domingo, 26 de fevereiro de 2017

Cidade Maravilhosa...nosso hino



Em 1934, o jovem compositor Antônio André de Sá Filho (nascido na Rua da Carioca em 21 de março de 1906) contava 28 anos e várias músicas gravadas, algumas por ele mesmo e as demais pelos grandes cartazes da época, como Francisco Alves, Mário Reis, Sílvio Caldas e as irmãs Miranda (Carmen e Aurora). Nessa época, criou uma marcha em homenagem ao Rio de Janeiro.

No início da década de 1930, o Rio era embelezado com a estátua do Cristo Redentor e a modernização de vários trechos da cidade, criando maiores condições para deixar o turista maravilhado. Foi nesta ocasião que, motivado por uma promoção chamada Festa da Mocidade, em que se elegia a Rainha da Primavera, André Filho compôs “Cidade maravilhosa”, cujo título reproduzia uma expressão consagrada pelo escritor Coelho Neto.

O autor escolheu sua amiga Aurora Miranda, então com 19 anos e já uma estrela do rádio e do disco, para gravá-la. No dia 4 de setembro, ela e o próprio André deram voz à marchinha “Cidade maravilhosa”, lançada pela Odeon em outubro, sem chamar atenção. Após o refrão em tom maior, um tanto simples e de fácil assimilação (“Cidade maravilhosa, cheia de encantos mil / Cidade maravilhosa, coração do meu Brasil”), Aurora entoava, em tom menor, a primeira estrofe da segunda parte (“Berço do samba e das lindas canções que vivem n’alma da gente / És o altar dos nossos corações que cantam alegremente”), enquanto André Filho se encarregava da segunda estrofe, aliás praticamente desconhecida até hoje pelos próprios cariocas (“Jardim florido de amor e saudade, terra que a todos seduz / Que Deus te cubra de felicidade, ninho de sonho e de luz”).

sábado, 25 de fevereiro de 2017

Alceu Pena e o carnaval



Nos traços atualíssimos de ALCEU PENA, na revista O CRUZEIRO... escolha a fantasia!



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Alceu Penna, um dos artistas mais raros e multitalentosos que o Brasil já teve, que se tornou conhecido no período mais efervescente da vida cultural brasileira no século XX, do período pós 2ª guerra mundial ao final dos anos 60.




quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

A manga...Crônicas Cariocas de Todos os Tempos



Uma crônica sobre a fruta do verão: a manga.



" O Rio poderia ser coberto de mangueiras.Já foi...
Tola ideia de limpeza tirou do Rio de Janeiro as árvores frutíferas"

(JANEIRO DE 1985)



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segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

Louis Armstrong no Rio



Foi há 60 anos: 1957

Em novembro desse ano Louis Armstrong desceu em terras cariocas para um turnê, que incluía apresentações no Teatro Municipal, no Country Club, no Maracanãzinho e na Embaixada dos Estados Unidos. Mas o ponto alto da visita do músico americano
 foi um encontro com a nata da MPB e o presidente Juscelino Kubitschek.

Aqui no Rio ficou hospedado no Copacabana Palace .

Na foto: Caymmi, Fernando Lobo, Lamartine Babo, Pixinguinha e Armstrong
com o presidente Juscelino.



Homenageado com um banquete no Palácio Laranjeiras no dia 26, o jazzman foi recebido pelo presidente Juscelino e o prefeito do Distrito Federal, Negrão de Lima, e conheceu Pixinguinha, Dorival Caymmi, Sivuca, Fernando Lobo, Lamartine Babo e Elizeth Cardoso, que lhe entregou um Disco de Ouro em nome do GLOBO, e Grande Otelo, entre outros artistas.



Armstrong deu ainda uma canja, acompanhado pela sanfona de Sivuca, para alegria dos convidados. 


No dia 28, Louis Armstrong fez sua última apresentação, um show popular no Maracanãzinho.
Juscelino, Armstrong e Ataulfo Alves




















Armstrong , Caymmi e
Francisco Carlos(El Broto)
Armstrong e Elizete Cardoso


Armstrong , Monsueto e Grande Otelo






O histórico encontro com Pixinguinha inspirou o enredo da escola de samba Unidos da Tijuca e será levado à Marquês de Sapucaí nesse carnaval de 2017.








