro de artistas e intelectuais. Após o abandono durante décadas, também passou pelo moderno retrofit e hoje desponta, muito bonito, na Cinelândia.

Aliás vale levantar, aqui ,o porquê do seu nome. Existem diversas versões. O nome não seria pela cor da fachada. Uns dizem que pela cor amarela das cadeiras, outros pela cor da cerveja; há os que afirmam que seja pelos políticos de esquerda, que eram chamados, à época, de amarelos(mais tarde a cor mudou?) , pois seus jornais que chegavam da França , pelo tempo de viagem - até chegarem ao Rio - chegavam com a cor amarelada.

Está lançada a dúvida.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Três saudades

Essa foto, de 1967, me traz boas recordações:

Foto enviada em pps, pelo amigo do RIO QUE MORA NO MAR, Pedro Calmon Filho


Dos confortáveis ônibus elétricos e seus motoristas elegantes e educados, de gravata azul celeste; do Edifício Brasília - ao fundo da foto, na curva com a Presidente Wilson - que eu frequentava, quando ía ter aulas de piano, lá no terraço e via aquela vista sen-sa-ci-o-nal; e da oval da Esso, dos comerciais criativos, que a transformavam em desenhos variados - me lembro da oval virando Carmem Miranda, que luxo! - e para a qual meu avô trabalhava e dele ganhava brindes lindos da gotinha. Tenho até hoje um baralho de cartas em uma embalagem branca de napa crespa.

Ótimas saudades!

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

O carioca e a praia

Parece cena dos dias atuais. Mas a foto é de ...1934.

Hoje é Posto Nove, Barra. Naquela época, Praia do Flamengo.

Carioca sempre gostou de praia!




domingo, 22 de novembro de 2009

Recordações de Domingo

As imagens abaixo mostram o ontem e o hoje em um endereço: Praia do Flamengo, 66.

Antes, a primeira sede do Clube de Regatas do Flamengo. Depois, o Flamengo Park Tower, que nos dias atuais, seu bloco A, após um projeto ousado de retrofit já tem novo inquilino: o empresário Eike Batista.




sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Um dia pra ter consciência e memória



O Rio de Janeiro, pioneiramente, foi a primeira cidade a ter o DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA entre seus feriados.

Dia pra realmente se respeitar, comemorar e exercitar a memória. Lembrar de tantos que tanto fizeram por essa cidade e igualmente pelo Brasil.


O RIO QUE MORA NO MAR aqui se curva com muito orgulho
e reverencia esses grandes cariocas negros, citando apenas alguns.

Muitos que a falsa história e o tempo tentam embranquecer e outros, infelizmente, pouco falados, esquecidos e até desconhecidos.



Nós os lembramos e os homenageamos!



João Candido Felisberto, o Almirante Negro; Afonso Henrique de Lima Barreto, uma das maiores expressões da literatura brasileira; organista da Capela Imperial, padre José Maurício Nunes Garcia, notável músico e compositor; Mestre Valentim(Valentim da Fonseca e Silva), escultor, entalhador, ourives e arquiteto; artista plástico Arthur Bispo do Rosário;compositor e maestro Antônio Francisco Braga; José Vieira Fazenda, historiador e pesquisador de lendas e histórias populares; o médico psiquiatra Juliano Moreira; João Machado Guedes, João da Baiana, compositor; jurista, parlamentar e político brasileiro, Antônio Pereira Rebouças; compositor, músico, organizador e regente de várias bandas do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro, Anacleto Augusto de Medeiros; cantora Araci Teles de Almeida, Araci de Almeida; jogador de futebol Leônidas da Silva, o inventor do gol de bicicleta ; compositor, ritmista e pintor Heitor dos Prazeres, autor de sucessos como "Gosto que me enrosco"; cantora Vicentina de Paula Oliveira , Dalva de Oliveira; cantor e compositor Monsueto Campos Menezes; cantor Jorge de Oliveira Veiga, Jorge Veiga; o jogador de futebol Thomas Soares da Silva, o Zizinho; maestrina e compositora Chiquinha Gonzaga.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Salve, símbolo augusto da paz!


Nesse dia que se comemora o Dia da Bandeira, 
quero falar sobre o Hino à Bandeira 
dos cariocas Francisco Braga e Olavo Bilac.


