sexta-feira, 28 de junho de 2019

Festa junina era ..."São Pedro na Lagoa"



Houve um tempo,anos 50 e início dos 60,  que os festejos de São Pedro eram o ponto alto, como evento da cidade. Que réveillon, que nada!

Eram as 
Festas de 
São Pedro Na Lagoa. 


Às margens da Lagoa Rodrigo de Freitas, em frente ao Corte de Cantagalo e também em frente à Igreja de Santa Margarida Maria, apresentava disputas esportivas, exibições,  shows de artistas com ídolos da Rádio Nacional, barraquinhas de comidinhas, quitutes de baianas e fogos de artifício.

Os recortes, abaixo, dão ideia da dimensão e popularidade do evento.





Um dos destaques eram os saborosos quitutes das baianas, que se espalhavam ao longo do local,







terça-feira, 25 de junho de 2019

Arquitetura carioca... a "CASA SEM JANELAS"



Em Copacabana, 
uma construção recebe olhares atentos: 
a Casa Villiot
Ela parece não ter vista, parece não ter janelas.

Imagem relacionada


A Casa Villiot fica na Rua Sá Ferreira, nº 80,  e foi erguida para ser a residência do engenheiro civil Victor Villiot Martins (1882-1954), influente homem carioca do seu tempo, antes morador da Praia do Flamengo, n° 20, segundo o Almanak Laemmert do ano de 1909
As obras, projetadas na década de 1920 por Antônio Virzi, arquiteto importante do início do século XX, terminaram em 1929 e tiveram como construtores Jayme Machado e Umberto Kaulino, respeitados nomes deste mercado na época.

Imagem relacionada   Fachada lateral  Detalhe da volumetria


Detalhe da fonte no interior da casa  Vista do interior da sala  Detalhe da volumetria


Pela sua arquitetura a Casa Villiot foi apelidada de ‘casa sem janelas’. Ganhou esse apelido por realmente parecer não ter janelas. Uma olhada menos atenta à construção passa a ideia de que as paredes são fortalezas sem vista para o lado de fora ou circulação de ar.

Com 306 m² e dois pavimentos a construção foi protegida pela legislação municipal de tombamento em 1995, declarada de utilidade pública em 1996 sendo destinado à Secretaria Municipal da Cultura para ser transformado em equipamento de uso cultural, e desapropriada pela Prefeitura do Rio de Janeiro no ano 2000.

Abrigou o Centro de Referência da Música Carioca e atualmente uma placa em seu portão indica que no local funciona a Biblioteca Municipal Carlos Drummond de Andrade.


quinta-feira, 20 de junho de 2019

Machado de Assis e o jogo de xadrez



21 de junho 
comemoramos 
os 180 anos 
de 
MACHADO DE ASSIS


Resolvi destacar a data contando uma curiosidade sua, pouco divulgada: Machado de Assis e sua paixão pelo jogo de xadrez

"Meu bom xadrez, 
meu querido xadrez...
Tudo pode ser, 
contanto que me salvem o xadrez." 


Machado de Assis. A Semana. 12/1/1896 Vol. 3, pag. 84.


Machado de Assis foi um apaixonado do jogo de xadrez. Seu interesse pelo jogo levou-o a ocupar posição destacada nos círculos enxadrísticos do tempo do Império.

Mantinha correspondência com as seções especializadas dos periódicos da época; compunha problemas e enigmas, e, indo mais além, participou do primeiro torneio de xadrez efetuado no Brasil, realizado em 1880, com a participação dos seis mais destacados amadores residentes no Rio, teve como local da disputa a residência de Artur Napoleão -  o grande pianista português influenciador da paixão machadiana pelo jogo -  na Rua Marquês de Abrantes.


Em 1868 já frequentava Machado de Assis o Clube Fluminense, com a finalidade de jogar xadrez, conforme confessa em uma de suas crônicas reunidas na coleção de A Semana. Anos mais tarde praticava no Grêmio de Xadrez, que funcionava em cima do Clube Politécnico, na rua da Constituição, nº 47. Nesse salão realizou-se o match contra Artur Napoleão, que lhe deu partido do cavalo da dama e, ainda assim, venceu a disputa por 7 a 2.

