segunda-feira, 31 de agosto de 2009

A águia pousou!

Foto: Jorge de Almeida Santos - Reprodução

Mais de 100 pessoas acompanharam, neste domingo, o içamento da águia símbolo do Theatro Municipal do Rio. Ela foi recolocada no topo do prédio após um trabalho de restauração, recuperada pelo francês Fabrice Gohard, responsável por ter restaurado a tocha da Estátua da Liberdade, em Nova York.

Foi necessário o auxílio de mais de 20 pessoas para devolver o monumento à fachada, já que ele tem 2,8 metros de comprimento, seis de envergadura e 350 quilos.

O trabalho no Rio durou quatro meses e foi realizado em um espaço ao lado do prédio.

No próximo mês, Gohard fará os retoques finais, já com a águia no seu lugar. A escultura é composta por oito mil folhas de ouro de 23 quilates, material que veio todo da Europa.


Clique e veja o vídeo!

31 de Agosto é dia de ...



Nesse dia 31 de agosto vamos celebrar os 70 anos do grande compositor carioca FRANCIS HIME.

Compositor, arranjador, pianista ,parceiro de grandes nome da música brasileira - como Vinícius de Moraes, Chico Buarque, Toquinho, Paulinho da Viola, Paulo César Pinheiro, Ivan Lins, dentre outros - despontou em 1963, quando da primeira parceria com Vinícius, na linda "Sem mais adeus.

Veja e ouça mais sobre Francis Hime em http://www.francishime.com.br/.


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Nesssa data também nos lembramos da grande DALVA DE OLIVEIRA - Vicentina Paula de Oliveira, seu verdadeiro nome - que nela nos deixou, em 1972.



Um dos grandes nomes do gênero samba-canção, registrou com a bela voz, sucessos como Ave Maria, Bandeira branca, Brasil, Errei, sim, Estrela-do-mar, Kalu, Neste mesmo lugar, Rancho da Praça XI, Que será , Segredo, Tudo acabado, e tantas outras.

Vale recordar a linda interpretação de Dalva em Estrela do Mar.

Clique e curta!

domingo, 30 de agosto de 2009

Pequenas grandes notas, pra terminar bem a semana

Uma linha de cuecas da D'Uomo com motivos do Rio (estampas do calçadão de Copacabana e do Cristo) foi a campeã de vendas do último trimestre no setor no Nordeste e no Sul.
No Nordeste, abocanhou 10% do mercado (35 mil peças vendidas). No Sul, 15% (54 mil cuecas).


A operadora OI não pagava taxa de publicidade por expor sua marca nos orelhões. Publicidade ilegal, que vai render agora para a cidade cerca de R$ 200 milhões. Não dá pra pipocar marcas por aí e poluir. Bom pros cofres cariocas.

No próximo verão oito praias de Paquetá estarão com águas limpas (!) e próprias para o banho de mar, o que não acontece há décadas.
Poderemos curtir, então, as praias da Moreninha, Imbuca, Ribeira, Grossa, Tamoios, Catimbau, José Bonifácio e Pintor Castagneto como nos bons tempos.

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RIO QUE MORA NO MAR agora no twitter: http://twitter.com/rioquemoranomar.
Até lá!

Arte sobre o Rio



Uma bonita interpretação sobre a terra carioca!

A escultura em madeira da capixaba Ana Paula de Castro ...


... e os detalhes belamente esculpidos de locais, o Maracanã, os Arcos da Lapa, a Praça da Apoteose, a dança da gafieira, o Pão de Açúcar e outras construções e tipos cariocas, por regiões.


BRAVO!!!

sábado, 29 de agosto de 2009

O primeiro automóvel


O primeiro automóvel do Brasil é licenciado no Rio de Janeiro, como propriedade de Francisco Leite de Bittencourt Sampaio em 29 de agosto de 1903.


Mas o primeiro automóvel mesmo, de motor a explosão, do Rio, foi de Fernando Guerra Duval, então estudante de engenharia, irmão de Adalberto Guerra Duval, poeta, embaixador do Imperador na corte do czar da Rússia.

O carro de Guerra Duval era um “Decauville” e aqui circulou em agosto de 1909. O carro era aberto, sem capota, a direção em forma de guidon de bicicleta, motor a gasolina, de 2 cilindros. Com escapamento livre ele fazia muito barulho!
O interessante é que na falta do combustível, Guerra Duval ia às farmácias e comprava benzina.
O carro também circulou em Petrópolis - foto acima - e para lá foi transportado pela estrada de ferro.

A foto acima traz erradamente ,na legenda, Armando como o primeiro nome de Guerra Duval.


sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Ipanema venceu!

Passarela do Bar Vinte -
Foto: Monica Imbuzeiro - Globo Online - reprodução

Enfim!!!

Após 13 anos de protestos, vai abaixo no domingo a horrorosa passarela do obelisco, no final de Ipanema, lá no Bar 20.


Ela nunca serviu para nada a não ser prejudicar a visão das janelas dos prédios ao redor e ser abrigo para mendigos e marginais.

Chegou imposta pelo projeto do Rio Cidade-Ipanema - equivocado como um todo,dos mais feios de todos eles, apesar do bairro merecer ser embelezado - com postes modernosamente tortos, um calçamento de tijolos perecíveis - ao contrário do Leblon, que ganhou lindos mosaicos em pedras portuguesas - que se desgastaram (e estão acabados!), com adesivos - que viraram manchas e absolutamente inúteis - nas pistas.

Ipanema venceu! A passarela vai abaixo e esperamos que o igualmente horroroso obelisco - que não é marco de nada - vá em breve.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Um manifesto


O RIO QUE MORA NO MAR reproduz, abaixo, mais que um manifesto, uma atitude afirmativa de amor à cidade, de quem não só fala, mas faz e faz bem.

