domingo, 29 de janeiro de 2012

Av 13 de maio através dos tempos



RUA DA GUARDA VELHA.
Esse foi seu primeiro nome.

Antigo caminho, aberto no século da colonização, à margem da lagoa de Santo Antônio, chamou-se depois de aterrada Rua Bobadela em honra ao último governador da Capitania do Rio de Janeiro, Gomes Freire de Andrade, Conde de Bobadela.

Havia ali uma guarda para manter a ordem entre os escravos que iam ao Chafariz da Carioca. Daí o nome Guarda Velha.

A partir de 1888 passou a ter o nome de 13 de Maio.
Foi nessa rua que em 1863 foi inaugurada a primeira cervejaria do Brasil.


A 13 de maio, em 1900,
quando ainda se chamava Rua da Guarda Velha

A 13 de maio nos anos 1910

destaque para o antigo prédio da Imprensa Nacional,
em estilo gótico manuelino, construído no reinado de D. Pedro II,
sob a direção do engenheiro Dr. Paula Freitas

A 13 de maio que começava na Cinelândia



A  avenida  no início da abertura do túnel 
entre a Cinelândia a Carioca do metrô (anos1970) (reprodução internet)

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Edifício Colombo


A história da Avenida Rio Branco e do seu entorno teve no arquiteto Paulo Santos um dos seus grandes estudiosos .

 Quis o destino que o Edifício Colombo — projetado por ele em 1938 — fosse um dos três a sucumbir à tragédia no Centro.



Edifício Colombo ,
Rua Manoel de Carvalho nº 16,

esquina com av. 13 de Maio
reprodução internet

Em textos de Paulo Santos, percebe-se a ousadia do então prefeito Pereira Passos de levar à frente o alargamento, em 33 metros, e o alongamento — em 1.800 metros — da então Avenida Central. Com seu bota-abaixo ao longo do caminho, Pereira Passos retirou dezenas de famílias da região.


Em 1904, o prefeito nomeado pelo então presidente Rodrigues Alves promoveu um concurso de fachadas e prédios para o boulevard com toque francês que virou um cartão de visita da cidade. Surgiram, ao longo da grande reta, prédios de feição eclética, com uma bela mistura de estilos daquele tempo.

Da iniciativa de Passos, nasceram joias como o Teatro Municipal. A reforma de Passos trouxe à via refúgios para pedestres, galeria de águas pluviais, arborização. É muito triste que logo o edifício projetado por Paulo Santos (o Colombo) tenha sido destruído.

arquiteto Paulo Santos

Santos, foi um fervoroso defensor das edificações daquela área, assegurando, nos anos de 1970, o tombamento de alguns ícones arquitetônicos: além do Teatro Municipal, o do Museu de Belas Artes, a Biblioteca Nacional e o Clube Naval.

Paulo Santos atuou como arquiteto através de sua firma Pires & Santos, durante mais de 30 anos. omo curiosidade, cabe ressaltar que nesse escritório começou a estagiar Sergio Bernardes.

Dessa firma nasceram, por exemplo, o Edifício Pimentel Duarte que foi um dos primeiros a serem construídos na Praia de Botafogo (1936), a Escola Técnica do Exercito (ETE), na Praia Vermelha, em 1939/1940.

Edifício Pimentel Duarte, praia de Botafogo

Como membro do conselho consultivo do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Santos também lutou pela preservação do Palácio Monroe, do Jockey Club e do Derby Club na Avenida Rio Branco. Sem sucesso, no entanto: os três foram demolidos em meio a grandes polêmicas. Santos fundou a historiografia da arquitetura e do urbanismo no Brasil.

O Edifício Colombo estava à frente de seu tempo.

O valor arquitetônico do prédio de Paulo Santos na Avenida Treze de Maio era enorme. Com seus dez andares, o estilo do Colombo fugia do ecletismo encontrado na Rio Branco. Era art déco com características do modernismo que só se consolidariam mais tarde, com a construção do Edifício Gustavo Capanema, inaugurado em 1947.

"O edifício com os traços de Paulo Santos apontava para o futuro. E agora faz parte do passado".



quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

25 de Janeiro, DIA NACIONAL DA BOSSA NOVA


Desde 2009, por lei,  podemos comemorar neste dia,  uma das grandes criações das terras cariocas, que conquistou o mundo: a BOSSA NOVA.

O dia foi escolhido por ser o aniversário de TOM JOBIM.

