domingo, 30 de outubro de 2011

31 de outubro, Dia D de Drummond

A partir deste ano, o dia  31 de outubro passa a ser o Dia D, de Drummond. Quando se comemora o nascimento de Carlos Drummond de Andrade uma série de eventos reviverão seu universo, como acontece na Irlanda com o Bloomsday, dedicado ao escritor James Joyce.

Não houve aventura poética, seja no que diz respeito ao estético, ao existencial ou ao linguístico, que Drummond não tenha topado.

Drummond aprendeu com autores importantíssimos, gente como Manuel Bandeira e Mario de Andrade, e, depois, serviu de ponto de partida para outros poetas importantíssimos, como João Cabral de Melo Neto e Ferreira Gullar. Virou figura central e é, sem dúvida, "o" poeta brasileiro.




 
O mineiro Drummond, que adotou a terra carioca para aqui viver, vai nela ter um dia D, que apresentará suas principais facetas: o Drummond jornalista, o arquivista, o erótico, o político, o desenhista e até mesmo o protetor dos animais.




Cenas do documentário Narrarte (1990),
dirigido por Goffredo Telles Neto e Paloma Rocha.
Neste trecho, a escritora Lygia Fagundes Telles
lê passagens de “Procura da poesia”, de A rosa do povo (1945).



O escritor Otto Lara Resende em depoimento
sobre Carlos Drummond de Andrade em 11.11.80.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Outubro era tempo de festivais...

 ( Atualizado em out/ 2017)


... e o 1°FIC, Festival Internacional da Canção, começava.                 

Era 1966. E acontecia no mesmo ano dos já consagrados  2°Festival da TV Excelsior - que seria a última edição -  e do 2°Festival de Música Popular Brasileira, da TV Record, que vivia um momento ímpar com tantos talentos reunidos num só evento musical.

No Rio de Janeiro,  o festival chegava também com um diferencial em relação aos paulistas:  a plateia estava ali mais para dançar e cantar do que opinar. Era muito mais um espetáculo musical .E nisso o local ajudou, pois uma resposta negativa do Theatro Municipal e do Teatro Carlos Gomes levaria os organizadores a optar por realizar o festival no Maracanãzinho. 

A edição de estreia, patrocinada pela TV Rio - após rejeitada pela TV Globo - , foi um empreitada corajosa de Carlos Manga, à época diretor da emissora, que acreditou na idéia de Augusto Marzagão - idealizador do festival e trouxe ao Rio, nomes de peso da música internacional como Henry Mancini, Les Baxter, Ray Evans, Nelson Riddle. E os acordes da orquestra atacaram um pot-pourri com diversas músicas sobre o Rio de Janeiro anunciando o início da primeira eliminatória no dia 22 de outubro de 1966.


Maracanazinho e a platéia de 10000 espectadores no I FIC


O 1 °FIC, na parte  nacional foi uma verdadeira disputa de cantoras: Elis Regina, Nana Caymmi, Maysa, Cláudia, Claudete Soares, Maria Bethânia, Tuca, Gal Costa, Quarteto em Cy, entre outras.



Maysa, na final do FIC







Quarteto em Cy e Bilinho intérpretes de Se a Gente Grande Soubesse



Elis e seu Canto Triste




A final do I FIC aconteceu em 24 de outubro de 1966.

Lá estavam  as favoritas  “Dia das Rosas”, com Maysa,  “O Cavaleiro”, com Tuca, “Não Se Morre de Mal de Amor” de Reginaldo Bessa, na voz de Taiguara, “Inaiá” de Luís Carlos Sá, Claudette Soares  com “Chorar e Cantar”  e o garoto Bilinho, filho de Billy Blanco cantando “Se a Gente Grande Soubesse” de autoria do próprio pai com acompanhamento do Quarteto em Cy.  E correndo, por fora,  Elis Regina com “Canto Triste” de Edu Lobo e Vinicius de Moraes e “Saveiros”, de Dori Caymmi e Nelson Motta, por Nana Caymmi.

Já era madrugada do dia 25 de outubro quando,  após minutos de suspense, a voz do locutor Hilton Gomes  finalmente anunciou a lista dos vencedores em ordem decrescente.


