quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Foi no dia 31 de dezembro ...

... a realização do primeiro futebol à fantasia .
Uma curiosidade contada  na crônica de Chico Moura,
publicada no histórico livro VILLA IPANEMA.

Vale a pena ler!
"... A fama do bairro já estendia por todo o Brasil, mas foi a partir da rua Montenegro 39 que ele se projetou. No pequeno bar de frente para a rua Prudente de Moraes, um balcão de mármore rosa servia bebidas rápidas, seguindo-se uma bomboniere e ao fundo uma enorme vitrine com garrafas importadas.
A casa recebeu o nome de Café e Bar Veloso. Raul Veloso, o primeiro proprietário, contratou o tricolor Nilo, o garçom que levou o apelido de Scarripa. Em 1950 com a venda do bar para o sr. Batista e Armênio Oliveira, foram contratados alguns anos depois os garçons; Arlindo, Silva e Raimundo. O campista Arlindo (uma rara exceção entre os cearenses que comandam a noite carioca) é o mais antigo garçom do atual Bar Garota de Ipanema. “Comecei a trabalhar em 1963, um ano antes da ditadura. Isto me deu um maior contato com os intelectuais da época”, diz o orgulhoso Arlindo. O cearense Silva também lembra de grandes momentos: “ Às vezes era duro de aguentar. Você já imaginou servir uma mesa com Cabelinho (Luis Carlos Portinho), Roniquito (Ronald Chevalier), Candinho (José Cândido de Melo Matos Sobrinho) e Ipiranga (Paulo Roberto Ferreira Dias) ?”. Outro garçom, o cearanse Raimundo, mais discreto, lembra de Tom,Vinicius e Baden.
Foi no dia 31 de dezembro  a realização do primeiro futebol à fantasia .
Logo de manhã cedo fazíamos fila na casa de Dona Júlia, na Barão da Torre, para a troca de sexo. Só participavam do futebol à fantasia os jogadores que estivessem vestidos de mulher e literalmente bêbados.
A concentração no Veloso parava o trânsito da rua Prudente de Moraes e o jogo sempre marcado para começar ao meio-dia nunca aconteceu antes das 17 horas.

Os mais representativos nomes desta época em Ipanema, sem dúvida, passaram pelo Veloso. Entre eles registramos; Sinhozinho (da capoeira), Cirandinha, Mario Pedregulho, Carlos Eduardo de Ipanema Moreira (o Barão - descendente do fundador de Ipanema), Chico Tozelli, Marcos Vasconcelos, João Perfeito, Carlinhos Tupã, Zequinha Estelita, Cabinha, Claudino Vieira Lima Filho (pai de Celso e Robero Quebra-Copos), Lucas (tio do Trajano), Paulo do Açougue, sr. Martins (pai de Sergio Bilula e Gil Morcego - que dormia de dia e bebia à noite), Orlando (pai do Grilo e Orlandinho), dr. Vicente, Toninho da Aeronáutica, Peter, Tião, Ralph, sr. Ferrreira (Calica), Raul (Vovô), Caju, sr. Heidi (pai de Gil Paraíba), Pualinho, Sergio Tecidos, Giberto Salvador, Mario Peixoto e Nelson Gomes (criadores do Jornal de Ipanema), Carlinhos Tupã, Mauricinho Monjardim, Léo Ferreira, José Martins (Pancho) , Marco Varela, Munir Helayel, Fausto Wolff, Hugo Santana, Dico, Arduino Colassanti, Ruy e Ney (os Irmãos Metralha), Paulinho Morizot, Tião, Carlinhos Pãozinho, Titetói, Fernando e Helinho Moneró, Grilo, Paulo Paiva (pai do Lula, Pepa e Nena), Coronel Luis e Major Flores.
Havia a mesa da Távola Redonda: Mário Pinião, almirante Cesar. A mesa do escrete paraguaio: Paulinho Berger, Geraldo Salada, Bob Onça. Entre os músicos registramos; Pixinguinha, Antonio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim, Luis Bonfá, Vinicius de Moraes, Baden Powell, Candinho, Bill Horney, Ipiranga (Paulo Dias), Terra Trio (Fernandinho, Ricardo e Zé Maria), Gaúcho (Negrinho) ... " (trecho )

Feliz 2015!Feliz 2015!Feliz 2015! 

segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Anúncios cariocas


Há 20 anos... Anúncio da Casa & Vídeo
no Jornal do Brasil , de 4 de setembro de 1994. 
  

