quinta-feira, 12 de março de 2009

Dia Nacional da Poesia

No próximo dia 14 comemora-se o Dia Nacional da Poesia.
Como vou parar os posts por uns dias de férias, antecipo, aqui , essa data com Drummond, nesse lindo poema feito em homenagem às terras cariocas, no quarto centenário da cidade em 1965.
Canto do Rio em Sol
Carlos Drummond de Andrade

Guanabara, seio, braço
de a-mar:
em teu nome, a sigla rara
dos tempos do verbo mar.

Os que te amamos sentimos
e não sabemos cantar:
o que é sombra do Silvestre
sol da Urca
dengue flamingo
mitos da Tijuca de Alencar.

Guanabara, saia clara
estufando em redondel:
que é carne, que é terra e alísio
em teu crisol?

Nunca vi terra tão gente
nem gente tão florival.
Teu frêmito é teu encanto
(sem decreto) capital.

Agora, que te fitamos
nos olhos,
e que neles pressentimos
o ser telúrico, essencial,
agora sim és Estado
de graça, condado real.

II
Rio, nome sussurrante,
Rio que te vais passando
a mar de estórias e sonhos
e em teu constante janeiro
corres pela nossa vida
como sangue, como seiva
-não são imagens exangues
como perfume na fronha...
como pupila do gato
risca o topázio no escuro.
Rio-tato-
vista-gosto-risco-vertigem
Rio-antúrio
Rio das quatro lagoas
de quatro túneis irmãos
Rio em ã
Maracanã
Sacopenapã
Rio em ol em amba em umba sobretudo em inho
de amorzinho
benzinho
dá-se um jeitinho
do saxofone de Pixinguinha chamando pela Velha Guarda
como quem do alto do Morro Cara de Cão
chama pelos tamoios errantes em suas pirogas
Rio, milhão de coisas
luminosardentissuavimariposas:
como te explicar à luz da Constituição?

III
Irajá Pavuna Ilha do Gato
- emudeceram as aldeias gentílicas?
A Festa das Canoas dispersou-se?
Junto ao Paço já não se ouve o sino de São José
pastoreando os fiéis da várzea?
Soou o toque do Aragão sobre a cidade?

Não não não não não não não

Rio, mágico, dás uma cabriola,
teu desenho no ar é nítido como os primeiros grafismos,
teu acordar, um feixe de zínias na correnteza esperta do tempo
o tempo que humaniza e jovializa as cidades.
Rio novo a cada menino que nasce
a cada casamento
a cada namorado
que te descobre enquanto rio-rindo.
assistes ao pobre fluir dos homens e de suas glórias pré-fabricadas.
Viva a poesia
e...
até abril!

quarta-feira, 11 de março de 2009



O post de ontem, sobre o TELEFONE, que também foi reproduzido no Portal Luis Nacif, da qual sou membro, retornou com muitos e-mails falando sobre o tema. Um dos assuntos, a música.

Assim, dando continuação, algumas músicas com o tema telefone, pra lembrar.

Além de Pelo Telefone, citado, que tal ...
  • Conversa de Botequim, de Noel Rosa e Vadico, primeira gravação foi do próprio Noel e depois diversas gravações, ao longo dos anos;

  • Negro telefone, de Herivelto Martins e David Nasser, gravação de Nelson Gonçalves;

  • Telefone, de Menescal e Bôscoli;

  • O Telefone tocou novamente, de Jorge Benjor;

  • Telefone, de Beto Corrêa e Nelson Kaê, gravação de Tim Maia;

e até, para quem aprecia, clássicos da música sertaneja, como

  • Telefone Mais, de Chico Rey e Paraná, gravação de João Mineiro e Marciano e

  • Telefone Mudo, de Franco e Peão Carreiro, gravação de Roberta Miranda.
Pra curtir e ouvir, clique aqui e saboreie a carioquíssima composição do grande poeta da Vila, na interpretação de Maria Rita.

terça-feira, 10 de março de 2009

Dia do telefone

Hoje, dia 10 de março se comemora o Dia do Telefone.





Esse ilustre conhecido, a cada dia mais se torna figurinha imprescindível no nosso dia-a-dia.
Já foi o tempo em que poucos privilegiados o tinham em casa. Já foi o tempo em que para falarmos com alguém precisávamos de uma terceira pessoa fazendo essa ponte, a telefonista. Já foi o tempo em que tornou-se um bem que se investia.