O interesse de Machado de Assis pelo jogo prolongou-se por muitos anos, conforme revelação constante da correspondência com Joaquim Nabuco que, em 1883, lhe enviava de Londres retalhos de jornais com transcrições de partidas, atendendo ao pedido que lhe fora feito.

Em 4 de janeiro de 1882 fundava-se no Rio o Clube Beethoven.  Por lá Machado passou a exercer na diretoria funções de bibliotecário. Esse Clube era uma sociedade restrita, que fazia os seus saraus íntimos em uma casa na Rua do Catete, nada se sabendo cá fora senão o raro que os jornais noticiavam.

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convite do Clube Beethoven


Pouco a pouco se foi desenvolvendo, até que um dia mudou de sede, e foi para a Glória, Cais da Glória, 62.  O salão do fundo, tão vasto como o da frente, servia aos concertos, e enchia-se de uma porção de homens de várias nacionalidades e ocupações.

"O nome do Clube cresceu, entrou pelos ouvidos do público; este, naturalmente curioso, quis saber o que se passava lá dentro. Mas, não havendo público sem senhoras, e não podendo as senhoras penetrar naquele templo, que o não permitiam as disciplinas deste, resolveu o Clube dar alguns concertos especiais no Cassino.
"Mas tudo acaba, e o Clube Beethoven, como outras instituições idênticas, acabou. A decadência e a dissolução puseram termo aos longos dias de delícias".
Machado de Assis. A Semana. Vol. 3, 5 de julho de1896.


A qualidade do jogo de Machado, examinada através do estudo de suas partidas, e a facilidade com que solucionava os problemas publicados na imprensa dão-nos uma idéia lisonjeira de sua força como jogador.

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O pianista português era aficionado fortíssimo. Dividiu, durante muito tempo, com João Caldas Vianna, filho do Visconde de Pirapetinga, o reinado do xadrez entre nós. Publicou, em 1898, uma coleção de problemas, seus e de outros, sob o título de Caissana Brasileira, redigiu várias seções especializadas em revistas e no Jornal do Commercio e possuía uma fabulosa biblioteca de livros técnicos, em vários idiomas, incluindo obras raríssimas hoje disputadas a peso de ouro. Para ajudar as pesquisas dos amadores publicou, em anexo ao seu livro, o catálogo minucioso dessa coleção. Já idoso, continuava a compor problemas, muitos dos quais podem ser apreciados em várias edições do Almanaque Garnier. O Traité Manuel des Échecs, de Henri Delaire, em sua edição de 1930, ainda transcreve uma de suas melhores composições.

Enfrentando o mestre Artur Napoleão, ainda que levando partido do cavalo da dama, conseguiu ganhar-lhe duas partidas do match.  Outro grande enxadrista que Machado de Assis enfrentou, de igual para igual, foi João Caldas Vianna. Este pode ser considerado o maior jogador surgido no Brasil até 1930.  

Nos torneios efetuados pelo Clube, a partir de 1882, não há referências à sua participação. Teria começado a declinar o seu entusiasmo pelo xadrez? 

As referências ao jogo, colhidas em suas obras, vão rareando desse ano para a frente. No Clube dos Diários, onde se jogava muito, não consta a participação de Machado de Assis, ao contrário de Caldas Vianna e de Artur Napoleão, cujos nomes constam da relação de associados. De 1892 a 1896 saíram as crônicas de A Semana e, em 1898, Artur Napoleão fez uma publicação onde se encontra, sob o nº 17, na página 11, um problema de autoria de Machado de Assis, que já havia figurado na Ilustração Brasileira de 15 de junho de 1877. Esta constitui, cronologicamente, a última referência enxadrística que encontramos sobre o romancista, publicada quando este ainda era vivo.

Encontramos referências ao jogo de xadrez em vários contos, crônicas e romances da obra de Machado de Assis. 

