quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Foi no dia 31 de dezembro ...

... a realização do primeiro futebol à fantasia .
Uma curiosidade contada  na crônica de Chico Moura,
publicada no histórico livro VILLA IPANEMA.

Vale a pena ler!
"... A fama do bairro já estendia por todo o Brasil, mas foi a partir da rua Montenegro 39 que ele se projetou. No pequeno bar de frente para a rua Prudente de Moraes, um balcão de mármore rosa servia bebidas rápidas, seguindo-se uma bomboniere e ao fundo uma enorme vitrine com garrafas importadas.
A casa recebeu o nome de Café e Bar Veloso. Raul Veloso, o primeiro proprietário, contratou o tricolor Nilo, o garçom que levou o apelido de Scarripa. Em 1950 com a venda do bar para o sr. Batista e Armênio Oliveira, foram contratados alguns anos depois os garçons; Arlindo, Silva e Raimundo. O campista Arlindo (uma rara exceção entre os cearenses que comandam a noite carioca) é o mais antigo garçom do atual Bar Garota de Ipanema. “Comecei a trabalhar em 1963, um ano antes da ditadura. Isto me deu um maior contato com os intelectuais da época”, diz o orgulhoso Arlindo. O cearense Silva também lembra de grandes momentos: “ Às vezes era duro de aguentar. Você já imaginou servir uma mesa com Cabelinho (Luis Carlos Portinho), Roniquito (Ronald Chevalier), Candinho (José Cândido de Melo Matos Sobrinho) e Ipiranga (Paulo Roberto Ferreira Dias) ?”. Outro garçom, o cearanse Raimundo, mais discreto, lembra de Tom,Vinicius e Baden.
Foi no dia 31 de dezembro  a realização do primeiro futebol à fantasia .
Logo de manhã cedo fazíamos fila na casa de Dona Júlia, na Barão da Torre, para a troca de sexo. Só participavam do futebol à fantasia os jogadores que estivessem vestidos de mulher e literalmente bêbados.
A concentração no Veloso parava o trânsito da rua Prudente de Moraes e o jogo sempre marcado para começar ao meio-dia nunca aconteceu antes das 17 horas.

Os mais representativos nomes desta época em Ipanema, sem dúvida, passaram pelo Veloso. Entre eles registramos; Sinhozinho (da capoeira), Cirandinha, Mario Pedregulho, Carlos Eduardo de Ipanema Moreira (o Barão - descendente do fundador de Ipanema), Chico Tozelli, Marcos Vasconcelos, João Perfeito, Carlinhos Tupã, Zequinha Estelita, Cabinha, Claudino Vieira Lima Filho (pai de Celso e Robero Quebra-Copos), Lucas (tio do Trajano), Paulo do Açougue, sr. Martins (pai de Sergio Bilula e Gil Morcego - que dormia de dia e bebia à noite), Orlando (pai do Grilo e Orlandinho), dr. Vicente, Toninho da Aeronáutica, Peter, Tião, Ralph, sr. Ferrreira (Calica), Raul (Vovô), Caju, sr. Heidi (pai de Gil Paraíba), Pualinho, Sergio Tecidos, Giberto Salvador, Mario Peixoto e Nelson Gomes (criadores do Jornal de Ipanema), Carlinhos Tupã, Mauricinho Monjardim, Léo Ferreira, José Martins (Pancho) , Marco Varela, Munir Helayel, Fausto Wolff, Hugo Santana, Dico, Arduino Colassanti, Ruy e Ney (os Irmãos Metralha), Paulinho Morizot, Tião, Carlinhos Pãozinho, Titetói, Fernando e Helinho Moneró, Grilo, Paulo Paiva (pai do Lula, Pepa e Nena), Coronel Luis e Major Flores.
Havia a mesa da Távola Redonda: Mário Pinião, almirante Cesar. A mesa do escrete paraguaio: Paulinho Berger, Geraldo Salada, Bob Onça. Entre os músicos registramos; Pixinguinha, Antonio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim, Luis Bonfá, Vinicius de Moraes, Baden Powell, Candinho, Bill Horney, Ipiranga (Paulo Dias), Terra Trio (Fernandinho, Ricardo e Zé Maria), Gaúcho (Negrinho) ... " (trecho )

Feliz 2015!Feliz 2015!Feliz 2015! 

segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Anúncios cariocas


Há 20 anos... Anúncio da Casa & Vídeo
no Jornal do Brasil , de 4 de setembro de 1994. 
  

TUDO ULTRAPASSADO!


terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Natal é tempo...





De refazer-se de todas as lutas
Tirar lições de fracassos
Celebrar as conquistas
Perdoar-se pelas limitações
Esperar e encorajar
Os que ficaram pra trás.

Natal é tempo ...

De passar a vida a limpo
De harmonizar as diferenças
Que marcaram nossos relacionamentos
Para descobrir que é possível viver em paz.
De renascer no braço da esperança
É viver o hoje com intensa alegria.

Natal é tempo ...
de mãos solidárias
de (re)nascer 
De dar forças às mãos enfraquecidas,
aos joelhos vacilantes 

De dizer aos desanimados
Coragem!
Não tenha medo!

São tantas coisas a fazer, a pensar
São tantas coisas pra refazer, pra repensar
Mas não é preciso fazer tudo ao mesmo tempo
Nem desanimar porque o tempo falta.
Apenas comece.

