domingo, 26 de maio de 2013

Tristão e Isolda... inspiração carioca?

Nesse mês de maio de 2013 se comemoram 
os 200 anos de nascimento de Richard Wagner, 
o genial e controvertido intelectual do século XIX, 
o grande compositor que reinventou a ópera.

E aí recordamos uma antiga dúvida que  fez surgir uma lenda : 

a ópera Tristão e Isolda teria sido composta, 
por inspiração carioca 
e a pedido de D. Pedro II.

A existência de uma partitura de Tristão e Isolda, em uma edição italiana antiga da editora Ricordi, em formato grande e pesadíssima, a qual continha, na página que se seguia ao titulo da obra, uma dedicatória a Sua Majestade O. Pedro II, Imperador do Brasil, e o brasão imperial do Brasil, ambos impressos, é uma das responsáveis por essa história  que continua em aberto.

Relatos e cartas nos dão conta de que D. Pedro II, através do cônsul brasileiro em Leipzig, encomendara ao grande compositor alemão, que já admirava há muito, uma ópera de cunho romântico latino, de execução não muito difícil, para ser encenada no Rio de Janeiro. Wagner teria aceito a incumbência, recebeu urna
soma substancial do cônsul brasileiro para tal fim e escolheu o tema de Tristão e Isolda para a ópera que iria compor para o imperador brasileiro.

À medida que Wagner compunha a partitura, a obra se tornou tão complexa que decidiu escrever ao cônsul brasileiro explicando o problema e duvidando da possibilidade de um teatro sul-americano poder encená-la. Wagner, tão avaro em questões de dinheiro, teria até chegado a oferecer a devolução da quantia adiantada, mas D. Pedro II galantemente lhe teria respondido que estava contente por havê-lo estimulado a compor um aobra tão importante, a qual esperava algum dia poder ouvir.

Essa agradável história ou lenda tem várias vertentes. Uma delas, uma carta de Wagner

"Na mesma época recebi uma carta surpreendente de um indivíduo chamado Ferreiro, que pretendia ser cônsul do Brasil em Leipzig. Esse correspondente me anunciava que o imperador do Brasil tinha uma grande simpatia pela minha música e, como expressei algumas dúvidas na minha resposta, ele me explicou que seu soberano gostava muito da língua alemã e desejava muito receber minha visita no Rio de Janeiro, onde eu mesmo poderia dirigir minhas óperas. Somente que lá só se cantava em italiano - seria então necessário fazer traduzir os textos, mas isso seria coisa fácil e mesmo vantajosa para meus poemas. O que é curioso é que essa proposta me agradou surpreendentemente - parecia-me que eu conseguiria sem dificuldade compor um poema apaixonado que cairia muito bem em italiano, e eu então pensei com n'ais amor do que nunca na história de Tristão e Isolda. Para começar e para pôr à prova a generosa simpatia do imperador do Brasil, expedi ao sr. Ferreiro três arranjos para piano, ricamente encadernados, de minhas três óperas mais antigas, e esperei longamente ia agradável carta anunciando-me a recepção brilhante que haviam feito àquelas partituras no Rio de Janeiro. Mas nunca mais ouvi falar nem das minhas músicas, nem do imperador do Brasil, nem do seu cônsul Ferreiro...
...A construção de uma nova ópera tinha sido anunciada no Rio de Janeiro, com a abertura de um concurso, e meu amigo experimentou a sua chance, desenhando planos magníficos que nos interessam muito. O doutor Wille considerava uma novidade construir um teatro para o público negro. Não sei se as relações de Semper com o Brasil foram mais satisfatórias do que as minhas, mas o certo é que ele não construiu lá teatro algum..."
 Dom Pedro II e Wagner, Vasco Mariz


Wagner pensou que  um tema romântico não germânico cairia muito bem em italiano, e aí aceitado a ideia de vir dirigir essa ópera, e outras, no Teatro Lírico do Rio de Janeiro, e essas óperas seriam cantadas em italiano e não em alemão. Também, nessa época Wagner estava exilado em Zurique, após haver-se comprometido em tramas políticas republicanas, e portanto teria tido tempo para passar alguns meses no Brasil, e, aqui arrecadar polpuda renda com o patrocínio do imperador.