Mas essa história começou lá atrás, em uma exposição na Filadélfia, em 1876 - onde seu lançamento não fez o menor sucesso e ainda foi ironizado - que um carioca atento, D. Pedro II, vislumbrou a importância do invento e procurou Graham Bell.

Assim, o primeiro telefone chegou pelos lados de cá, no Rio de Janeiro, em 1877, poucos meses depois da exposição de Filadélfia, fabricado nas oficinas da Western and Brazilian Telegraph Company, especialmente para o imperador e instalado no Palácio Imperial de São Cristovão, na Quinta da Boa Vista, hoje o Museu Nacional. Ainda nesse ano começou a funcionar uma linha telefônica ligando a loja O Grande Mágico, na Rua do Ouvidor, ao Quartel do Corpo de Bombeiros.

Dois anos mais tarde, em 15 de novembro de 1879, foi feita a primeira concessão para estabelecimento de uma rede telefônica no Brasil e quem ganhou foi Charles Paul Mackie e nesse mesmo ano a repartição de telégrafos organizou, no Rio de Janeiro, um sistema de linhas telefônicas ligadas à Estação Central de Bombeiros, para aviso de incêndios.

E as novidades não paravam de chegar por aqui. Mais um ano e estava formada a primeira companhia telefônica nacional, a Telephone Company of Brazil, criada em 13 de outubro de 1880, com um capital de 300 mil dólares, que foi instalada em janeiro de 1881, na Rua da Quitanda 89.

Em 1883, a cidade já tinha cinco estações de mil assinantes e sua primeira linha interurbana, que ligava o Rio de Janeiro a Petrópolis ( só depois disso é que a novidade se espalhou para o restante do País) e ainda, em 1953, a Companhia Telefônica Brasileira instalou o primeiro posto público, na Galeria Cruzeiro, hoje Edifício Avenida Central, no Centro da cidade.

Como não poderia deixar de acontecer, o telefone por aqui, guarda algumas curiosidades.

Já que os telefones públicos funcionavam com fichas metálicas introduzidas num orifício, e elas só caíam para dentro do próprio, quando se completava a ligação, resultou em gíria: o popular "caiu a ficha", quando alguém quer dizer que entendeu ou se lembrou de algo. Virou apelido, quando o telefone público, em forma arredondada, foi chamado de "orelhão" e até deu samba, o Pelo Telefone de Donga e Mauro de Almeida , em 1917.

Hoje, depois de tudo isso, cada dia mais é um computador de mão que nos conecta com o outro, com o mundo.

Viva, pois, o telefone!






domingo, 8 de março de 2009

Balangandãs

Uma amiga do RIO QUE MORA NO MAR, Dinéa Silva, que mora na Ilha do Governador, após ler aqui no blog o post sobre a Rua Carmen Miranda, em homenagem ao seu centenário, decidiu escrever ao caderno Globo Ilha.
Coincidência ou não, no dia 1º de março, aniversário da cidade, saiu uma reportagem sobre a rua, que Dinéa me enviou, hoje, por e-mail. Daí, escrevi à reporter e a convidei a ler o post aqui publicado sobre a rua.

Por que estou escrevendo isto? Porque em dado momento do e-mail falei das tantas vezes que passei pelo busto da cantora, naquela rua e "seus balangandãs".

Isto me levou ao belo texto do grande Jota Efegê, publicado no Jornal do Brasil, nos anos 60, que transcrevo abaixo, sobre a estranheza da palavra, em outros tempos. Vale ler ou reler.