"Suba o primeiro degrau com fé.
Não é necessário que você veja toda a escada.
Apenas dê o primeiro passo"
já nos disse certa vez Martin Luther King.

Natal é tempo...
De abraçar e acolher o aniversariante
Abrir as portas de nossa casa 
e do nosso coração para seu amor,
E de sentir que ELE nos abraça, nos acolhe e
nos mostra o melhor caminho.

DEUS ABENÇOE A TODOS,
AO NOSSO RIO DE JANEIRO
QUE MORA NO MAR

E NOS NOSSOS CORAÇÕES!

FELIZ NATAL!

domingo, 21 de dezembro de 2014

Outra esquina carioca


Esquina das ruas do Rosário e Quitanda , no Centro do Rio, Edifício GALERIA.

O Centro do Rio de Janeiro tem história para contar. Na Rua da Quitanda, por exemplo, chamada assim porque no século XVIII havia em uma de suas esquinas um estabelecimento comercial de nome Quitanda do Marisco, está um dos mais imponentes edifícios da cidade: o Edifício Galeria, patrimônio arquitetônico e cultural.

No ano de 2008, o histórico edifício sede da Companhia de Seguros Sul América se encontrava em processo de desocupação. A edificação de 29 mil m² foi construída em várias etapas, de 1922 à meados de 1960 e se encontrava totalmente adaptada para o uso específico da Companhia de Seguros Sul América. O interior da edificação, bem como as fachadas, estavam deterioradas pelo tempo.

O prédio, inaugurado em 1949, foi projetado pelos arquitetos Joseph Gire e por Roberto R. Prentice, responsáveis por outros importantes edifícios no Rio de Janeiro. Gire é autor dos projetos do Copacabana Palace, do Hotel Glória e do Palácio das Laranjeiras. Prentice assina o projeto da Central do Brasil.

Antiga sede da SulAmérica Seguros, o edifício foi adquirido e retrofitado pela Tishman Speyer, de 2009 a 2011. A reforma visou à adequação do prédio ao contexto atual, preservando seu valor material, estético e histórico. No caso do Galeria, a completa modernização o reposicionou no mercado como um empreendimento de alto padrão (classe AA), com tecnologia e operação atualizadas. Como resultado, os espaços são bastante elegantes, bonitos e confortáveis, mas também se evidenciam as escadas, o hall, a fachada e outros elementos do projeto original preservados.

O Galeria atual  tem oito andares de escritórios que ocupam 22 mil m² do prédio (de 29 mil m² de área construída). Isso deve gerar um público interno de aproximadamente 2,5 mil pessoas diariamente.
Os escritórios possuem lajes de 2,8 mil m². Piso elevado, forros, luminárias e ar-condicionado central . No térreo fica a galeria, onde estão lojas de grife e dois restaurantes, que convidam os visitantes para as suas varandas.

O Edifício Galeria foi reconhecido com o Prêmio Master Imobiliário na categoria Retrofit de Imóvel Antigo, premiação concedida pela Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi) em 2009 e em 2012.
Em 2010, venceu a 48ª. Premiação Anual do Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB/RJ). Em agosto deste ano, ganhou o Prêmio Master Imobiliário, concedido pelo Secovi e pela Fiabci, na categoria Empreendimento Comercial.















quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Esquinas Cariocas


Rua Francisco Sá com a Av. N. Senhora de Copacabana ,
nos anos 50.


Detalhes:
Casas Gaio Marti  -um mercado tradicional e elegante -  na esquina, à direita, e da " vaca leiteira " à esquerda -o cilindro no triciclo -  onde era vendido leite a granel.







segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Moda carioca

A sutileza da moda carioca, em uma realidade completamente diferente da atual.
Tempo das costureiras e modistas... cortes para confeccionar...

1944
, há 70 anos!





sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Novos locais de hospedagem no Rio

Um  é quatro estrelas. O outro, um hostel.

A Rua Riachuelo, uma das artérias centrais do bairro da Lapa, acordou com um ar diferente nesta quinta-feira. Foi inaugurado hoje, no número 124, o primeiro hotel do grupo português Vila Galé no Rio de Janeiro. O empreendimento de quatro estrelas e 292 quartos tem como base três casarões históricos, tombados pelo Iphan. Ao conjunto, foram anexados piscina, spa, bar e dois prédios onde funcionam dois restaurantes, sala de convenções e a maioria dos quartos.





O Vila Galé Rio de Janeiro retorna, na verdade, às suas origens. Entre as décadas de 1930 e 1940, o mesmo palacete abrigou o Hotel Magnífico. Mais tarde, o imóvel serviu como colégio por cerca de 60 anos e, desde 2009, estava fechado, sem nenhuma ocupação.

As obras de recuperação, orçadas em R$ 100 milhões, levaram um ano e dois meses para ficarem prontas.

***

E quem costuma passar sempre pela Avenida Borges de Medeiros, na Lagoa, provavelmente acompanhou com uma certa curiosidade a transformação da casa situada na esquina com a Rua Saturnino de Brito, que foi ganhando uma fachada bem original.

