sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Conhecendo a História ... significados

...pra não repetir o erro.

Corrupção e peculato

Houve um tempo em que o o bem público era propriedade do rei de Portugal.
O que chamamos de peculato – apropriação de dinheiro público em proveito próprio – não chegava a ser uma irregularidade.  O que se proibia não era a prática em si, mas o excesso.

Punição prevista em lei foi o que não faltou na história do Brasil e, em especial, na história republicana, época - comprovada em documentos - que nunca se roubou tanto na história deste País.
Vale ressaltar
  • que os republicanos reconheciam em Pedro II uma virtude: a da correção pessoal.
  • foi o udenismo de oposição a Vargas, nos anos 1950, quem deu à corrupção a marca individual :a falta de moralidade das pessoas a maior fonte de problemas de corrupção.

Corruptos, a partir daí, passaram a ser ... os indivíduos.

Dizem,  o brasileiro é um povo alegre e moleque. Não, não somos nem alegres e nem moleques. Um povo que ri de sua miséria é um povo triste.

João Ubaldo Ribeiro escreveu um artigo antológico onde chama a atenção para o fato de que somos nós mesmos que criamos esse estado de coisas.

Nós elegemos o safado, o ladrão, o traficante, o analfabeto para compor a casa que dá origem ao arcabouço da legislação brasileira.

Imagem relacionada


"Tenho vergonha de mim
pois faço parte de um povo que não reconheço,
enveredando por caminhos
que não quero percorrer...

Tenho vergonha da minha impotência,
da minha falta de garra,
das minhas desilusões
e do meu cansaço."
RUI BARBOSA

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Hoje , 2014, no Rio e no Brasil...

...como há 100 anos, em 1914.
Em discurso no Senado Federal,  Rui Barbosa disse


"De tanto ver triunfar as nulidades,
de tanto ver prosperar a desonra,
de tanto ver crescer a injustiça,
de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus,
o homem chega a desanimar da virtude,
a rir-se da honra,
a ter vergonha de ser honesto."


Nada mudou.
TÁ DIFÍCIL DE ENGOLIR!


quarta-feira, 22 de outubro de 2014

DILMA e o roubo ao cofre, no Rio


Dilma Roussef participou
de um dos assaltos
mais comentados da história do Rio: 

ao cofre do ex-governador Ademar de Barros
,
uma ação armada comandada em 1969 por ela
e pelo que viria a ser seu futuro marido, Carlos Araújo,
qu
e depois foi deputado pelo PDT.

Aconteceu numa imponente mansão do bairro Santa Tereza e ocorreu na tarde de 18 de julho de 1969.

A Vanguarda Armada Revolucionária -VAR-Palmares, ainda em fase de implantação -  aliada estratégica da VPR, grupo liderado pelo ex-capitão Carlos Lamarca - necessitava de dinheiro. Havia informações sobre o caixa dois de Adhemar de Barros obtidas por Juarez Guimarães de Brito, o Juvenal, um dos  seus membros e a  fonte era quente: Gustavo Schiller, garoto que estudava no Colégio Andrew, no bairro Botafogo, e comentou com colegas que o cofre com a “caixinha do Adhemar” estava guardado na casa onde morava com seu tio.

 Seu tio era Aarão Burlamaqui Benchimol, irmão de Ana Guimol Benchimol Capriglione, 

UM PARÊNTESES: à época , Ana era conhecida amante do governador Adhemar de Barros, casado com d. Leonor. Com Ana , Adhemar viajava, comparecia a muitas festas e recepções. Inclusive quando morreu, em Paris, quem lá estava com ele era Ana que tratou  dos trâmites burocráticos para traslado do corpo.

Foi prato cheio.

Planejamento feito, na tarde do dia 18, a bordo de três veículos, um grupo formado por onze homens e duas mulheres, todos da VAR-Palmares, chegou à mansão  onde morava o cardiologista Aarão, na rua Bernardino dos Santos.


Adhemar e Ana

 Quatro guerrilheiros ficaram em frente à casa. Nove entraram, renderam os empregados, cortaram as duas linhas telefônicas e dividiram-se: um grupo ficou vigiando os empregados e outro subiu ao quarto para chegar ao cofre. Pesava 350 quilos. Devia deslizar sobre uma prancha de madeira pela escadaria de mármore, mas acabou rolando escada abaixo. A ação durou 28 minutos e foi coordenada por Dilma Rousseff.

Dilma Roussef não gosta de falar sobre o episódio e sua biografia oficial omite totalmente o passado de armas, mortes e assaltos.


Dilma liderava com Carlos a organização
VAR Palmares, já na época aliada estratégica da VPR, grupo liderado pelo ex-capitão Carlos Lamarca.
Dilma e Carlos Araújo  roubaram o cofre com tudo dentro, usando um sistema de roldanas. Depois ele foi aberto com a ajuda de maçaricos. Dentro dele estavam US$ 2,16 milhões.