"Balangandãs, barangandãs, berenguendéns
Jota Efegê


Os estudiosos do étimo, já que se trata de um vocábulo onomatopaico registram-no em suas variantes: barangandãs, balangandãs, berenguendéns. Sua maior popularização, no entanto, se fez através das duas primeiras formas, que fonética ou graficamente. Diversidade de pronúncia ou de escrita que não inclui nem impede o exato conhecimento da coisa, do objeto.
O termo, estranho, de pouco uso, encontrado talvez algumas vezes nos relatos folclóricos da Bahia, nas narrativas das usanças da Boa Terra, teve — não se pode negar — sua verdadeira divulgação no Rio de Janeiro graças a Dorival Caymmi. Sua composição O que é que a baiana tem?, acertadamente denominada samba típico, descrevia em resposta a frase do título:
Um rosário de ouro,Uma bolota assimQuem não tem balangandãNão vai ao Bonfim.
Houve então, como seria natural, a corrida aos dicionários, aos léxicos, buscando a identificação da palavra inusitada para os cariocas da época. E, graças ao sucesso da canção, em que se aliavam em perfeita consonância versos simples, inteligíveis e música viva, graciosa, afora a interpretação de sua criadora, Carmem Miranda, o termo balangandã ficou em voga durante muito tempo.
Conseqüentemente, no calor da novidade, tudo que era berloque, penduricalho, e mesmo colares, tiveram por extensão, o nome em moda. Até mesmo nos states, quando por lá esteve a chamada "pequena notável", os balangandãs ou barangandãs, lograram popularidade.
Secundando o compositor baiano, que se estreava auspiciosamente na competição melódica carioca, Lamartine Babo, o sempre lembrado Lalá, observador atento do gosto da gente de sua cidade, usou também o termo. Aproveitou a popularização da palavra e fez a marchinha Joujou e Balangandãs na qual em musiquinha fácil travava-se o diálogo brejeiro:
Joujou, joujouQue é, meu balangandã?
Seguia a letra conduzindo a conversação numa simples troca de galanteios ou namorico, já que o fito era o termo em moda na extensão adquirida, fugindo da catalogação dos elucidários léxicos: "barangandã — balangandã — s.m. — coleção de ornamentos de prata (ou ouro) que as crioulas (baianas) trazem pendentes da cintura nos dias de festas, principalmente do Senhor do Bonfim".
A força propagadora do rádio, que de 1937 a 1939 já estava em plena expansão, assim como a inclusão do sambinha típico num filme musical (o Banana da terra), de uma série que o norte-americano Wallace Downey realizou no Brasil, fez crer aos afoitos haver Caymmi descoberto o termo e ter sido ele quem o lançou aqui, entre os cariocas. Não o era. A popularização, o uso correntio inspirado pela canção, de fato, lhe era devido. Quanto ao pioneirismo não lhe cabe a honra. Outros baianos, inovadores de nosso carnaval, transportando para o Rio de Janeiro muito do folclore de sua terra, já haviam trazido como motivo de suas canções o barangandã ou balangandã.
Melhor porém, do que qualquer digressão literária ou explicativa, fará a chamada prova-provada a transcrição de uma notícia publicada no Jornal do Brasil, de 19 de outubro de 1914, relatando um dos domingos da tradicional festa da Penha, então com grande concorrência. Dizia a nota:
"... o arraial, como em nenhum outro domingo, esteve ontem em festa.
Completamente embandeirado, vistosamente ornamentado, o arraial apresentava aquele belo aspecto das grandes festas campestres.
Em todas as direções percorriam-no grupos com a respectiva harmônica, o reco-reco, a viola e a guitarra, tendo por contrapeso dos desafinados cantores, possuindo cada um a tira-colo o respectivo e excelente verdasco.
Grupos pertencentes aos nossos ranchos carnavalescos entoavam lindas marchas e desenvolvendo aquelas manobras complicadas.
Mais ali era uma grande roda, em que trazia ao arraial aquela antiga tradição da festa da Penha.
Como se tornaram agradáveis aos ouvidos de todo os ecos de uma chula como esta:
MestreSeu barangandã, minha nega,É todo feito de ouro
CoroÉ todo feito de ouro!
MestreMexe, quebra, machuca minha nega,Que vales bem um tesouro!
CoroQue vales bem um tesouro.
Ora, imaginem isto acompanhado de pratos, reco-recos, violões, etc..."
Nos idos desse longínquo 1914, quando a fonografia era precária e apareciam as primeiras chapas, fanhosas, sem clareza auditiva, a chula entoada pelos carnavalescos ficou apenas no registro de um ou dos poucos jornais que aqui circulavam. Certamente, nos ranchos, nos redutos da gente baiana, o refrão que exaltava o barangandã "todo feito de ouro" da nega que valia um tesouro, seria bastante conhecido, gozaria de bastante popularidade. Não alcançou, porém, a promoção que, quase trinta anos depois, outra canção apoiada no folclores da terra, trazendo mais uma vez o chocalhante e adornante balangandã ou barangandã.
Mas, se a chula ouvida no arraial da Penha e o samba típico até hoje ainda muito divulgado decantaram o adorno das baianas nas suas roupagens festivas, antes, na sua origem folclórica, ele era encontrado em versos e, possivelmente, com linha melódica e ritmo, pois Mário Sette em seu livro Anquinhas e Bernardas, nos fala de uns que assim rimavam:
"... ou que trazem bicos, rendas, berenguendens e fazendas."
Tem-se pois, que os balangandãs ornamentais aqueles sem os quais as baianas não devem ir aos festejos do Bonfim, alcançou inegavelmente, a sua popularidade entre os cariocas, graças ao samba típico de Caymmi. Não se supunha entrentanto ter sido o conhecido compositor baiano criador do termo.
De origem onomatopaica sugerido pelo chocalhar dos enfeites, Luís Câmara Cascudo nos informa que Beaurepaire Rohan já o registrara no seu Dicionário de vocábulos brasileiros, e Gilberto Freire, em seu Casa grande e senzala, fala que, ao tempo da escravatura, segundo Agostinho Marques Perdigão Malheiro, vestiam-se nossas senhoras à baiana, com tetéias, barangandãs, corações, cavalinhos, cachorrinhos e correntes de ouro. "