QUEM LEMBRA de SAVEIROS?



Meninos...eu vi!






quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Doces Lembranças... 1966

 Concurso Literário Estudantil, promovido pela Embaixada de Portugal, Jornal O Globo,Livraria argentina El Ateneo.




A iniciativa tinha como objetivo divulgar a cultura  fortalecer os laços de amizade entre Brasil e Portugal, através dos jovens estudantes. A duração foi de um ano, terminando em 1967. A cada vencedor, de cada escola, um troféu. 

E eu ganhei o meu.

Fui o 1º lugar do colégio Ginásio São Marcos, do Rio de Janeiro, quando cursava o terceiro ano ginasial. Foi meu "primeiro trabalho literário"

DOCES LEMBRANÇAS!

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Ao mestre, com carinho!

Nesse Dia do Mestre vem à recordação tantos professores com os quais convivemos e nos deram lições pra toda a vida.

Alguns marcaram pela simpatia, outros pela dedicação; há aqueles que pela rigidez se fizeram presentes, ou os pela delicadeza de gestos e atitudes; também os pelas brincadeiras, hummm... os pelas faltas e ausências; os mal humorados, ranhetas, sisudos e até os loucos. Incrível, mas existem. Tive um professor assim. De Química, no científico. Professor Angelo. Que de tão genial ele não conseguia se comunicar com os alunos. Falava pra dentro e sempre voltado para o quadro negro - que à época ainda não era verde -, de costas para os alunos. Escrevia fórmulas imensas que começavam em letras minúsculas acima e acabavam em garranchos na barra do quadro. E com uma rapidez feroz que ninguém conseguia acompanhar e deixava a turma às gargalhadas. E ele a olhar, sério, como se perguntasse de que estão rindo?

Mas a matemática foi a minha paixão. Sempre gostei. Desde os tempos da tabuada. O que para muitos afugentava, para mim era fascinante. E ainda é. Raiz quadrada, equação do segundo grau, logaritmos, pa, pg, mdc, mmc, regra de três, que universo delicioso. Sei que muitos devem estar me achando mazoquista, mas com certeza números, suas combinações,quanta coisa na vida resolvemos através do raciocínio matemático. E quando percebemos isso, a Matemática deixa de ser bruxa.

Ela era a nota dez que fazia questão de carregar na caderneta todo o mês. Mas tive professores que contribuiram pra isso.

Professor Navarro foi um deles, nos tempos do ginásio, no São Marcos. Engenheiro de formação, entrava na sala de aula com a sua varinha de apontar o quadro, que era uma antena de carro. Metódico organizava matematicamente o quadro. Era tudo alinhado, retinho. Nas aulas de geometria fazia uma circunferência invejável, a mão livre, que todos aplaudíamos. E ele se orgulhava. Era uma festa a hora daquele círculo. Acho que, no fundo, tinha hora que torcíamos pra dar errado, pra dizer, tá vendo? não é tão fácil assim... Mas sempre dava certo. Ele era bamba.

Professor Navarro dava testes semanais sempre aos sábados e levava as notas na segunda, quando ía lendo e entregando, em ordem crescente. E gostava de receber a minha por último e o meu dez. Recentemente reencontrei alguns colegas e relembrando esses bons tempos me perguntaram: você ainda gosta de matemática?

No vestibular, lá no Curso Vetor da Tijuca, fui aluna de outro grande mestre de Matemática: professor Maurício Houaiss. O que um irmão era gênio no Português, ele era gênio na Matemática. A matéria era Álgebra II. Mais uma vez o quadro - que agora já era verde - todo organizadinho com aquelas equações imensas que finalizavam, geralmente, em um ou zero. A facilidade de explicar e transformar aquele emaranhado em algo tão simples. Era sensacional o desafio de dividir, multiplicar, elevar à potência, somar e chegar naquele número ínfimo. Maravilhoso. Em tempos de vestibular, poucas horas e muitas matérias, aprendi com o Professor Maurício uma lição que trago ao longo da vida. Ele sempre dizia quando suspirávamos cansados: descanse de uma matéria estudando outra. Genial! Até hoje quando alguma coisa está sobrecarregando, me lembro dele e desvio para outra atividade, outro foco. Grande raciocínio matemático!