No dia seguinte a essa data - 26 de janeiro -  outra ilustre representante da Bossa Nova faz aniversário: a grande LENY ANDRADE.

Então... Leny cantando Tom, pra deleitar nossos ouvidos!

 



segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Palácio Laranjeiras





Sobre uma colina ainda cercada de verde, o Palácio Laranjeiras (por vezes é incorretamente denominado Palácio das Laranjeiras) é o Palácio de Versalhes carioca. Raro é encontrar um canto do imóvel, que não lembre o grande palácio francês, ou que não conte com qualquer elemento decorativo.

Antiga residência da Família Guinle, foi construído entre 1909 e 1913. Nesta época todo o parque pertencia à família. Após a morte de Eduardo Guinle em 1941, a família começou a negociar a propriedade com o governo da União e em 1947 o Presidente Dutra concluiu as negociações adquirindo somente o palacete para destiná-lo a hospedar visitantes ilustres e chefes de estado em visita ao Brasil.


Foi utilizado como residência oficial da presidência por Juscelino Kubitschek (1956-1961), que não quis permanecer no Palácio do Catete após o suicídio de Getúlio Vargas (1954), até à conclusão do Palácio da Alvorada, inaugurado em 1958 em Brasília.



O luxo está presente em todos os cômodos do palácio, dos afrescos no teto ao banheiro com peças esculpidas em blocos de mármores de carrara — incluindo a famosa banheira — e piso em mosaico de pastilhas de mármore, algumas cobertas de ouro. Folhas de ouro, aliás, revestem vários elementos, desde móveis a parte do elevador — o primeiro do Brasil, da Otis.

Um piano Steinway, réplica do que pertenceu à rainha Maria Antonieta, na sala de música, e a réplica da escrivaninha de Luís XVI, igual a do Palácio de Versalhes. A mesa de estudos está instalada na biblioteca, que chama a a tenção pelos poucos livros e também pela grande mesa de mármore, usada num dos momentos mais sombrios da nossa história. Foi sobre o móvel que a ditadura militar instituiu, em 1968, o AI-5.

Também conserva uma rica coleção de quadros. Entre as obras, pinturas do holandês Frans Post (século XVII); do francês Nicolas-Antoine Taunay (século XIX), que integrou a missão francesa; um grande retrato do Rei Sol de Rigaud (1659-1743), e outro, datado de 1530, de uma nobre veneziana por Moretto da Brescia, pintor italiano do Renascimento.


O vitral francês junto às escadas do palacete — cujo hall também possui piso em mosaico de mármore e pastilhas folheadas a ouro — retrata o deus Apolo no carro de sol, homenagem a Luís XIV. Na fachada principal, inspirada no Cassino de Mônaco e que dá a impressão de ser a lateral do palacete, as águias remetem novamente ao Império e ao Rei Sol. Cabral, que não mora no Laranjeiras, desde 1974 residência oficial dos governadores, tem a oportunidade de frequentar o palácio assim como ele era na época da família Guinle, que o passou de “porteira fechada” à União, em 1946.

O Palácio Laranjeiras foi projetado pelo arquiteto Armando da Silva Telles ( que também assina a reforma de outro palacete, no mesmo bairro, o Palacete Lineo de Paula Machado), que deixou sua assinatura numa das paredes externas do imponente edifício de estilo eclético francês.

No livro "Palácio das Laranjeiras", de Mario Henrique Glicério Torres, encontra-se o requerimento do pedido de construção

"Armando Carlos da Silva Telles, architecto constructor, tendo sido incumbido pelo Dr. Eduardo Guinle para construir um prédio no terreno onde se acha actualmente a casa nº 36 da Rua Carvalho de Sá (atual Rua Gago Coutinho) vem apresentar a V. Excia, 6 plantas, a fim de serem devidamente aprovadas e concedida a respectiva licença para o início das obras que serão terminadas no prazo de oito meses.

 O prédio será construído no centro do terreno e a 25 ms acima do nível da rua. 
 P. deferimento

Rio de Janeiro 22 de dezembro de 1909

Armando Carlos da Silva Telles."