TUDO ULTRAPASSADO!


terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Natal é tempo...





De refazer-se de todas as lutas
Tirar lições de fracassos
Celebrar as conquistas
Perdoar-se pelas limitações
Esperar e encorajar
Os que ficaram pra trás.

Natal é tempo ...

De passar a vida a limpo
De harmonizar as diferenças
Que marcaram nossos relacionamentos
Para descobrir que é possível viver em paz.
De renascer no braço da esperança
É viver o hoje com intensa alegria.

Natal é tempo ...
de mãos solidárias
de (re)nascer 
De dar forças às mãos enfraquecidas,
aos joelhos vacilantes 

De dizer aos desanimados
Coragem!
Não tenha medo!

São tantas coisas a fazer, a pensar
São tantas coisas pra refazer, pra repensar
Mas não é preciso fazer tudo ao mesmo tempo
Nem desanimar porque o tempo falta.
Apenas comece.

"Suba o primeiro degrau com fé.
Não é necessário que você veja toda a escada.
Apenas dê o primeiro passo"
já nos disse certa vez Martin Luther King.

Natal é tempo...
De abraçar e acolher o aniversariante
Abrir as portas de nossa casa 
e do nosso coração para seu amor,
E de sentir que ELE nos abraça, nos acolhe e
nos mostra o melhor caminho.

DEUS ABENÇOE A TODOS,
AO NOSSO RIO DE JANEIRO
QUE MORA NO MAR

E NOS NOSSOS CORAÇÕES!

FELIZ NATAL!

domingo, 21 de dezembro de 2014

Outra esquina carioca


Esquina das ruas do Rosário e Quitanda , no Centro do Rio, Edifício GALERIA.

O Centro do Rio de Janeiro tem história para contar. Na Rua da Quitanda, por exemplo, chamada assim porque no século XVIII havia em uma de suas esquinas um estabelecimento comercial de nome Quitanda do Marisco, está um dos mais imponentes edifícios da cidade: o Edifício Galeria, patrimônio arquitetônico e cultural.

No ano de 2008, o histórico edifício sede da Companhia de Seguros Sul América se encontrava em processo de desocupação. A edificação de 29 mil m² foi construída em várias etapas, de 1922 à meados de 1960 e se encontrava totalmente adaptada para o uso específico da Companhia de Seguros Sul América. O interior da edificação, bem como as fachadas, estavam deterioradas pelo tempo.

O prédio, inaugurado em 1949, foi projetado pelos arquitetos Joseph Gire e por Roberto R. Prentice, responsáveis por outros importantes edifícios no Rio de Janeiro. Gire é autor dos projetos do Copacabana Palace, do Hotel Glória e do Palácio das Laranjeiras. Prentice assina o projeto da Central do Brasil.

Antiga sede da SulAmérica Seguros, o edifício foi adquirido e retrofitado pela Tishman Speyer, de 2009 a 2011. A reforma visou à adequação do prédio ao contexto atual, preservando seu valor material, estético e histórico. No caso do Galeria, a completa modernização o reposicionou no mercado como um empreendimento de alto padrão (classe AA), com tecnologia e operação atualizadas. Como resultado, os espaços são bastante elegantes, bonitos e confortáveis, mas também se evidenciam as escadas, o hall, a fachada e outros elementos do projeto original preservados.