( Fonte, fotos: Revista O CRUZEIRO, O GLOBO)

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

Esse calorão no Rio...


... não é sinal dos tempos. Acontece desde sempre.

Há 100 anos, em 10 de fevereiro de 1917, a Revista Careta publicou uma reportagem sobre a semana de insolações no Rio de Janeiro. 



Na abertura da reportagem, é dito que 

"O assumpto palpitante e em fóco na semana passada foi o calor asphyxiante que pesou sobre esta cidade, causticada por um sol senegalesco.".

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( Fonte: Fundação Biblioteca Nacional / memoria.bn.br)


quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

Orlandivo e Tibério Gaspar

Nesse mês de fevereiro a MPB ficou mais pobre.


Orlandivo e Tibério Gaspar partiram
 e deixaram belas canções que marcaram época.



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Orlandivo... e seu sambalanço diferente dos anos 60. Do conjunto de Ed Lincoln, sua bossa, suas chaves, das novas parceiras com João Donato.
Num post aqui no blog de 2009, recordamos a sua contagiante música.

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Tibério Gaspar... dos tempos dos festivais e das harmonias românticas dos anos 70. Dos romances ao som de Teletema , Juliana,  da alegria embalada por Samarina, da explosão de uma BR-3 -  parcerias com Antônio Adolfo -  das trilhas de novelas e filmes.







Ouvir pra recordar é o melhor caminho pra celebrarmos cada um deles.




A atualidade da música de Orlandivo se sente na gravação do BOSSA CUCA NOVA



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terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

Valentine´s Day com sabor carioca

PRA CURTIR A DATA AO SOM DO ROMANTISMO DA MÚSICA CARIOCA

Eu sei que vou te amar







sábado, 11 de fevereiro de 2017

Carnaval Carioca...remexendo no baú 2









quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

Carnaval carioca...remexendo no baú



Vale aqui publicar como um post,  um trabalho que foi enviado para poucos,em capítulos, em tempos pré FACEBOOK: um passeio pela folia carioca, através de aquarelas por mim pintadas, que fizeram parte da exposição Esquentando os Tamborins, no Forte de Copacabana, em fevereiro de 2003.

O Carnaval vem chegando... então, pra você (re)ver ou (re)visitar outros tempos carnavalescos.

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CONTINUA... aqui

terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

Pôr do sol deixa o Rio mais bonito


















O pôr do sol do Arpoador pode ser o mais famoso.

 Mas sempre no fim da tarde, em outros lugares, também, a geografia desenhada por montanhas da cidade revela diferentes molduras para o espetáculo.



domingo, 5 de fevereiro de 2017

Poesia em Ipanema...

A ACÁCIA DA VISCONDE DE PIRAJÁ...
A vida é tão corrida, agitada, que quando se depara com essa belezura amarela na calçada, vive-se um momento, inesperado, de ... pura poesia.


sábado, 4 de fevereiro de 2017

Arco do Telles - A Lenda da Feiticeira


Essa história aterrorizou o Rio Antigo...





" A MISTERIOSA HISTÓRIA DO ARCO DO TELES.


Com base no texto de Guar Antiga

A Travessa do Comércio, na Praça XV, reduto da boemia carioca tornou-se famosa pelo arco construído sobre ela, no século 18 - o Arco do Telles.

O que pouca gente sabe (e quem sabe não comenta) é que o beco debaixo do arco testemunhou muita coisa estranha. Há quem o considere um lugar maldito e garanta que até hoje é mal assombrado. Dentre os diversos episódios estranhos que envolvem o lugar, veremos um dos mais terríveis: a história de uma das primeiras feiticeiras do Rio de Janeiro, certamente a mais cruel. Desculpem-me pelo relato forte e chocante. Todos os fatos que vou citar ocorreram e estão registrados em documentos antigos da polícia carioca.

