quinta-feira, 28 de novembro de 2013

FLAMENGO TRI CAMPEÃO DA COPA DO BRASIL 2013!

 RIO EM FESTA!

Belo e oportuno comerciaL da Peugeot!


segunda-feira, 25 de novembro de 2013

As ruas SILVA, em Ipanema

Já passou pela Rua Dario Silva, em Ipanema?
E pela Rua Pedro Silva? Pela Oscar Silva? Talvez pela Rua Otávio Silva?

Conhece essas ruas? Com certeza, sim.

A Dario Silva é atual Rua Aníbal de Mendonça; a Pedro Silva, atual Rua Garcia D'Ávila; a Otávio Silva, atual Rua Maria Quitéria; a Oscar Silva, atual Rua Joana Angélica. 

 As ruas Silva levaram os nomes do filho do coronel Antonio José da Silva , sócio do Barão de Ipanema na  tarefa de urbanizar a área que daria origem à Vila Ipanema. Ainda teve uma quinta rua, a Irineu Silva, que não foi renomeada, pois deixou de existir.



Nenhuma descrição de foto disponível.

Rua Maria Quitéria esquina com a Prudente de Morais, em Ipanema. 
Foto tirada em 1923 por Augusto Malta.


 
A esquina em primeiro plano é a da Rua Barão da Torre com Rua Joana Angélica, em Ipanema

Acervo Colégio Notre Dame

 Rua Garcia D´Ávila, nos anos 20.

Imagem relacionada
 Rua Garcia D´Ávila, nos tempos atuais
 
Em 1922, no governo do Prefeito Carlos Sampaio, incumbido de preparar a cidade para as comemorações do Centenário da Independência,  os nomes das ruas foram mudados, para homenagear brasileiros que tiveram participação ativa nas lutas pela Independência.    

     

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

O cafezinho carioca

Confeitaria sempre foi uma grande tradição carioca.

No início surgiu sob a forma de café com mesas.
O Café Braguinha, na  Praça da Constituição com Rua do Sacramento - atual praça Tiradentes esquina com av. Passos - foi o primeiro café, na forma de confeitaria que servia lanches.

 Foi fundado em 1824 . Podemos vê-lo abaixo em dois momentos:


 

Gravura de Carlos Linde, de 1861



 Foto de  Henry Revert Klumb, de 1870

 A história do prédio da Café Braguinha  soma  boas histórias.

No século XIX, Manuel Luís Ferreira construiu sua casa, que depois pertenceu a José Bonifácio.
 D. Pedro I utilizou-a por várias vezes para despachar. Anos depois, é que se instalou, na parte baixa, o Café do Braguinha, ponto de encontro de intelectuais e artistas. 

Hermeto Lima , na edição de 14 de março de 1937, do Jornal do Brasil, em interessante crônica sobre a Praça Tiradente conta:


"No café do Braguinha, muitos anos depois Café Criterium, reuniam-se diariamente médicos, advogados, homens de letras e de teatro. O Braga, um português gordo, baixo e atarracado, era de uma bondade extrema e de uma atraente simpatia. Dotado de alguma inteligência, era amigo dos escritores e íntimo de João Caetano. Por sua influência junto ao grande trágico, foram representadas peças de autores ainda então desconhecidos. Os anúncios do café do Braguinha, que começavam sempre por — A fama do café com leite, — eram feitos pelos homens de letras que frequentavam a casa. Dizem que Machado de Assis e Laurindo Rabelo foram autores de muitos desses anúncios, que enchiam as colunas dos jornais do tempo. Estávamos então no tempo dos lundus, e um desses anúncios foi posto em música e cantado. Começava assim:
 "O Braga, dono de fama/ Participa à freguezia/ Que descobriu um café/ Que cura a paralisia".
   E terminava sempre com o estribilho: 

"E o Braguinha,/ Sempre cortês/ Com todo o gosto/Serve o freguês".


Demolida a casa, surgiu ali no novo prédio, o Café Criterium.  Por ali, em meio à agitação, ao vozerio, aos brados de saudação, apinhavam-se políticos, atores, poetas, jornalistas e toda a sorte de intelectuais iniciando um hábito que haveria de contagiar : a mania de, por esse ou aquele motivo, tomar um cafezinho.

Por ocasião das obras de alargamento da avenida, como se obedecesse a uma tradição, um novo café é aberto na esquina, o Café Capital, no mesmo  Largo, que ainda conservava o antigo bosque, de folhagens pouco tratadas, com ruazinhas de pedras escuras e mal varridas.  