( Doc. 1 do Códice 26-3-35, no qual se encontram as seis plantas do projeto e a planta de situação)


O Palácio Laranjeiras foi aberto em 2001 para a visitação pública, após uma reforma de dez meses, mas desde de 2007 está, novamente, fechado ao publico. O imóvel encontra-se tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).


sábado, 21 de janeiro de 2012

A cidade cresceu para a Barra da Tijuca





O interessante filme 35 mm de 1970, de Paulo Martins, abaixo,
mostra os caminhos que a cidade percorreu em direção à Barra da Tijuca,
com fundo musical de Luis Bonfá.

UMA RELÍQUIA!

O ontem comparado ao hoje. Quanta diferença!



sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

20 de janeiro, viva nosso padroeiro!



Nesse Dia de São Sebastião, vamos falar um pouquinho da Catedral Metropolitana de São Sebastião do Rio de Janeiro, hoje situada à Avenida Chile, no Centro da Cidade.




Criada em 1676 pela bula do Papa Inocêncio XI, a Diocese, e depois a Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro nunca teve Catedral própria, sempre precisou servir-se de igrejas emprestadas. Nos primeiros 58 anos de sua história, ela se instalou na igrejinha que o governador Salvador de Sá mandara fazer de adobes e telha-vã, com três naves, no Morro do Castelo, e que foi demolida em 1922, quando acabou o desmonte do morro.

Em 1734, a Catedral foi transferida do Morro do Castelo para a igreja de Santa Cruz dos Militares, onde permaneceu apenas três anos. Depois mudou-se para a igreja de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito dos Homens Pretos, e ali ficou até a chegada da Família Real, em 1808, quando o Príncipe Regente de Portugal, Dom João VI, fez da igreja Nossa Senhora do Carmo, na Praça XV, sua Capela Real, logo elevada, por ele também, à categoria de Catedral.

Só depois de muitas e penosas diligências, a Arquidiocese conseguiu que o então Estado da Guanabara lhe cedesse um terreno no qual foi erguida a Catedral, que teve sua pedra fundamental abençoada e lançada por D. Jaime de Barros Câmara, a 20 de janeiro de 1964, sendo Sumo Pontífice S.S. o Papa Paulo VI.



Em 1972, o Cardeal D. Eugenio de Araujo Sales (sucessor de D. Jaime, falecido no dia 18 de fevereiro de 1971), já pôde celebrar a Missa de Natal na nova Igreja. No dia 16 de novembro de 1976, Ano do Tricentenário da Arquidiocese, Sua Eminência sagrou o altar-mor da Catedral de São Sebastião e, em 1979, no dia 15 de agosto, quando comemorava o Jubileu de prata de sua ordenação episcopal, fez a solene Dedicação do Novo Templo, o que pode ser considerado o verdadeiro marco da sua inauguração.
Aos 20 dias do mês de novembro de 1976, o Cardeal Arcebispo Dom Eugenio de Araujo Sales nomeou Cura da Catedral de São Sebastião o incansável empreendedor da construção da nova Catedral Monsenhor Ivo Antonio Calliari e, em 28 de dezembro de 1983, nomeou-o Pároco da Paróquia da Catedral de São Sebastião.

Aos 2 dias do mês de julho de 1980, Sua Santidade o Papa João Paulo II, em sua primeira visita ao Brasil, presidiu solene cerimônia com os Bispos do CELAM, que comemorava jubileu de prata. E, no dia 4 de outubro de 1997, Sua Santidade presidiu solene Missa, concelebrada por mais de 500 bispos do mundo inteiro e por mais de 1.000 padres, ocasião na qual 5.000 pessoas participaram e milhares assistiram, de todas as partes do mundo, via televisão, por ocasião do "II Encontro Mundial do Papa com as Famílias", consolidando-a definitivamente, como marco de arquitetura moderna e arrojada, imponente e funcional, que se distingue por sua nobre simplicidade.


A tarefa de dar corpo às idéias que o Cardeal Câmara tinha concebido e discutido com o seu secretário particular e futuro executor das obras, Monsenhor Ivo Antonio Calliari, sobre a Catedral, foi confiada ao arquiteto Edgar Fonceca, professor da PUC do Rio. O engenheiro foi Newton Sotto Maior e o mestre de obras Joaquim Corrêa.

A Catedral tem as seguintes medidas: 75 metros de altura externa e 64 metros de altura interna, 106 metros de diâmetro externo e 96 de diâmetro interno, cada vitral: 64,50 x 17,80 x 9,60 metros; área de 8.000 m2, com capacidade para abrigar 20.000 pessoas em pé ou 5.000 sentadas.

