domingo, 4 de julho de 2021

6 de julho, Copacabana... 129 anos


A pintora e escritora inglesa Maria Graham,
 em 1824, 
publicou o primeiro livro 
que mencionava Copacabana. 





 Em seu livro Diário de uma viagem ao Brasil, a autora faz este relato: 





“Depois que voltei, juntei-me a um alegre grupo num passeio a cavalo a Copacabana, pequena fortaleza que defende uma das baías atrás da Praia Vermelha e de onde se pode ver algumas das mais belas vistas daqui. 
As matas das vizinhanças são belíssimas e produzem grande quantidade de excelente fruta chamada cambucá, e nos morros o gambá e o tatu encontram-se frequentemente”.



No seu diário, elogia a beleza do Rio 

"A extrema beleza desta terra é tal que é impossível deixar de falar e pensar nela para sempre; não há curva que não apresente algum panorama tão belo quanto novo"

 e a simpatia do povo 

"Onde quer que estejam brasileiros, dos mais importantes aos mais ínfimos, devo dizer que sempre encontrei a maior amabilidade; desde o fidalgo, que me procura em trajes de corte, até o camponês, ou o soldado comum, todos têm-me dado oportunidade de admirar-lhes a cortesia e de lhes ser grata"


Artista sem formação profissional, nutria encanto tipicamente britânico pelas plantas e flores que, entretanto, lhe interessavam como pretextos para descrições poéticas. Escreveu, por exemplo:

"Todas as vezes que passo por um bosque no Brasil, vejo plantas e flores novas, e uma riqueza de vegetação que parece inexaurível.
Hoje vi flores de maracujá de cores que dantes nunca observara: verdes, róseas, escarlates, azuis, ananases selvagens de belo carmesim e púrpura; chá selvagem, ainda mais belo do que o elegante arbusto chinês, palmeiras de brejo e inúmeras plantas aquáticas novas para mim.
Em cada lagoazinha patos selvagens, frangos d´água e variedades de marrecos, nadam por ali com orgulho gracioso..."



Maria Graham  - depois Maria Callcott após seu segundo casamento com Augustus Callcott- permaneceu no Brasil até 1826, ensinando à jovem princesa (futura rainha de Portugal) e tornando-se amiga íntima da imperatriz, Arquiduquesa Maria Leopoldina da Áustria, que apaixonadamente compartilhava seus interesses pelas ciências naturais. Intrigas palacianas fizeram com que tivesse de deixar o Palácio em outubro, mas permaneceu na cidade, só voltando à terra natal em 1825.



"O cemitério inglês fora dos limites do Rio de Janeiro" 1823. Desenho de Maria Graham no Journal of a Voyage to Brazil.


"Laranjeiras fora dos limites do Rio de Janeiro 1821. Desenho de Maria 
Graham  no Journal of a Voyage to Brazil.




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