Com a construção da Casa do Governo pelo governador Gomes Freire no Largo do Paço (atual Praça XV), as redondezas se valorizaram e passaram a ser frequentadas pela alta sociedade. Vendo isso, o português Antônio Telles Barreto de Menezes (juiz e proprietário de terras em Jacarepaguá e Baixada Fluminense) mandou construir uma série de casas para aluguel naquele logradouro, pelos idos de 1743.

Quando a obra chegou à travessa do Mercado do Peixe, o engenheiro Alpoim (responsável pelo projeto) teve que traçar um amplo arco sobre ela, para que a via dos mercadores não ficasse obstruída pela nova construção. Vem daí o apelido de "Arco do Telles". Os prédios foram todos alugados, ficando os térreos principalmente para os lojistas de secos e molhados; a casa maior, justamente a que ostentava o arco, foi ocupada pelo Senado da Câmara (equivalente hoje à Câmara dos Vereadores).

A má sina daquele local iria se revelar nessa época, mais exatamente em 20 de julho de 1790, na loja térrea próxima à rua Direita, onde existia uma loja de objetos usados denominada curiosamente de "O Caga Negócios". Um violento incêndio criminoso destruiu o prédio e deixou dezenas de feridos e dois mortos. O fogo atingiu o andar superior e consumiu o arquivo do Senado da Câmara, perdendo-se assim toda a documentação referente aos primórdios da cidade, inclusive os recibos e cobranças de foros (espécie de IPTU da época) e os registros gerais de imóveis. Além dos documentos, houve vítimas fatais e muitos feridos com graves queimaduras.

A partir desta tragédia, a área perdeu o viço e caiu em decadência. As famílias "de bem" abandonaram o local e as ruínas ainda chamuscadas, lambidas pelas chamas passaram a servir de refúgio para prostitutas, mendigos e perigosos marginais, como o Bentevi, o Juriti e o Olho de Gato. Também havia os loucos, como João Alberto Matias, autointitulado "Barão de Schindler", conhecido do povo como "Filósofo do Cais". Alto, de fraque verde, descalço, cachimbeiro e sempre com um alto boné de soldado com plumas. Seria descendente de uma nobre família alemã, combatente nas guerras napoleônicas. Um dia enlouqueceu de vez e foi recolhido ao manicômio.


Imagem de um semanário do século XIX

Apesar de ter sido colocado no alto da passagem um oratório de Nosssa Senhora dos Prazeres, a baixaria era tão grande que moradores das proximidades decidiram remover a santa para a Igreja de Santo Antônio dos Pobres, onde ainda permanece.

Foi nesse ambiente nefasto, em meio à escória da cidade, que Bárbara dos Prazerescerta noite apareceu, rompendo a penumbra do beco do Arco dos Telles. Começava ali uma história de pavor que assombrou a cidade.

A Travessa do Mercado, em 1790, era um verdadeiro antro de prostituição do mais baixo nível. A polícia não entrava ali por nada. Dizem que mais de uma centena de mulheres faziam ponto na área, a travessa era escura e favorecia os "negócios" feitos em plena rua para quem quisesse ver. Muitas das mulheres viviam mancomunadas com violentos gigolôs que assaltavam e em certos casos surravam os clientes. Em pelo menos um caso, teria havido uma degola. Dentre as mais famigeradas figuras do Arco do Telles nessa época, sobressaiu-se uma prostituta e depois feiticeira que atendia por Bárbara dos Prazeres. A maior parte dos dados abaixo foram registrados pela Intendência Geral de Polícia, criada pelo Príncipe D. João, em 1809.

Nascida em Portugal no ano de 1770, tinha 18 anos de idade quando veio com o marido para o Brasil. No Rio de Janeiro, apaixonou-se por um mulato e assassinou o esposo para viver livremente com o amante. Consta que o homem, porém, passou a explorar a jovem e chegou a consumir a maior parte dos seus bens. Durante uma briga do casal, Bárbara o matou.

