quinta-feira, 21 de junho de 2012

Parque Guinle

 O Parque Guinle, o parque público localizado no bairro de Laranjeiras, na Zona Sul da cidade do Rio, com os seus 24.750 m², aproximadamente, é situado no pequeno vale do morro da Nova Cintra, com uma extensa área verde, córregos e lagos artificiais. A primeira visão que se tem dele é a do portão de ferro sustentado por duas colunas e duas estatuas de leão alado. 
Com acesso pela rua Gago Coutinho, o parque é tombado pelo seu interesse paisagístico, histórico e cultural. 
É cercado pelo primeiro conjunto de prédios residenciais construído para a elite carioca. Os edifícios projetado sobre pilotis por Lucio Costa na década de 50, foi influenciado pela arquitetura moderna. O jardim projetado pelo paisagista francês Cochet, e mais tarde modificado por Burle Marx, integrava a antiga propriedade de Eduardo Guinle, hoje conhecido como Palácio Laranjeiras, residência oficial do governador do Estado, tema de post recente desse blog.

 
O Parque Guinle teve um comercial de tv, nos anos 50, que merece ser visto.

Vejam essa pérola do fundo do baú!

 




quinta-feira, 14 de junho de 2012

Cabriolet



Em 1817, surge no Rio de Janeiro, o cabriolet.


Criado no início do século XIX na França, essa carruagem leve, de duas rodas, era puxada por um animal, normalmente um cavalo. Acolhia dois passageiros que ficavam virados para a frente. O condutor/cocheiro ficava por trás da carruagem, num apoio próprio, de onde podia facilmente manobrar o cabriolet






No Rio de Janeiro, o primeiro cabriolet  foi comprado em Paris, por Joaquim José Pereira de Faro, o Barão de Rio Bonito, e enviado a um de seus filhos. Sua chegada causou grande sensação.

  

Barão de Rio Bonito e seu brasão de armas

Machado de Assis escreveu saboroso conto, fazendo o cabriolet, personagem.