O Galeria atual  tem oito andares de escritórios que ocupam 22 mil m² do prédio (de 29 mil m² de área construída). Isso deve gerar um público interno de aproximadamente 2,5 mil pessoas diariamente.
Os escritórios possuem lajes de 2,8 mil m². Piso elevado, forros, luminárias e ar-condicionado central . No térreo fica a galeria, onde estão lojas de grife e dois restaurantes, que convidam os visitantes para as suas varandas.

O Edifício Galeria foi reconhecido com o Prêmio Master Imobiliário na categoria Retrofit de Imóvel Antigo, premiação concedida pela Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi) em 2009 e em 2012.
Em 2010, venceu a 48ª. Premiação Anual do Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB/RJ). Em agosto deste ano, ganhou o Prêmio Master Imobiliário, concedido pelo Secovi e pela Fiabci, na categoria Empreendimento Comercial.















quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Esquinas Cariocas


Rua Francisco Sá com a Av. N. Senhora de Copacabana ,
nos anos 50.


Detalhes:
Casas Gaio Marti  -um mercado tradicional e elegante -  na esquina, à direita, e da " vaca leiteira " à esquerda -o cilindro no triciclo -  onde era vendido leite a granel.







segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Moda carioca

A sutileza da moda carioca, em uma realidade completamente diferente da atual.
Tempo das costureiras e modistas... cortes para confeccionar...

1944
, há 70 anos!





sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Novos locais de hospedagem no Rio

Um  é quatro estrelas. O outro, um hostel.

A Rua Riachuelo, uma das artérias centrais do bairro da Lapa, acordou com um ar diferente nesta quinta-feira. Foi inaugurado hoje, no número 124, o primeiro hotel do grupo português Vila Galé no Rio de Janeiro. O empreendimento de quatro estrelas e 292 quartos tem como base três casarões históricos, tombados pelo Iphan. Ao conjunto, foram anexados piscina, spa, bar e dois prédios onde funcionam dois restaurantes, sala de convenções e a maioria dos quartos.





O Vila Galé Rio de Janeiro retorna, na verdade, às suas origens. Entre as décadas de 1930 e 1940, o mesmo palacete abrigou o Hotel Magnífico. Mais tarde, o imóvel serviu como colégio por cerca de 60 anos e, desde 2009, estava fechado, sem nenhuma ocupação.

As obras de recuperação, orçadas em R$ 100 milhões, levaram um ano e dois meses para ficarem prontas.

***

E quem costuma passar sempre pela Avenida Borges de Medeiros, na Lagoa, provavelmente acompanhou com uma certa curiosidade a transformação da casa situada na esquina com a Rua Saturnino de Brito, que foi ganhando uma fachada bem original.

O endereço que abrigava o consultório de Pedro Solberg, um dos pediatras mais conhecidos da cidade, foi coberto por uma espécie de cobogó moderno, com quadrados recortados nas cores azul e branco. Há um mês, as portas abriram timidamente e o “mistério” se desvendou: o lugar virou o mais novo hostel da praça.
Em homenagem ao sotaque dos gringos que são esperados por lá, o albergue foi batizado de Rioow e mantém no interior a mesma autenticidade da fachada. São três andares com sete quartos: cinco deles são coletivos, com beliches e treliches, e dois são suítes para casais.

Os elementos vazados aparecem em painéis de madeira furadinhos na frente de cada cama. Responsável pelo projeto, o arquiteto Pedro Kastrup explica que é uma forma de dar um pouco de privacidade ao hóspede na hora de dormir.




No lounge do Rioow, mapa feito com 3.500 parafusos e teto com desenhos
Foto: Leo Martins / Agência O Globo



quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

"Eu pensei que todo mundo fosse filho de Papai Noel"

Época de Natal traz à lembrança clássicos da música natalina, como Boas Festas, de 1933.

A voz de Carlos Galhardo  cantou e tornou a canção, um sucesso.

