terça-feira, 31 de março de 2020

Passeando por ruas de outros tempos...

As ruas SILVA, em Ipanema.
Sabe quais são?

Remexendo no baú, vale conferir.
Clique AQUI, veja e leia mais sobre elas.


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domingo, 29 de março de 2020

Em tempos de coronavírus...

... apreciamos a cidade com outro olhar. 
Ela está mais bela: vazia e principalmente limpa.

sexta-feira, 27 de março de 2020

Recortes de outros tempos cariocas



Há 50 anos...




recortes O GLOBO, 28 de março de 1970


terça-feira, 24 de março de 2020

REMEXENDO NO BAÚ...

Os primeiros ...sempre em terras cariocas


Revisitando posts já publicados, juntamos os com o viés "primeiro", onde vemos a vocação da cidade para  se abrir ao novo, deixar acontecer o diferente, o inédito.


É o jeito carioca de ser.


O primeiro automóvel ....................... 

O primeiro cinema carioca  .........................  

Primeiro CD foi carioquíssimo .....................  


A primeira casa na praia de Ipanema...................  


Outros primeiros no Rio .....................................  



segunda-feira, 16 de março de 2020

Em Copacabana...

...o quartel  do 
Corpo de Bombeiros( hoje 17º GBM) 
comemora 100 anos nesse mês de março! 

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Um centenário de serviços prestados à população!

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terça-feira, 10 de março de 2020

Em 50 anos o tempo mudou.



A estiagem de 1970 
contrasta com os tempos  
mais chuvosos dos dias atuais.


O recorte do início de março de 1970, mostra bem.





recorte de  10/3/1970, jornal O GLOBO


segunda-feira, 9 de março de 2020

Ontem como hoje...Curiosidade Carioca


Ibrahim Sued nos conta.
Há 50 anos...





Ibrahim Sued, em 10/3/1970



segunda-feira, 2 de março de 2020

Já chegou o outono


Nesse fevereiro atípico 
que já nos trouxe o outono, 
remexendo no baú do blog, 
vale resgatar essa crônica 
do mestre das crônicas, 
Rubem Braga



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CHEGOU O OUTONO 
Não consigo me lembrar exatamente o dia em que o outono começou no Rio de Janeiro neste 1935. Antes de começar na folhinha ele começou na Rua Marquês de Abrantes. Talvez no dia 12 de março. Sei que estava com Miguel em um reboque do bonde Praia Vermelha. Nunca precisei usar sistematicamente o bonde Praia Vermelha, mas sempre fui simpatizante. É o bonde dos soldados do Exército e dos estudantes de Medicina. 
Raras mulatas no reboque; liberdade de colocar os pés e mesmo esticar as pernas sobre o banco da frente. Os condutores são amenos. Fatigaram-se naturalmente de advertir os soldados e estudantes; quando acontece alguma coisa eles suspiram e tocam o bonde. Também os loucos mansos viajam ali, rumo do hospício. Nunca viajou naquele bonde um empregado da City Improvements Company: Praia Vermelha não tem esgotos. Oh, a City! Assim mesmo se vive na Praia Vermelha. Essenciais são os esgotos da alma. Nossa pobre alma inesgotável! Mesmo depois do corpo dar com o rabo na cerca e parar no buraco do chão para ficar podre, ela, segundo consta, fica esvoaçando pra cá, pra lá. Umas vão ouvir Francesca da Rimini declamar versos de Dante, outras preferem a harpa de Santa Cecília. A maioria vai para o Purgatório. Outras perambulam pelas sessões espíritas, outras à meia-noite puxam o vosso pé, outras no firmamento viram estrelinhas. Os soldados do Exército não podem olhar as estrelas: lembram-se dos generais. Lá no céu tem três estrelas, todas três em carreirinha. Uma é minha, outra é sua. O cantor tem pena da que vai ficar sozinha. Que faremos, oh meu grande e velho amor, da estrela disponível? Que ela fique sendo propriedade das almas errantes. Nossas pobres almas erradas! 
Eu ia no reboque, e o reboque tem vantagens e desvantagens. Vantagem é poder saltar ou subir de qualquer lado, e também a melhor ventilação. Desvantagem é o encosto reduzido. Além disso os vossos joelhos podem tocar o corpo da pessoa que vai no banco da frente; e isso tanto pode ser doce vantagem Como triste desvantagem. Eu havia tomado o bonde na Praça José de Alencar; e quando entramos na Rua Marquês de Abrantes, rumo de Botafogo, o outono invadiu o reboque. Invadiu e bateu no lado esquerdo de minha cara sob a forma de uma folha seca. Atrás dessa folha veio um vento, e era o vento do outono. Muitos passageiros do bonde suavam. 
No Rio de Janeiro faz tanto calor que depois que acaba o calor a população continua a suar gratuitamente e por força do hábito durante quatro ou cinco semanas ainda. 
Percebi com uma rapidez espantosa que o outono havia chegado. Mas eu não tinha relógio, nem Miguel. Tentei espiar as horas no interior de um botequim, nada conseguindo. Olhei para o lado. Ao lado estava um homem decentemente vestido, com cara de possuidor de relógio. 
- O senhor pode ter a gentileza de me dar as horas? 
Ele espantou-se um pouco e, embora sem nenhum ar gentil, me deu as horas: 13:48. Agradeci e murmurei: "chegou o outono". Ele deve ter ouvido essa frase tão lapidar, mas aparentemente não ficou comovido. Era um homem simples e tudo o que esperava era que o bonde chegasse a um determinado poste. 
Chegara o outono. Vinha talvez do mar e, passando pelo nosso reboque, dirigia-se apressadamente ao centro da cidade, ainda ocupado pelo verão. Ele não vinha soluçando les sanglois longs des violons de Verlaine, vinha com tosse, na quaresma da cidade gripada. 
As folhas secas davam pulinhos ao longo da sarjeta; e o vento era quase frio, quase morno, na Rua Marquês de Abrantes. E as folhas eram amarelas, e meu coração soluçava, e o bonde roncava. 
Passamos diante de um edifício de apartamentos cuja construção está paralisada no mínimo desde 1930. Era iminente a entrada em Botafogo; penso que o resto da viagem não interessa ao grosso público. O próprio começo da viagem creio que também não interessou. Que bem me importa. O necessário é que todos saibam que chegou o outono. Chegou às 13:48 horas, na Rua Marquês de Abrantes, e continua em vigor. Em vista do que, ponhamo-nos melancólicos.