Na realidade, o cano era uma vala, que durante a segunda metade do século XVIII, recebeu um revestimento de pedra e cal. A partir de 1790, foi coberta pelo Conde de Resende.
Uma curiosidade: esse governante mandou prender em 1794 um conhecido morador do local, o poeta Manuel da Silva Alvarenga, pois era considerado suspeito na caça às bruxas após a Inconfidência.
O Conde de Resende, D. José Luís de Castro, foi Vice-Rei entre 1790 e 1801. O acontecimento de maior notoriedade de seu governo foi a devassa e processo dos envolvidos na Inconfidência Mineira e consequente execução de Tiradentes.
A Rua do Cano era limitada pelo muro de uma capela construída entre o Convento do Carmo e a Capela Imperial - vendida, em 1635, pelos frades, a D. Maria Barreto, e posteriormente transferida à Irmandade do Senhor dos Passos - e em 1857 demolida para que a rua pudesse alcançar o Largo do Paço (hoje, Praça XV). Interessante é que, em seu lugar, ficou um passadiço com janelas, por dentro da qual passava a familia real para ir à Capela, sem necessitar pisar o chão do Largo, livres do assédio do povo, como o do Palácio para o Convento, desde os tempos da residência da Rainha D. Maria, a Louca.
Esse passadiço foi demolido no início da república.
A Rua Sete de Setembro, também, por um tempo, denominada ainda como Rua de Trás de São Francisco de Paula, pois a Igreja da Ordem Terceira do santo deste nome, fica de fundos para esta rua.
Em 1877 foi feita uma renumeração dos imóveis da cidade. A esse tempo a rua já era mista, comercial e residencial, com 100 prédios térreos e 94 sobrados.
Alargamento nos tempos de Pereira Passos - foto Augusto Malta
Cartão postal mostra a rua em 1908
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