O endereço que abrigava o consultório de Pedro Solberg, um dos pediatras mais conhecidos da cidade, foi coberto por uma espécie de cobogó moderno, com quadrados recortados nas cores azul e branco. Há um mês, as portas abriram timidamente e o “mistério” se desvendou: o lugar virou o mais novo hostel da praça.
Em homenagem ao sotaque dos gringos que são esperados por lá, o albergue foi batizado de Rioow e mantém no interior a mesma autenticidade da fachada. São três andares com sete quartos: cinco deles são coletivos, com beliches e treliches, e dois são suítes para casais.

Os elementos vazados aparecem em painéis de madeira furadinhos na frente de cada cama. Responsável pelo projeto, o arquiteto Pedro Kastrup explica que é uma forma de dar um pouco de privacidade ao hóspede na hora de dormir.




No lounge do Rioow, mapa feito com 3.500 parafusos e teto com desenhos
Foto: Leo Martins / Agência O Globo



quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

"Eu pensei que todo mundo fosse filho de Papai Noel"

Época de Natal traz à lembrança clássicos da música natalina, como Boas Festas, de 1933.

A voz de Carlos Galhardo  cantou e tornou a canção, um sucesso.

Anoiteceu
O sino gemeu
A gente ficou
Feliz a rezar

Papai noel
Vê se você
Tem a felicidade
Pra você me dar
Eu pensei que todo mundo fosse filho de papai noel
Bem assim felicidade
Eu pensei que fosse uma brincadeira de papel

Já faz tempo que eu pedi mas meu papai noel não vem
Com certeza já morreu
Ou então
Felicidade é brinquedo
Que não tem





Mas por trás da canção , da linha triste da letra, 
encontra-se a história de vida 
de um dos maiores compositores da nossa música:  
Assis Valente.

Poucos, à época notaram os traços da depressão que viria a por fim à vida do compositor Assis Valente que pontuavam seus sucessos. Essa mesma tristeza já aparecera em "Cai, Cai, Balão", gravada por Aurora Miranda e Francisco Alves, inaugurando as marchinhas juninas.

O sucesso musical, que durou até 1939, disfarçou os desajustes de comportamento como gastar mais do que ganhava, sumiços do trabalho e, principalmente,  o uso de drogas, a cocaína.

Mas a paixão não correspondida por Carmem Miranda, que consagrou na sua voz grandes sucessos de Assis Valente e, depois deixou de gravá-lo,  o levou a acumular dívidas financeiras e emergiu seu desequilíbrio emocional que o levou a várias tentativas de suicídio.

Uma delas aconteceu no alto do Corcovado. Assis valente escolheu o lado mais perigoso do Corcovado para pular.  Aconteceu em 12 de maio de 1941. Sem camisa, ele se jogou de costas, diante de uma plateia de bombeiros, policiais, turistas e curiosos. Mas ficou preso na copa de uma árvore brotada na pedra. O compositor foi resgatado com vida. Mas não desistiu.Tentou mais cinco vezes até conseguir, em 1958, ao beber um refrigerante de guaraná  com veneno para ratos, em frente à praia do Russel, no bairro do Flamengo.

 Na biografia "Quem Samba Tem Alegria", do jornalista Gonçalo Junior, recém lançada, podemos conhecemos melhor esse lado triste como também a simpatia e o sorriso largo - de dentes perfeitos, já que era protético -  de Assis Valente, que escondia um abismo de depressão que se tornou insuportável no fim da vida.



O compositor Assis Valente em 1951, diante de painel que reproduz os Arcos da Lapa, no Rio



segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Rio ganha hoje novo ponto turístico...



 A estátua de Tom Jobim, no Arpoador.


Nesse 20 de dezembro, vinte anos de sua morte, temos agora  o maestro com seu violão em Ipanema.


As feições são vistas com perfeição na escultura do Tom. A escultora Cristina Motta,  aliás é uma expert no assunto. São dela as belas esculturas de Brigite Bardot, Juscelino Kubitschek  e os Três Pescadores, na cidade de Búzios.


Um novo presépio de presente ao Rio


um enorme presépio enfeita
a Rua do Catete,
próximo à Rua Benjamin Constant,
na Glória.
 

 Entre imagens em tamanho real como a dos três Reis Magos, uma manjedoura aguarda vazia a chegada do Menino Jesus após a Missa do Galo, no dia 24.

Erguido pela Paróquia Sagrado Coração de Maria, com ajuda da Arquidiocese do Rio, é um trabalho   todo feito em resina.




LINDO!

É PRA COLOCAR NO ROTEIRO DE NATAL CARIOCA!

domingo, 7 de dezembro de 2014

Febre Carioca

 Um cabo que ganhou o apelido carinhoso de...GoPobre

Foi-se o tempo em que, para tirar uma selfie com o celular, todo mundo espremia os rostos juntinhos. Se tivesse paisagem então, o contorcionismo precisava ser ainda maior para pegar a vista.

Precisava.

Um aparelhinho chamado monopod veio resolver esse problema. Antes, o cabo era exclusividade daqueles que têm a câmera GoPro (aquela pequenininha que pode ser usada em qualquer lugar e que pode chegar a custar até R$ 3 mil).

Agora, em praias, shoppings, aeroportos e praças já se tornou comum ver os cabos, ou bastões, estendidos: tudo na busca pelo ângulo perfeito para aquela foto.