(Jota Efegê. "Balangandãs, barangandãs, berenguendéns". Jornal do Brasil. Rio de Janeiro, 15 de agosto de 1963)

sábado, 7 de março de 2009

Um canto para quatro eventos

Nesse mês de março , quatro eventos importantes: Dia da Música Clássica e aniversário de Villa-Lobos ( dia 5), o Dia Internacional da Mulher (dia 8) e dez anos sem Bidu Sayão ( dia 13).

O RIO QUE MORA NO MAR celebra em conjunto essas datas com um vídeo excelente ( clique na foto), onde podemos usufruir da belíssima voz de Bidu Sayão, diva brasileira que encantou o mundo com seu timbre soprano, aqui interpretando o grande Villa Lobos.

BRAVO!!! SEMPRE!!!

quinta-feira, 5 de março de 2009

Eliseu Visconti

O estilo Art Nouveau interessou a poucos artistas brasileiros. Mas Eliseu Visconti , italiano que chegou criança ao Brasil, e quando jovem viveu no bairro carioca do Andaraí, despontou e contribuiu muito nesse estilo. 

Abaixo, um esboço interessante, feito por ele - no seu estilo arte decorativa - quando em 1931 foi convidado a redesenhar o brasão da cidade do Rio de Janeiro.




Reprodução - coleção particular






quarta-feira, 4 de março de 2009

A França é aqui!

Aí vão as palavras de origem francesa ,
ou as próprias,
que assimilamos no nosso dia-a-dia,
inseridas no texto de ontem.
Foi uma brincadeira interessante de fazer.
Peguei esse grupo de 40 palavras
e criei a história a partir delas.
Adivinharam?
Confiram!

  • crachá,
  • avenida,
  • envelope,
  • omelete,
  • menu,
  • restaurante,
  • filé,
  • um chocolate ao leite
  • detalhes,
  • departamento,
  • guichê,
  • chance,
  • equipe,
  • viatura,
  • garagem,
  • metrô,
  • chofer ,
  • boulevard,
  • jornal,
  • reportagem,
  • abajur,
  • madame,
  • chic,
  • gafe,
  • charme,
  • organdi,
  • sutiã,
  • pose,
  • diplomata,
  • novela,
  • reveillon,
  • buquê,
  • carnê,
  • vitrines,
  • tricô,
  • crochê,
  • paietê,
  • bureau,
  • triagem,
  • detalhes,
  • jardim.
Pois é... assim nasceu a idéia para uma nova série, como foi com A CHINA É AQUI , durante as Olimpíadas, ano passado.
Denominada A FRANÇA É AQUI ela será enviada por e-mail a todos os cadastrados.
Quer receber e nunca recebeu o RIO QUE MORA NO MAR, envie um e-mail para rioquemoranomar@oi.com.br.

terça-feira, 3 de março de 2009

Um conto pra começar a contar








Eu tinha de ir. E com pressa.
Acabei saindo de crachá e tudo, pela avenida segurando o envelope. Era preciso comer rápido. Só dava pra um omelete de lanche. Almoço nem pensar, ver menu, enfrentar fila em restaurante - apesar que a idéia de um bom filé atraía - mas não adianta que não dava tempo.
São muitos detalhes para ver agora. No máximo um chocolate ao leite, pra descer algo doce pela garganta.
A essa hora lá no departamento todos esperam, por isso a pressa de chegar ao guichê. Claro que podiam ter escolhido outro. Não precisava ter sido eu. Não tive chance de argumentar!
A equipe depende do que vai acontecer, então, o negócio é pegar a viatura na garagem, assim que puder - metrô não vai dar - e dizer pro chofer para seguir pelo boulevard.