Como por exemplo em

Questão de vaidade. Conto
"Era, com efeito, um grande jogador de xadrez o tio Silvério. Por desgraça, Eduardo não o era menos, de modo que mal se anunciou a visita deste, correu Silvério para a porta com os braços abertos." 
"E contudo este moço joga bem o xadrez! A palavra "xadrez" fez estremecer Eduardo. Era o sinal de um perigo iminente. Todavia, como fino cavalheiro que era, ofereceu o braço à Sara, e seguiu acompanhado de todos para a mesa do jantar."

Iaiá Garcia. Romance.
 "Tentou ensinar-lhe o xadrez, mas desanimou no fim de cinco lições.Ah! mas nem todos têm o seu talento! exclamou triunfante o pai de Estela.Luiz Garcia jogava o xadrez. Era o recreio usual entre ele e Jorge; outras vezes saíam a passeio até curta distância."
"No fundo do jardim estava Luiz Garcia, com o tabuleiro do xadrez: acabava de dar uma lição à filha, que lha pedira desde antes do jantar. Iaiá levou até lá o filho de Valéria. Pela primeira vez sentou-se ao pé dos dois para vê-los jogar; fincou os cotovelos na mesa e encostou o queixo nas mãos; queria aprender, dizia ela, em três semanas.
– Três semanas! repetiu o pai a sorrir e a olhar para Jorge.
Das qualidades necessárias ao xadrez, Iaiá possuía as duas essenciais: vista pronta e paciência beneditina, qualidades preciosas na vida, que também é um xadrez, com seus problemas e partidas, umas ganhas, outras perdidas, outras nulas."

A Cartomante
 "Liam os mesmos livros, iam juntos a teatros e passeios. Camilo ensinou-lhe as damas e o xadrez e jogavam às noites; ela mal, – Ele, para lhe ser agradável, pouco menos mal."

Revista
A Semana. Crônica de 12 de janeiro de 1896.
"Meu bom xadrez, meu querido xadrez, tu que és o jogo dos silenciosos, como te podes dar naquele tumulto de frequentadores? Quero crer que ninguém te joga, nem será possível fazê-lo. Basta saber que há uma hora certa, às seis da tarde, em que sai de dentro de um tubo de ferro uma bandeira com o nome de um jogo. Como podes correr a ver o nome da bandeira, se tens de defender o teu rei – branco ou preto, – ou atacar o contrário, preto ou branco?"
"Creio, mas o que não creio, é que dois verdadeiros jogadores de xadrez, aplicados ao ataque e à defesa, possam consentir em deixar tão nobre ação para ir ao pau de sebo ou qualquer outra recreação gratuita."
"Tudo pode ser, contanto que me salvem o xadrez. A polícia, ou para não confundir este jogo com o nome vulgar da sua prisão, ou porque efetivamente queira restituir cada um ao seu ofício, mandou que os bilhetes não tragam nenhum nome de divertimento."



segunda-feira, 17 de junho de 2019

O Rio de Janeiro do início dos anos 60.


REMEXENDO NO BÁU...

...vemos uma outra cidade, com outras características.

Clique na foto abaixo e passeie por esse tempo!

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sábado, 15 de junho de 2019

Remexendo no baú... anarriê!!!


CLIQUE AQUI 

E CURTA AS MÚSICAS 

DAS FESTAS JUNINAS.

Anarriê!

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sexta-feira, 14 de junho de 2019

A História do Morro Dois Irmãos




A história do Morro dos Dois Irmãos, se confunde com a história da comunidade do Vidigal. O morro, surgiu há milhões de anos, pelo poder do fogo e da água. A sua rocha basáltica, foi sendo desgastada e esculpida com o tempo, até ter o formato atual.



Morro Dois Irmãos,visto da Gávea,  1900


Morro de Dois Irmãos, visto da restinga de Ipanema e Leblon, 1920, por Alberto Sampaio.


Quando os portugueses chegaram ao Rio de Janeiro, ficaram maravilhados com a beleza da região e saíram batizando os acidentes geográficos. Na montanha próxima, batizaram de "Gávea", por lembrar o ponto mais alto do navio. E os 2 morros gêmeos, chamaram de "Dois Irmãos".