O blog se soma e assina embaixo!


"MANIFESTO DE ALFORRIA E DE TRANSGRESSÕES
EM FAVOR DO RIO DE JANEIRO


CAMINHANDO POR ENTRE LUZES NO CENTRO DO RIO À NOITE


Esta nova caminhada no Centro do Rio à noite nasceu do amor pela mais bela cidade do mundo e, ao mesmo tempo, no âmbito de uma enorme indignação.

Por que todos apostam contra o Rio? A grife Rio é negativa?

Não concordando com a onda avassaladora de achincalhe, leviandades, temores desmedidos e a inexorável condenação promovida pelos mais diversos setores da sociedade, o projeto de Extensão do Departamento de Geografia Humana da UERJ – Universidade do Estado do Rio de Janeiro – tem oferecido, gratuitamente, à comunidade em geral e turistas brasileiros ou estrangeiros quatro roteiros sob ensolaradas geografias no Centro do Rio a Pé e um no circuito Glória, Flamengo e Catete e, agora, um segundo à noite desbravando um iluminado Centro da cidade.

Trata-se de um projeto de grande projeção na mídia e credenciado com a solidez de uma vitoriosa trajetória de oito anos, muito embora o Roteiro Noturno no Centro do Rio a Pé, iniciando seu percurso no adro da Catedral Presbiteriana e finalizando entre os alaridos contagiantes da velha Lapa de toda gente, aconteça apenas há três anos. Mesmo assim, descortinamos a perspectiva de um novo roteiro de itinerário absolutamente diverso sob as luzes de arrojados prédios que, se destacam no Centro do Rio à noite.
O geógrafo Prof. Dr. João Baptista Ferreira de Mello, coordenador do projeto, e os bolsistas Ruan do Carmo, Ivo Venerotti, Melissa Anjos, Olga Maíra Figueiredo, Alex Rodrigues, Michel Veras, Juliana Peres, Ana Terra e Patrícia Frangelli do NEPEC (Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Espaço e Cultural) estão todos envolvidos nesta empreitada procurando contribuir para a auto estima do carioca em relação ao seu próprio universo vivido.
Somos todos nós, cariocas e aqueles que adotaram a cidade, que criamos, atuamos e vivemos nesta ex capital da Colônia, do Reino, do Império e da República.
Não concordamos com aqueles que criticam a todo instante ou apenas cruzam os braços. Se nós não adotarmos procedimentos para a paz e o congraçamento na cidade quem o fará? Iniciativas diversas e luminosas devem ser adotadas por todos em uma ciranda de bem estar e felicidade. Uma cidade exuberante e ostentatória nas suas formas naturais, bela e despojada em suas edificações e pulsante no convívio de seu povo merece cuidados especiais, bênçãos , luzes, esforços, torcida, fé e trabalho.

Que assim seja.

Estamos livre de amarras e medos. E a todos incentivamos para que a nós se juntem.

O projeto Roteiros Geográficos do Rio, do IGEOG (Instituto de Geografia) da UERJ, abre mais uma página e outra perspectiva de extrema luminosidade em uma dadivosa urbe. Estamos falando da Cidade Maravilhosa de São Sebastião do Rio de Janeiro.

João Baptista Ferreira de Mello
Ruan do Carmo
Ivo Venerotti
Melissa Anjos
Olga Maíra Figueiredo
Ana Carolina Lobo Terra
Alex Rodrigues
Michel Veras
Patrícia Frangelli
Juliana Peres "

O belo Centro do Rio à noite - Foto NEPEC/UERJ - Reprodução

PASSEIO CAMINHANDO POR ENTRE LUZES NO CENTRO DO RIO À NOITE
28 DE AGOSTO DE 2009 (SEXTA-FEIRA) 8 HORAS DA NOITE
ENCONTRO: DEGRAUS DA CASA FRANÇA-BRASIL
Informações: (21) 88717238 – GRÁTIS E A PÉ

ITINERÁRIO:
- LUMINOSO CENTRO CULTURAL BANCO DO BRASIL
– ALFÂNDEGA/CASA FRANÇA-BRASIL DO RIO JOANINO
– IGREJA NOSSA SENHORA DA CANDELÁRIA, FONTE DE LUZ E DE FÉ
– O ILUMINAMENTO DO CENTRO CULTURAL DOS CORREIOS
– RUA PRIMEIRO DE MARÇO
– O FOCO DE LUZ DISTANTE E PERMANENTE DO ANTIGO SENADO E DA CATEDRAL DE BENEDITO E DA SENHORA DO ROSÁRIO
– O DIÁLOGO DO RIO COLONIAL COM A CIDADE MARAVILHOSA
– O VARANDÃO DO CENTRO CULTURAL DA JUSTIÇA ELEITORAL
- RUA DO OUVIDOR, LOGRADOURO INICIAL DA ILUMINAÇÃO A GÁS E DA ENERGIA ELÉTRICA
(NO ESPAÇO COLETIVO CARIOCA, DE MACHADO DE ASSIS E CHIQUINHA GONZAGA,
BEM COMO DOS PRIMEIROS ACORDES DO CARNAVAL CARIOCA,
DAS LUTAS PELO ABOLICIONISMO E A REPÚBLICA E DAS CONFEITARIAS E LOJAS ELEGANTES )
– O BRILHO DAS ESTRELAS CÁRMEN E AURORA MIRANDA NO SOBRADO DA TRAVESSA DO COMÉRCIO
– O ILUMINAMENTO DA ANTIGA CATEDRAL DA SÉ/IGREJA DO CARMO
– DE VOLTA À CLARIDADE DO CONVENTO DOS CARMELITAS
– PAÇO IMPERIAL E DA LUMINAR ISABEL DE BOURBON E BRAGANÇA
– OS REFLETORES SOBRE TIRADENTES E ALERJ
– O BRILHO E O REQUINTE DOS ANTIGOS MINISTÉRIOS DA FAZENDA, DO MEC E A AUSTERIDADE DO MINISTÉRIO DO TRABALHO
– LUZIA DOS SANTOS E GEOGRÁFICOS OLHARES (DE FERNÃO DE MAGALHÃES AOS ATERROS QUE A AFASTARAM DO MAR)
– A ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS
- AS NOVAS TORRES DA ESPLANADA DO CASTELO
- O UNIVERSO DE EXTREMA LUMINOSIDADE DA CINELÂNDIA E SEUS MAJESTOSOS PRÉDIOS
(A ILUMINÂNCIA DO JOVEM THEATRO MUNICIPAL E DA BIBLIOTECA NACIONAL, O BOÊMIO AMARELINHO, A CÂMARA DOS VEREADORES/PALÁCIO PEDRO ERNESTO, O CENTRO CULTURAL DA JUSTIÇA FEDERAL, O ETERNO E RESPLANDESCENTE CINE ODEON – METRÔ, UMA SENTINELA LUMINOSA A NOS CONDUZIR POR LUNARES E ENSOLARADAS GEOGRAFIAS)