Ufa!Pelo menos alguns minutos para relaxar e mastigar. Vou aproveitar e dar uma olhada no jornal e ver aquela reportagem que faltou ler. Mas a luz por aqui não está boa. Esse abajur está fraco. É melhor deixar para depois...mas o que é aquilo ali na frente? Nossa! Jeito de madame, tão chic e cometendo tanta gafe. Cruzes!!! Pois é, charme não é pra qualquer um ...deixa pra lá! Não tenho mais tempo.
Ah! Meu organdi! Tinha de prender logo agora na cadeira? Chiiii!!!! vai aparecer a alça do sutiã. Droga! Preciso manter a pose. O negócio é ser diplomata e encarar essa novela pra resolver e voltar rápido. Aí vai ser só comemoração. Tantos fogos que vai parecer reveillon, vou até - garanto - ganhar um buquê de flores.
Hummmm....me lembrei. Bem que poderia ter trazido o carnê e passar lá na loja, que é ao lado e pagar. Aproveitava e via umas vitrines. Quem sabe até comprava aquela blusa de tricô que vi naquela vez, ou a de crochê com aquele bordado delicado de paietê.
Esqueci...deixa pra lá!
Que bom estou chegando. Agora é saltar, procurar o bureau, fazer a triagem e resolver se, esquecer os detalhes.
Ah!...o celular. Deixa eu atender. Alô! Já cheguei. É só atravessar o jardim.
Deixa eu ir. Vai dar tudo certo!


**************







Muitos devem estar perguntando o que o texto acima tem a ver com Rio de Janeiro.

Os mais observadores dirão que tem tudo a ver.

Na realidade , resolvi fazê-lo, e até com um certo clima de suspense , pra dar início a uma pequena série em homenagem ao Ano da França no Brasil, que oficialmente começa em abril, mas que aqui , no RIO QUE MORA NO MAR, começo agora, nesse mês de Março, mês do aniversário da cidade, talvez a mais francesa das cidades brasileiras.

E o pequeno conto reflete isso, propositadamente montado com palavras de origem francesa, que incorporamos à nossa lingua e estão presente no nosso dia-a-dia. Algumas mais óbvias, outras menos.

Quais são as palavras? Deixo por conta de vocês!

Amanhã eu conto.



Voilá!

domingo, 1 de março de 2009

1º de Março_ Parabéns RIO DE JANEIRO


Vento do mar no meu rosto
E o sol a brilhar, brilhar...

Ah! essa brisa ligeira, gostosa,
lá no alto da Pedra do Arpoador e
aquele visual do Dois Irmãos,
do pôr-do-sol fantástico
que ganha aplausos da areia,
nos dias de frio ou calor.

Calçada cheia de gente
A passar e a me ver passar...

No corre-corre das manhãs rumo ao trabalho,
Dos paletós, gravatas e trajes elegantes
que se destacam, vibrantes,
na Rio Branco, Tijuca ou Madureira.

Ou na caminhada acelerada dos calçadões da orla,
nos fins de semana,e até na segunda-feira.

Rio de Janeiro, gosto de você
Gosto de quem gosta
Deste céu, desse mar,...

Ah! ...esse transitivo indireto
que a cidade faz transitar
tão diretamente nos corações,
impunemente.

Dessa gente feliz...

De sorrisos, camaradagem, peito aberto,
que compartilha seu espaço e desperta simpatia
na moda, na ousadia,
na enorme criatividade
que espalha e influencia o país.
Deixa em quem parte, saudade
...é o que o povo diz.

Bem que eu quis escrever
Um poema de amor ...

Ah! Maria e Ismael
inspiradores da hora...sua licença!
Dos versos lindos da valsa
pra essas linhas de agora,
saudando a música, os botequins, a batucada,
cantos e recantos
dessa cidade amada.
Salve o Pão de Açúcar, a Lapa, Paquetá;
A Central do Brasil, Jardim Botânico, Irajá;
Leme, Flamengo, Urca, Cosme Velho,
Bonsucesso, Marambaia,
Avenidas, largos e praias.
Casarões, museus, bibliotecas,
muitos lugares em que vivi,
trilhas, verdes, cascatas,
mirantes, esquinas, becos,
outros tantos que esqueci.

Parabéns RIO DE JANEIRO!
444 anos.