"Anedota de Cabriolet 
de Machado de Assis 

— Cabriolet está aí, sim senhor, dizia o preto que viera à matriz de S. José chamar o vigário para sacramentar dous moribundos.  
A geração de hoje não viu a entrada e a saída do cabriolet no Rio de Janeiro. Também não saberá do tempo em que o cab e o tilbury vieram para o rol dos nossos veículos de praça ou particulares. O cab durou pouco. O tilbury, anterior aos dous, promete ir à destruição da cidade. 
Quando esta acabar e entrarem os cavadores de ruínas, achar-se-á um parado, com o cavalo e o cocheiro em ossos esperando o freguês do costume. A paciência será a  mesma de hoje, por mais que chova, a melancolia maior, como quer que brilhe o  sol, porque juntará a  própria atual à do espectro dos tempos. O arqueólogo dirá cousas raras sobre os três esqueletos. O cabriolet não teve história; deixou apenas a anedota que vou dizer. — Dous! —  exclamou o sacristão. — Sim, senhor, dous, nhã Anunciada  e nhô Pedrinho. Coitado de nhô Pedrinho! E nhã Anunciada, coitada! — continuou o preto a gemer, andando de um lado para outro, aflito, fora de si.  
Alguém que leia isto com a alma turva de dúvidas, é natural que pergunte se o preto sentia deveras, ou se queria picar a curiosidade do coadjutor e do sacristão. Eu estou que tudo se pode combinar neste mundo, como no outro. Creio que ele sentia deveras; não descreio que ansiasse por dizer alguma história terrível. Em todo caso, nem o coadjutor nem o sacristão lhe perguntavam nada. Não é que o sacristão não fosse curioso. Em verdade, pouco mais era que isso. Trazia a paróquia de cor; sabia  os nomes às devotas, a vida delas, a dos maridos e a dos pais, as prendas e os recursos de cada uma, e o que comiam, e o que bebiam, e o que diziam, os vestidos e  as virtudes, os dotes das solteiras, o comportamento das casadas, as saudades das viúvas. Pesquisava tudo: nos intervalos ajudava a missa e o resto. Chamava-se João das Mercês, homem quarentão, pouca barba e grisalho, magro e meão.  
"Que Pedrinho e que Anunciada serão esses?" dizia consigo, acompanhando o coadjutor.  
Embora ardesse por sabê-los, a presença do coadjutor impediria qualquer pergunta. Este ia tão calado e pio, caminhando para a porta da igreja, que era força mostrar o mesmo silêncio e piedade que ele. 
Assim  foram andando. O cabriolet esperava-os; o cocheiro desbarretou-se, os vizinhos e alguns passantes ajoelharamse, enquanto o padre e o sacristão entravam e o veículo enfiava pela Rua da Misericórdia. O preto desandou o caminho a passo largo. Que andem burros e pessoas na rua, e as nuvens no céu, se as há, e os pensamentos nas cabeças, se os têm. A do  sacristão tinha-os vários e confusos. Não era acerca do Nosso-Pai, embora soubesse adorá-lo, nem da água benta e do hissope que levava; também não era acerca da hora, — oito e quarto da noite, — aliás, o céu estava claro e a lua ia aparecendo. 
O próprio cabriolet, que era novo na terra, e substituía neste caso a sege, esse mesmo veículo não ocupava o cérebrotodo de João das Mercês, a não ser na parte que pegava com nhô Pedrinho e nhã Anunciada. "Há de ser gente nova, ia pensando o  sacristão, mas hóspede em alguma casa, decerto, porque não há casa vazia na praia, e o número é da do Comendador Brito. Parentes, serão? Que parentes, se nunca ouvi... ? Amigos, não sei; conhecidos, talvez, simples conhecidos.  Mas então mandariam cabriolet? Este mesmo preto é novo na casa; há de ser escravo de um dos moribundos, ou de ambos." Era assim que João das Mercês ia cogitando, e não foi por muito tempo. 
cabriolet parou à porta de um sobrado,  justamente a casa do  Comendador Brito, José Martins de Brito. Já havia algumas pessoas embaixo com velas, o padre e o sacristão apearam-se e subiram a escada, acompanhados do comendador. A esposa deste, no patamar, beijou o anel ao padre. Gente grande, crianças, escravos, um burburinho surdo, meia claridade, e os dous  moribundos à espera, cada um no seu quarto, ao fundo.  
Tudo se passou, como é de uso e regra, em tais ocasiões. Nhô Pedrinho foi absolvido e ungido, nhã Anunciada também, e o coadjutor despediu-se da casa para tornar à matriz com o sacristão. Este não se despediu do comendador sem lhe perguntar ao ouvido se os dous eram parentes seus. Não, não eram parentes, respondeu Brito; eram amigos de um sobrinho que vivia em Campinas; uma história terrível... Os olhos de João das Mercês escutaram arregaladamente estas duas palavras, e disseram, sem falar, que viriam ouvir o resto — talvez naquela mesma noite. 