No tempo dos casarões...

A Praia do Flamengo no início do século XX, no tempo dos casarões...



terça-feira, 25 de agosto de 2009

Chorando à toa...choro de gente grande!


Criado no início do ano de 2004 o grupo CHORANDO À TOA é composto por 5 talentosos jovens e que tocam um choro de primeira.

Paulo Victor Coutinho Violão
Carlos Mendes Cavaquinho e Voz
Carla Mariana Flauta Transversa
Renato Alves Cavaquinho e Percussão
Diego Domingues Percussão


Os integrantes do grupo Chorando à Toa, vêm de famílias pobres da Rocinha e estudaram na Escola de Música da Rocinha , espaço que surgiu num local emprestado de uma igreja, com apenas 14 alunos há 11 anos a trás. O fundador foi o professor de música alemão Hans Ulrich Koch, que morava no Rio e lecionava para alunos ricos da zona sul. Impressionado com as diferenças sociais ao seu redor, resolveu dar chance também a quem não podia pagar - caso de Paulo Vitor, de mãe doméstica e padrasto vigia, e de Carlos, que antes de tocar no grupo, era balconista de padaria.

O Chorando à Toa interpreta choros clássicos, de Joaquim Callado a Jacob do Bandolim, e também composições próprias. Agora, eles embarcam, em setembro, para a Alemanha e vão se apresentar em 27 cidades.

Clique e ouça o Chorando à toa interpretando Descontraído, composição de dois de seus componentes, Paulo Victor e Carlos Mendes.
Sensacional!

domingo, 23 de agosto de 2009

Há 60 anos!

Foto - Reprodução

Copacabana há 60 anos!
A praia em dia de ondas que chegam até a calçada e faixa de areia estreita, com o desenho das pedras portuguesas, no sentido original -contrário do existente nos dias atuais - e pista única na Avenida Atlântica.
Detalhe para os dois senhores de terno -e um até de chapéu - andando pela orla. Quanta elegância!

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Saudades de Pedrinho Mattar!

Há dois anos fui surpreendida pela notícia da partida do pianista ímpar, do gentil amigo.

Músico de primeira linha, apesar de não ser carioca tinha muita paixão por essa cidade, onde construiu com o seu piano, muitos shows clássicos da Bossa Nova, do seu início.

Na famosa boate João Sebastião Bar, importante palco da MPB em São Paulo de tempos atrás, fez muito sucesso ao lado de Taiguara, Marisa Gata Mansa, Chico Buarque, entre outros. Também em terras paulistas, foi no bar Baiúca, nos anos 60 , que conheceu Claudete Soares, com quem trabalhou durante dez anos e estrelou o antológico show Fica combinado assim, em 1971,(também com Agildo Ribeiroprodução de Orlando Miranda e dirigido por João Bittencourt ) no Teatro Princesa Isabel, ali na rua de mesmo nome, no bairro carioca do Leme.

recorte/jornal

Rodou mundo com seu piano e companheiros de música. Apresentou-se com Maysa em Portugal e na Espanha, com Leny Eversong em Las Vegas, com Agostinho dos Santos, no Uruguai e Argentina, com Raul Solnado pela Venezuela e com Cauby Peixoto, pela Argentina.

Hoje dia 20 de agosto, o RIO QUE MORA NO MAR rememora sua data de nascimento reproduzindo todo o seu maravilhoso " piano de muitas notas", como ele costumava defini-lo.

Ultimamente tinha inventado uma novidade sensacional: um programa de TV - Pianíssimo - onde tocava, com o seu talento eclético, músicas pedidas por cartas,e-mails, na Rede Vida, canal a cabo. Fazia lembrar outro delicioso programa da antiga Rádio Eldorado, Um piano ao cair da tarde. Recordam?


Era uma delícia!

Clique e saboreie um dos momentos mágicos desse programa!

SAUDADES DE PEDRINHO MATTAR!


terça-feira, 18 de agosto de 2009

Um ano de blog!

Em agosto do ano passado eu começava essa aventura de blogueira.

Pra comemorar , duas inovações: vídeos do Rio Antigo e uma apresentação de slides com o tema inicial cinemas que fizeram história na cidade.

Agora, também, vocês podem pesquisar, por assunto, no blog. É só digitar.

Espero que gostem e curtam!

domingo, 16 de agosto de 2009

Ilha de Paquetá e São Roque

Igreja de São Roque, Ilha de Paquetá - Reprodução




Hoje é dia de São Roque, padroeiro da Ilha de Paquetá, esse querido pedacinho carioca no meio da Baía de Guanabara.