No entanto, Wagner tinha uma ideia muito vaga do Rio de Janeiro e do Brasil e julgava que se iria construir um teatro no Rio de Janeiro para um público negro.Certamente se surpreenderia, pois jamais encontraria um só negro para aplaudi-lo no público do Teatro Lírico do Rio de Janeiro. Eles não tinham essa chance.

As relações entre Pedro II e Wagner eram praticamente desconhecidas no Brasil até que Thales Martins, em artigo em O Jornal, de 4 de março de 1923, comentou o espetáculo inaugural do Teatro de Bayreuth, com especial referência ao nosso imperador

Ainda em março de 1857 o embaixador brasileiro em Leipzig apareceu inesperadamente em Zurique trazendo uma mensagem para Wagner: Sua Majestade Imperial Dom Pedro II, estava muito interessado no trabalho de Wagner, e queria que ele fosse para o Rio de Janeiro. 

Wagner ficou tão surpreso, ele não podia acreditar. 

Ele mandou partituras ricamente encadernadas e autografadas de O Navio Fantasma, Tannhäuser e Lohengrin para o Brasil, e ficou aguardando uma resposta. Passaram-se muitos meses, e a resposta não veio. Wagner pensou que tinha sido alvo de uma brincadeira.

Pedro II, imperador do Brasil, até teria oferecido ajuda e um local para a construção do teatro, mas Wagner acabou escolhendo Bayreuth, onde organizou festival para inaugurá-lo.

Só muitos anos mais tarde, quando o próprio Pedro II compareceu para cumprimentá-lo pessoalmente no primeiro Festival de Bayreuth, é que Wagner ficou sabendo que o interesse do imperador na sua obra era verdadeiro.

Em uma carta de Wagner a Liszt, de 8 de maio de 1857, um trecho diz:

"O imperador do Brasil acaba de convidar-me para ir ao Rio de Janeiro.
Há promessas de maravilhas. Assim, para o Rio em vez de Weimar!"

Tenho um projeto interessante acerca de 'Tristão e Isolda'.
Penso na versão para o italiano e oferecerei a estréia ao teatro do Rio de
Janeiro, onde provavelmente será precedido pelo 'Tannhãuser'. Vou dedicá-lo
ao imperador do Brasil "
Entre os papéis pertencentes ao mordomo da Casa Imperial, o conselheiro Paulo Barbosa da Silva, um bilhete a lápis de D. Pedro II, dizia

"É preciso responder ao Ricardo Wagner que recebi as suas óperas e o
seu livro e que, agradecendo-lhe a oferta, não posso desde já manifestar o
apreço que faço de seus trabalhos, pois que não houve tempo de examiná-los.
Quem me mandou a carta de Wagner e os livros foi o filho de Ernesto
França, que se achava em Dresden".
A conhecida minúcia e a atividade proverbiais do mordomo de Pedro II, deixam a certeza que a resposta deve ter sido expedida, afirmam os historiadores.

É de se especular por que Wagner ficou esperando uma resposta e não obteve nenhuma.

Por Wagner na época ser considerado um revolucionário criminoso? Procurado pela polícia na própria Alemanha? Falta de recursos? As partituras não teriam chegado às mãos do imperador? Ou outros os motivos políticos ou diplomáticos da interrupção das negociações  porque a carta resposta jamais chegou às mãos de Wagner? Sabe-se lá.

Tristão e Isolda , descrita como um marco do início da música moderna e é a maior ópera do compositor, só foi apresentada no Rio em 1883.

Vale ouvir um pouco...


Prelude, Wilhelm Furtwangler  Philharmonia Orchestra



 Liebestod(Dolce e Calmo) , Maria Callas








quinta-feira, 23 de maio de 2013

Os primeiros...no Rio de Janeiro

A construção do primeiro elevador no Brasil, foi no Palácio das Laranjeiras, no prédio hoje sede oficial do Governo do Rio de Janeiro, em 1906.