O dinheiro, segundo relatos,  foi dividido
"em três malas de 400mil dólares cada uma" e ficou cerca de uma semana, "em um apartamento à rua Saldanha Marinho, onde morava Dilma" .

Onde foi parar o dinheiro ? 


O destino desse dinheiro é um mistério. Nenhum dos envolvidos na ação, direta ou indiretamente, comenta, Ou fala que isso que não tem mais importância nenhuma.

Curiosa é a semelhança com os dias atuais.
A roubalheira corre solta e Dilma não sabe, não vê.
 

Parafraseando dois clássicos da midia...

" O tempo passa, o tempo voa e ... as pessoas continuam numa boa...”


" O brasileiro é tão bonzinho..."

domingo, 19 de outubro de 2014

Jóias de cada bairro carioca





Leblon: Com valor do metro quadrado médio de R$ 39.068, a Delfim Moreira é a rua mais cara do bairro (e dos país), seguida pela General Venâncio Flores (com R$ 26.281) e a Rita Ludolf (R$ 26.517).

Ipanema: O destaque é da Vieira Souto (R$ 37.471). Em seguida, vem a Aníbal de Mendonça (R$ 26.105) e a Nascimento Silva (R$ 20.074).

Gávea. Rua Professor Manuel Ferreira (R$ 21.276), Marquês de São Vicente (R$ 17.856) e Artur Araripe (R$ 16.915).

São Conrado. As ruas mais caras são Prefeito Mendes de Morais (R$ 19.791), Avenida Álvaro Alberto (R$ 15.546) e Estrada do Joá (R$ 15.110).

Copacabana. São elas: Avenida Atlântica (R$ 18.554), Joaquim Nabuco (R$ 16.057) e Rainha Elizabeth (R$ 14.446).

Barra da Tijuca. Avenida do Pepê (R$ 17.525), seguida por Lúcio Costa (R$ 15.972) e Gilberto Amado (R$ 11.820).

Botafogo. Destaque para as ruas Eduardo Guinle (com metro quadro médio a R$ 16.247), Sorocaba (R$ 13.896) e Dona Mariana (R$ 13.562).

Flamengo. É a Avenida Rui Barbosa (R$ 12.151), seguida pela Avenida Oswaldo Cruz (R$ 12.087) e Praia do Flamengo (R$ 11.972).

Tijuca. As ruas mais caras são: Homem de Melo (R$ 9.079), Itacuruçá (R$ 8.345) e Andrade Neves (R$ 8.688).

Méier. O destaque é a Rua Silva Rabelo (R$ 6.470). 


Tijuca. Em meio ao burburinho ao redor, o ar bucólico da Rua Homem de Melo dá a ela o metro quadrado mais caro do bairro
Foto: Fabio Rossi / Agência O Globo
A bucólica Rua Homem de Melo, na Tijuca



terça-feira, 14 de outubro de 2014

Saudades do Cine RIAN, em Copacabana

manchete do jornal O GLOBO de 26 de dezembro de 1983


Os anos 80 decretaram a venda do terreno e o cinema acabou.
E em seu lugar, hoje, o Hotel Pestana.

Mas o Cine Rian foi palco de grandes lançamentos, sucessos e festivais. Além de sua localização de grande charme: em plena Avenida Atlântica.

Nair de Teffé , a caricaturista Rian, foi a patrona do cinema. Em 1935 ela foi a primeira a comprar o terreno, onde existiam três casas e ali mandou construir um prédio residencial de cinco andares e dez apartamentos. Em 1947 foi comprado pelo Grupo Severiano Ribeiro que instalou seu cinema. Até os anos 70 ele foi bastante rentável, inclusive pelas suas famosas sessões à meia-noite. Mas em 1975 um incêndio quase o destruiu e ficou fechado por dois anos e após a reabertura resistiu poucos seis anos.

No final do ano de 1983 perdia o Rio o cinema de 922 poltronas vermelhas, o estilo austero de cortinas pesadas, chão de pastilhas formando desenhos geométricos, luzes de bronze e espelhos de cristal. Excalibur, filme de  John Boorman, com Nigel Terry, Helen Mirren, Nicholas Clay foi o último filme exibido.


Em 1956 no lançamento do feérico Ao Balanço das Horas - Rock Around the Clock, com Bill Haley



Final dos anos 1970
na exibição do clássico O Outro Lado da Meia -Noite






Como frequentadora do RIAN... SAUDADES!!!