Antonio Francisco Braga - que muitos nem identificam quando vêem seu nome na rua ,ali pelos lados do Bairro Peixoto - foi criado no Asilo de Meninos, em Vila Isabel - depois Instituto João Alfredo e atual Colégio Estadual João Alfredo - de onde saiu aos 21 anos, e a partir daí se tornou o brilhante músico, maestro, compositor sinfônico. A clarineta aprendida na banda escolar do asilo, despertou seu talento para a música, e lhe deu a trilha da vida. Através de bolsa, estudou música e composição na Europa , e assim surgiu uma obra exuberante de maiores proporções, utilizando recursos cênicos, vocais e orquestrais. Como Jupira, baseado em novela de Bernardo Guimarães, ópera em um ato, que dirigiu pela primeira vez no Teatro Lírico do Rio de Janeiro em 1900, ano da sua volta ao Brasil; a partir de temas nacionais, a música para O contratador de diamantes, drama de Afonso Arinos, ou em 1909, na inauguração do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, seu poema sinfônico Insônia, apresentado em primeira audição.

A curiosidade fica por conta de seu apelido - Chico dos Hinos - devido a inúmeras composições de marchas e hinos.

Para completar a dupla do Hino à Bandeira, só poderia ser o não menos genial Olavo Bilac.

Jornalista, poeta, cronista, contista, frequentador das rodas boêmias e literárias do Rio, além da vasta obra como poeta parnasiano, deixou também na imprensa do tempo do Império, e dos primeiros anos da República, vasta colaboração humorística e satírica, assinada com os mais variados pseudônimos, entre os quais os de Fantásio, Puck, Flamínio, Belial, Tartarin-Le Songeur, Otávio Vilar, ...

E foi atendendo a um pedido do Prefeito do Rio de Janeiro, Francisco Pereira Passos, que o poeta Olavo Bilac compôs o poema em homenagem à Bandeira.

A idéia surgiu quando da inauguração da Escola Tiradentes, no Rio de Janeiro, em 1905, onde em meio a altas autoridades, após a execução do Hino Tiradentes, Pereira Passos, entusiasmado, determinou à Diretoria da Instituição Pública, que diariamente se fizesse homenagem ao Pavilhão Nacional, seu hasteamento e que fosse entoado um hino. O Diretor Geral, então incumbiu o maestro Francisco Braga e Olavo Bilac de tal missão.

Assim, surgiu, em 1906, o belíssimo Hino à Bandeira Nacional , divulgado no Boletim da Intendência Municipal e executado pela primeira vez no início das aulas do antigo Instituto Profissional - Colégio Estadual João Alfredo - em homenagem a Francisco Braga, ex-aluno e mestre do educandário e o Hino à Bandeira passou, então, a ser cantado diariamente em todas as escolas públicas.

Que pena que isso não ocorra ainda hoje!

A 29 de Dezembro de 1918, em bela homenagem, foi o Hino à Bandeira entoado pelos escoteiros, durante a guarda dos restos mortais do imortal poeta Olavo Bilac, expostos no Salão Nobre da Academia Brasileira de Letras.


Salve lindo pendão da esperança!
Salve símbolo augusto da paz!
Tua nobre presença à lembrança
A grandeza da Pátria nos traz.

Recebe o afeto que se encerra
em nosso peito juvenil,
Querido símbolo da terra,
Da amada terra do Brasil!

Em teu seio formoso retratas
Este céu de puríssimo azul,
A verdura sem par destas matas,
E o esplendor do Cruzeiro do Sul.

Recebe o afeto que se encerra
Em nosso peito juvenil,
Querido símbolo da terra,
Da amada terra do Brasil!

Contemplando o teu vulto sagrado,
Compreendemos o nosso dever,
E o Brasil por seus filhos amado,
poderoso e feliz há de ser!

Recebe o afeto que se encerra
Em nosso peito juvenil,
Querido símbolo da terra,
Da amada terra do Brasil!

Sobre a imensa Nação Brasileira,
Nos momentos de festa ou de dor,
Paira sempre, sagrada bandeira
Pavilhão da justiça e do amor!