A devoção de São Roque foi introduzida em Paquetá por Manuel Ferreira Camelo, que construiu a capelinha original desse santo, em 1698. Ela foi inaugurada e benta nesse mesmo ano, no dia 24 de novembro, pelo Padre Manoel Antunes Espinha, que era então vigário da igreja de N.S. da Piedade, em Magé, À época, administrativamente, subordinada à Ilha de Paquetá.

A origem da festa, em Paquetá, de São Roque está envolta numa atmosfera lendária. Por um lado, Manuel Ferreira Camelo foi o introdutor da devoção de São Roque , mas consta que D. João VI, o Príncipe Regente de Portugal, teria sido o fomentador da festa quando, em 1808, vindo à Ilha para fazer uma promessa ao santo - que era o da sua devoção - encontrou um grupo de fiéis, ao redor da capelinha. O assunto que discutiam era como poderiam fazer para conseguir os melhoramentos de que a capela tanto precisava. Por essa razão, D. João VI teria instituído um Decreto Real pelo qual, todos os anos, naquela mesma data, deveria ser realizada uma quermesse, cuja renda reverteria sempre para as benfeitorias necessárias para a preservação da capelinha do seu santo protetor . Desde então, teria acontecido assim.

Com o passar dos anos, a comemoração do Dia de São Roque se tornou uma celebração católica de grande cerimonial e de uma festança popular animadíssima. Canoas e botes enfeitados, chegavam à Ilha cheios de romeiros trazendo sanfonas, violões, pequenos conjuntos de choro, cantores populares, que enchiam o arraial com os ritmos líricos das modinhas " e os requebros maliciosos dos lundus".

O clímax da festa, mais tarde, passou a ser a presença do imperador Pedro II e da imperatriz. Iam do Rio no batelão imperial da Marinha de Guerra, levado por grande número de remadores, marinheiros adestradíssimos, constituindo a atracação e o desembarque uma nota sensacional. Os imperadores hospedavam-se no Palacete Alambari, que depois se tornou seminário. Localizado muito próximo da igreja, dali podiam os imperadores assistir à festa noturna. 

A igreja era pequena para conter os fiéis. Bandeirinhas e galhardetes multicores , coreto de música e o das prendas, onde se realizava um leilão. Havia também muitas barraquinhas de comidas, diversões e jogos. As famílias estendiam toalhas no chão, para piqueniques, e ficavam desde o dia até a noite. Conta-se, inclusive que os imperadores vinham até o arraial, na hora do leilão, arrematar uma prenda. E o povo, abria alas, respeitosamente à sua passagem e aclamava-os-os ruidosamente.

De 1884 para cá, com a chegada das barcas, cresceu a romaria, porque as barcas passaram a transportar grande número de romeiros.


Resultado de imagem para festa de sao roque paqueta 2019


QUE SÃO ROQUE ABENÇOE SEMPRE 
A NOSSA ILHA DE PAQUETÁ!


quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Há 40 anos...


O Rio ficava triste e mais pobre nas canções.


Na varanda de sua casa, em Jacarepaguá, Jacob Pick Bittencourt, ou simplesmente Jacob do Bandolim, nos deixava .

Carioca nascido na Lapa -na Rua Joaquim Silva 97 - um dia decidiu que o bandolim "era seu negócio " e surgiu o músico ímpar, que lançou o estilo brasileiro de tocar bandolim, "sobrepondo as escolhas italianas". Complicado de entender mas facílimo - e delicioso - de ouvir e apreciar em clássicos como "Doce de Coco", "Noites Cariocas", "Salões Imperiais" e tantas outras.

A partir de"Treme-Treme" e "Glória" , primeira gravação em 1947, um 78 rpm, da GRAVADORA CONTINENTAL, gravou 47 discos , também 78 rpm, além de compactos e mais de 10 LPs pela GRAVADORA RCA VICTOR.

Criador do conjunto Época de Ouro, Jacob se tornou a maior referência brasileira no instrumento, que virou parte de seu nome.

Pra curtir mais a atmosfera maravilhosa de suas notas,
é só clicar e conhecer o belo trabalho do Instituto Jacob do Bandolim.




domingo, 9 de agosto de 2009

O primeiro cinema carioca

Cinema Parisiense



A inauguração do serviço de fornecimento de energia elétrica ao Rio de Janeiro, ocorrida em 30 de junho de 1907, quando entrou em operação a estação provisória de Frei Caneca, determinou o rápido crescimento do número do então chamados cinematógrafos.

O Cinema Parisiense foi o primeiro cinema estável da cidade e foi inaugurado em 9 de agosto em 1907. Ficava na Avenida Rio Branco nº 179, em frente à antiga Galeria Cruzeiro e fazia esquina com a antiga Rua Chile, atual Rua da Ajuda.


Na foto, o movimento em frente ao Cine Parisiense,
nos tempos da Belle Époque carioca

No local do cinema se instalou, mais tarde, o Teatro Nacional de Comédias, depois rebatizado de Teatro Glauce Rocha.


sábado, 8 de agosto de 2009

Mais sobre bondes...


“Na roça, é tomando café
que se estabelecem e estreitam
as relações;
na cidade, é viajando
no mesmo bonde
que se consegue isso.”



Continuando o passeio pelo tema BONDE, vamos por algumas interessantes impressões, que foram publicadas, como a frase acima de Olavo Bilac, sobre esse meio de transporte.