Tudo foi rápido, porque o padre descia a escada, era força ir com ele. Foi tão curta a moda do cabriolet que  este provavelmente não levou outro padre a moribundos. Ficou-lhe a anedota, que vou acabar já, tão escassa foi ela, uma anedota de nada. Não  importa. Qualquer que fosse o tamanho ou a importância, era sempre uma fatia de vida para o sacristão, que ajudou o padre a guardar o pão sagrado, a despir a sobrepeliz, e a fazer tudo mais, antes de se despedir e sair. Saiu, enfim, a pé, rua acima, praia  fora, até parar à porta do comendador. Em caminho foi evocando toda a vida daquele homem, antes e depois da comenda. Compôs o negócio, que era fornecimento de navios, creio eu, a família, as festas dadas, os cargos paroquiais, comerciais e eleitorais, e daqui aos boatos e anedotas não houve mais que um passo ou dois. 
A grande memória de João das Mercês guardava todas as cousas, máximas e mínimas, com tal nitidez que pareciam da véspera, e tão completas que nem o próprio objeto delas era capaz de as repetir iguais. Sabia-as como o padre-nosso, isto é sem pensar nas palavras; ele rezava tal qual comia, mastigando a oração, que lhe saía dos queixos sem sentir. Se a regra mandasse rezar três dúzias de padre-nossos seguidamente, João das Mercês os diria sem contar. Tal era com as vidas alheias; amava sabê-las, pesquisava-as, decorava-as, e nunca mais lhe saíam da memória. Na paróquia todos lhe queriam bem, porque ele não enredava nem maldizia. Tinha o amor da arte pela arte. Muita vez nem era preciso perguntar nada. José dizia-lhe a vida de Antônio e Antônio a de José. O que ele fazia era ratificar ou retificar um com outro, e os dous com Sancho, Sancho com Martinho, e vice-versa, todos com todos. Assim é que enchia as horas vagas, que eram muitas. Alguma vez, à própria missa, recordava uma anedota da véspera, e, a princípio, pedia perdão a Deus; deixou de lho pedir quando refletiu que não falhava uma só palavra ou gesto do santo sacrifício, tão consubstanciados  os trazia em si. 
A anedota que então revivia por instantes era como a andorinha que atravessa uma paisagem.  
paisagem fica sendo a mesma, e a água, se há água, murmura o mesmo som. Esta comparação, que era dele, valia mais do que ele pensava,  porque a andorinha, ainda voando, faz parte da paisagem, e a anedota fazia nele parte da pessoa, era um dos seus atos de viver.  
Quando chegou à casa do comendador, tinha desfiado o rosário da vida deste, e entrou com o pé direito para não sair mal. Não pensou em sair cedo, por mais aflita que fosse a ocasião, e nisto a fortuna o ajudou. Brito estava na sala da frente, em conversa com a mulher, quando lhe vieram dizer que João das Mercês perguntava pelo estado dos moribundos. A esposa retirou-se da sala, o sacristão entrou pedindo desculpas e dizendo que  era por pouco tempo; ia passando e lembrara-se de saber se os enfermos tinham ido para o céu, — ou se ainda eram deste mundo. Tudo o que dissesse respeito ao comendador seria ouvido por ele com interesse.  
— Não morreram, nem sei se escaparão, quando menos, ela creio que morrerá, concluiu Brito. 
— Parecem bem mal. 
— Ela, principalmente; também é a que  mais padece da febre. A febre os pegou aqui em nossa casa, logo que chegaram de Campinas, há dias.  — Já estavam aqui? —  perguntou o sacristão, pasmado de o não saber. — Já; chegaram há quinze dias, — ou quatorze. Vieram com o meu sobrinho Carlos e aqui apanharam a doença... Brito interrompeu o que ia dizendo; assim pareceu ao sacristão, que pôs no semblante toda a expressão de pessoa que espera o resto. Entretanto, como o outro estivesse a morder os beiços e a olhar para as paredes, não viu o gesto de espera, e ambos se detiveram calados. Brito acabou andando ao longo da sala, enquanto João das Mercês dizia consigo que havia alguma cousa mais que febre. 
A primeira idéia que lhe acudiu foi se os médicos teriam errado  na doença ou no remédio, também pensou que podia ser outro mal escondido, a que deram o nome de febre para encobrir a verdade. Ia acompanhando com os olhos o comendador, enquanto este andava e desandava a sala toda, apagando os passos para não aborrecer mais os que estavam dentro. De lá vinha algum murmúrio de conversação, chamado, recado, porta que se abria ou fechava. 