Foi um elevador importado da Otis Elevator Company, , empresa do americano  Elisha Graves Otis, primeiro elevador elétrico que se encontra com exemplar conservação até hoje, com suas características estéticas originais.
 
Mas, em funcionamento, o o elevador mais antigo em funcionamento situa-se no Castelo Mourisco, precisamente na fundação FIOCRUZ. O elevador tem cabine de mogno, cúpula de espelhos e portas internas de cristal bisotado. Foi instalado em 1909.


O primeiro hospital de tísicos do Brasil é o Hospital Nossa Senhora das Dores, no Rio de Janeiro.O hospital , em estilo suíço foi inaugurado em 1884 pelo Barão do Cotegipe.

Ele adquiriu uma chácara em Cascadura, na época considerada zona rural com sítios e propriedades para descanso. A velha mansão da chácara foi adaptada e aparelhada para atender tuberculosos carentes.

 Em 1914, sob supervisão de Oswaldo Cruz, foi inaugurado um novo prédio com 6 pavilhões. Em sua primeira solenidade teve a presença do Presidente da República, Marechal Hermes da Fonseca, do Cardeal Arcebispo Dom Joaquim Arcoverde Cavalcanti, além de ministros e várias outras eminências. Pioneiro no atendimento aos tuberluosos e inclusive na medicina preventiva da doença, até 1965, permaneceu voltado somente para esse fim.


 foto - reprodução internet - Caminhos de Cascadura


pavilhões construídos posteriormente


capela

Durante vinte anos as Irmãs de caridade do corpo do hospital juntaram doações e até o dinheiro da venda das frutas produzidas pelas árvores que havia no terreno do Hospital para o erguimento da Capela. Em 1913 a nova capela foi erguida.
Uma placa na sacristia data a inauguração de 1917. A Capela é uma obra de arte em estilo arquitetônico com vitraux e imagens trazidos da França.


Ainda cabem outros registros para esse local:

  •  lá funciona  o primeiro elevador de carga do Estado do Rio de Janeiro
  •  hoje permanece além do marco histórico, como reserva ecológica de Cascadura, com muitas árvores frutíferas. 
  • Nos arquivos do Hospital consta um trabalho precioso sobre o bairro de Cascadura.  

quarta-feira, 22 de maio de 2013

O "caminho da roça" carioca

Torneio de quadrilhas esquenta grupos juninos na abertura da temporada dos arraiás cariocas


 Anarriê! 

Quem estava com saudades de dançar ao som das marcações do ‘caminho da roça’ já pode ter uma prévia neste fim de semana.
Torneio-ensaio na Imperatriz Leopoldinense vai esquentar as disputas — que ocorrem em junho e julho — de 32 quadrilhas que fazem parte da associação Festrilhas do Rio e vai premiar os três primeiros grupos colocados e, principalmente, preparar os integrantes para o desafio que está por vir.


Foto:  Paulo Araújo / Agência O Dia

Os  espetáculos que ocorrerão no sábado e no domingo têm regras diferentes dos tradicionais: o concurso não terá categorias, ou seja, quadrilhas de roça e de salão disputam de igual para igual.
Não serão usadas fantasias. Quesitos como animação e dança serão os mais importantes para garantir o caneco. Cada quadrilha terá 15 minutos para defender seu arraiá, com o tema escolhido.
 A disputa é muito quente.

Meninos e meninas da quadrilha Corações Unidos, de São João de Meriti, se preparam para fazer bonito
Foto:  Paulo Araújo / Agência O Dia

sábado, 18 de maio de 2013

NOITE DO AMOR DO SORRISO E DA FLOR e a Bossa Nova


No dia 20 de maio de 1960 
aconteceu a famosa 
NOITE DO AMOR DO SORRISO E DA FLOR, 
no anfiteatro da Faculdade Nacional de Arquitetura, 
da Universidade Federal do Rio de Janeiro, UFRJ.


Apesar da foto acima ser publicada fartamente , como sendo da Noite, ela mostra o show de 22 de setembro de 1959, no 1.º Festival de Samba Session.