O Café Capital  acabou abrindo sua própria torrefação e virou marca de sucesso, com um jingle que se tornou um clássico.
Café Capital hoje ainda existe, mas na Av Marechal Floriano, também no Centro, em formato mais moderno como uma cafeteria. Mas servindo, sempre, o mesmo sabor desde 1943.



 

CLIQUE AQUI e ouça! 


quinta-feira, 14 de novembro de 2013

O poeta da Nega Fulô

Morreu no Rio de Janeiro, no dia 15 de novembro de 1953, há 60 anos,  o poeta Jorge de Lima.




O ensaísta francês Daniel Rops apresentou Jorge como “um dos maiores poetas do nosso tempo”. Em 1935, Mário de Andrade se referiu a ele como “o caso mais apaixonante da poesia contemporânea do Brasil”.

Seu famoso poema “Essa negra Fulô”, escrito em 1928, se destaca na literatura brasileira, na temática negra, e até  foi inspirador de enredo de escola de samba.

Essa negra fulô - Jorge de Lima

Ora, se deu que chegou
(isso já faz muito tempo)
no bangüê dum meu avô
uma negra bonitinha,
chamada negra Fulô.
Essa negra Fulô!
Essa negra Fulô!
Ó Fulô! Ó Fulô!
(Era a fala da Sinhá)
— Vai forrar a minha cama
pentear os meus cabelos,
vem ajudar a tirar
a minha roupa, Fulô!
Essa negra Fulô!
Essa negrinha Fulô!
ficou logo pra mucama
pra vigiar a Sinhá,
pra engomar pro Sinhô!
Essa negra Fulô!
Essa negra Fulô!
Ó Fulô! Ó Fulô!
(Era a fala da Sinhá)
vem me ajudar, ó Fulô,
vem abanar o meu corpo
que eu estou suada, Fulô!
vem coçar minha coceira,
vem me catar cafuné,
vem balançar minha rede,
vem me contar uma história,
que eu estou com sono, Fulô!
Essa negra Fulô!
"Era um dia uma princesa
que vivia num castelo
que possuía um vestido
com os peixinhos do mar.
Entrou na perna dum pato
saiu na perna dum pinto
o Rei-Sinhô me mandou
que vos contasse mais cinco".
Essa negra Fulô!
Essa negra Fulô!
Ó Fulô! Ó Fulô!
Vai botar para dormir
esses meninos, Fulô!
"minha mãe me penteou
minha madrasta me enterrou
pelos figos da figueira
que o Sabiá beliscou".
Essa negra Fulô!
Essa negra Fulô!
Ó Fulô! Ó Fulô!
(Era a fala da Sinhá
Chamando a negra Fulô!)
Cadê meu frasco de cheiro
Que teu Sinhô me mandou?
— Ah! Foi você que roubou!
Ah! Foi você que roubou!
Essa negra Fulô!
Essa negra Fulô!
O Sinhô foi ver a negra
levar couro do feitor.
A negra tirou a roupa,
O Sinhô disse: Fulô!
(A vista se escureceu
que nem a negra Fulô).
Essa negra Fulô!
Essa negra Fulô!
Ó Fulô! Ó Fulô!
Cadê meu lenço de rendas,
Cadê meu cinto, meu broche,
Cadê o meu terço de ouro
que teu Sinhô me mandou?
Ah! foi você que roubou!
Ah! foi você que roubou!
Essa negra Fulô!
Essa negra Fulô!
O Sinhô foi açoitar
sozinho a negra Fulô.
A negra tirou a saia
e tirou o cabeção,
de dentro dêle pulou
nuinha a negra Fulô.
Essa negra Fulô!
Essa negra Fulô!
Ó Fulô! Ó Fulô!
Cadê, cadê teu Sinhô
que Nosso Senhor me mandou?
Ah! Foi você que roubou,
foi você, negra fulô?
Essa negra Fulô!

Na voz de João Villaret e gravado num recital no Teatro S. Luis em Lisboa, em 1957

 

A Estação Primeira de Mangueira, no carnaval de 1975,   apresentou  "IMAGENS POÉTICAS DE JORGE LIMA"
(Compositores: Tolito, Mozart e Delson)
 
Na epopéia triunfal
Que a literatura conquistou
Em síntese de um sonho
O poeta tão risonho
Assim se consagrou ô ô ô

Ô ô ô ô ô
Esta é a negra fulô
Uma obra fascinante
Que o poeta tão brilhante
O povo admirou

Jorge de Lima em Alagoas nasceu
Ouviu tudo dos antigos
O que aconteceu
Com os escravos na senzala
E no Quilombo dos Palmares
Foi um sábio que seguiu as tradições
Com seus versos, poemas e canções
Boneca de pano é jóia rara
Calabar e o acendedor de lampiões


Jorge de Lima era médico e teve consultório médico no prédio do Café Amarelinho, na Cinelândia. Lá também foi um dos pontos de reunião de escritores, poetas e pintores mais concorridos do Rio. 


segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Lagoa Rodrigo de Freitas


Lagoa Rodrigo de Freitas há 90 anos,
pelas lentes
de Augusto Malta.