Recebe o afeto que se encerra
Em nosso peito juvenil,
Querido símbolo da terra,
Da amada terra do Brasil!


Vale ver e ouvir aqui 
a bela interpretação do Hino à Bandeira 
por um outro carioca, Ivan Lins.







terça-feira, 17 de novembro de 2009

A volta da MESBLA

A Mesbla, a famosa e querida loja de departamentosm que o carioca não esquece, prepara uma volta ao mercado brasileiro, desta vez em um serviço de comércio eletrônico focado exclusivamente na comercialização de produtos para mulheres.

Uma empresa chamada TeleMercantil, formada exclusivamente para montar uma operação de e-commerce focada no universo feminino, fechou contrato com a família Mansur, detentora da marca Mesbla, para explorar o nome em um site com previsão de lançamento para testes no final de novembro

O primeiro estágio da operação da Mesbla online será aberto para cerca de 75 mil consumidoras selecionadas que poderão testá-lo. A Mesbla usará este período como um exercício para a entrega e envio de produtos

“Existe uma grande preocupação, já que a força da marca Mesbla é muito grande. Não queremos errar”.

O grupo será selecionado entre leitoras do portal Bolsa de Mulher.

Após os testes, o acesso da Mesbla para o público em geral deverá se dar em abril de 2010.

A Mesbla online "não terá eletrodomésticos da 'mulher na cozinha', mas aparelhos para o bem estar feminino, como depiladores, celulares, tocadores de MP3 e chapinha" e contará com conteúdos complementares às informações dos produtos, com dicas sobre moda, decoração, cosméticos, perfumaria, maquiagem e cabelo.

A idéia é transformar a Mesbla em um portal da ‘mulher-ponto-com’.

VAMOS AGUARDAR!

Um mirante no Corcovado

Antes da estátua, assim era o alto do Corcovado: um belvedere.

Chamavam este pavilhão de Chapéu do Sol. Lá esteve desde 1922 até 1931, quando inauguraram a estátua. Em 1922 de lá foi feita a primeira transmissão de radio difusão do Rio, para ouvintes na Exposição do Centenário.


Fotos e informações enviadas ao RIO QUE MORA NO MAR pelos amigos do blog Clarice Bagrichevsky ,R Reich e Pedro Calmon Filho.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Rio...Vamos voltar à pilantragem

Essa frase marca um movimento na nossa MPB.
Citei no post passado a cantora Regininha .

Pois é, ela foi a voz inovadora de 69. Há 40 anos com seu timbre grave e rouco, despontou e ficou conhecida nos tempos do conjunto "Turma da Pilantragem", comandada por Nonato Buzar.


Primeiro Lp da Turma da Pilantragem, 1968





A " pilantragem" foi um movimento musical que transformava sucessos em um ritmo marcado e característico - Uni-du-ni-tê , Escravos de Jó, Não tenho lágrimas, Gosto que me enrosco... quem lembra?- idealizado pelo irreverente Carlos Imperial e com a pitada genial de Wilson Simonal, à época apresentador do programa Show Em Si… monal, na TV Record de São Paulo. O gênero se tornou um sucesso tal, que nele embarcaram, também, Cesar Camargo Mariano, Nonato Buzar, Antonio Adolfo, Tibério Gaspar, com inéditas e ótimas músicas no mesmo embalo, como Vesti Azul, Ana Cristina, Samarina, e outras.

A palavra pilantragem, sem a agressividade de sua original conotação, rotulou o movimento a partir das conversas da turma, já que ela surgia na brincadeira entre Cesar Camargo Mariano, Simonal e Imperial. Daí, foi oficialmente apresentada na gravação da música Nem vem que não tem, quando na abertura Simonal fala :
"vamos voltar à pilantragem".







A voz de Regininha foi um must da época e Primavera, de Carlos Lyra e Vinicius de Moraes se tornou um clássico, novamente, em outra roupagem. Há poucos anos, na gravação para o CD de Claudete Soares, comemorativo de carreira, no Mistura Fina, com ela fez dueto cantando e repetindo sua clássica frase.



Regininha, no seu Lp solo

Aliás a linda canção Primavera é personagem de várias histórias.
Mas isso fica pra um outro post, breve.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

No tempo que apagão provocava reprise na TV



O apagão de ontem, traz à lembrança uma curiosa noite, em 1969, em que a falta de luz na cidade, à noite, provocou reprise na TV, no dia seguinte.