O lider e apresentador dessa noite especial foi RONALDO BÔSCOLI, que na abertura anunciou:

"Esta é a noite do amor, do sorriso e da flor. 
E este é realmente o primeiro festival de bossa nova mesmo. 
Não se espantem. É bossa nova mesmo". 

Muitos sabiam que o anúncio de Bôscoli era uma resposta a outro show que aconteceria no mesmo dia, na PUC. Ele e Carlos Lyra vinham se desentendendo desde que Lyra gravou um disco solo pela Philips, abandonando os companheiros da bossa, que se reuniam para gravar pela Odeon. Segundo Bôscoli, Carlinhos só programara o show na mesma data para atrapalhar.
Cacá Diegues, presidente do diretório acadêmico de Direito da PUC, viu logo que em matéria de atrações a Faculdade de Arquitetura ganhava de goleada. Daí que prrevendo falta de público, Diegues autorizou a entrada de uma escola de samba na universidade.

Os dois shows lotaram. Mas foi o da Faculdade de Arquitetura que entrou para a história como o primeiro festival de bossa nova. 

Aberto pela cantora Claudette Soares, que cantou as três primeiras canções, participaram do evento Johnny Alf, Elza Soares, Norma Benguell, Trio Irakitan, Os Cariocas, Caetano Zama, Sérgio Ricardo e um time de jovens músicos no acompanhamento, como Roberto Menescal, Hélcio Milito, Bebeto e Luiz Carlos Vinhas. O ponto alto da noite foi a apresentação de João Gilberto. Ele interpretou "Samba de uma nota só" e "O pato" -  do seu LP O Amor, o sorriso e a flor , que teve texto da contracapa de Tom Jobim - depois acompanhou Astrud Gilberto. Finalizou o evento cantando "Meditação", cujos versos inspiraram o nome do primeiro festival de bossa nova...


"Em janeiro, não aguentei mais e subi a serra. Todos sabem como foram as águas em 60. Como choveu! Cheguei à fazenda, meti-me numas calças velhas e esperei a chegada daquela burrice calma que nos dá nove horas de sono sem sonhos. O mau tempo e o barro mantinham a todos presos em casa. Bom era quando odia amanhecia melhorzinho e eu e meu filho, ainda de pijama, íamos ver o trabalho das formigas cortando as roseiras do jardim. Mas qual! Quando o sol começava a querer esquentar vinha logo a chuva e nós corríamos para dentro. Uma noite, já ia apagar os lampiões, quando ouvi o motor de um carro que pelejava para subir a rampa. João Gilberto e Sra. estavam chegando. Tínhamos combinado que ele viria, mas, devido ao mau tempo já não acreditávamos que Joãozinho chegasse, e logo de taxi! Depois ele me contou que, atolado na lama, esperou um trator puxar o carro. Vinha cansado e descansou uns dois dias.
Então começamos a trabalhar. Fugíamos da sala onde brincavam as crianças prêsas pela chuva. Íamos para um dos quartos vazios, com fôrro de madeira, que aliás dão boa acústica. Lá, longe da cidade e do telefone, trabalhamos sossegados uns dez dias. De vez em quando o trabalho era interrompido pelas crianças que irrompiam no quarto trazendo algum filhote de tico-tico ou de coleiro "caído" do ninho. Nessa época do ano a trepadeira da varanda fica cheia desses ninhos de passarinhos pequenos. Às vêzes também as patroas entravam com um café cheiroso, biscoitos, e ficavam alí um pouco. Quando o tempo melhorava vinha o sol quente. Tomávamos banho de cachoeira e íamos flanar um pouco pelas redondêzas. Aí Joãozinho partiu. Dias depois recebo um recado; o disco estava atrazado e o Aloysio havia marcado a gravação. Desci também e começou a correria: estúdio, cópias, músicos. E tudo foi feito num ambiente de paz e passarinhos.

P. S. - As criancas adoraram "O Pato".




João Gilberto finalizou o evento cantando "Meditação", cujos versos inspiraram o nome desse primeiro festival de bossa nova...