Os bastões portáteis cabem dentro da bolsa ou do bolso. Na hora de usar, o procedimento é simples: eles são acionados por controle remoto, que se conectam às câmeras dos celulares pelo bluetooth do aparelho. Aí, depois de enquadrar, ajeitar o cabelo, acertar o sorriso e ficar na pose, basta disparar o botão e a foto está pronta.

Há quem diga que o aparelho parece uma varinha. Varinha não é, mas está fazendo mágica para os camelôs da cidade: o bastão é o desejo do momento.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

O parente do prefeito...

Em março de 1928, o jornal O GLOBO denunciava o caso da Praça Onze, no Centro do Rio.

Em reportagem com o título

“A picareta paulista arrasando o Rio - 
contra a arbophobia do parente do prefeito”,

 o jornal criticava a “devastação da Praça Onze”. A edição, apresentava os “absurdos do inspector de Mattas e Jardins, parente do prefeito do Distrito Federal”.



Curiosidades cariocas!
 

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

As baleias do Rio

Falamos, por aqui de bichos habitantes da cidade do Rio.

Muitos não sabem que, em tempos passados, 
baleias eram parte da paisagem da Baía de Guanabara. 

Após a fundação da Cidade do Rio de Janeiro e sua prosperidade e crescimento, a pesca de baleias foi de fundamental importância para a economia dos tempos coloniais.

O óleo de baleia era parte integrante da mistura contida no concreto usado no assentamento de pedras e alvenaria das antigas construções e fortificações e nesta época existiram muitas indústrias de pesca de baleia, as chamadas "armações".

Baleias assim como os barcos de pescas e as armações se localizavam em praias mais distantes do centro da cidade.

Óleo sobre tela, de Leandro Joaquim (c. 1738-1798), final do século XVIII
96 x 125,7 cm. 
A cena registra a pesca de baleias na Baía da Guanabara. Registre-se a existência de um grande número de animais da espécie em águas dos Rio de Janeiro no final do século XVIII. 

Resultado de imagem para Óleo sobre tela, de Leandro Joaquim A cena registra a pesca de baleias na Baía da Guanabara

 

O escritor  Pedro Dória em seu livro 1565, ao descrever o Rio de Janeiro quinhentista, nos conta que as baleias frequentaram a Baía da Guanabara no inverno durante muito tempo, e sua pesca era das mais rentáveis. A carne era saborosa, as barbatanas serviam de lixa e sua gordura, o óleo, era combustível.

E mais, o óleo misturado com as conchas trituradas ou cal, dava uma argamassa resistente como poucas para a construção de prédios. (Os escravos às vezes bebiam o óleo direto do lampião, era alimento).

Quando aparecia uma baleia morta na praia era festa rapidamente chegavam canoas de toda parte, quem estava perto da área onde o animal marinho encalhou. A população largava o que estava fazendo e, com panelas, iam todos pegar, de graça, aquilo pelo que, em geral, pagavam caro. Mas tinha um defeito: depois de tudo que valia algo ser extirpado, era dificílimo livrar-se das tripas que sobravam, e o cheiro ocupava a cidade colonial do Rio de Janeiro por dias. (não é à toa que as armações ficavam sempre longe).

CACHALOTE OU CACHARRÉU era a baleia mais caçada e cobiçada na Baía de Guanabara.

O espermacete, extraído do cérebro do cachalote, uma matéria branca, oleosa, transparente e viscosa que, em contato com o ar, transforma-se em cera. Um animal adulto pode fornecer até cinco quilos desta matéria-prima. A indústria baleeira no Brasil interessou-se por ele na segunda metade do século XVIII para a fabricação de velas, também consumido nas boticas como detergente, consolidador, emoliente no preparo de unguentos, pomadas, bálsamos, cosméticos e sabões finos.

Os contratadores da pesca das baleias eram, antes de tudo, vassalos do rei, e como tal, buscavam sempre a inserção em espaços de atuação colonial, situações em que pudessem se firmar como membros da elite local, porque as colônias tinham na metrópole a sua referência moral.

domingo, 30 de novembro de 2014

O amanhecer desse domingo no Arpoador

Sol brilha no Arpoador neste domingo Foto: Pedro Teixeira / Agência O Globo

Cães aproveitam o sol da manhã nas areias do Arpoador Foto: Pedro Teixeira / Agência O Globo

Casal namora na pedra do Arpoador Foto: Pedro Teixeira / Agência O Globo


Fotos: Pedro Teixeira / Agência O Globo - reprodução O GLOBO Online

terça-feira, 25 de novembro de 2014

O mico dos mascotes das Olimpíadas de 2016

UM COMENTÁRIO PERTINENTE



No Rio, foram apresentados os mascotes das Olimpíadas de 2016.
Ao contrário das outras cidades-sede o Comitê Olímpico apresentou...

DOIS MONSTRINHOS HORROROSOS!


Em uma terra de bichos nativos em profusão,os " criadores" cairam no achismo do invencionismo .

O nosso carioca ilustre, o golfinho, que povoa e alegra a nossa Baía da Guanabara, deve ter se sentido triste.

A justificativa pro desenho, digamos, inusitado, é

"O mascote olímpico... uma criatura mágica ... representa a diversidade dos animais do país. Já o mascote paralímpico é uma inédita mistura da flora brasileira", disse o Comitê Rio 2016 em comunicado.

Como diria Renato Aragão... CUMA???

Por que não dizer de forma mais simples: o mascote é um gato. Criatura mágica?