Correio da Manhã, em 11 de outubro de 1906:“Não é que a Light decidiu exterminar a honesta população desta cidade? (...) Os bondes elétricos continuam a esmagar e trucidar inocentes passageiros.”
Revista Fon-Fon, maio de 1907:“Os estropiados aumentam e a população de tais lugares, se de todo não desaparecer, em breve ficará privada de braços e pernas”.
Do jornalista França Júnior, no fim do século 19, uma pitada forte de preconceito:“Se o impulso dado pelo bonde à nossa sociedade for em escala sempre ascendente, havemos de ver em breve as nossas patrícias discutirem política (...), irem à praça do comércio ler os jornais do dia, ocuparem-se de tudo enfim, menos do arranjo da casa”.
Na Revista A Semana, Machado de Assis registrou suas primeiras impressões:
“O que me impressionou, antes da eletricidade, foi o gesto do cocheiro. Os olhos do homem passavam por cima da gente que ia no meu bond, com um grande ar de superioridade. (...) Sentia-se nele a convicção de que inventara, não só o bond elétrico, mas a própria eletricidade.”
Mais tarde assumiu, em crônica, que o bonde era amigo daqueles que buscam conhecer a cidade :"É meu costume, quando não tenho que fazer em casa, ir por esse mundo de Cristo, se assim se pode chamar a cidade de São Sebastião, matar o tempo. (...) Naturalmente, cansadas as pernas, meto-me no primeiro bond, que pode trazer-me à casa ou à Rua do Ouvidor, que é onde todos moramos. Se o bond é dos que têm de ir por vias estreitas e atravancadas, torna-se verdadeiro obséquio do céu".

Mas como todo meio de transporte público, o bonde também teve seus problemas . Curiosa a proximidade com os que ainda enfrentamos hoje.

A genialidade de Machado de Assis constatou, com pertinência, o bonde e alguns ítens de convivência. O escritor em crônica sugeriu 10 regras de comportamento para andar de bonde .

crônica-1


Dentre elas, indica para os usuários dos bondes, a primeira regra, que vai para os “encatarroados”:
Os encatarroados podem entrar nos bonds com a condição de não tossirem mais de três vezes dentro de uma hora, e no caso de pigarro, quatro. Quando a tosse for tão teimosa, que não permita esta limitação, os encatarroados têm dois alvitres: - ou irem a pé, que é um bom exercício, ou meterem-se na cama. Também podem ir tossir para o diabo que os carregue.
O quinto para os “amoladores" :
Toda pessoa que sentir necessidade de contar os seus negócios íntimos, sem interesse para ninguém, deve primeiro indagar do passageiro escolhido para uma tal confidência, se ele é assaz cristão e resignado. No caso afirmativo, perguntar-se-lhe-á se prefere a narração ou uma descarga de pontapés. Sendo provável que ele prefira os pontapés, a pessoa deve imediatamente pespegá-los. No caso, aliás extraordinário e quase absurdo, de que o passageiro prefira a narração, o proponente deve fazê-lo minuciosamente, carregando muito nas circunstâncias mais triviais, repetindo os ditos, pisando e repisando as coisas, de modo que o paciente jure aos seus deuses não cair em outra.
E o oitavo, por exemplo, para as “pessoas com morrinha” :
As pessoas com morrinha podem participar dos bonds indiretamente: ficando na calçada, e vendo-os passar de um lado para o outro. Será melhor que morem em rua por onde eles passem, porque então podem vê-lo mesmo da janela.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

O novo Museu da Imagem e do Som

Sete escritórios de arquitetura do Brasil (4) e do mundo (3) apresentaram projetos para a nova sede do Museu da Imagem e do Som (MIS), na Avenida Atlântica, em Copacabana.

Os projetos são bonitos e ousados e o escolhido, nessa segunda-feira, deverá ocupar o terreno de 1600m2, de frente pro mar, onde hoje é a horrorosa Boite Help.


Ganha Copacabana, ganha o Rio. Que venha logo!


Veja os projetos e dê sua opinião:
















quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Bonde de Ceroulas

Outro dia falamos do taioba.
Hoje é a vez do bonde de ceroulas.

Foi o apelido dado, pelos cariocas, aos bondes com bancos de madeira cobertos por capas de brim branco, para não sujar as roupas das pessoas elegantes que se dirigiam ao teatro lírico.

O bonde de ceroulas surgiu em 1900, no dia 6 agosto.

Interior elegante do bonde de ceroulas


Outros bondes ganharam apelidos, como bonde dos mortos (funerário), onde no carro principal iam os parentes. No reboque, o morto; o bonde do correio, carro de serviços, assim como o que carregava carne e o que fazia manutenção nas linhas elétricas e o bonde de areia (reboque). Esse existia para corrigir problemas. Ou seja, os motoristas dos carros tinham o costume de andar sobre os trilhos. Isso fazia com que a borracha se acumulasse, e assim nos dias de chuva os bondes derrapavam nas ladeiras. Para evitar acidentes, de tempos em tempos passava esse reboque, jogando areia.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Há 100 anos...

...no Rio de 1909, nascia Roberto Burle Marx.

Paulista de nascimento, viveu no Rio de Janeiro desde os 4 anos de idade e, por aqui, deixou sua assinatura em obras marcantes pela cidade, como o belo calçadão central da Avenida Atlântica.



Vale o registro, abaixo, do esboço de criação do paisagismo do Parque do Flamengo. Já genial no traço.


segunda-feira, 3 de agosto de 2009

O Medo é a raiz da Guerra

Esse texto foi escrito durante a Guerra Fria.
Seu autor é Thomas Merton, monge cristão com forte influência budista


Como é atual!
Quanta verdade!