Meditação
Tom Jobim

Quem acreditou
No amor, no sorriso, na flor
Entao sonhou, sonhou...
E perdeu a paz
O amor, o sorriso e a flor
Se transformam depressa demais
Quem, no coraçao
Abrigou a tristeza de ver tudo isto se perder
E, na solidao
Procurou um caminho e seguiu,
Já descrente de um dia feliz
Quem chorou, chorou
E tanto que seu pranto já secou
Quem depois voltou
Ao amor, ao sorriso e à flor
Então tudo encontrou
E a própria dor
Revelou o caminho do amor
E a tristeza acabou



 Naquela época, gravadores de som não eram muito comuns nas mãos de não-profissionais. Uma das poucas pessoas que possuíam gravador era Jorge Karam, amigo de toda a turma da Bossa Nova e um apaixonado por música. Graças ao hobby de Karam ficaram preservados importantíssimos momentos da vida do movimento e de seus participantes. Do show da Arquitetura e da Escola Naval, como tantos outros, o único registro que existe são as preciosas gravações de Karam a quem a história da Bossa Nova muito deve.

Pra ouvir o registro dessa noite antológica é só clicar abaixo.






AEROMOÇA... o glamour em canção



"Aeromoça" foi uma composição de Billy Blanco em homenagem à esposa de Dick Farney, a comissária de bordo Zean Dutra e Silva.

A música foi usada no comercial da VASP, Viação Aérea de São Paulo no ano de 1976. E em um compacto simples dado como brinde.

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capa do compacto



comercial de tv





quinta-feira, 16 de maio de 2013

Igreja Santo Antônio dos Pobres, no Centro do Rio

Igreja Santo Antônio dos Pobres, na Rua dos Inválidos, no Centro do Rio, ficou fechada três anos e meio para obras e será inaugurada no próximo dia 26 de maio.

A atual igreja foi concluída em 1940 e tem a curiosidade de ter sido construída a 1,20m do piso original da rua, pois ela, já àquela época, alagava constantemente em dias de chuvas fortes.





 A primeira Capela de Santo Antônio dos Pobres começou a ser construída em 1810. em estilo barroco, com a autorização de D. João VI. Ela teve piso em ladrilho hidráulico, que agora, na reforma foi redescoberto.




As obras contemplaram conserto de rachaduras -  provocadas pela construção de um prédio vizinho - , restauração dos vitrais, imagens e dos quatro sinos, que hoje funcionam programados por computadores.


O órgão da igreja, data de 1953, foi feito por uma família alemães e reformado desde 2009, quando a igreja foi interditada por causa das rachaduras.




Fotos:  Gabriel Paiva / reprodução

terça-feira, 14 de maio de 2013

15 Anos sem Frank Sinatra

Há 15 anos  ficávamos órfãos da sua voz e seu carisma.

O Rio e sua tradição de sediar grandes eventos, ofereceu a Frank Sinatra, o grande palco: o Maracanã.
E ali se deu o grande show em 1980. Inesquecível!

Vale recordar !









domingo, 12 de maio de 2013

O Rio e os sucessos musicais de sempre

Músicas lançadas em 1963,  de compositores cariocas e que dominaram o cenário musical daquele ano, permanecem como sucessos de sempre, após 50 anos.
 

Mais Que Nada - Jorge Ben



Samba do Avião - Tom Jobim



Também, duas músicas lançadas em 1983, composições de três cariocas, permanecem como sucessos de sempre, após 30 anos.


Lulu Santos e Nelson Motta - Como uma Onda




Tim Maia - Descobridor de Sete Mares


 

sexta-feira, 10 de maio de 2013

Curiosidades dos bairros cariocas_ URCA


A URCA foi um dos primeiros locais do Rio de Janeiro a ser habitado pelos portugueses. O plano geral de arruamento e loteamento da Urca, no entanto só foi aprovado em 1922.



Imagem do começo do século XX, que mostra a praia da Saudade,  praia que ficou escondida atrás dos muros do Iate Clube do Rio de Janeiro, construído em 1920. Na Avenida Pauster, destaca-se o prédio da então Universidade do Brasil (atual UFRJ), com sua torre redonda, no campus da Praia Vermelha.