Pois é... a novela na TV engatinhava e a sensação era Véu de Noiva, a história moderna de Janete Clair, a primeira novela ambientada no Rio de Janeiro - mostrando lugares da moda, bares e boates da cidade - marcando época pós Gloria Magadan e seus castelos, reinos e masmorras.

Exibida pela Rede Globo entre novembro de 1969 e julho de 1970 - 221 capítulos - na noite em que o episódio-chave do personagem Felício Madeira (Gilberto Martinho) é atropelado, falta luz em inúmeros bairros do Rio. Resultado: no dia seguinte o mesmo capítulo foi reapresentado.

A novela Véu de Noiva além da estréia de Regina Duarte na Globo, papel que seria feito por Thereza Amayo teve pela primeira vez uma trilha especial de músicas da atualidade e que se tornaram grandes sucessos.






Nela tínhamos como o tema de abertura Azimuth, de Marcos Vale, como tema de amor Teletema, de Antônio Adolfo e Tibério Gaspar, na voz de Regininha e Gente Humilde de Garoto, Chico Buarque e Vinicius de Moraes,por exemplo, e que aliás foi fundo musical de uma cenas mais bonitas de todos os tempos na história das telenovelas brasileiras. Protagonizada por Gilberto Martinho, seu personagem Felício, pai de Regina Duarte, Andréia, dela se despede e fica sozinho na varanda da casa junto com suas recordações. O cenário tem meia-luz, a câmera vai se afastando e percorrendo a cena, ao longo da música até o seu final.

Uma cena lindíssima, inesquecível!

No elenco de Véu de Noiva estiveram Cláudio Marzo, Regina Duarte, Claudio Cavalcanti, Glauce Rocha, Djenane Machado, Zilka Salaberry, Neusa Amaral, Gilberto Martinho, Betty Faria , Myriam Pérsia , Geraldo del Rey, José Augusto Branco, Glauce Rocha , Paulo José, Ana Ariel, Darlene Gloria. Na direção, Daniel Filho.


A primeira novela com a cara carioca, cujo slogan dizia: 

"Em Véu de Noiva tudo acontece 
como na vida real. 
A novela verdade".


Há 40 anos!




domingo, 8 de novembro de 2009

Recado a Oprah Winfrey

Quarta-feira no programa da Oprah Winfrey (canal GNT, 20 horas), a apresentadora-sucesso da América, resolveu entrevistar, via satélite, mulheres ao redor do mundo e uma carioca lá estava, como representante da cidade-sede das Olimpíadas 2016.

A surpresa foi a atitude da Oprah. Após toda a delicadeza e amabilidade com as representantes da Dinamarca, a apresentadora gratuitamente foi de uma arrogância e agressividade ímpar com a carioca.

Na tentativa de desqualificar a cidade, movida pelo despeito da derrota de Chicago - cidade em que mora e defendeu no COI - não lhe deu chance de realmente dizer o que era a Cidade Maravilhosa e seu povo. Só falou e fez questão de ressaltar os pontos negativos da cidade.

Vão dizer " ah! mas não podia?" . Claro que podia. Aqui não se esconde as mazelas debaixo do tapete. Sabemos da violência, das dificuldades. Mas não somos só isso. É só ver, sentir a cidade que não se deixa abater, nem se deita em berço esplêndido.

A carioca entrevistada, com boa fluência do inglês, procurou não se deixar contaminar , mas infelizmente deixou passar e não disse algumas boas verdades pra apresentadora americana, quando de irônicas perguntas sobre plástica ou como pagar imóveis à vista, por exemplo, com tanta coisa pra falar da cidade. Que tal a música? Que tal sua gente? Afinal ela quis saber como eram os dinamarqueses .

Terminando veio o , afinal, o que tínhamos de bom. Foi um final de entrevista lamentável.

Sabe, Oprah, com certeza muitas coisas boas, que nesse recado vai faltar espaço.

Mas umas poucas queria te dizer, mesmo que não vá ler. Fica no astral.