Aliás, pensando bem, faz sentido o mascote gato.

Afinal... vivemos na terra dos gatos... Brasil, sil, sil...
gato de dinheiro, 
gato de luz, gato de água, gato de tv a cabo
e afins.

Por isso, fica a sugestão pertinente, que ao invés dos nomes estapafúrdios que querem impingir para batizar o mascote, se dê a ele o nome óbvio: GATUNO.

Ainda refletindo sobre esse mico carioca...

Se o “povo” , que desenhou , quis ser criativo para gerar os mascotes monstrinhos  tivesse se utilizado do básico para um design  - A PESQUISA teria chegado a criaturas engraçadas e, claro, que têm A CARA DO RIO.

Algumas delas:  GOLFINHO, QUERO-QUERO, URUBU JEREBA, BEM TE VI, MELRO ou MARIA-PRETA,   MACACO PREGO ... e por aí vai.

 Mas quiseram ser... nem sei o que.

Como designer sei que Design é criação, sim, mas com coerência, pertinência e acima de tudo simplicidade para bom entendimento e comunicação.

A pergunta continua no ar...
DE ONDE SAIU AQUELE GATO SINISTRO

E AQUELA CABEÇA FOLHUDA ?

Em tempo: dirão... mas o Golfinho seria o personagem óbvio. E não será por isso que o Micha, o óbvio urso teve tanta identidade e foi tão querido? E qual foi o diferencial? A forma criativa de seu design!

Pois é... 

terça-feira, 18 de novembro de 2014

Consciência Negra

20 de novembro, Dia da Consciência Negra.

Fazemos memória dessa consciência através de uma linda história criada e contada por Altay Veloso.

Compositor  de São Gonçalo, região metropolitana do Estado do Rio de Janeiro, filho de jongueiro capixaba com sacerdotisa de religião de matriz africana, conhecido por composições nas vozes de Nana Caymmi, Roberto Carlos, Emilio Santiago, Jorge Vercillo, Zizi Possi, Fagner entre tantos outros, num total de mais de 450 músicas, Altay Veloso, assim com vitoriosa carreira de compositor, ousou escrever a belíssima obra O Alabê de Jerusalém.

 Uma ópera em dois atos, O Alabê de Jerusalém conta a história de Ogundana, um homem nascido há dois mil anos no antigo Daomé. Aos 12 anos de idade, ele foge de sua tribo e parte em direção ao norte da África. Passa por várias nações até que com 30 chega em Cesaréia onde conhece o grande amor de sua vida, uma mulher judia da comunidade essênia chamada Judith. Um dia Judith o convida a ir à Galiléia visitar uma amiga e lá Ogundana conhece Jesus Cristo e se encanta ao ouvir o Sermão da Montanha. Daí em diante, apaixonado pelos ensinamentos do Mestre, acompanha Seus passos até a crucificação. Hoje, mais de 2.000 anos depois, o africano  Daomé, na criação de Altay se tornou uma entidade espiritual chamada o Alabê de Jerusalém, que volta à Terra para contar sua história.

Algumas das lindas canções da ópera...


Encontro marcado


 Estrela Luminosa


Pra ouvir as demais canções, clique AQUI.
Vale
muito a pena!

sábado, 15 de novembro de 2014

A beleza das claraboias do Rio

Vejamos algumas das belas claraboias do Rio 

No Real Gabinete Português de Leitura, destaca-se o majestoso salão de leitura contornado por galerias e coberto por uma claraboia de vidro colorido, que chama a atenção de quem entra no ambiente


No Real Gabinete Português de Leitura, destaca-se o majestoso salão de leitura contornado por galerias e coberto por uma clarabóia de vidro colorido, que chama a atenção de quem entra no ambiente Foto: Edu Mendes / Divulgação

No Palácio do Catete, a claraboia é datada de 1863, e é decorada por um vitral composto por 288 peças, o que confere um exuberante colorido à iluminação do ambiente


A peça foi projetado pelo arquiteto alemão Gustav Waehneldt, sendo uma das mais antigas da cidade Foto: Angelo Antonio Duarte / Agência O Globo

Importada da França em 1922, a claraboia da Colombo tem 8m de comprimento por 4,5m de largura. A peça foi projetado pelo arquiteto alemão Gustav Waehneldt, sendo uma das mais antigas da cidade

Importada da França em 1922, a claraboia da Colombo tem 8m de comprimento por 4,5m de largura Foto: Angelo Antonio Duarte / Agência O Globo

No Centro Cultural Justiça Federal, a peça, de 2001, se contrasta com o prédio de 1909.
A nova peça resgata a proporção e o conceito originais do prédio, tornando-se um elemento arquitetônico de destaque, que permite uma leitura realçada dos vitrais internos


A nova peça resgata a proporção e o conceito originais do prédio, tornando-se um elemento arquitetônico de destaque, que permite uma leitura realçada dos vitrais internos Foto: Angelo Antonio Duarte / Agência O Globo

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Armazéns antigos do Rio... 2

Armazém Senado
 
 
É uma  das 12 casas tradicionais declaradas patrimônio cultural carioca.
Com características rústica, o armazém localizado no Centro da cidade,  possui 105 nos de tradição.
Boa pedidas para petisco são as porções de frios compostas por queijo provolone, azeitona, salaminho e mortadela.

sábado, 8 de novembro de 2014

Armazéns e mercearias do Rio

As mercearias, armazéns, lojas foram desaparecendo das esquinas do Rio de Janeiro após a primeira metade do século XX por conta da concorrência com os supermercados.

