quarta-feira, 6 de junho de 2012

Continuando o passeio pelo Hotel Avenida






O Hotel Avenida - onde em seu lugar está hoje o Edifício Avenida Central -  foi um dos mais populares edifícios da Avenida Rio Branco. Ele ocupava uma quadra delimitada pela Avenida Rio Branco, Largo da Carioca, Rua São José (desaparecida neste trecho) e a antiga Rua de Santo Antônio, atual Bittencourt da Silva.

Localizado nos números 152 a 162 da Avenida Central era propriedade da Companhia Ferro-Carril do Jardim Botânico e foi construído em terreno adquirido à Fazenda Nacional por Francisco de Azevedo Monteiro Caminhoá. Tinha 3.200 metros de área total,  60 metros de frente, 22,85 metros de altura geral sobre o solo e 34,30 metros de altura máxima. 

O Hotel Avenida foi inaugurado em 1910. Tinha 220 quartos, iluminados a luz elétrica, e também oferecia aos hóspedes o conforto do elevador. Na época de sua inauguração, a diária mínima era de 9 mil réis.


O Hotel Avenida foi demolido em 1957 para dar lugar ao Edifício Avenida Central, projeto do escritório de arquitetura Henrique Mindlin, inaugurado em 22 de maio de 1961 .  

  • Uma curiosidade: 
    A destruição do hotel inspirou um longo poema de Carlos Drummond de Andrade, 
    intitulado "A um hotel em demolição", do livro A Vida Passado a Limpo, de onde reproduzo alguns versos.

"Vai Hotel Avenida,
vai convocar teus hóspedes
no plano de outra vida.
Eras vasto vermelho,
em cada quarto havias
um ardiloso espelho.
Nele se refletia
cada figura em trânsito
e o mais que se não lia
(...)
Vem, ó velho Malta
saca-me uma foto
pulvicinza efialta
desse pouso ignoto.
Junta-lhe uns quiosques
mil e novecentos
nem iaras nem bosques
mas pobres piolhentos

(...)
Velho Malta, please,
bate-me outra chapa:
hotel de marquise
maior que o rio Apa.
Lá do assento etéreo
Malta, sub-reptício
inda não te fere o
super edifício
Que deste chão surge?
Dá-me seu retrato
futuro, pois urge

(...)

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