Anoiteceu
O sino gemeu
A gente ficou
Feliz a rezar

Papai noel
Vê se você
Tem a felicidade
Pra você me dar
Eu pensei que todo mundo fosse filho de papai noel
Bem assim felicidade
Eu pensei que fosse uma brincadeira de papel

Já faz tempo que eu pedi mas meu papai noel não vem
Com certeza já morreu
Ou então
Felicidade é brinquedo
Que não tem





Mas por trás da canção , da linha triste da letra, 
encontra-se a história de vida 
de um dos maiores compositores da nossa música:  
Assis Valente.

Poucos, à época notaram os traços da depressão que viria a por fim à vida do compositor Assis Valente que pontuavam seus sucessos. Essa mesma tristeza já aparecera em "Cai, Cai, Balão", gravada por Aurora Miranda e Francisco Alves, inaugurando as marchinhas juninas.

O sucesso musical, que durou até 1939, disfarçou os desajustes de comportamento como gastar mais do que ganhava, sumiços do trabalho e, principalmente,  o uso de drogas, a cocaína.

Mas a paixão não correspondida por Carmem Miranda, que consagrou na sua voz grandes sucessos de Assis Valente e, depois deixou de gravá-lo,  o levou a acumular dívidas financeiras e emergiu seu desequilíbrio emocional que o levou a várias tentativas de suicídio.

Uma delas aconteceu no alto do Corcovado. Assis valente escolheu o lado mais perigoso do Corcovado para pular.  Aconteceu em 12 de maio de 1941. Sem camisa, ele se jogou de costas, diante de uma plateia de bombeiros, policiais, turistas e curiosos. Mas ficou preso na copa de uma árvore brotada na pedra. O compositor foi resgatado com vida. Mas não desistiu.Tentou mais cinco vezes até conseguir, em 1958, ao beber um refrigerante de guaraná  com veneno para ratos, em frente à praia do Russel, no bairro do Flamengo.

 Na biografia "Quem Samba Tem Alegria", do jornalista Gonçalo Junior, recém lançada, podemos conhecemos melhor esse lado triste como também a simpatia e o sorriso largo - de dentes perfeitos, já que era protético -  de Assis Valente, que escondia um abismo de depressão que se tornou insuportável no fim da vida.



O compositor Assis Valente em 1951, diante de painel que reproduz os Arcos da Lapa, no Rio



segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Rio ganha hoje novo ponto turístico...



 A estátua de Tom Jobim, no Arpoador.


Nesse 20 de dezembro, vinte anos de sua morte, temos agora  o maestro com seu violão em Ipanema.


As feições são vistas com perfeição na escultura do Tom. A escultora Cristina Motta,  aliás é uma expert no assunto. São dela as belas esculturas de Brigite Bardot, Juscelino Kubitschek  e os Três Pescadores, na cidade de Búzios.


Um novo presépio de presente ao Rio


um enorme presépio enfeita
a Rua do Catete,
próximo à Rua Benjamin Constant,
na Glória.
 

 Entre imagens em tamanho real como a dos três Reis Magos, uma manjedoura aguarda vazia a chegada do Menino Jesus após a Missa do Galo, no dia 24.

Erguido pela Paróquia Sagrado Coração de Maria, com ajuda da Arquidiocese do Rio, é um trabalho   todo feito em resina.




LINDO!

É PRA COLOCAR NO ROTEIRO DE NATAL CARIOCA!

domingo, 7 de dezembro de 2014

Febre Carioca

 Um cabo que ganhou o apelido carinhoso de...GoPobre

Foi-se o tempo em que, para tirar uma selfie com o celular, todo mundo espremia os rostos juntinhos. Se tivesse paisagem então, o contorcionismo precisava ser ainda maior para pegar a vista.

Precisava.

Um aparelhinho chamado monopod veio resolver esse problema. Antes, o cabo era exclusividade daqueles que têm a câmera GoPro (aquela pequenininha que pode ser usada em qualquer lugar e que pode chegar a custar até R$ 3 mil).

Agora, em praias, shoppings, aeroportos e praças já se tornou comum ver os cabos, ou bastões, estendidos: tudo na busca pelo ângulo perfeito para aquela foto.