Quem foi MIGUEL NUNES VIDIGAL?

Nasceu em 1745, na cidade de Angra dos Reis, então Capitania do Rio de Janeiro, e o primeiro brasileiro nato a ser um dos comandantes de forças militares no recém-formado Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, quando a família real portuguesa chegou em 1808, à cidade do Rio de Janeiro.

Ainda jovem, alistou-se num dos regimentos de cavalaria de milícias daquela capitania. Foi promovido a alferes em dezembro de 1782, a tenente em dezembro de 1784, a capitão em 20 de outubro de 1790, a sargento-mor em 18 de março de 1797, a tenente-coronel em 24 de junho de 1808, a coronel em 26 de outubro daquele mesmo ano, a brigadeiro graduado em 10 de março de 1822.

Segundo o livro "Memórias de um Sargento de Milícias", obra de Manuel Antonio de Almeida, Vidigal, era considerado um perseguidor implacável dos candomblés, das rodas de samba e especialmente dos capoeiras.

Manuel Antônio de Almeida, ao escrever "Memórias de um Sargento de Milícias" assim fala sobre ele:

"O Major Vidigal, que principia aparecendo em 1809, foi durante muitos anos, mais que o chefe, o dono da Polícia colonial (...). Habilíssimo nas diligências, perverso e ditatorial nos castigos, era o horror das classes desprotegidas do Rio de Janeiro". 

Noutro trecho da obra, o descreve da seguinte forma: 

"Era Vidigal um homem alto não muito gordo, com ares de moleirão. Tinha o olhar sempre baixo, os movimentos lentos, a voz descansada e adocicada. Apesar desse aspecto de mansidão, não se encontraria, por certo, homem mais apto para o cargo..."

Vidigal, foi o único personagem não fictício deste obra.

O major de milícias e intendente da polícia Miguel Nunes Vidigal, recebeu por doação dos beneditinos, as terras - que iam das encostas do Morro Dois Irmãos até o mar -  que antes, pertenciam ao Sr. Visconde de Asseca, e por volta de 1820,ali  foi construída a Chácara do Vidigal.

A benfeitoria do major, serviu de residência e local de descanso, não tinha fins agrícolas ou comerciais, talvez uma pequena produção voltada  a ele. Seus vizinhos, em seus últimos anos de vida, eram: Chácara do Céu, Chacareiros da encosta dos "Dois Irmãos" pelo lado da Gávea e o francês Charles Leblon -  Emmanuel Hippolyte Charles Toussiant Le Blon de Meyrach -  que comprou as terras de Guilherme Midosi, em 1842. E rapidamente aquela restinga, ficou conhecida como Campo do Le Blon.

Em 10 de Julho de 1843, falece o Major Miguel Vidigal, na cidade do Rio de Janeiro, com 98 anos de idade, nas terras onde hoje se situa a favela doVidigal, e foi sepultado nas catacumbas da igreja de São Francisco de Paula.

Em 1886, os herdeiros de um chacareiro que comprou as terras do Vidigal, venderam a propriedade ao Engenheiro João Dantas. No final do século XIX, o sogro de Oswaldo Cruz, Comendador Manuel José da Fonseca compra a Chácara do Vidigal. E quando chegava o rude verão carioca, o Dr. Oswaldo Cruz se transferia com a família para a chácara do seu sogro, na Praia do Vidigal.

Por volta de 1900, Charles Armstrong, adquire as chácaras do "Vidigal" e "Sete Pontes" em São Gonçalo, com intenção de instalar colégios de elite.

Em 1911, o professor e engenheiro inglês Charles W. Armstrong, aproveitou o caminho aberto pela obra de uma ferrovia litorânea, iniciada em 1891, que fora interrompida antes de 1910. E instalou em terras do falecido major de milicias, o colégio Anglo-Brasileiro, e hoje, é o Colégio Stella Maris.