Palco de manifestações políticas, ali  na Urca aconteceu a Intentona Comunista,  e também manifestações da Revolta da Vacina , quando os cadetes da Escola Militar da Praia Vermelha se sublevaram contra as medidas baixadas pelo Governo Federal.

 

      


revistas da época retratando a Revolta da Vacina


Mas também na Urca a noite carioca adquiriria nova vida e cores com o Cassino da Urca,  uma das maiores casas de jogos das Américas.

Anteriormente ao cassino, o prédio abrigou o Balneário da Urca, um hotel que não arrebanhou o mesmo sucesso que o contemporâneo Copacabana Palace. Daí , em meados de 1930, já que a cidade do Rio de Janeiro se tornara um point dos jogos, por que não fazer um cassino na Urca, o bairro da alta aristocracia carioca?


O Cassino da Urca lançou Carmen Miranda, atraiu vedetes e figurões. O cassino era dividido em dois prédios: um de shows e outro de jogos .O de trás também possuía alguns quartos -  remanescentes do hotel - e o prédio da frente abrigava o salão de jogos, com direito a salas reservadas para grandes apostas e três grandes salões com vista para a praia. Os frequentadores dessa área chegavam de bonde, desciam na avenida Pasteur e caminhavam cerca de 1 quilômetro.



teatro do cassino - reprodução  Revista Life

Quatro anos após ser fechado devido à proibição do jogo no país,o prédio do Cassino da Urca reabriu sedeando a TV Tupi, primeira emissora brasileira de televisão.

http://www.urca.net/images/tupi.jpg


quinta-feira, 9 de maio de 2013

The Beautiful Rio de Janeiro

Vejam que mapa curioso do Rio em 1914,
cujo título é  “The Beautiful Rio de Janeiro”.

Para ampliar é só clicar na imagem.



Detalhes curiosos:

a Rua Visconde Pirajá, em Ipanema,
que se chamava Rua 20 de novembro;
  a Rua Pedreira de Botafogo, atual Av Pasteur;
  a Rua Barroso, atual Siqueira Campos;

mapa/ reprodução do site brazilbrazil


terça-feira, 7 de maio de 2013

Cyro Monteiro, outro centenário, no Rio, a comemorar

Nesse ano de 2013, vamos comemorar, também, o centenário do carioca do bairro do Rocha, CYRO MONTEIRO.



No próximo dia 28 de maio, o  cantor da  caixinha de fósforos marcando o ritmo, voz suave e encorpada, cheia de ginga, o Formigão – apelido que ganhou dos amigos e que carregou pela vida inteir - faria aniversário.

Rubro-negro dos mais apaixonados, Cyro Monteiro tinha o hábito de presentear com uma camisetinha do clube do coração, cada filho de amigo que nascia. E sentia prazer especial no gesto, quando o pai torcia por outro time do Rio de Janeiro.

Foi o caso do compositor Chico Buarque. Torcedor do Fluminense, Chico foi presenteado com o manto sagrado do Mengão quando nasceu sua primeira filha, e, devolveu o mimo a Ciro, com um samba lindo, chamado Receita para virar casaca de neném


“Amigo Ciro
Muito te admiro
Meu chapéu te tiro
Muito humildemente.
Minha petiza
Agradece a camisa
Que lhe deste à guisa
De gentil presente
Mas, caro nego
Um pano rubro-negro
É presente de grego
Não de um bom irmão...”

Considerado  por Vinicius de Moraes como “o maior cantor popular brasileiro de todos os tempos”, foi um colecionador de sucessos:
  • Beija-me, Mário Rossi e Roberto Martins
  • Boogie-woogie na favela, Denis Brean
  • Escurinho, Geraldo Pereira 
  • Falsa baiana, Geraldo Pereira (com Benedito Lacerda & Seu Regional)
  • O bonde de São Januário, Ataulfo Alves e Wilson Batista
  • O que se leva dessa vida, Pedro Caetano 
  • Oh, seu Oscar!, Ataulfo Alves e Wilson Batista 
  • Os quindins de Iaiá, Ari Barroso
  • Se acaso você chegasse, Felisberto Martins e Lupicínio Rodrigues
  • Sereia de Copacabana, A. F. Marques e Antenor Borges

    dentre outros.