A exemplo de todas as igrejas católicas, também a Catedral do Rio de Janeiro tem como símbolo máximo a cruz. Não é apenas a cruz que paira alguns metros acima do altar-mor, sustentada do teto por seis cabos de aço. A cruz que se impõe é aquela que está na origem do projeto: uma cruz grega, de vastas proporções e feita de material transparente, seria o centro e recheio de um círculo imenso, com trinta metros de diâmetro, símbolo expressivo da presença de Cristo entre os homens.

De que maneira conjugar o círculo e a cruz foi o desafio enfrentado até delinear a Catedral que aí está, de estilo tão diferente de todas as igrejas construídas conforme os padrões convencionais. E esse desafio encontrou resposta e inspiração na pirâmide que os Maias construíram na Península de Yucatan, no México. Na base, a pirâmide é quadrada e larga, mas se estreita a medida em que sobe, até tomar, no topo, a forma de um platô.

Diferentemente das pirâmides dos Maias, ela tem forma circular e cônica para significar a eqüidistância e proximidade das pessoas em relação a Deus, lembrando um pouco também a mitra usada pelos bispos nas cerimônias mais solenes; Deus, - como que "desce" das alturas para vir ao encontro do homem - é simbolizado pela luz que se esparrama dos quatro braços da cruz, à qual domina grande parte do teto e tem o seu prolongamento nos quatro vitrais que se ligam aos pórticos. Aqui, os fiéis são como que acolhidos pelo Cristo que foi enviado pelo Pai, morreu e ressuscitou para a nossa salvação, instituiu a Igreja e enviou sobre ela o Espírito Santo.

Os quatro vitrais, que nos dão impressão de estarem abraçados por fios de betão, são também uma afirmação da fé que está na origem e na finalidade maior da Catedral e estão posicionados conforme os pontos cardeais. Eles simbolizam as quatro notas características da Igreja: Una, Santa, Católica e Apostólica.




(fonte: Arquidiocese do Rio de Janeiro)


 SÃO SEBASTIÃO,
ROGAI POR NÓS !


quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Nara Leão, 70 anos

Hoje, dia 19 de janeiro, Nara Leão faria 70 anos.

Não consigo imaginá-la com essa idade. Congelei sua morenice e sua eterna franja!

Agora, sua família disponibiliza um excelente site com toda a discografia de Nara para escutarmos. É imperdível!

De lá, recordo o texto de apresentação de Aloísio de Oliveira, no primeiro disco, pela Elenco, em 1964. 



Por incrível que pareça, a moça Nara Leão tem sido, desde os primeiros passos da Bossa Nova, uma espécie de musa do movimento. O nome de Nara tem sido ligado por muito tempo a todo acontecimento musical de nossa juventude. Com efeito, por incrível que pareça, ainda não havia sido lançada em disco como intérprete da nova geração. E ainda, por incrível que pareça, o seu lançamento neste disco foge, em seu estilo, da bossa nova propriamente dita, para um repertório variado que inclui músicas que nada tem a ver com a bossa nova (compositores como Cartola, Nelson Cavaquinho e Zé Keti). Compositores da nova geração também estão presentes na sua escolha (Carlos Lyra, Edu Lobo, Baden etc.), mas mesmo destes ela se inclina para as composições de tendências puramente regionais. E, finalmente, outro “por incrível que pareça”: Nara procura fugir totalmente de sua personalidade de menina mansa, interpretando, embora de um modo moderno, e com a sua voz pura e inconfundível, aquelas músicas que ela escolheu e que provocam um estranho e agradável contraste. Aqui vocês encontrarão o que há de bom em música, em estilo e interpretação. Aqui vocês vão encontrar Nara Leão.

Aloysio de Oliveira 



Para ouvir, na íntegra, cada faixa desse LP, clique AQUI  e curta bastante!


terça-feira, 17 de janeiro de 2012

A MÚSICA SEGUNDO TOM JOBIM


Dia 20 próximo estreia o documentário A MÚSICA SEGUNDO TOM JOBIM,  de Nelson Pereira dos Santos, que mais uma vez ousa e inova, pois o documentário não tem depoimentos nem entrevistas. É só música.
Com certeza, Tom Jobim não precisa de palavras.

Pra dar água na boca, o trailer!







domingo, 15 de janeiro de 2012

Houve uma vez um verão...


1982... e surgia retumbante o CIRCO VOADOR,  e seu ROCK VOADOR, no Arpoador.