O acesso antigo, era pelo tortuoso caminho da Chácara do Céu, chegava-se até ali, através do antigo caminho da Restiga, atual Rua Dias Ferreira. E o outro caminho, que estava semi-aberto pela obra da ferrovia, deu origem à Av. Niemeyer, inaugurada em 1916. Ligando Leblon até as terras do Comendador Conrado Jacob Niemeyer, no bairro de São Conrado.




E aí surgiu a favela...

A comunidade cresceu consideravelmente entre as décadas de 1940 e 1970, devido às remoções das comunidades próximas, e também por receber migrantes nordestinos. Até meados dos anos 50, a favela era conhecida como "Portão do Anglo ou Rampa do Niemeyer", devido a proximidade com o colégio e a avenida. Na década de 60, para frente, já era conhecida como "Favela do Vidigal".

Nas décadas de 80 e 90, houve uma grande expansão da comunidade, por causa do aumento da população local. E a delimitação e codificação do Bairro foi estabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alterações do Decreto Nº 5280 de 23 de agosto de 1985.



domingo, 9 de junho de 2019

REMEXENDO NO BAÚ...1969...que ano musical!



HÁ 50 ANOS, CANTÁVAMOS...

...Eu vou voltar aos velhos tempos de mim, vestir de novo o meu casaco marrom ...

É o que vou fazer pra passear um pouco por esses saborosos tempos, nesse domingo.


Foi o ano de Taiguara. HOJE. Que composição! Um clássico para sempre!




Roberto e Erasmo Carlos com grande safra com As curvas da estrada de Santos, As flores do jardim da nossa casa, Eu disse Adeus, Sentado à beira do caminho.



Tempos de País Tropical e o grande Wilson Simonal, pela primeira vez, fazendo multidões cantarem com ele; o swing de hoje das composições de MarcosValle já surgindo, em Mustang Cor de Sangue, parceria com irmão Paulo SérgioValle, após a temporada forte de Viola Enluarada do ano anterior.

Que Maravilha, de Jorge Ben- nos tempos em que não tinha o jor- em parceria com Toquinho.



Tempos, também, da pilantragem... da Brazuca, de Antonio Adolfo e Tibério Gaspar com Juliana, Samarina, Meia Volta (Ana Cristina) ...



Um ano de grandes festivais. O Universitário - no auditório da Tupi, na Urca, com final no Teatro João Caetano - que não só trouxeram à tona novas vozes e novos compositores, mas também consolidaram talentos.

Resultado de imagem para festival universitário 1969 mirante cesar costa filho maria creuzaTempos dos então desconhecidos Aldir Blanc (Escola de Medicina e Cirurgia), Ruy Maurity (Psicologia da PUC), César Costa Filho (Faculdade Brasileira de Ciências Jurídicas), Luiz Gonzaga Nascimento Jr. (Economia da faculdade Cândido Mendes), entre outros.

A reboque de O Trem, de Gonzaguinha - vaiada quando venceu - vieram a vibrante ( e para a qual eu torci!) Mirante, de Cesar Costa Filho e Ronaldo Monteiro de Souza( foto ao lado)


De Esquina em Esquina, Cesar Costa Filho e Aldir Blanc, cantada por Clara Nunes; Mundo Novo,Vida Nova - outra de Gonzaguinha - na interpretação belíssima de Claudete Soares, Nada sei de eterno, de Aldir Blanc com Sílvio Silva Júnior, que contou com a voz de Taiguara, campeão do ano anterior com a linda Helena, Helena, Helena.


capa do Lp do II Festival Universitário da Música Brasileira,
em 1969, na Tv Tupi do Rio de Janeiro

Tempo do FIC, Festival Internacional da Canção, no Maracanãzinho, com o prêmio Galo de Ouro, desenhado por Ziraldo e confeccionado pela joalheria H. Stern. Da abertura, composição do maestro Erlon Chaves ... o festival da canção popular, traz as canções para o mundo cantar... quem sabe a letra? - que vinha após a marcante contagem regressiva e a frase imortalizada por Hilton Gomes, apresentador oficial do FIC: “Cinco... quatro... três... dois... um, boa sorte, maestro!”.