    Alguns Lps da carreira
   
     






 

sábado, 4 de maio de 2013

Tem francesinha no salão...quem lembra?

O filme Rio, Verão e Amor, do post anterior,
citou o ator galã Milton Rodrigues
e aí me lembrei de

Annik Malvil.


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Quem lembra?
 
 

Atriz belga, Annik Deligant , foi casada com Milton Rodrigues e viveu no Rio. Ficou conhecida como a francesinha .



Fofocas das revistas da época, falavam da relação do casal

Imagem relacionada



Participava de programas de TV e filmes com seu sotaque , o que lhe deu  uma característica própria.

Apareceu nas telas do cinema brasileiro em 1960 em "Férias no Arraial" , "Conceição", que a consagrou,   e mais outros 15 filmes.


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cena de Férias no Arraial


Destacou-se também como modelo com suas longas madeixas e foi conhecida como a lançadora do "tubinho", peça do vestuário feminino de muito sucesso entre as jovens dos anos 60. Até gravou  a música “Garota do Tubinho”, inspirada no vestido.

Annik adorava carnaval e a Mangueira, onde por muitos anos desfilou como passista, no chão . Daí inspirou a marchinha de carnaval Can-can no carnaval" , de Carlos Cruz e Haroldo Barbosa, sucesso de Emilinha Borba, no carnaval de 1966. Ela era a tal francesinha.

Tem francesinha, no salão
Tem francesinha, no cordão
Ela é um sonho de mulher
Vem do Folie Berger.
Ulá, lá, tre biam
Maestro ataca o Can-Can
Ulá, lá, tre biam
Maestro ataca o Can-Can.

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Viveu durante duas décadas em Miami e no final de 2012 voltou ao Rio, aos 73 anos.




quinta-feira, 2 de maio de 2013

RIO, VERÃO E AMOR

 Em 1966 foi lançado Rio, Verão e Amor, comédia musical e o último filme dirigido por Watson Macedo - que inova  usando pela primeira vez a cor -  e traz como protagonista o galã  de Claudia Cardinale, Milton Rodrigues, novatos e veteranos como Catalano.



Com roteiro do diretor e diálogos de Ziraldo, as locações no Rio de Janeiro, nos mostram uma outra cidade, outros tempos de ruas mais vazias, mais calmas, menos trânsito.

Esse filme é bom para ver a geografia  da cidade nos anos 1960, a moda, os modismos e a música.

Gravado principalmente nas praias do Arpoador, Ipanema e Castelinho - quando ainda existia - mostra  um Aterro do Flamengo de poucas árvores e muitas mudas ainda ; casas na Avenida Atlântica que hoje não mais estão por lá e o trânsito em uma pista, antes da expansão e os táxis pretos - aliás, àquele tempo, chamados de carros de praça - modelos geralmentos dos anos 1940 e 1950.

A moda é grande destaque do filme. Os cabelos eriçados, tipo bolo de noiva com laços; as faixas sempre presentes ou nos cabelos soltos ou presos: faixa era o must, tinha que ter; os óculos enormes, a maquilagem
com delineador tipo gatinho e a sombra clara, logo acima e marcada e as estampas também para os homens, que usavam as roupas justas, tanto ternos como calças e camisas; os cabelos grandes, franjas, influência dos Beatles

E os biquinis?  Ah... o meia-taça e de...pano. Que lycra nem nada. Isso não existia.  Meia-taça era uma ousadia. Mas com certeza muito elegante. A praia das barracas eram de pano, ía-se com toalha pra se sentar, tempo pré cadeira ou canga.