Os sobreviventes carregam quase todos em comum uma característica: a de terem sido adaptados, migrando da função de apenas secos e molhados para a de botequim – em maior ou menor grau.  fascinantes, que mesmo tendo sofrido intervenções ao longo dos anos, ainda mantém uma áurea de um tempo ido, um charme que nos conquista a primeira visita.

O Armazém São Thiago,Bar do Gomes, é dos mais antigos no Rio e no bairro de Santa Teresa, à Rua Áurea, 26. Antiga mercearia foi reformada, mas manteve o estilo rústico, sendo decorada com velhas máquinas registradoras e balanças. 


Um dos mais antigos de Santa Teresa




quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Lotação

A primeira mulher da cidade do Rio de Janeiro a ser admitida como motorista de ônibus?
Ou fotos extraídas de fotogramas do filme A Estrada do Amor, de 1960, gravado no Rio de Janeiro,onde a motorista seria a atriz Rosamaria Murtinho, que fazia seu trabalho de estréia no cinema.
Dúvida no ar!

 


 
acervo Renato Libeck, Ônibus na Cidade do Rio de Janeiro


Interessante observar:
  • Os avisos de  "É proibido conversar com o motorista", "Preço Único $ 5,00" e "Lotação 19 Passag.". 
  • recipiente para depósito das fichas 
  • O assento ao lado do motorista - o banco do sobressalto - pela velocidade desenvolvida por esses veículos.

domingo, 2 de novembro de 2014

Dia de Finados


sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Conhecendo a História ... significados

...pra não repetir o erro.

Corrupção e peculato

Houve um tempo em que o o bem público era propriedade do rei de Portugal.
O que chamamos de peculato – apropriação de dinheiro público em proveito próprio – não chegava a ser uma irregularidade.  O que se proibia não era a prática em si, mas o excesso.

Punição prevista em lei foi o que não faltou na história do Brasil e, em especial, na história republicana, época - comprovada em documentos - que nunca se roubou tanto na história deste País.
Vale ressaltar
  • que os republicanos reconheciam em Pedro II uma virtude: a da correção pessoal.
  • foi o udenismo de oposição a Vargas, nos anos 1950, quem deu à corrupção a marca individual :a falta de moralidade das pessoas a maior fonte de problemas de corrupção.

Corruptos, a partir daí, passaram a ser ... os indivíduos.

Dizem,  o brasileiro é um povo alegre e moleque. Não, não somos nem alegres e nem moleques. Um povo que ri de sua miséria é um povo triste.

João Ubaldo Ribeiro escreveu um artigo antológico onde chama a atenção para o fato de que somos nós mesmos que criamos esse estado de coisas.

Nós elegemos o safado, o ladrão, o traficante, o analfabeto para compor a casa que dá origem ao arcabouço da legislação brasileira.

Imagem relacionada


"Tenho vergonha de mim
pois faço parte de um povo que não reconheço,
enveredando por caminhos
que não quero percorrer...

Tenho vergonha da minha impotência,
da minha falta de garra,
das minhas desilusões
e do meu cansaço."
RUI BARBOSA

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Hoje , 2014, no Rio e no Brasil...

...como há 100 anos, em 1914.
Em discurso no Senado Federal,  Rui Barbosa disse


"De tanto ver triunfar as nulidades,
de tanto ver prosperar a desonra,
de tanto ver crescer a injustiça,
de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus,
o homem chega a desanimar da virtude,
a rir-se da honra,
a ter vergonha de ser honesto."


Nada mudou.
TÁ DIFÍCIL DE ENGOLIR!


quarta-feira, 22 de outubro de 2014

DILMA e o roubo ao cofre, no Rio


Dilma Roussef participou
de um dos assaltos
mais comentados da história do Rio: 

ao cofre do ex-governador Ademar de Barros
,
uma ação armada comandada em 1969 por ela
e pelo que viria a ser seu futuro marido, Carlos Araújo,
qu
e depois foi deputado pelo PDT.

Aconteceu numa imponente mansão do bairro Santa Tereza e ocorreu na tarde de 18 de julho de 1969.

A Vanguarda Armada Revolucionária -VAR-Palmares, ainda em fase de implantação -  aliada estratégica da VPR, grupo liderado pelo ex-capitão Carlos Lamarca - necessitava de dinheiro. Havia informações sobre o caixa dois de Adhemar de Barros obtidas por Juarez Guimarães de Brito, o Juvenal, um dos  seus membros e a  fonte era quente: Gustavo Schiller, garoto que estudava no Colégio Andrew, no bairro Botafogo, e comentou com colegas que o cofre com a “caixinha do Adhemar” estava guardado na casa onde morava com seu tio.

 Seu tio era Aarão Burlamaqui Benchimol, irmão de Ana Guimol Benchimol Capriglione, 

UM PARÊNTESES: à época , Ana era conhecida amante do governador Adhemar de Barros, casado com d. Leonor. Com Ana , Adhemar viajava, comparecia a muitas festas e recepções. Inclusive quando morreu, em Paris, quem lá estava com ele era Ana que tratou  dos trâmites burocráticos para traslado do corpo.