Mas falei a palavra foco e me lembrei de outro grande mestre que tive. Em Fotografia, nos tempos de faculdade, tempos de ESDI. Ah! Roberto Maia... que aulas! Excelente fotógrafo nos ensinou não a arte de apertar botões e simplesmente fotografar, mas a arte de olhar. Olhar ao redor, olhar o outro, olhar o fato. E à medida que você exercita o olhar, sua dimensão de vida muda. E como!

Naquele tempo eu nem tinha máquina. E aí meu pai comprou uma Pentax. Grande companheira de aventuras de imagens. Suas aulas eram bate-papos deliciosos que se transformavam em tarefas. Tempos que guardo em preto e branco e reavivam a memória. Tenho paixão por fotografia, graças a ele, e vivo clicando luzes, sombras, ângulos, perfis... inspirada nas lições de olhar de Roberto Maia.

O bom de tudo isso é que até hoje pratico e exercito um pouquinho de cada aula desses que me deram um arsenal de idéias e lições para a vida.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

80 ANOS DO CRISTO REDENTOR_ 2

Um documentário muito intereressante foi feito pela bisneta do engenheiro Heitor da Silva Costa, Bel Noronha, autor do projeto do Cristo Redentor.

Veja em  quatro partes. 


  PRIMEIRA PARTE






PARTE 2




PARTE 3




PARTE 4







sábado, 8 de outubro de 2011

80 ANOS DO CRISTO REDENTOR!




Como na inauguração, há 80 anos, aviões da esquadrilha da fumaça vão sobrevoar o Cristo Redentor no próximo dia 12 de outubro, a partir das 9h30m.

Mas a festa de aniversário do monumento, no Corcovado, vai começar hoje com o "Ação de amor do Cristo Redentor". A "Ação de Amor" é um braço social do Cristo, que desce do Corcovado para levar caridade. E nesse sábado desce em Realengo, em parceria com a comunidade Canção Nova, onde o massacre de Realengo - em que 12 crianças morreram e dez estudantes foram feridas pelo atirador Wellington Menezes, que invadiu a Escola municipal Tasso da Silva - completa seis meses.

Confira a programação!

Dia 8 de outubro

"Ação de Amor do Cristo Redentor."

Local: Paróquia Nossa Senhora de Fátima e São João de Deus, na Estrada Manoel Nogueira de Sá, 1.421, Jardim Novo, Realengo.

9h: missa celebrada por dom Orani João Tempesta, arcebispo do Rio.
10h15m: lançamento do projeto.

Dia 9 de outubro

Evento: "O espírito sopra onde quer em louvor aos 80 anos do Cristo Redentor".
Local: Praça da Apoteose

9h às 18h: shows e evangelização.
16h30: celebração com dom Orani Tempesta.

Dia 11 de outubro
 .vigília de 80 jovens católicos no alto do Corcovado.
22h: início da vigília até as 6h do dia 12 de outubro


Dia 12 de outubro
Local: Corcovado
8h: benção aos visitantes.
9h30: apresentação da Esquadrilha da Fumaça.

10h: missa celebrada por dom Orani Tempesta.
11h30: Angelus Solene.
12h: inauguração dos bustos do cardeal dom Sebastião Leme, que levou adiante a ideia de construir o monumento a Cristo Redentor; e do engenheiro Heitor da Silva Costa, autor do projeto e construtor.
12h30m: apresentação da banda marcial Dragões Iguaçuanos.
13h: bolo comemorativo de 8 metros de comprimento.

18h até 22h: Show da Paz Aterro do Flamengo, junto ao Monumento aos Mortos da Segunda Guerra Mundial.

Pontualmente às 18h um coral de 500 vozes, regido pelo maestro Ueslei Banus, abrirá o evento, cantando as músicas Ave-Maria (Vicente Paiva/Jaime Redondo), Isto Aqui o Que É (Ary Barroso) e Jesus Cristo (Roberto Carlos/Erasmo Carlos).

Em seguida, dom Orani Tempesta abençoará a todos.