“Toda guerra tem por raiz o medo: não tanto o medo que os homens têm uns dos outros, como o medo que têm de tudo. Não se trata apenas da desconfiança que nutrem uns para com os outros; não têm confiança nem em si próprios. Se não estão seguros do momento em que poderá alguém matá-los, estão ainda menos seguros da hora em que eles mesmos poderiam se matar.
Não podem ter confiança em coisa alguma, porque deixaram de crer em Deus.Não é só nosso ódio aos outros que é perigoso, mas também, e sobretudo, o nosso ódio a nós mesmos. E esse ódio a nós mesmos é tão profundo e tão forte que não pode ser enfrentado.
Pois é isso que nos faz ver nossa própria maldade nos outros e nos torna incapazes de vê-la em nós mesmos.Quando vemos algum crime nos outros tentamos corrigi-lo, destruindo-o ou ao menos fazê-lo desaparecer. É fácil identificar o pecador com o pecado quando ele é “o outro” e não nós.
Em se tratando de nós, dá-se o contrário; vemos o pecado, mas temos grande dificuldade em assumir-lhe a responsabilidade. Achamos muito duro identificar nosso pecado com nossa própria vontade e nossa malícia. Temos tendência natural a interpretar nosso ato imoral como um engano involuntário ou como a malícia de um espírito que está em nós, mas não é nosso.
Entretanto, estamos plenamente conscientes, ao mesmo tempo, de que os outros não fazem essa distinção tão conveniente para nós. Os atos praticados por nós são aos olhos deles “nossos” atos e consideram-nos plenamente responsáveis.
Há mais; temos inconscientemente tendência a nos aliviar do fardo de culpa que carregamos dentro de nós passando-o a outro. Quando errei e me desculpei atribuindo o mal a “um outro” que está, não sei como, “em mim”, minhs consciência não ficou satisfeita.
Há ainda muito a ser explicado. O “outro em mim” está demasiadamente próximo. A tentação, no caso, consiste em explicar minha falta, vendo uma dimensão equivalente de mal noutra pessoa. Daí, minimizar meus pecados e procurar compensação, exagerando as faltas dos outros.
Como se isso não bastasse, pioramos a situação, intensificando artificialmente nosso senso do mal e aumentando nossa propensão ao sentimento de culpa, mesmo em relação a coisas que em si não são más. Com todos esses manejos, despertamos uma tal obsessão do mal em nós e nos outros, que despendemos toda a nossa energia mental, tentando explicar esse mal, puni-lo, exorcizá-lo ou livrarmo-nos dele de qualquer maneira.
Perdemos a cabeça com essa preocupação e finalmente não há outra saída a não ser a violência. Temos de destruir alguma coisa ou alguém. A essa altura, criamos para nós um inimigo conveniente, um bode expiatório no qual colocamos todo o mal que há no mundo. Ele é a causa de todos os erros. É ele que fomenta todos os conflitos. Se conseguirmos destruí-lo, cessará o conflito, o mal será liquidado, não haverá mais guerra…
Tal espécie de ficção de nosso pensamente é particularmente perigosa quando sustentada por toda uma estrutura espetacular, pseudocientífica, de mitos como a que é adotada pelos marxistas em substituição à religião. Mas certamente não é menos perigosa quando opera no vago, fluído, confuso oportunismo sem princípios que, no Ocidente, funciona em lugar da religião, da filosofia ou mesmo do pensamento amadurecido.
Quando o mundo inteiro se vê envolvido na confusão moral, quando ninguém sabe mais o que pensar, e, em realidade, toda gente foge da responsabilidade de pensar, quando o homem faz do pensamento racional sobre assuntos morais uma coisa absurda, exilando-se inteiramente das realidades para cair na área das ficções, e despende todas as suas energias, construindo mais ficções para desculpar suas falhas morais, torna-se perfeitamente claro não ser possível salvar o mundo de uma guerra total e de total destruição, simplesmente pelos esforços e as boas intenções dos pacificadores.
Na realidade, todos se tornam cada vez mais conscientes do abismo crescente entre bons propósitos e maus resultados, estre esforços em prol da paz e crescente probabilidade de guerra. Parece que, apesar de todos os cuidados e de todo o aparato de planejamento, qualquer esforço no sentido de um diálogo internacional termina em malogro cada vez mais ridículo.
Resulta que ninguém mais acredita nos que quereriam ao menos tentar o diálogo. Do contrário, os que negociam, com toda a sua patética boa vontade, se tornam objeto de desprezo e de ódio. São “os homens de boa vontade”, os homens que fizeram pobres esforços para alcançar algo em favor da paz, que, por fim, se verão mais impiedosamente vilipendiados, esmagados e destruídos como vítimas do auto-ódio universal do homem, que eles, infelizmente, aumentaram pelo malogro de suas boas intenções.Talvez ainda tenhamos uma tendência supersticiosa básica a associar o malogro à desonestidade e à culpa – malogro interpretado como “punição”. Mesmo quando alguém inicia uma obra com boas intenções, se malogra, temos tendência a pensar que de qualquer modo ele está “em falta”.
Pensamos que, se ele não é culpado, ao menos estava “errado”. E “estar errado” é algo que ainda não aprendemos a enfrentar com equanimidade e compreensão. Ou o condenamos com sublime desdém ou o perdoamos com sublime condescendência. Não conseguimos aceitá-lo com compaixão humana, humildade e identificação. Assim, nunca vemos a verdade essencial que nos ajudaria a iniciar a solução de nossos problemas éticos e políticos.