Marcada pelos assassinatos e sem meios de subsistência, restou à jovem de 20 anos ganhar a vida se prostituindo. Fez seu ponto exatamente ali, debaixo do Arco do Telles, onde angariou vasta clientela. Por quase 20 anos, ela considerou ter encontrado a sua vocação e o seu lugar na sociedade. Era bonita e atraente, e chegou, dizem as más línguas a atrair gente da sociedade e mesmo da nobreza que vinha de longe para conhecê-la. Por algum tempo, Bárbara teve uma casa fixa e condições razoáveis de vida. Mas sempre se envolvia com tipos que a exploravam e irremediavelmente acabava perdendo tudo.

Seu nome aparece nos registros do Intendente Geral de Polícia, desembargador Paulo Fernandes Vianna, como Bárbara dos Prazeres (por causa do oratório no Arco do Telles) e também como Bárbara "Onça" (referência à sua ferocidade). As expressões: "cuidado que a bruxa está solta!" e "olha que a Onça está solta!" teriam se popularizado em virtude da fama que ela ganhou anos mais tarde.




Placa na Travessa

Com o tempo a vida desregrada começou a cobrar seu duro preço. Bárbara havia envelhecido e já não atraía tantos homens. Os cabelos estavam embranquecendo, os dentes estavam podres e seus encantos, há muito haviam perdido o viço. Alguns riam de suas propostas e a ridicularizavam, ela cuspia e os xingava. Certa ocasião teria levado uma surra de dois escravos a mando de um senhor que se enfureceu com as suas maldições. A partir de então se queixava de dores nos ossos que a cada dia ficava mais insuportáveis. É provável que tenha contraído sífilis e a fama de doente, somada a aparência desgrenhada afastava ainda mais os clientes.

Temendo cair na miséria e na solidão, desesperada, ela procurou um remédio nas muitas casas de feitiçaria e magia negra do Rio de Janeiro. Na época, não eram poucos os estabelecimentos que ofereciam respostas místicas para as mais variadas aflições: unguentos, passes, mandingas e patuás eram ofertados por "especialistas" que os prescreviam com a autoridade de doutores. Consumidos pela população, eles eram as soluções para a maior parte dos problemas. O que Bárbara buscava era uma poção que aliviasse suas dores e a tornasse bonita e jovem outra vez.


Uns dizem que custou todo o dinheiro que ela tinha juntado, outros, que o preço foi sua alma; de concreto, o que se sabe é que alguém lhe passou uma fórmula que teria o efeito desejado. Os componentes eram certas ervas que ela podiam juntar visitando as matas da cidade, mas o outro ingrediente era mais complicado. A receita exigia sangue humano ainda quente, melhor ainda, se fosse de criança.

Foi então que começou a raptar meninos pobres, filhos de escravos e mendigos. Andava pelas ruas sempre de olho em crianças sozinhas ou longe o suficiente das mães. Carregava no bolso da saia doces ou brinquedos que usava para ganhar a confiança dos pequenos e prometia mais se eles viessem até a sua casa. As crianças iam com ela, pois a feiticeira sabia se fazer de inocente e bondosa. Em sua tapera decadente na Cidade Nova, ela as esganava ou dava de beber uma dose de ervas misturada com cerveja amarga. Realizava então o sinistro sacrifício. Atava uma corda aos pés da vítima e a dependurava de ponta cabeça, içando-a sobre um balde ou tina colocada abaixo. Com uma faca afiada, cortava a garganta e entornava o precioso sangue, ainda quente correr dentro da tina onde depois se banhava. Em algumas ocasiões se banhava direto sob a torrente escarlate gargalhando loucamente.

Não há números exatos, mas foram dezenas as vítimas que a feiticeira sacrificou em seu lúgubre ritual de rejuvenescimento. Ela contava vantagem para as colegas: dizia estar ficando mais bela, a pele mais alva do que antes e os cabelos mais escuros. Verdade ou não, sua loucura com certeza a fazia acreditar nos resultados do ritual.

O pavor tomou conta da população do Rio de Janeiro a medida que crianças desapareciam sem deixar vestígios. Acreditava-se que um depravado estivesse agindo nas vielas escuras, raptando meninos e meninas para satisfazer suas vontades bestiais. Os cadáveres apareciam nos descampados e matas, simplesmente largados em lugares desertos. Os suspeitos eram muitos: um gigolô quase foi linchado, um escravo chegou a ser perseguido por uma turba furiosa e um comerciante foi apontado como culpado e teve de fugir antes de ser pego. Ao menos o medo serviu para dificultar a ação da assassina: as crianças passaram a ser trancadas em casa e a só sair na companhia de adultos.