Tudo isso era cousa nenhuma para quem tivesse outro cuidado, mas o nosso sacristão já agora não tinha mais que saber o que não sabia. Quando menos, a família dos enfermos, a posição, o atual estado, alguma página da vida deles, tudo era conhecer algo, por mais arredado que fosse da paróquia. — Ah! — exclamou Brito estacando o passo. Parecia haver nele o desejo impaciente  de referir um caso, — a "história terrível", que anunciara ao sacristão, pouco  antes; mas nem este ousava pedi-la nem aquele dizê-la, e o comendador pegou a andar outra vez. João das Mercês sentou-se. Viu bem que em tal situação cumpria despedir-se com boas palavras de esperança ou de conforto, e voltar no dia seguinte; preferiu sentar-se e aguardar. Não viu na cara do outro nenhum sinal de reprovação do seu gesto; ao contrário, ele parou defronte e suspirou com grande cansaço. — Triste, sim, triste, concordou João das Mercês. Boas pessoas, não? — Iam casar. — Casar? Noivos um do outro? Brito confirmou de cabeça. A nota era melancólica, mas não havia sinal da história terrível anunciada, e o sacristão esperou por ela. Observou consigo que era a primeira vez que ouvia alguma cousa de gente que absolutamente não conhecia. As caras, vistas há pouco eram o único  sinal dessas pessoas. Nem por isso se sentia menos curioso. Iam casar... 
Podia ser que a história terrível fosse isso mesmo. Em verdade, atacados de um mal na véspera de um bem, o mal devia ser terrível. Noivos e moribundos... Vieram trazer recado ao  dono da casa; este pediu licença ao sacristão, tão depressa que nem deu tempo a que ele se despedisse e saísse. Correu para dentro, e lá ficou cinqüenta minutos. Ao cabo, chegou à sala um pranto sufocado; logo após, tornou o comendador.  — Que lhe dizia eu, há pouco? Quando menos, ela ia morrer; morreu. Brito disse isto sem lágrimas e quase sem tristeza. Conhecia a defunta de pouco tempo. As lágrimas, segundo referiu, eram do sobrinho de Campinas e de uma parenta da defunta, que morava em Mata-porcos. Daí a supor que o sobrinho do comendador gostasse da noiva do moribundo foi um instante para o sacristão, mas não se lhe pegou a idéia por muito tempo; não era forçoso, e depois se ele próprio os acompanhara... Talvez fosse padrinho de casamento. Quis saber, e era natural, — o nome da defunta. O dono da casa, — ou por não querer dar-lho, — ou porque outra idéia lhe tomasse agora a cabeça, — não declarou o nome da noiva, nem do noivo. Ambas as causas seriam. — Iam casar... — Deus a receberá em sua santa guarda, e a ele também, se vier a expirar, disse o sacristão cheio de melancolia. E esta palavra bastou a arrancar metade do segredo que parece ansiava por sair da boca do fornecedor de navios. 
Quando João das Mercês lhe viu a expressão dos olhos, o gesto com que o levou janela, e o pedido que lhe fez de jurar,— jurou por todas as almas dos seus que ouviria e calaria tudo. Nem era homem de assoalhar as confidências alheias,  mormente as de pessoas gradas e honradas como era o comendador. Ao que este se deu por satisfeito e animado, e então lhe confiou a primeira metade do segredo, a qual era que os dous noivos, criados juntos, vinham casar aqui quando souberam, pela  parenta de Mata-porcos, uma notícia abominável... — E foi...?  —  precipitou-se em dizer João das Mercês, sentindo alguma hesitação no comendador. — Que eram irmãos. — Irmãos como? Irmãos de verdade? — De verdade; irmãos por parte de mãe. O pai é que não era o mesmo. A parenta não lhes disse tudo  nem claro, mas jurou que era assim, e eles ficaram fulminados durante um dia ou mais...
João das Mercês não ficou menos espantado que eles; dispôs-se a não sair dali sem saber o resto. Ouviu dez horas, ouviria todas as demais da noite, velaria o cadáver de um ou de ambos, uma vez que pudesse juntar mais esta página às outras da paróquia, embora não fosse da paróquia. — E vamos, vamos, foi então que a febre os tomou...? Brito cerrou os dentes para não dizer mais nada. Como, porém, o viessem chamar de dentro, acudiu depressa, e meia hora depois estava de volta, com a nova do segundo passamento. O choro, agora mais fraco, posto que mais esperado, não havendo já de quem o esconder, trouxera a notícia ao sacristão.  
— Lá se foi o outro, o irmão, o noivo... 
Que Deus lhes perdoe! Saiba agora tudo, meu amigo. Saiba que  eles se queriam tanto que  alguns dias depois de conhecido o impedimento natural e canônico do consórcio, pegaram de si e, fiados em serem apenas meios irmãos e não irmãos inteiros, meteram-se em um cabriolet e fugiram de casa. Dado logo o alarma, alcançamos pegar o cabriolet em caminho da Cidade Nova, e eles ficaram tão pungidos e vexados da captura que adoeceram de febre e acabam de morrer. Não se pode escrever o que sentiu o  sacristão, ouvindo-lhe este caso. Guardou-o por algum tempo, com dificuldade. Soube os nomes das pessoas pelo obituário dos jornais, e combinou as circunstâncias ouvidas ao comendador com outras. Enfim, sem se ter por indiscreto, espalhou a história, só com esconder os nomes e contá-la a um amigo, que a passou a outro, este a outros, e todos a todos. Fez mais; meteu-se-lhe em cabeça que o cabriolet da fuga podia ser o mesmoo dos últimos sacramentos; foi à cocheira, conversou familiarmente com um empregado, e descobriu que sim. Donde veio chamar-se a esta página a "anedota do cabriolet."  






