terça-feira, 24 de agosto de 2010

24 de agosto no Rio de Janeiro

Uma data cheia de curiosidades.
Primeiro, nesta data em 1954, se deu o suicídio do presidente Getúlio Vargas, acuado após atentado contra Carlos Lacerda, à época jornalista.

E se foi construindo uma sucessão de fatos que a cada ano, o 24 de agosto se tornava representativo. Ou seja, pouco mais de um mês depois do suicídio, Lacerda derrotou outro Vargas: Lutero, seu filho e presumido herdeiro político, batido por Lacerda na eleição de 3 de outubro para a Câmara dos Deputados com uma diferença expressiva de quase 40 mil votos.

Quatro anos depois, do alto de um "caminhão do povo", Carlos Lacerda comandou a campanha que levou Afonso Arinos ao Senado, derrotando, mais uma vez, Lutero Vargas.

Fotos CPDOC/FGV - Reprodução


E aí veio a campanha majoritária para o governo carioca, em 1960. Nela Lacerda sentiria o peso do "24 de agosto" como obstáculo à conquista dos votos das zonas suburbana e rural.

No dia 22 de agosto de 1960, o jornal Tribuna da Imprensa estampou um vistoso artigo de primeira página denunciando "o plano de provocações para o dia 24". Sabedor do peso que representava para a sua candidatura a rejeição dos getulistas, Lacerda queria passar pela data-símbolo.

E passou. Elegeu-se governador do Estado da Guanabara.

No ano seguinte, em 1961, já na condição de governador da Guanabara, ocupou a televisão, justamente no 24 de agosto, para denunciar o suposto plano golpista de Jânio Quadros - de quem disse "Nunca vi um político brasileiro mentir tanto a tanta gente em tão pouco tempo" - , que acabou resultando na renúncia do presidente e reforçando o dito segundo o qual, na política brasileira, agosto rima com desgosto.

Em 1963, o anúncio de que o presidente Goulart estaria presente ao grande comício a ser realizado na Cinelândia no dia 24 de agosto, em lembrança do nono aniversário da morte de Vargas, levou Lacerda a denunciar que se estaria tramando uma "agostada", com intervenção na Guanabara e seu afastamento do governo.


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