Esse filme é um passeio no comportamento de um Rio de outros tempos que vale a pena ser visto pra quem quer saber mais sobre a cidade, nos seus tempos de Guanabara. Vale a pena ser visto pra quem quer recordar, vale a pena ser visto pra quem quer rir um riso de situações e inusitados de outras épocas.


recortes de revistas falando sobre o filme








































Os números musicais do filme são um capítulo à parte misturando a bossa-nova, o rock e a Jovem Guarda, influências da época.

"MOÇA DO BIQUINI AZUL"
De Vica Gifoni e Mário de Castro

"BOSSA NOVA EM IPANEMA"
De Luiz Carlos Vinhas

"O MAR, VOCÊ E EU"
De Renato e Lilian

"BALANÇO ZONA SUL"
De Tito Madi

"LOUCO DE AMOR"
De Fábio Block

"REI MAU"
De Fábio Block, Ely Barra e Victor Trucco

"SUCESSÃO"
De Ely Barra

"APRENDA A ME CONQUISTAR"
De Renato, Lilian e Carlinhos

"PRECISO SER FELIZ"
De Renato, Lilian e Paulo Cesar

"VENHA COMIGO DANÇAR"
De Renato e Lilian

Uma sequência das músicas acima





uma cena inusitada:
Bossa 3, no Arpoador:
Luiz Carlos Vinhas, piano, Otavio Bailley, baixo, e Ronnie Mesquita, bateria.







quarta-feira, 1 de maio de 2013

Uma briga que poucos souberam



Motivos profissionais, 
em 1966,  
quase colocaram fim à parceria 
 entre Roberto e Erasmo Carlos. 


A razão da separação foi uma falha da produção do programa "Show em Si… Monal", da TV Record, que homenageava Erasmo.

A produção do programa havia preparado um pot-pourri com as composições mais famosas de Erasmo, entre as quais "Parei na Contramão" e "Quero Que Vá Tudo Pro Inferno". A controvérsia foi criada por conta de que estas canções foram compostas em parceria com Roberto Carlos, mas os créditos foram dados unicamente a Erasmo.

Os dois se desentenderam, e a parceria ficou suspensa por mais de um ano.

Neste período, Roberto compôs clássicos, como: "Querem Acabar Comigo" e "Namoradinha de um Amigo Meu", que foram lançadas no LP "Roberto Carlos" daquele ano. O disco ainda tinha os sucessos "Eu Te Darei o Céu", "Esqueça" (versão de Roberto Corte Real), "Negro Gato" (de Getúlio Côrtes) e "Nossa Canção" (de Luiz Airão).

 Em 1967, a amizade Erasmo-Roberto seguia estremecida, embora os dois apresentassem - junto com Wanderléa - o programa "Jovem Guarda", na TV Record.

Roberto Carlos continuava compondo sozinho sucessos como "Como É Grande O Meu Amor Por Você", "Por Isso Corro Demais", "Quando" e "de Que Vale Tudo Isso", que seriam lançados no LP "Roberto Carlos Em Ritmo de Aventura", trilha sonora do filme homônimo lançado no ano seguinte, e que teve produção e direção de Roberto Farias. Esse filme se tornou um clássico, grande sucesso de bilheteria do cinema nacional , com um público de 2.596.955 pessoas (!).

A relação entre Erasmo e Roberto Carlos voltaria ao normal exatamente por causa do filme. Envolvido com diversos compromissos profissionais, Roberto não conseguia finalizar a letra da canção de "Eu Sou Terrível", que seria a faixa inicial da trilha sonora do longa-metragem. Então, ele pediu auxílio ao velho parceiro Erasmo Carlos, que o ajudou a finalizar a letra.

Assim, a amizade e a parceria dos dois foram retomadas.

Ainda bem!





O filme "Roberto Carlos Em Ritmo de Aventura" teve locações no Corcovado, no Maracanã, na Baía de Guanabara  e a sequência antológica do helicóptero   - a bordo do pequeno Hughes -  passando por dentro do Túnel do Pasmado, no Rio de Janeiro. Na realidade r realizada pelo Comte. Antônio Nascimento.



Comte. Antônio Nascimento.





Essas filmagens com helicóptero pararam o trânsito de Copacabana