Foi prato cheio.

Planejamento feito, na tarde do dia 18, a bordo de três veículos, um grupo formado por onze homens e duas mulheres, todos da VAR-Palmares, chegou à mansão  onde morava o cardiologista Aarão, na rua Bernardino dos Santos.


Adhemar e Ana

 Quatro guerrilheiros ficaram em frente à casa. Nove entraram, renderam os empregados, cortaram as duas linhas telefônicas e dividiram-se: um grupo ficou vigiando os empregados e outro subiu ao quarto para chegar ao cofre. Pesava 350 quilos. Devia deslizar sobre uma prancha de madeira pela escadaria de mármore, mas acabou rolando escada abaixo. A ação durou 28 minutos e foi coordenada por Dilma Rousseff.

Dilma Roussef não gosta de falar sobre o episódio e sua biografia oficial omite totalmente o passado de armas, mortes e assaltos.


Dilma liderava com Carlos a organização
VAR Palmares, já na época aliada estratégica da VPR, grupo liderado pelo ex-capitão Carlos Lamarca.
Dilma e Carlos Araújo  roubaram o cofre com tudo dentro, usando um sistema de roldanas. Depois ele foi aberto com a ajuda de maçaricos. Dentro dele estavam US$ 2,16 milhões.


O dinheiro, segundo relatos,  foi dividido
"em três malas de 400mil dólares cada uma" e ficou cerca de uma semana, "em um apartamento à rua Saldanha Marinho, onde morava Dilma" .

Onde foi parar o dinheiro ? 


O destino desse dinheiro é um mistério. Nenhum dos envolvidos na ação, direta ou indiretamente, comenta, Ou fala que isso que não tem mais importância nenhuma.

Curiosa é a semelhança com os dias atuais.
A roubalheira corre solta e Dilma não sabe, não vê.
 

Parafraseando dois clássicos da midia...

" O tempo passa, o tempo voa e ... as pessoas continuam numa boa...”


" O brasileiro é tão bonzinho..."

domingo, 19 de outubro de 2014

Jóias de cada bairro carioca





Leblon: Com valor do metro quadrado médio de R$ 39.068, a Delfim Moreira é a rua mais cara do bairro (e dos país), seguida pela General Venâncio Flores (com R$ 26.281) e a Rita Ludolf (R$ 26.517).

Ipanema: O destaque é da Vieira Souto (R$ 37.471). Em seguida, vem a Aníbal de Mendonça (R$ 26.105) e a Nascimento Silva (R$ 20.074).

Gávea. Rua Professor Manuel Ferreira (R$ 21.276), Marquês de São Vicente (R$ 17.856) e Artur Araripe (R$ 16.915).

São Conrado. As ruas mais caras são Prefeito Mendes de Morais (R$ 19.791), Avenida Álvaro Alberto (R$ 15.546) e Estrada do Joá (R$ 15.110).

Copacabana. São elas: Avenida Atlântica (R$ 18.554), Joaquim Nabuco (R$ 16.057) e Rainha Elizabeth (R$ 14.446).

Barra da Tijuca. Avenida do Pepê (R$ 17.525), seguida por Lúcio Costa (R$ 15.972) e Gilberto Amado (R$ 11.820).

Botafogo. Destaque para as ruas Eduardo Guinle (com metro quadro médio a R$ 16.247), Sorocaba (R$ 13.896) e Dona Mariana (R$ 13.562).

Flamengo. É a Avenida Rui Barbosa (R$ 12.151), seguida pela Avenida Oswaldo Cruz (R$ 12.087) e Praia do Flamengo (R$ 11.972).

Tijuca. As ruas mais caras são: Homem de Melo (R$ 9.079), Itacuruçá (R$ 8.345) e Andrade Neves (R$ 8.688).

Méier. O destaque é a Rua Silva Rabelo (R$ 6.470). 


Tijuca. Em meio ao burburinho ao redor, o ar bucólico da Rua Homem de Melo dá a ela o metro quadrado mais caro do bairro
Foto: Fabio Rossi / Agência O Globo
A bucólica Rua Homem de Melo, na Tijuca



terça-feira, 14 de outubro de 2014

Saudades do Cine RIAN, em Copacabana

manchete do jornal O GLOBO de 26 de dezembro de 1983


Os anos 80 decretaram a venda do terreno e o cinema acabou.
E em seu lugar, hoje, o Hotel Pestana.

Mas o Cine Rian foi palco de grandes lançamentos, sucessos e festivais. Além de sua localização de grande charme: em plena Avenida Atlântica.

Nair de Teffé , a caricaturista Rian, foi a patrona do cinema. Em 1935 ela foi a primeira a comprar o terreno, onde existiam três casas e ali mandou construir um prédio residencial de cinco andares e dez apartamentos. Em 1947 foi comprado pelo Grupo Severiano Ribeiro que instalou seu cinema. Até os anos 70 ele foi bastante rentável, inclusive pelas suas famosas sessões à meia-noite. Mas em 1975 um incêndio quase o destruiu e ficou fechado por dois anos e após a reabertura resistiu poucos seis anos.

No final do ano de 1983 perdia o Rio o cinema de 922 poltronas vermelhas, o estilo austero de cortinas pesadas, chão de pastilhas formando desenhos geométricos, luzes de bronze e espelhos de cristal. Excalibur, filme de  John Boorman, com Nigel Terry, Helen Mirren, Nicholas Clay foi o último filme exibido.