A cidade do Rio de Janeiro é linda na sua geografia, na sua gente miscigenada, linda na sua música própria, linda no seu ritmo. A natureza nos deu um belo presente, incomparável, mas nessa terra também brotou uma outra natureza, que é a generosidade. O carioca sabe repartir, compartilhar. A nossa cidade é de todos que aqui chegam e se aconchegam. Amou o Rio, o carioca ama. Esse calor humano constrói , reconstrói, daí o carioca é (cons)ciente das suas questões. É combatente nos seus propósitos, é forte e verdadeiro nas batalhas pois se arma de um calibre verdadeiro: seu amor à sua cidade.

Ah!... e esse amor é poderoso! Transformador! Por isso, o Rio de Janeiro continua - e continuará lindo!

Mas Oprah, você não quis ouvir, não quis conhecer.

Que pena...


Se algum dia quiser esquentar seu coração e conhecer o Rio, a cidade irá te receber de braços abertos, como nosso Cristo Redentor. Mas não se decepcione se por aqui você não encontrar só louras, magras e altas - expressão por você usada - e que tanto te deslumbraram na Dinamarca. Como bem disse, em versos, Bororó, grande compositor carioca, nosso povo é da cor do pecado. Graças a Deus !


sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Estação da Leopoldina

Hoje transformada em espaço cultural, a antiga Estação Barão de Mauá da Estrada de Ferro Leopoldina, na Avenida Francisco Bicalho, foi inaugurada num dia 6 de novembro, em 1926, com esse nome, uma justa homenagem a quem foi o pioneiro do transporte ferroviário nacional. Irineu Evangelista de Souza, Barão e depois Visconde de Mauá(1813-1889), criou a primeira linha férrea da América Latina em 1854, ligando Fragoso, em Magé, à Raiz da Serra, linha que funcionou até 1964.

Planejada para ser a estação central, teve o projeto de uma construção de grande porte, com 130m de fachada principal e quatro pavimentos. A arquitetura de Roberi Prentice, arquiteto inglês, é um raro exemplar da arquitetura oficial do período Edwardiano no Brasil, representante de uma longa linhagem de construções palacianas inglesas.

"Internamente, há um grande espaço na Gare, que tem no seu teto em estrutura metálica (as estruturas para as estradas de ferro brasileiras vinham prontas da Inglaterra e eram montadas aqui no Brasil), uma característica arquitetônica clássica de estações ferroviárias do século XIX e início do XX. O grande salão, assim coberto, é cercado por colunas toscanas e arcos plenos; e o acesso ao salão principal do prédio, dá-se através de arco sobre uma marquise".
A Estrada de Ferro Leopoldina foi a continuadora da Rio de Janeiro Northern, que iniciou seus serviços em 1870. Erroneamente se pensa que o nome foi uma homenagem à Imperatriz Maria Carolina Leopoldina, primeira esposa de D. Pedro I e mãe de D. Pedro II, ou sua neta, homônima, filha de D. Pedro II e Da. Tereza Cristina Maria. Porém, na realidade, o seu nome se deve à cidade mineira de Leopoldina, ponto terminal da estrada em 1870.


Quando foi à falência, em 1883, os ingleses dela tomaram conta, até o início da Primeira Guerra Mundial. A sua estação principal de cargas e passageiros era na Prainha - atual Praça Mauá, local dos "ferry boats" - que levava os vagões para Niterói, ponto de partida para o Estado de Minas e Rio de Janeiro. Quanto aos trens para Petrópolis, até 1926 partiam da Estação São Francisco Xavier, no Engenho Velho.

No hall principal foi colocado o busto de Irineu Evangelista de Souza, que foi trazido da antiga Estação de Petrópolis.
Década de 20 - final das obras

Interior da estação

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

A TV do meu tempo

Do dois eu não saio,
nem eu nem ninguém.
Ninguém sai do dois,
nem eu nem meu bem.
Porque agora vai começar...
um novo programa,
que vai abafar!

Antigo prédio da extinta TV Excelsior, na Rua Visconde de Pirajá, em Ipanema

terça-feira, 3 de novembro de 2009

LUCIO ALVES





Garimpando, achei no baú a interpretação de Lúcio Alves
para a canção RIO, inspiradora desse blog.
Clique e ouça. Vale a pena!