QUANTA DIFERENÇA!





quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Ary Barroso, 110 anos!

ARI BARROSO hoje deve estar tocando, nas nuvens, a sua gaitinha comemorando a vitória, ontem, do MENGO.
Até o Google a ele se rendeu, com a vinheta – doodle – muito boa!
ARI BARROSO, 110 ANOS!
7 de novembro de 1903!
vejo que não há interesse e boa vontade. O trabalho feito sobre o Noel foi parar até na biblioteca do Congresso guarda roupas dos Estados Unidos. Todo mundo sabia do meu trabalho com o Ary, mas este é um País sem memória”, diz Jubran.
não há interesse e boa vontade. O trabalho feito sobre o guarda roupas Noel foi parar até na biblioteca do Congresso dos Estados Unidos.
não há interesse e boa vontade. O trabalho feito sobre o guarda roupas Noel foi parar até na biblioteca do Congresso dos Estados Unidos.
Mas pelas bandas de cá, há muito não há interesse pela sua obra. Pesquisas sem patrocínio, músicas esquecidas. Pobre país!
Por aqui no RIO QUE MORA NO MAR memória tem voz e vez!
Pra recordar esse mineiro que viveu, desde sempre, no bairro carioca do Leme , um texto seu falando de coisas cariocas.

O florista das madrugadas
Ary Barroso

É moreno. Magro. Mais alto que baixo. Anda sempre de terno completo, colarinho e gravata. Tem um sorriso de dentes feios, mas, simpático. Corre bares, vendendo rosas e cravos. Numa cestinha. Há pouco tempo trazia uma rosa em cada mão. Hoje, a mercadoria perfumada é mais farta e variada. Sinal de prosperidade. Ele chega sempre depois do segundo uísque. Quem é que se esquiva à galanteria de três cravos lindos e vermelhos para a companheira da noite? Gosto mais dele do que daquela senhora gorda que vende flores de papel à porta do Night-and-Day. Detesto flores de papel! A imitação industrial da flor é um crime estético. Substituir o aroma leve, a vida, a linha caprichosa de uma rosa ou a imponência colorida de um cravo, pelo arremedo inodoro de papel amassado, é desolador. As flores naturais continuam a beleza feminina; as artificiais, deformam-na. Salve o florista de Copacabana que nos traz flores vivas e cheirosas com que enfeitamos, ainda que ilusoriamente, nossas conversas mansas à meia luz dos bares.

VIVA ARY!

terça-feira, 5 de novembro de 2013

Erlon Chaves e seu jeito carioca

Ele teria completado 80 anos.


Com um estilo de orquestração meio parecido com o de Quincy Jones, esse paulista com jeito carioca e   influência de soul-jazz   foi fundamental para o pessoal dos metais no Brasil .

Erlon Chaves é uma referência da black music brasileira e obteve respeito e admiração de tantos com uma obra vasta, que inclui trilhas para novelas e filmes, arranjos para alguns dos maiores cantores brasileiros , dentre eles Elis Regina e Wilson Simonal.

Foi o maestro e arranjador da orquestra do Programa Flávio Cavalcanti , na TV TUPI, autor da linda vinheta de abertura




Foi o criador da Banda Veneno, patrimônio da música dançante brasileira. 

Mas esbarrou em preconceitos num Brasil racista, camuflado, principalmente há mais de 40 anos.

Certa vez em um baile,  num clube da elite carioca, nos anos 1970, uma banda é afinada e suingada,  tocava sucessos internacionais. O crooner era Gerson King Combo e o maestro Erlon Chaves. Um sujeito do público,bêbado, começa a reclamar alto -  várias vezes - enquanto Gerson avança por “By the time I get to Phoenix”: “Ô, negão, tu tá enrolando no inglês!” . Na quarta vez, o maestro — também negro, enfurecido — deixa a pompa de lado e por pouco não sai no tapa com o bebum.

UMA CURIOSIDADE
Poucos sabem, mas foi  Erlon Chaves quem fez o jingle clássico dos Cobertores Parahyba.