Essa verdade é estarmos todos mais ou menos errados, estarmos todos em falta, sermos todos limitados, condicionados por nossos motivos pessoais embaralhados, nossa tendência a nos enganarmos a nós próprios, nossa avareza, faisaísmo e tendência à agressividade e à hipocrisia.
Em nossa recusa em aceitar as intenções parcialmente boas de outros e a trabalhar com eles(com prudência, é claro, e com resignação quanto à inevitável imperfeição do resultado), estamos insconscientemente proclamando nossa própria malícia, nossa intolerância, nossa falta de realismo, nosso próprio charlatanismo ético e político.
Talvez o primeiro passo certo em direção à paz fosse uma aceitação realista do fato de os nossos ideiais políticos serem, em grande parte, ilusões e ficções às quais nos apegamos por motivos nem sempre inteiramente honestos – e por causa disso nos condenamos a não ver qualquer bem ou qualquer viabilidade nos ideais políticos de nossos inimigos(que podem, é claro, de muitos modos, serem ainda mais ilusórios e desonestos do que os nossos).
Jamais conseguiremos algo de positivo se não aceitarmos a política como barafunda inextricável de motivos bons e maus, em que predomina, talvez, o mal.
Mas devemos continuar a ter obstinada esperança no pouco de bom que nela ainda se possa encontrar.Mas, dirá alguém: “Se reconhecermos que estamos todos igualmente errados, toda ação política será de pronto paralisada.
Só podemos agir quando presumismo estar com a razão”. Pelo contrário, creio que a base para uma ação política válida só pode estar no reconhecimento de que a verdadeira solução de nossos problemas não é acessível a nenhum partido único ou a nenhuma nação isolada, mas que todos devem atingir essa solução trabalhando em conjunto.
Não quero com isso encorajar o pensamento já carregado de sentimento de culpa, sempre demasiadamente satisfeito em estar “errado” em tudo. Aqui também se encontra uma fuga à responsabilidade, pois toda forma de excesso de simplificação tende afinal a tirar às decisões qualquer sentido.
Temos de nos esforçar por nos aceitarmos, seja individual ou coletivamente, não só como perfeitamente bons ou perfeitamente maus, mas em nosso misterioso e inexplicável misto de bom e mau. Temos que defender a média de bom que há em nós sem exagerá-la. Temos que zelar por nossos direitos reais, pois, se não respeitarmos nossos direitos, não respeitaremos, é certo, o direito de outros. Mas temos, ao mesmo tempo, de reconhecer que, voluntariamente ou não, violamos os direitos alheios. Temos de ser capazes de admití-lo, não só como resultado de auto-exame, mas ainda quando nos é apontado inesperadamente e talvez sem bastante delicadeza, por outros.
Esses princípios que regem a conduta moral pessoal, que tornam possível a vivência harmônica em pequenas unidades sociais como a família, se aplicam também na área mais ampla do Estado e na inteira comunidade das nações. É, todavia, completamente absurdo, na presente situação em que nos encontramos, ou em qualquer outra, esperar que sejam universalmente aceitos esses princípios como resultantes de exortações morais.
Há bem pouca esperança de que o mundo se deixe repentinamente governar de acordo com essas exortações, como resultado de alguma mudança hipotética nos sentimentos dos homens políticos. É vão, é mesmo coisa risível basear o pensamento político na vaga esperança de uma iluminação moral puramente contigente e subjetiva dos corações dos chefes políticos do mundo.
Mas fora da ação e do pensamento políticos, na esfera religiosa, não só é permitido esperar essa consumação tão misteriosa, mas é necessário orar nessa intenção. Podemos e devemos crer não precisamente que a luz misteriosa de Deus possa “converter” os que são mais responsáveis pela paz mundial, mas ao menos que eles possam, apesar de seus preconceitos e obstinação, ser preservados de um erro fatal.
Seria loucura sentimental esperar que os homens confiassem uns nos outros, quando é óbvio não ser possível ter-se confiança neles. Mas podem, ao menos, aprender a confiar em Deus. Podem colocar-se em posição para ver que o misterioso poder de Deus, independentemente da malícia humana e do erro, pode proteger os homens contra eles mesmos, e que é possível a Deus transformar o mal em bem, embora nem sempre no sentido que seria compreendido pelos pregadores otimistas e superficiais.
Se os homens coseguirem amar a Deus e confiar nele, que é infinitamente sábio e governa a vida dos seres humanos, permitindo-lhes usar de sua liberdade até os limites do mais incrível abuso, poderão amar também os seus maus. Poderão aprender a amá-los, mesmo em seu pecado, assim como Deus os tem amado. Se pudermos amar os homens em quem não podemos confiar(sem neles confiar totalmente) e se pudermos, até certo ponto, carregar o fardo de seu pecado, identificando-nos com eles, talvez, então, possamos ter alguma esperança de uma certa paz no mundo, baseada, não na sabedoria e nas maquinações dos homens, mas na imperscrutável misericórdia de Deus.