quarta-feira, 13 de junho de 2012

13 de junho

Só pra lembrar...




Por decreto de 13 de junho de 1808, o Príncipe-regente Dom João


"Manda tomar posse do engenho
 e terras denominadas da Lagoa Rodrigo de Freitas",
 para criar naquele espaço oJardim de Aclimação,
 com a finalidade de aclimatar as plantas de especiarias 
oriundas das Índias Orientais
noz-moscadacanela e pimenta-do-reino.


Assim nascia, há 204 anos, o Jardim Botânico do Rio de Janeiro, uma das mais belas e bem preservadas áreas verdes da cidade,  exemplo da diversidade da flora brasileira e estrangeira, onde podem ser observadas cerca de 6 500 espécies (algumas ameaçadas de extinção), distribuídas por uma área de 54 hectares, ao ar livre e em estufas.


O Jardim Botânico ainda abriga  monumentos de valor histórico, artístico e arqueológicoe a mais completa biblioteca do país especializada em botânica, com mais de 32 mil volumes.





terça-feira, 12 de junho de 2012

Figueiras cariocas


Árvores cariocas que chamam a atenção: a Figueira Roxa (Ficus tomentella) da Rua Faro, no Jardim Botânico e as Figueiras-religiosas (Ficus religiosa) da Rua Santa Luzia, no Centro da Cidade.






A figueira da Rua Faro é a responsável pelo surgimento da Associação dos Moradores do Jardim Botânico. Quando em 1980 a árvore seria cortada  para dar lugar a um prédio,houve uma grande mobilização dos moradores e  graças à comoção gerada, ela foi poupada. Hoje está tombada, com placa e tudo.
É uma árvore linda!

Outras figueiras que chamam a atenção na cidade estão em frente à Santa Casa de Misericórdia. Suas mudas foram plantadas em novembro de 1873, pelo botânico Francisco Freire Alemão, que, com certeza, não imaginou que belo desenho elas renderiam ao paisagismo da cidade.



Apesar de exótica,  a figueira, originária da Índia, se aclimatou bem no Rio, sendo encontrada em vários pontos na cidade e se destacando pela imponência.

Fotos: Árvores cariocas/ reprodução internet



sexta-feira, 8 de junho de 2012

Largo da Carioca em outro tempo





Nessa  foto  do início dos anos 50 vemos um Largo da Carioca completamente diferente do seu desenho urbanístico de hoje.


A imagem central mostra o antigo prédio do Jornal O Globo,na extinta rua  Bittencourt da Silva,
onde existia o seu parque gráfico. Dali ele foi para a Rua de Santana. No térreo ficava a  Livraria Freitas Bastos - livraria e editora -  que ocupou o prédio depois da mudança de O Globo. 


Colado com esse prédio, à direita, ficava o Liceu de Artes e Ofícios

Freitas Bastos  foi fundada em 1917 , no Rio de Janeiro, naquela ocasião sob o nome Editora Leite Ribeiro e ficava nesse imponente edifício circular da Rua Bittencourt, nº 21, na época suplantando até as principais livrarias da cidade, tais como a Francisco Alves e a Garnier.
Em 1922  foi assumida em definitivo pelo Dr. Freitas Bastos, que deu seu nome à livraria.
Desde o início a Freitas Bastos publicava preferencialmente livros jurídicos, mas com o tempo também se dedicou aos didáticos, médicos, científicos, espiritualistas, livros infantis e literatura brasileira.