E lá se vão 30 anos!




sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Confraria do Garoto



Hoje é o dia que a irreverente e tradicional Confraria do Garoto, faz uma tradicional reverência.

 Afinal hoje não é um dia qualquer. Hoje é uma sexta-feira treze, e a primeira do ano.


Às treze horas, na Rua Treze de Maio, em frente ao número treze, lá estarão os confrades da Confraria do Garoto, com seus tradicionais chapéus coco, aventais brancos com o número 13 e as gravatas borboletas pretas, distribuindo  galhos de arruda para espantar os maus fluidos.

Confraria do Garoto, preserva a tradição, a cultura, a alegria  e irreverência carioca pelas ruas, e, o número 13 é sua tônica principal há mais de 30 anos. Criada pelo "xerife" Nelson Couto (@xerife13) , - criativo jornalista que um dia resolveu reunir 13 "confrades" que jogam no time do bom humor, homenageando e criticando quem merece -  a Confraria brinca (e como!) com governantes, personalidades, visitantes ilustres da cidade.  Já criou moda, modismos, levantou bandeiras, promoveu movimentos, sempre em prol da cidade do Rio de Janeiro e da preservação da alma carioca.

Esse ano, aliás, a Confraria comemora os 30 anos do primeiro evento gay do Brasil, por ela promovido: a Primeira Corrida Gay, que aconteceu no Parque do Flamengo, em um tempo bem anterior às paradas tão em voga dos  últimos tempos.  

Não vejo meu amigo Nelson Couto há bom tempo, mas na data de hoje, aqui nesse espaço, não poderia deixar de lembrar de seu precioso trabalho pela cidade e sua memória.

VIVAS À CONFRARIA DO GAROTO!


terça-feira, 10 de janeiro de 2012

1912...há 100 anos surgia a Mesbla

No prédio de numero 83 da rua da Assembléia , no centro da cidade do Rio de Janeiro, foi instalada em 1912, uma filial da firma Mestre & Blatgé, com sede em Paris e especializada no comércio de máquinas e equipamentos.

Em 1939 passou a denominar-se Mesbla S.A, nome vindo da combinação das primeiras sílabas do nome original.



Henri Sajous ao lado maquete da Mesbla -

 reproduçãoda internet:Marie Christine Sajous Clause

O prédio da Mesbla se tornou um dos marcos visuais do Centro do Rio de Janeiro, principlamente pelo relógio. Instalado na torre do edifício em 1955, acompanhando a celebração do Congresso Eucarístico Internacional, o relógio eletrônico é o terceiro maior do mundo em tamanho. Seu mostrador, com nove metros e meio de diâmetro, é sustentado por uma torre de cem metros de altura.  O edifício Mesbla foi projeto dos arquitetos Henri Sajous e Auguste Rendu e construído pela Christiani e Nielsen Engenheiros e Construtores Ltda



detalhe da arquitetura do prédio da Mesbla
reprodução da internet:


Marie Christine Sajous Clause

Instalado na torre do edifício em 1955, acompanhando a celebração do Congresso Eucarístico Internacional, o relógio eletrônico é o terceiro maior do mundo em tamanho. Seu mostrador, com nove metros e meio de diâmetro, é sustentado por uma torre de cem metros de altura. Marcava e anunciava a hora de 15 em 15 minutos e  tocava a Ave Maria pontualmente às 18 horas. Por décadas, as pessoas que ali passavam acertavam os relógios olhando para a torre da Mesbla.

No alto do prédio havia o Restaurante Mesbla, panorâmico, e o Teatro Mesbla, local de muitos sucessos. Também no teatro,  nos anos 60, a culinarista e jornalista Maria Tereza Senise - que depois ficou conhecida como Maria Tereza Weiss  - deu aulas de culinária muito concorridas, patrocinada pelo jornal O Globo, sendo um sucesso especial as aulas para crianças. Eu participei de várias!


Restaurante Mesbla

Em 1962 houva a edição de uma moeda comemorativa dos 50 anos da Mesbla.




sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Hoje é dia dos Santos Reis...



A tradição da Folia de Reis chegou ao Brasil ainda no período da colonização, pela mão dos portugueses. Essa manifestação folclórica era realizada na Península Ibérica, sendo comum a doação e o recebimento de presentes e a entoação de cantos e danças nas ruas e casas das cidades e vilas. 