POIS SÓ O AMOR – o que significa humildade – pode exorcizar o medo que está na raiz de toda guerra.De que adianta carimbar nossa correspondência com a exortação “orai pela paz”, se gastamos bilhões de dólares em submarinos atômicos, armas termonucleares e foguete teleguiados? Creio que isso seria certamente o que o Novo Testamento denomina “rir-se de Deus” – e seria fazê-lo efeitivamente muito mais do que qualquer ateu. Essa pilhéria de mau gosto culmina no horror de estarmos nós empilhando armas atômicas para nos defender contra ateus que, com toda a franqueza, acreditam não existir nenhum Deus e estão convencidos de que é necessário apoiar-se nas bombas e nos foguetes uma vez que nada há que nos ofereça verdadeira segurança. Será porque temos tanta confiança no poder de Deus que estamos tão intensamente ocupados em destruir completamente essa gente antes de sermos por eles destruídos? Mesmo com o risco de nos destruirmos a nós mesmos, ao mesmo tempo?

Não tenciono sugerir que a oração exclui a utilização simultânea dos meios humanos ordinários para atingir um fim naturalmente bom e justificável. Pode-se muito bem orar pelo restabelecimento da saúde física e, ao mesmo tempo, tomar remédios indicados pelo médico. Em realidade, um crente deve normalmente fazer um e outro. E pareceria haver boa e razoável proporção a guardar no emprego desses dois meios para conseguir o mesmo fim.
Mas consideremos a soma simplesmente fabulosa de dinheiro, energia, planejamento, ansiedade, cuidados, despendidos na produção de armas que, quase imediatamente, se tornam obsoletas e têm que ser inutilizadas. Contrastemos isso com o pequenino e ridículo “orai pela paz” carimbando piedosamente nossos selos de quatro centavos! Pensemos também na desproporção entre nossa piedade e o enorme ato de destruição e morte que, ao mesmo tempo, temos em vista, sem compunção e sem vergonha! Nem parece passar-nos pela mente que poderia haver algo de impróprio em rogar a Deus pela paz – Deus que nos ordenou nos amássemos mutuamente como ele nos amou, que nos advertiu que quem toma da espada morrerá pela espada – e, ao mesmo tempo, planejar aniquilar, não milhares, mas milhões de seres humanos, soldados e civis, homens, mulheres e crianças sem discriminação, e mesmo com a certeza quase infalível de atrair sobre nós o mesmo aniquilamento!

Pode haver lógica no comportamento do doente que reza para obter saúde e em seguida toma remédio; mas não consigo ver nenhum sentido nessa oração se, depois de fazê-la, ele toma veneno.Quando rezo pela paz oro a Deus para que pacifique não só os russos e os chineses, mas acima de tudo meu próprio país e a mim mesmo.

Quando oro pela paz, rezo para ser protegido não só do perigo dos vermelhos, mas também da loucura e cegueira de meu próprio país.
Quando oro pela paz, peço não só que os inimigos de meu país deixem de desejar a guerra, mas, acima de tudo, peço que meu próprio país desista de fazer as coisas que tornam a guerra inevitável. Em outras palavras, quando oro pela paz, não estou apenas pedindo que os russos desistam sem contenda, deixando-nos realizar nossa própria vontade.

Ora, para que tanto nós quanto os russos possamos de qualquer modo recuperar o equilíbrio normal de pessoas que não perderam o juízo e aprender a resolver nossos problemas esforçando-nos por um entendimento da melhor maneira possível, em lugar de nos prepararmos para um suicídio global.Tenho plena consciência de que minhas palavras soam num tom absolutamente sentimental, arcaico e em dissonância com a era da ciência.

Gostaria, porém, de apresentar o fato de que o pensamento pseudocientífico sobre política e sociologia até agora nada ofereceu de melhor a esse respeito. Há algo que, com toda a lealdade, gostaria de acrescentar: é o fato de serem, muitas vezes, os próprios cientistas atômicos os mais preocupados com a ética dessa situação. Colocam-se entre os poucos que ousam abrir a boca uma vez ou outra para fazer alguma declaração nesse sentido.Mas quem os ouve?

Se os homens desejassem de fato a paz haveriam de pedí-la sinceramente a Deus e ele a concederia. Mas por que dar ele a paz a um mundo que realmente não a quer? A paz que o mundo finge querer não é, de modo algum, a verdadeira paz.

Para alguns a paz significa apenas a liberdade de explorar os outros sem medo de represálias ou intervenção. Para outros a paz significa a liberdade de roubar o outro sem interrupção. Há ainda os que consideram a paz como meio de devorar tranquilamente os bens da terra sem serem obrigados a interromper os seus prazeres, para dar de comer aos que sua ganância faz morrer de fome.

E para a quase generalidade dos homens a paz significa simplesmente a ausência de qualquer violência física que poderia lançar uma sombra sobre as vidas dedicadas à satisfação de apetites animais, ao conforto e aos prazeres.

Muitos desses já pediram a Deus o que julgaram ser a “paz”, admirando-se de sua oração não ser atendida. Não conseguiram compreender que foi, de fato, ouvida. Deus deixou-lhes o que desejavam, pois a idéia deles sobre a paz era apenas outra forma de guerra.

A “guerra fria” é simplesmente a consequência normal de nossa idéia corrompida de uma paz baseada numa política de “cada um por si” no campo da ética, da economia e da política.

É um absurdo esperar uma paz sólica, baseada em ficções e ilusões!

Portanto, em lugar de amarmos o que imaginamos ser a paz, tratemos de amar os outros e a Deus acima de tudo. Em vez de odiar os que julgamos serem os causadores da guerra, odiemos os apetites e as desordens de nossa própria alma que são as causas da guerra. Se amamos a paz, então, detestemos a injustiça, a tirania, a ganância – mas detestemos essas coisas em nós mesmos, não no outro.”


Reproduzido do blog LEIA JUNTO

sábado, 1 de agosto de 2009

1º de Agosto...

... é dia do Selo Postal Brasileiro.
Em 1843, neste mesmo dia, entrava em circulação a primeira emissão postal brasileira, chamada de Olhos-de-boi, composta por três valores - 30, 60 e 90 réis.O Brasil foi o segundo país do mundo e primeiro das Américas a adotar o selo postal como comprovante de franqueamento. A idéia foi do imperador D. Pedro II, após conhecer um pequeno pedaço de papel, o Penny Black, emitido em 1º de maio de 1840, na Inglaterra.

Abaixo dois selos interessantes,
comemorativos de dois centenários recentes
da cidade do Rio de Janeiro.




A partir do primeiro lançamento dos Correios, diferentes emissões se sucedem, das clássicas às comemorativas, visando popularizar o selo e, ao mesmo tempo, torná-lo mais atraente aos colecionadores.
Os Correios vêm lançando selos impressos com técnicas inovadoras associadas à concepção gráfica moderna com microletras, odores, tintas e vernizes especiais, alto relevo e, também, resgatando técnicas tradicionais, como o talho-doce.