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Taiguara, HOJE e sempre

 
A história de Taiguara Chalar da Silva começa a 9 de outubro de 1945, em Montevidéu, onde nasceu, e sua carreira musical no João Sebastião Bar, um dos pontos de encontro dos artistas na década de 60, situado pertinho do Mackenzie, onde estudava Direito. Por lá se encontrava com Chico Buarque, Claudete Soares, Geraldo Vandré, Airto Moreira e muitos outros que pontificavam na meca paulista da Bossa Nova.

Tendo como padrinhos artísticos Chico e Claudete foi convidado pela Philips para gravar. Seu primeiro LP,  foi produzido por Luiz Chaves, do Zimbo Trio. Nessa época, Taiguara participou de um show produzido pela dupla Mieli e Bôscoli, chamado Primeiro Tempo 5xO, com Claudete Soares e Jongo Trio.



O show fez muito ,muito sucesso e ficou três anos em cartaz no Rio de Janeiro.  Ali nasceu sua composição "Hoje", seu maior sucesso.




A fase gloriosa foi a dos festivais.

Taiguara conquistou o l ° lugar no festival Brasil Canta no Rio, com Modinha, de Sérgio Bittencourt (filho de Jacob do Bandolim), recebendo o prêmio de melhor intérprete.

Também foi 1° lugar no 1°. Festival Universitário da Música Brasileira, com Helena, Helena, Helena, de Alberto Land, em 1969.

No 2° Festival Universitário da Música Brasileira ficou em 2° lugar com Nada sei de eterno, de Silvio Silva Júnior e Aldir Blanc, bem como o prêmio de melhor intérprete.

Taiguara foi quatro vezes finalista do Festival Internacional da Canção, como compositor e intérprete, destacando-se com Chora, coração, de Vinícius e Baden Powell e com a lindíssima Universo do teu corpo, de sua autoria.

Essa música guarda uma história curiosa, pouco divulgada.

Taiguara desabafou na revista Fatos e Fotos, de 12 de novembro de 1970:
“Quando resolvi concorrer não podia imaginar que as pressões econômicas fossem tão grandes. Todo mundo achava que eu merecia o primeiro ou o segundo lugar, mas como gravo pela Odeon e não pela Philips (e o júri era composto pelo pessoal da Philips), me deram o oitavo lugar. Isso me deixou desesperado, mas ainda assim procurei me acalmar. Afinal, o público do Maracanãzinho estava do meu lado, me aplaudindo e vaiando o júri, que não teve a coragem de dar a colocação que eu merecia. Mas, o que me deixou doente mesmo foi eu ter sido convidado para a festa de encerramento, segunda-feira à noite no Teatro Municipal e na última hora ter sido cortado. Isso foi um dos maiores trambiques que sofri na vida..."
Taiguara tinha feito uma roupa especial para a festa:

“...Agora eu entendo tudo: não interessa à TV Globo que o público conheça minha música, porque não sou contratado dela e comecei na TV Tupi, num programa de Flávio Cavalcanti"

A década de 70 foi uma sucessão de prêmios, turnês, circuitos universitários e viagens internacionais. No auge de sua carreira começou a sentir os efeitos da censura: mais de 80 músicas vetadas pela Censura Federal!

Por não conseguir cantar, gravar nada, desistiu de cantar no Brasil, saiu do país e quando voltou ficou isolado e esquecido, embora compondo e fazendo shows. Morreu aos 50 anos de câncer.

Foi um guerrilheiro da palavra, como dizem, pois era incapaz de pegar numa arma. Suas armas sempre foram o som emocionado dos instrumentos -  o piano, o violão, o bandoneon... -  e, principalmente, as letras de suas músicas, verdadeiras poesias.
















Taiguara nos deixou em 14 de fevereiro de 1996.



segunda-feira, 6 de outubro de 2014

6 de outubro de 1969

As manchetes estampavam a  final do FIC, Festival Internacional da Canção, no Maracanãzinho, cujo júri escolheu Cantiga po Luciana
e a platéia, Love is All.



Hoje com a distância do tempo, dá pra ver que o júri tinha razão.
Belo poema em forma de canção.

Manhã no peito de um cantor
Cansado de esperar só
Foi tanto tempo que nem sei
Das tardes tão vazias por onde andei
 

Luciana, Luciana
Sorriso de menina dos olhos de mar
Luciana, Luciana
Abrace essa cantiga por onde passar
 

 Nasceu na paz de um beija-flor
Em verso em voz de amor
Já desponta aos olhos da manhã
Pedaços de uma vida
Que abriu-se em flor
 

Luciana, Luciana
Sorriso de menina dos olhos de mar
Luciana, Luciana
Abrace essa cantiga por onde passar
 

sábado, 4 de outubro de 2014

As charges eleitorais no Rio



revista A Careta, n. 974, de 19/2/1927




Charge de STONI na revista Careta, n. 1103, de 10/08/1929