Nos anos 60, mudou-se para a Rua Sete de Setembro, nº 111.

Destaque de seus títulos publicados, temos os clássicos
Miragem do Deserto, de Hermes Fontes, de 1917 
Microcosmo, de Bartolomeu Martins de Araújo Fontes, de 1919 
Ao som da viola, de Gustavo Barroso, de 1921 
A Isca, de Julia Lopes de Almeida, de1922
Graves e Fúteis, de Medeiros e Albuquerque, de 1922 
O Brasil Anedóctico, de Humberto de Campos, de 1927

Outro destaque da foto acima é o relógio,do tempo da reforma de Pereira Passos, em 1903, e feito pela Fundição Brasileira Kobler, em estilo francês, representando o comércio, a indústria e a navegação.

O relógio é o único remanescente até os dias atuais. 
Infelizmente, no lugar desse belo prédio foi construida a sede da Caixa Econômica Federal. 


Uma curiosidade:
No fundo da foto,  temos os prédios da Rua Treze de Maio. Vemos o Edifício Liberdade - que desabou no início desse ano -  com o cartaz do Banco Delamare  e a arquitetura original, em escada nos andares finais, antes do acréscimo e fechamento, que alteraram a fachada.

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Continuando o passeio pelo Hotel Avenida






O Hotel Avenida - onde em seu lugar está hoje o Edifício Avenida Central -  foi um dos mais populares edifícios da Avenida Rio Branco. Ele ocupava uma quadra delimitada pela Avenida Rio Branco, Largo da Carioca, Rua São José (desaparecida neste trecho) e a antiga Rua de Santo Antônio, atual Bittencourt da Silva.

Localizado nos números 152 a 162 da Avenida Central era propriedade da Companhia Ferro-Carril do Jardim Botânico e foi construído em terreno adquirido à Fazenda Nacional por Francisco de Azevedo Monteiro Caminhoá. Tinha 3.200 metros de área total,  60 metros de frente, 22,85 metros de altura geral sobre o solo e 34,30 metros de altura máxima. 

O Hotel Avenida foi inaugurado em 1910. Tinha 220 quartos, iluminados a luz elétrica, e também oferecia aos hóspedes o conforto do elevador. Na época de sua inauguração, a diária mínima era de 9 mil réis.


O Hotel Avenida foi demolido em 1957 para dar lugar ao Edifício Avenida Central, projeto do escritório de arquitetura Henrique Mindlin, inaugurado em 22 de maio de 1961 .  

  • Uma curiosidade: 
    A destruição do hotel inspirou um longo poema de Carlos Drummond de Andrade, 
    intitulado "A um hotel em demolição", do livro A Vida Passado a Limpo, de onde reproduzo alguns versos.

"Vai Hotel Avenida,
vai convocar teus hóspedes
no plano de outra vida.
Eras vasto vermelho,
em cada quarto havias
um ardiloso espelho.
Nele se refletia
cada figura em trânsito
e o mais que se não lia
(...)
Vem, ó velho Malta
saca-me uma foto
pulvicinza efialta
desse pouso ignoto.
Junta-lhe uns quiosques
mil e novecentos
nem iaras nem bosques
mas pobres piolhentos

(...)
Velho Malta, please,
bate-me outra chapa:
hotel de marquise
maior que o rio Apa.
Lá do assento etéreo
Malta, sub-reptício
inda não te fere o
super edifício
Que deste chão surge?
Dá-me seu retrato
futuro, pois urge

(...)

terça-feira, 5 de junho de 2012

Antes do Edifício Central...


... a Galeria Cruzeiro e o Hotel Avenida.

No seu local foi erguido o Edifício Central.




A fachada na esquina do Largo da Carioca 


O interior da Galeria Cruzeiro, passagem de pedestres e de bondes.





segunda-feira, 4 de junho de 2012

mais Edifício Central


Em outra fase mais adiantada, a obra do Edifício Central, também em 1960.

Vale reparar as redondezas...

Os carros pretos dos anos 30 e 40 ainda em circulação, o Jeep, as construções dos arredores
que posteriormente também foram demolidas.

Outro Largo da Carioca, de outro tempo.