Ouvimos "Visão geral", de César Costa Filho, Ruy Maurity e Ronaldo Monteiro de Souza, com César Costa Filho e Grupo 004, cantando ; "Minha Marisa" , de Fred Falcão e Paulinho Tapajós, com os Golden Boys. A doçura da voz de Evinha... Cantiga por Luciana, grande campeã.

O que 35 mil espectadores exigiam, aconteceu na noite de encerramento do IV FIC, de 69: Wilson Simonal, o presidente do júri, fez o seu tão esperado show. Dominando a platéia e fascinando os convidados estrangeiros. Henri Mancini chegou a subir na cadeira !



Pois é... fico pensando...
...que tal inspirados em mais um verso da música Casaco Marrom,  de Paulinho Tapajós e Edmundo Souto,  desse ano da graça de 1969, cada um tomar a mão da alegria e sair... nesse domingo?


(atualizado em 9/6/2019)


quinta-feira, 6 de junho de 2019

Curiosidades Cariocas



Nas comemorações dos 400 anos 
da cidade do Rio de Janeiro, 
em 1965,
Raymundo de Castro Maya 
foi o editor da Revista Rio, 
especialmente dedicada à ocasião. 
No editorial, intitulado 
“De Debret aos arranha-céus”, 
o colecionador escreve algo atualíssimo!



“As pessoas, quando chegam a uma certa idade, 
só falam no passado e é com imensa saudade 
que descrevem a vida no Rio de Janeiro naquela época. 
Não deixam de ter razão, esse período feliz não só aqui, 
como no mundo inteiro, pouco durou; 
para nós foi até a segunda guerra mundial. 
Daí por diante veio o caos, [...]. 
Mas, apesar de tudo, o Rio tem qualquer coisa 
de estranhamente sedutor: 
talvez exista no ar que se respira um filtro 
semelhante ao de Tristão e Isolda, 
a cuja magia, uma vez sorvido, 
não se pode mais resistir.”








sábado, 1 de junho de 2019

HÁ 50 ANOS, 1 DE JUNHO DE 1969, O URUBU se tornou símbolo do MENGO!



Até o dia 1° de junho de 1969, 
chamar um flamenguista de urubu 
era uma provocação com contornos de ofensa. 
Para boa parte dos rubro-negros, 
o apelido era um insulto racista sobre torcida. 

Foto de arquivo

Tudo começou a mudar quando quatro jovens amigos, moradores do Leme, na Zona Sul do Rio, decidiram calar os críticos soltando um urubu no gramado do Maracanã, durante um clássico contra o Botafogo. A ave de rapina virou a sensação do confronto e trouxe sorte ao rubro-negro, que venceu por 2 a 1, quebrando um tabu de quatro anos sem vitórias sobre o rival.

O voo do urubu, que completa 50 anos neste sábado, começou a ser planejado bem antes daquela partida. 

Hoje, o episódio seria considerado crime ambiental. Urubus são animais silvestres e não podem ser retirados de seu habitat e nem muito menos sofrer maus tratos.

 Mas, na época, com idades entre 18 e 20 anos, os amigos Victor Ellery, Romilson Meirelles, Luiz Octávio Vaz e Erick Soledade não pensaram nessas questões. Eles estavam decididos a capturar um urubu e soltá-lo no Maracanã. De início, eles foram até a Lagoa Rodrigo de Freitas, numa tarde de sexta-feira, mas não encontraram sequer um exemplar da espécie:

— Naquela hora, não tinha nenhum urubu ali perto dos clubes Caiçara e Piraquê. Então, decidimos ir ao lixão, no Caju, mas era tarde e não pudemos entrar. Disseram para voltarmos no dia seguinte — lembra Vaz.
— Oferecemos um valor para quem capturasse um urubu pra gente, algo como uns R$ 50 hoje. Deu até briga. Um gari fez um laço e conseguiu trazer um urubu. Nós o enrolamos em uma espécie de manta e o levamos para o carro — explica Ellery.