O EPISÓDIO DA CENSURA
Era a final do V Festival Internacional da Canção, no qual Erlon Chaves era presidente do júri internacional. Escreveu Boni  - José Bonifácio Sobrinho, em sua autobiografia lançada recentemente, o fato:

Junto com a Banda Veneno, o maestro ia apresentar  a música “Eu quero mocotó”, de Jorge Ben. E avisou: “Antes, vamos fazer um número quente. Vou ser beijado por lindas garotas.” E protagonizou um happening, enroscado em dançarinas brancas e louras, em trajes cor da pele.



No Brasil da ditadura, foi demais!

Erlon acabou levado à Polícia Federal, junto com José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni -  diretor da transmissão -  para prestar depoimento. Depois, ganhou uma suspensão por ordem da Censura e lhe recomendaram que fosse embora do Brasil. O Erlon não foi, mas sofreu demais e quase morreu de tristeza porque ficou proibido de exercer suas atividades profissionais em todo o território nacional por 30 dias.

O pior golpe, porém, se deu em 1974, quando Wilson Simonal foi preso pela acusação de extorsão mediante sequestro de seu contador. Erlon ia visitar o amigo no presídio de Água Santa, quando, numa galeria comercial do Flamengo, reagiu a provocações de um passante.
Ela achava que o que estava acontecendo com o Simonal poderia vir a acontecer com ele e seus pares negros.

Três mil pessoas compareceram ao seu enterro, inclusive Simonal, sob escolta policial.



Abaixo, EU QUERO MOCOTÓ , o registro original, extraído do compacto simples da Philips, n.o 365310PB-A, e o coro que acompanha Erlon é a SAM (Sociedade Amigos do Mocotó).


O jornalista e pesquisador NEI LOPES escreveu


" Dia desses, relaxando da labuta, resolvemos no Lote ouvir uns discos desses de requebrar o esqueleto, desses que confirmam que nossos Deuses africanos dançam. E como dançam! 
Sacamos então, lá da estante, discos com “muito balanço” e “pouco conteúdo”, incluindo aí muita guaracha, muito són, muito suingue, muito rhythm & blues, muita batucada, e, entre esses, uns disquinhos relançados do polêmico Wilson Simonal, naquela do patropi e da pilantragem. Foi aí que, ouvindo, sacando as idéias, analisando os arranjos, o clima e lembrando das pessoas envolvidas, nos veio à mente a seguinte pergunta:

Quem foi realmente o maestro Erlon Chaves? ...cheio de “balanço e de veneno”;...aquela imagem bacana e auto-suficiente… e depois ... taxado de “crioulo nojento”, que “só gostava de loura”, que “não se enxergava” e “nem sabia o seu lugar”.

E, afinal, de que morreu Erlon Chaves?
.............

No caldo grosso do “Mocotó”, Erlon, acuado, limitou-se ao seu trabalho de arranjador – da mesma forma que Toni Tornado, pela BR-3 apresentada no mesmo certame, foi “convidado a sair do país”. E Wilson Simonal, seu parceiro e amigo, acabou acusado de delator em 1972, comendo a partir daí o mocotó que a Ditadura azedou.
Apesar do relativo sucesso dos discos com repertório internacional da Banda Veneno, lançados de 1972 a 1974, a carreira de Erlon Chaves acabava ali, naquele festival que, segundo o nunca assaz citado Zuza,
  • “deixou um rastro de racismo, uma marca de preconceito contra artistas da raça negra, aquela que contribuiu para a música brasileira, como também para a cubana e a norte-americana, com o elemento mais proeminente de seu caráter, o ritmo”.
Em 14 de novembro de 1974, Erlon Chaves, que transmitia a todos nós com seu talento, charme, sorriso e simpatia aquela autoconfiança que a nós todos ainda nos faltava, enfartou, quando olhava uns discos de jazz numa loja da zona sul, e morreu. No ato.

Será que morreu de seu próprio “veneno”? Este veneno de que nos faz querer também comer o “mocotó” dos espaços de excelência, das instâncias do poder, do conforto material, do acesso ao saber, do êxito, do respeito enfim!? Ou será que morreu porque era um “crioulo metido e pilantra”, que “não sabia seu lugar”, só “gostava de mulher branca” e “carro do ano”; que, de repente, quem sabe, queria até ver seus filhos – absurdo!- entrando pra uma boa faculdade?!…


Você sabe? "

sábado, 2 de novembro de 2013

Rio no início dos anos 1900

O Museu Imperial recupera acervo fotográfico
do início do anos 1900.
Fotos revelam vários locais, dentre eles

a antiga Avenida Central
a Rua Francisco Otaviano, em Copacabana,
 a Praia da Urca,
 a Lagoa Rodrigo de Freitas 
 a Igreja da Penha