Em 1956 no lançamento do feérico Ao Balanço das Horas - Rock Around the Clock, com Bill Haley



Final dos anos 1970
na exibição do clássico O Outro Lado da Meia -Noite






Como frequentadora do RIAN... SAUDADES!!!

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Taiguara, HOJE e sempre

 
A história de Taiguara Chalar da Silva começa a 9 de outubro de 1945, em Montevidéu, onde nasceu, e sua carreira musical no João Sebastião Bar, um dos pontos de encontro dos artistas na década de 60, situado pertinho do Mackenzie, onde estudava Direito. Por lá se encontrava com Chico Buarque, Claudete Soares, Geraldo Vandré, Airto Moreira e muitos outros que pontificavam na meca paulista da Bossa Nova.

Tendo como padrinhos artísticos Chico e Claudete foi convidado pela Philips para gravar. Seu primeiro LP,  foi produzido por Luiz Chaves, do Zimbo Trio. Nessa época, Taiguara participou de um show produzido pela dupla Mieli e Bôscoli, chamado Primeiro Tempo 5xO, com Claudete Soares e Jongo Trio.



O show fez muito ,muito sucesso e ficou três anos em cartaz no Rio de Janeiro.  Ali nasceu sua composição "Hoje", seu maior sucesso.




A fase gloriosa foi a dos festivais.

Taiguara conquistou o l ° lugar no festival Brasil Canta no Rio, com Modinha, de Sérgio Bittencourt (filho de Jacob do Bandolim), recebendo o prêmio de melhor intérprete.

Também foi 1° lugar no 1°. Festival Universitário da Música Brasileira, com Helena, Helena, Helena, de Alberto Land, em 1969.

No 2° Festival Universitário da Música Brasileira ficou em 2° lugar com Nada sei de eterno, de Silvio Silva Júnior e Aldir Blanc, bem como o prêmio de melhor intérprete.

Taiguara foi quatro vezes finalista do Festival Internacional da Canção, como compositor e intérprete, destacando-se com Chora, coração, de Vinícius e Baden Powell e com a lindíssima Universo do teu corpo, de sua autoria.

Essa música guarda uma história curiosa, pouco divulgada.

Taiguara desabafou na revista Fatos e Fotos, de 12 de novembro de 1970:
“Quando resolvi concorrer não podia imaginar que as pressões econômicas fossem tão grandes. Todo mundo achava que eu merecia o primeiro ou o segundo lugar, mas como gravo pela Odeon e não pela Philips (e o júri era composto pelo pessoal da Philips), me deram o oitavo lugar. Isso me deixou desesperado, mas ainda assim procurei me acalmar. Afinal, o público do Maracanãzinho estava do meu lado, me aplaudindo e vaiando o júri, que não teve a coragem de dar a colocação que eu merecia. Mas, o que me deixou doente mesmo foi eu ter sido convidado para a festa de encerramento, segunda-feira à noite no Teatro Municipal e na última hora ter sido cortado. Isso foi um dos maiores trambiques que sofri na vida..."
Taiguara tinha feito uma roupa especial para a festa:

“...Agora eu entendo tudo: não interessa à TV Globo que o público conheça minha música, porque não sou contratado dela e comecei na TV Tupi, num programa de Flávio Cavalcanti"

A década de 70 foi uma sucessão de prêmios, turnês, circuitos universitários e viagens internacionais. No auge de sua carreira começou a sentir os efeitos da censura: mais de 80 músicas vetadas pela Censura Federal!

Por não conseguir cantar, gravar nada, desistiu de cantar no Brasil, saiu do país e quando voltou ficou isolado e esquecido, embora compondo e fazendo shows. Morreu aos 50 anos de câncer.

Foi um guerrilheiro da palavra, como dizem, pois era incapaz de pegar numa arma. Suas armas sempre foram o som emocionado dos instrumentos -  o piano, o violão, o bandoneon... -  e, principalmente, as letras de suas músicas, verdadeiras poesias.
















Taiguara nos deixou em 14 de fevereiro de 1996.



segunda-feira, 6 de outubro de 2014

6 de outubro de 1969

As manchetes estampavam a  final do FIC, Festival Internacional da Canção, no Maracanãzinho, cujo júri escolheu Cantiga po Luciana
e a platéia, Love is All.



Hoje com a distância do tempo, dá pra ver que o júri tinha razão.
Belo poema em forma de canção.

Manhã no peito de um cantor
Cansado de esperar só
Foi tanto tempo que nem sei
Das tardes tão vazias por onde andei
 

Luciana, Luciana
Sorriso de menina dos olhos de mar
Luciana, Luciana
Abrace essa cantiga por onde passar
 

 Nasceu na paz de um beija-flor
Em verso em voz de amor
Já desponta aos olhos da manhã
Pedaços de uma vida
Que abriu-se em flor
 

Luciana, Luciana
Sorriso de menina dos olhos de mar
Luciana, Luciana
Abrace essa cantiga por onde passar
 

sábado, 4 de outubro de 2014

As charges eleitorais no Rio



revista A Careta, n. 974, de 19/2/1927




Charge de STONI na revista Careta, n. 1103, de 10/08/1929