O quarteto rubro-negro voltava para casa com o senso de dever cumprido, mas foi surpreendido como em um contra-ataque do adversário. Com o carro parado em um sinal da Avenida Brasil , o urubu se soltou da manta, o que imediatamente instaurou o caos no veículo:
— Foi um desespero total. Eu estava dirigindo abaixado (pausa para risos). Depois de muito custo, conseguimos imobilizá-lo. Levei algumas bicadas, e os outros três foram buscar uma sacola para colocar o urubu. Deve ter sido rápido, mas fiquei sozinho com ele dentro do carro, esse tempo me pareceu uma eternidade — lembra Meirelles.

O urubu passou a noite em um prédio, no Leme, com a cabeça imobilizada para não bicar ninguém. Mesmo debilitado, o animal recusou o cardápio nada adequado oferecido pelo quarteto: macarrão ou feijão com arroz. O jejum seria apenas mais uma das provações a que a ave seria submetida. No dia do jogo, o quarteto amarrou uma bandeira do Flamengo nas patas do animal, com suporte de bambu, e o animal entraria no estádio dentro de uma sacola, que estava enrolada numa faixa.





A REDENÇÃO DO URUBU

Soltar um urubu em pleno Maracanã, com uma bandeira do Flamengo foi, para o quarteto, um ato de desforra que alcançou proporções inimagináveis. Até aquele momento, o mascote do Flamengo era o marinheiro Popeye, uma herança do remo, esporte que deu origem ao clube. 

Já no dia seguinte ao jogo, o GLOBO trazia a notícia: "Urubu pousa na sorte do Botafogo". O marinheiro Popeye logo foi trocado pelo animal pelo cartunista Henfil, que humanizou o personagem nas páginas do “Jornal dos Sports”.

Retirado da sacola, o urubu, uma fêmea, ainda estava atônito quando o quarteto decidiu soltá-lo. Voou sobre a torcida do Botafogo, que, surpresa, não reagiu. 

A do Flamengo vibrava, gritando 

“É urubu, é urubu!”, 

até que o animal pousou no gramado, onde se tornou a estrela do clássico. A ave ofuscou a estreia do atacante argentino Doval, o Diabo Loiro, contratado junto ao San Lorenzo, da Argentina, como estrela da temporada.

Erick Soledade sente que o trabalho do grupo é confundido por causa do desenho de Henfil. Para ele, muitos torcedores desconhecem a ação do quarteto e acreditam que o traço do cartunista ressignificou o urubu como novo mascote do Flamengo.

— Os desenhos dele ficaram eternizados nas páginas dos jornais, mas foram reflexo da nossa ação, e isso muita gente não sabe, o que acaba tirando o nosso reconhecimento — avalia.






O ADEUS DA AVE

Se o urubu rubro-negro completa 50 anos de adoção pela torcida neste sábado, a ave que deu origem à escolha teve vida bem mais breve. 

Dois dias depois do jogo, O GLOBO noticiava: “Urubu que a torcida elegeu não teve sorte: morreu de fome”. O animal foi encontrado pela equipe de reportagem morto no fosso do estádio. Já tinha sido removido do banheiro, onde foi encontrado por funcionários da Administração dos Estádios do Estado da Guanabara (ADEG). A necropsia feita por uma veterinária do Zoológico apontou que o animal morrera de inanição.

No domingo seguinte, outro grupo de torcedores levou um urubu para o Maracanã, durante uma partida contra o Vasco. O animal foi novamente festejado pela torcida ao pisar no gramado, consolidando sua espécie como mascote do rubro-negro.

Para festejar a data do primeiro voo no Maracanã, o Flamengo informou que prepara duas ações surpresa. A primeira, neste sábado, no jogo válido pelo Campeonato Brasileiro contra o Fortaleza, no Estádio Nilton Santos, o Engenhão, no Rio, e na segunda ação na quarta-feira, contra o Corinthians, no Maracanã, em partida válida pela Copa do Brasil. Aguardemos!






Ouça os depoimentos do quarteto que começou essa história...




Fontes: 
Acervo O GLOBO
Clube de Regatas do Flamengo