  • Vão participar do show : Almir Guineto, Arlindo Cruz, Beth Carvalho, a banda BossaCucaNova,Casuarina, Davi Moraes, Thaís Gulin, Eduardo Dussek, Elba Ramalho, Eliana Brito, Dunga, Fernanda Abreu, Jorge Aragão, Leila Pinheiro, ritmistas da Mangueira, Marcos Valle, Miúcha, Roberto Menescal, Sombrinha, Tiago Abravanel e Zeca Pagodinho.
    O Reitor do santuário do Cristo Redentor, padre Omar Raposo, também cantará e tocará piano. 
     
Vale AQUI ouvir novamente a música comemorativa dos 80 anos.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

5 de outubro, dia de São Benedito!

No Rio, lá está a  Igreja de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito, no Centro, igreja colonial na rua Uruguaiana, 77, onde podemos louvá-lo.





Fotos: Alexandre Macieira - RIOTUR - reprodução





A fé a ele ligada tem sua história na Irmandade de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito dos Homens Pretos,  que abrigava  e acolhia os negros e pardos do Rio de Janeiro.
A antiga Igreja de São Sebastião no Morro do Castelo já abrigava em suas dependências, as confrarias de Nossa Senhora do Rosário e de São Benedito, quando ocorreu a unificação das duas instituições em 1667 que passou a se denominar Irmandade de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito dos Homens Pretos.
A Irmandade construiu uma  igreja entre 1701 e 1737 na chamada rua da Vala , atual Uruguaiana, que naquela época se localizava nos limites da cidade. Lá está a igreja até hoje  e a capela-mór atual é o resultado de uma reconstrução por volta de 1772.


Um terrível incêndio ocorrido em 1967, que destruiu os altares e talha das capelas, paredes e colunas. Também atingiu o Museu do Negro, que funcionava na igreja e continha importantes documentos relacionados à história da Irmandade.

“O incêndio iniciado na noite de 25 de março de 1967 se alastrou pela madrugada do dia seguinte, domingo de Páscoa, e ele não apenas destruiu a igreja mas arruinou registros. De acordo com alguns membros da irmandade, eles seriam as “provas” que legitimavam a importância da igreja, da irmandade do período colonial brasileiro na memória nacional, pois tratava-se de documentação acerca do período da escravatura, referentes ao cotidiano e aos costumes urbanos. Parte desses documentos (dentre eles, registros tributários e livros de matrícula) já havia sido queimados em 14 de dezembro de 1890, por ordem de Rui Barbosa, abolicionista e ministro da república (PAIVA, 2009, P.55).

A Igreja de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito, foi o primeiro local visitado por D. João, em 1808, após sua chegada à cidade, para render graças pelo término bem sucedido da viagem ao Brasil, nesta época a Igreja funcionava como Catedral da cidade.
Como Irmandade de negros e pardos, muitos destacados membros dessa comunidade formaram parte da Irmandade do Rosário e São Benedito na época colonial, como o compositor e regente Padre José Maurício Nunes Garcia, que foi diretor musical da igreja (1798-1808), quando ela ainda era catedral da cidade. Nela , também, foi sepultado Mestre Valentim, o maior artista da cidade no século XVIII.


No Rio de Janeiro, na histórica Igreja de São Benedito, à rua Uruguaiana, acha-se guardada uma relíquia do santo: um fragmento do osso.



SÃO BENEDITO, ROGAI POR NÓS!

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Atualização do post: outubro de 2018
O Museu do Negro foi restabelecido e funciona.

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Fonte: IPHAN





sábado, 1 de outubro de 2011

Você Abusou... lá de 1971

Quando Stevie Wonder cantou Você abusou, tirou partido de mim, abusou..." reviveu um sucesso de 40 anos.

E logo veio à lembrança  a dupla de compositores Antonio Carlos e Jocafi que incendiaram o Maracãnazinho no  Festival da Canção em 1971, com Desacato, que ficou em terceiro lugar, e outras composições que fizeram parte de trilhas de novelas da TV Globo, como Lucia Esparadrapo , da novela O Cafona, tema da personagem, que foi sucesso, da atriz Djenane Machado.

Quem lembra?

Bom ouvir com Elis Regina, em um vídeo, de 1971, de um programa da TV Globo, os principais sucessos de Antonio Carlos e Jocafi .