A Folia de Reis festeja pelas ruas, com um mestre, uma banda, palhaços e uma bandeira carregada de simbologias e religiosidade.

No Rio de Janeiro, principalmente pelas ruas do subúrbios, grupos realizam folias até o dia 20 de Janeiro, dia de São Sebastião e padroeiro da cidade. O propósito da folia não é o de levar presentes mas de recebê-los do dono da casa, em troca por graça alcançada. 

Os  grupos formados por músicos tocando instrumentos, em sua maioria de confecção caseira e artesanal -  tambores, reco-reco, flauta e rabeca (espécie de violino rústico), além da tradicional viola caipira e do acordeon - mais os dançarinos, palhaços e outras figuras devidamente fardadas segundo as lendas e tradições locais. Todos sob a liderança do Capitão da Folia seguindo com reverência os passos da bandeira, cumprindo rituais tradicionais de inquestionável beleza e riqueza cultural. Um dos gestos mais conhecidos de fé ao poder da bandeira é beijar ou passar suas fitas pelo corpo, ou ainda amarrar dinheiro nelas.


Como Tim Maia disse em alegre canção


Hoje é o dia de Santo Reis...

... é o dia da festa...
Eles chegam tocando

Sanfona e violão
Os pandeiros de fita
Carregam sempre na mão
Eles vão levando...

É o dia da festa!

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

verão 2012...Arpoador ontem e hoje

Garimpando pela internet encontrei essa interessante foto do Arpoador.

Construções que não mais existem, tempo do acesso por uma rua estreita, sem o calçadão dos dias atuais, aquele posto de salvamento da torre, das barracas de pano, sem os camelôs e barraqueiros.

Quanta diferença... 


Hoje, do mesmo ângulo, vemos o cantinho de Ipanema, assim, como abaixo ...tão bonito e delicioso quanto antes.






domingo, 1 de janeiro de 2012

1° de janeiro e o telégrafo submarino em Copacabana



Em tempos de internet e a velocidade da informação, a data de hoje nos lembra o telégrafo, que foi a primeira tecnologia de informação utilizada em rede mundial.

Em 1° de janeiro de 1874 era inaugurado o telégrafo submarino entre Rio de Janeiro, Bahia, Pernambuco e Pará, partindo de Copacabana.

Pedro II saudou, via telégrafo, esse "tão fausto acontecimento", salientando a importância da "eletricidade [que começava] a ligar as cidades mais importantes deste vasto Império, como o patriotismo reúne (sic) todos os brasileiros no mesmo empenho pela prosperidade da nossa majestosa Pátria". 

Assim era Copacabana a esse tempo.





Foi Dom Pedro II, em 1873, quem deu a concessão para que a empresa inglesa se instalasse no Brasil. A Western pertencia ao grupo Cable and Wireless, com sede em Londres. A autorização foi para um prazo de cem anos.

O lançamento do primeiro cabo submarino no Brasil envolveu negociações entre o imperador Dom Pedro II, os reis de Portugal e da Itália, o presidente do Haiti e o Barão de Mauá.

No Natal de 1873, chegava ao Rio o cabo de telégrafo submarino. O navio Hopper precisou ser rebocado até a Praia de Copacabana, onde se encontrava o imperador com sua comitiva.

Sua difusão e seu desenvolvimento criaram uma cultura própria, com vocabulário, linguagem, ritmo e formas de comunicar compartilhados por milhões de pessoas em todo o mundo. Ao longo de um século e meio, o telégrafo incorporou-se ao cotidiano ao lado de outros sistemas tradicionais de comunicação ainda hoje em uso, como o telefone e o rádio, por exemplo. 

Acima de tudo, o telégrafo transformou a forma de comunicar e informar, acelerou o tempo vivido, apressou a circulação das notícias e, principalmente, mudou o modo de descrever os acontecimentos. Após sua apropriação pela imprensa empresarial — por meio de seções para notícias telegráficas, a colaboração de correspondentes e a compra de informações via agências internacionais de notícias —, os leitores de periódicos não teriam mais paciência ou interesse para longos relatos, dados minuciosos sobre local, personagens, sentimentos, etc.

 Depois do telégrafo, a notícia seria breve, seca, rápida, telegráfica.


No mesmo dia, os primeiros sinais foram transmitidos para a Bahia. Seis meses depois, o Brasil fazia a primeira ligação para a Europa. Tratava-se de uma mensagem do imperador para a rainha Vitória e ao rei Dom Luís, de Portugal.