A Roda dos Inocentes na Santa Casa


Bárbara precisava de vítimas e começou a ficar de tocaia na Roda dos Inocentes da Santa Casa, onde eram abandonados os bebês rejeitados pelas próprias mães. O bebê era colocado em uma espécie de bandeja giratória e um sino era tocado, fazendo a bandeja girar para dentro. Lá uma enfermeira apanhava a criança e a encaminhava para um orfanato. A roda evitou a morte de muitas crianças que antes eram simplesmente afogadas ou abandonadas nas ruas. Para Bárbara, a roda era uma chance de colocar as mãos em crianças que não podiam reagir e com quem ninguém se importava.

Entretanto, em uma das vezes, ela foi vista tentando retirar um bebê da roda, e seus braços por pouco não ficaram presos no mecanismo giratório. Furiosa ela se afastou maldizendo a enfermeira que veio socorrer a criança.

Não se sabe ao certo como se descobriu o envolvimento de Bárbara nos crimes, se cogita que durante um momento de embriaguez ela tenha contado o que fazia a uma de suas colegas e que esta horrorizada foi até a polícia. A feiticeira logo se tornou a mulher mais procurada da cidade em todos os tempos, mas apesar de tudo, conseguiu ludibriar seus perseguidores fugindo para o outro lado da cidade onde se misturou com a população. Teria cortado os cabelos para se disfarçar e passou a usar um nome falso. Francamente ninguém reparava nela há muito tempo, e ninguém foi capaz de descrevê-la. 

Consta que teria vivido até 1830, quando simplesmente desapareceu próximo de completar 60 anos. Nesse ano, conta-se que apareceu um cadáver de mulher boiando próximo ao Largo do Paço, com as feições irreconhecíveis. Alguns afirmaram que era Bárbara dos Prazeres, mas ninguém soube dizer como ela teria morrido. 

O Arco continuou sendo um local mal afamado e perigoso, mesmo diretamente em frente ao Paço Imperial e fincado virtualmente no centro da cidade, até o começo do século XX, quando foi reformado pelo legendário Prefeito Pereira Passos durante o bota-abaixo. Não durou muito seu lustro, em pouco tempo se transformou em moradia de baixa renda, abrigando outras portuguesas famosas, Carmem e Aurora Miranda, que lá moraram durante a infância, entregando marmitas aos fregueses de sua mãe. Hoje a área foi valorizada novamente e a região do Arco do Teles é procurada nos fins de semana como região de entretenimento e lazer com restaurantes, casas de show e gafieiras sempre cheias.




O Arco do Telles hoje

Há quem suspeite que Bárbara dos Prazeres continua viva até hoje, graças ao segredo da fórmula de rejuvenescimento que não apenas tenha teria lhe conferido juventude, mas imortalidade. E mais: teria assumido a condição de feiticeira e aplicado a receita em alguns milionários, em troca de parte de suas fortunas.

Diz-se que ainda hoje, em certas madrugadas sem lua, quando já partiram os últimos garçons dos bares da Travessa do Comércio e cessou o movimento da boemia, escuta-se no beco a gargalhada de Bárbara Onça, a feiticeira, ecoando assustadoramente pelos vazios escuros do Arco do Telles."


(Reprodução - Mundo tentacular)

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

Crônica Carioca de Todos os tempos...


 Mais uma crônica saborosa de outros tempos.
Essa, de 1967.
Há 50 anos!


  


Em tempo: 
Gustavo Corção 
foi um escritor e pensador católico, respeitado pela veracidade, a autenticidade da sua inteligência. Mestre da língua portuguesa, era respeitado por manejar a língua, como poucos.O seu livro Desconcêrto do Mundo foi considerado por Manuel Bandeira como um dos livros mais belos e mais fortes de nossas letras.