Os bastões portáteis cabem dentro da bolsa ou do bolso. Na hora de usar, o procedimento é simples: eles são acionados por controle remoto, que se conectam às câmeras dos celulares pelo bluetooth do aparelho. Aí, depois de enquadrar, ajeitar o cabelo, acertar o sorriso e ficar na pose, basta disparar o botão e a foto está pronta.

Há quem diga que o aparelho parece uma varinha. Varinha não é, mas está fazendo mágica para os camelôs da cidade: o bastão é o desejo do momento.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

O parente do prefeito...

Em março de 1928, o jornal O GLOBO denunciava o caso da Praça Onze, no Centro do Rio.

Em reportagem com o título

“A picareta paulista arrasando o Rio - 
contra a arbophobia do parente do prefeito”,

 o jornal criticava a “devastação da Praça Onze”. A edição, apresentava os “absurdos do inspector de Mattas e Jardins, parente do prefeito do Distrito Federal”.



Curiosidades cariocas!
 

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

As baleias do Rio

Falamos, por aqui de bichos habitantes da cidade do Rio.

Muitos não sabem que, em tempos passados, 
baleias eram parte da paisagem da Baía de Guanabara. 

Após a fundação da Cidade do Rio de Janeiro e sua prosperidade e crescimento, a pesca de baleias foi de fundamental importância para a economia dos tempos coloniais.

O óleo de baleia era parte integrante da mistura contida no concreto usado no assentamento de pedras e alvenaria das antigas construções e fortificações e nesta época existiram muitas indústrias de pesca de baleia, as chamadas "armações".

Baleias assim como os barcos de pescas e as armações se localizavam em praias mais distantes do centro da cidade.

Óleo sobre tela, de Leandro Joaquim (c. 1738-1798), final do século XVIII
96 x 125,7 cm. 
A cena registra a pesca de baleias na Baía da Guanabara. Registre-se a existência de um grande número de animais da espécie em águas dos Rio de Janeiro no final do século XVIII. 

Resultado de imagem para Óleo sobre tela, de Leandro Joaquim A cena registra a pesca de baleias na Baía da Guanabara

 

O escritor  Pedro Dória em seu livro 1565, ao descrever o Rio de Janeiro quinhentista, nos conta que as baleias frequentaram a Baía da Guanabara no inverno durante muito tempo, e sua pesca era das mais rentáveis. A carne era saborosa, as barbatanas serviam de lixa e sua gordura, o óleo, era combustível.

E mais, o óleo misturado com as conchas trituradas ou cal, dava uma argamassa resistente como poucas para a construção de prédios. (Os escravos às vezes bebiam o óleo direto do lampião, era alimento).

Quando aparecia uma baleia morta na praia era festa rapidamente chegavam canoas de toda parte, quem estava perto da área onde o animal marinho encalhou. A população largava o que estava fazendo e, com panelas, iam todos pegar, de graça, aquilo pelo que, em geral, pagavam caro. Mas tinha um defeito: depois de tudo que valia algo ser extirpado, era dificílimo livrar-se das tripas que sobravam, e o cheiro ocupava a cidade colonial do Rio de Janeiro por dias. (não é à toa que as armações ficavam sempre longe).

CACHALOTE OU CACHARRÉU era a baleia mais caçada e cobiçada na Baía de Guanabara.

O espermacete, extraído do cérebro do cachalote, uma matéria branca, oleosa, transparente e viscosa que, em contato com o ar, transforma-se em cera. Um animal adulto pode fornecer até cinco quilos desta matéria-prima. A indústria baleeira no Brasil interessou-se por ele na segunda metade do século XVIII para a fabricação de velas, também consumido nas boticas como detergente, consolidador, emoliente no preparo de unguentos, pomadas, bálsamos, cosméticos e sabões finos.

Os contratadores da pesca das baleias eram, antes de tudo, vassalos do rei, e como tal, buscavam sempre a inserção em espaços de atuação colonial, situações em que pudessem se firmar como membros da elite local, porque as colônias tinham na metrópole a sua referência moral.