Em 1853, dentre as propostas recebidas para a instalação de um cabo submarino no Brasil, estava uma que faria a ligação do Rio de Janeiro, Recife e Belém com a Europa.

Depois de muitas concessões que não foram a frente, a 16 de agosto de 1872, o Decreto 5.058 concedeu ao Barão de Mauá o privilégio, por 20 anos, para lançar cabos submarinos e explorar a telegrafia elétrica entre o Brasil e a Europa. Finalmente, a 22 de junho de 1874, o Brasil era ligado à Europa pelo cabo submarino. Nesse dia, por seus serviços prestados, o Barão de Mauá foi elevado a Visconde.

A primeira linha de telégrafo elétrico, concluída em 1852, ligou a Quinta Imperial ao Quartel General do Exército e foi justificada pela necessidade de expedir ordens rápidas para a repressão ao tráfico de escravos. Sua construção utilizou materiais e aparelhos adquiridos em Londres e formas compulsórias de trabalho, lançando mão dos presos da Casa de Correção. 

Portanto, as primeiras iniciativas para a instalação do telégrafo elétrico no Brasil surgiriam da associação entre a curiosidade de alguns poucos engenheiros e professores das Academias da Corte e as necessidades do governo imperial em agilizar o controle sobre o desembarque de escravos, que acontecia sem maiores atropelos até mesmo nas vizinhanças da Corte.

Durante os primeiros anos, o destino e a aplicação do telégrafo elétrico foi exclusivo do serviço de polícia da Corte, encarregado de analisar os lugares convenientes para a instalação de estações, bem como os locais onde "será colocada a administração do Telégrafo, e a força pública com o duplicado fim de prestar-se à guarnição da estação e serviço de polícia nesses lugares". Em seus primeiros passos, portanto, coube ao telégrafo uma função auxiliar ao serviço de policiamento da Corte, interligando através de suas linhas e estações, a Central de Polícia e todos os quartéis, arsenais da Guerra e Marinha, além do Paço da Cidade e os palácios de São Cristóvão e Petrópolis.

Somente cinco anos depois de instalada essa primeira linha o serviço telegráfico seria franqueado a particulares — com a regulamentação do serviço de telegramas pagos —, tendo início a exploração comercial do telégrafo no Brasil.

Por mais uma década ainda a comunicação telegráfica não mereceria a confiança dos habitantes da Corte, que mantiveram inalterado o hábito secular de remeter os recados através de mensageiros. Vítima de preconceitos e reclamações sobre sua ineficiência e até de descrença sobre a possibilidade de trocar mensagens através de um fio eletrificado, o telégrafo não passaria, para muitos, de truque, ilusionismo e efeito de mágica. Estas desconfianças justificariam o pequeno volume de correspondência telegráfica, chegando a ameaçar o fechamento de algumas estações telegráficas.

A utilidade do telégrafo só seria comprovada no "teatro da guerra" com o Paraguai, onde as linhas telegráficas montadas para a campanha mostrar-se-iam eficientes para orientar o rápido avanço das tropas e para a redefinição das estratégias militares. Aqui, ao contrário do que ocorreu na Europa, foi a experiência extrema da guerra que tornou evidente a necessidade de comunicações ágeis para a administração do território. A experiência da guerra evidenciou a precariedade das comunicações com o centro-sul do país, a fragilidade da defesa das fronteiras imperiais e, principalmente, quanto o telégrafo poderia auxiliar na solução desses problemas.

A conquista da "telegrafia transatlântica" através de cabo submarino uniu, em 1866, a América à Europa e permitiu que o velho e o novo mundo pudessem conversar, ainda que separados pela imensidão do oceano. 

No Brasil, esse acontecimento foi apresentado como uma possibilidade para a sua emancipação política e econômica, na medida em que o telégrafo poderia torná-lo "vizinho da Europa", modificando todas as suas relações com o exterior, além de favorecer a "direta comunicação" do governo com seus auxiliares e dos produtores com os consumidores, auxiliando eficazmente o desenvolvimento do país.

Decorridos pouco mais de dez anos da introdução do telégrafo elétrico no Brasil, cujas linhas estendiam-se pouco além dos arredores da Corte, já se sonhava com a comunicação rápida e direta entre as províncias brasileiras e destas com a Europa e a América.

Fonte: Museu Imperial