sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Primeiro Grande Prêmio de Automobilismo no Rio...


 Atualizado em outubro de 2020



...aconteceu em 1933, e foi vencido por Manoel de Teffé, no dia 8 de outubro, pilotando um Alfa Romeo, no Circuito da Gávea.


Manoel De Teffé ao volante de seu Alfa Romeo campeão


Manuel Antônio de Teffé  (Paris, 30 de março de 1905 — Rio de Janeiro, 1 de janeiro de 1967) que  foi um diplomata e piloto automobilístico brasileiro -  que corria na Europa - teve a idéia de se trazer para o Brasil o circuito de corridas de automóvel, para que o evento tivesse repercussão internacional.

O Automóvel Club do Brasil organizou, então, a prova que fez parte do calendário oficial da Federação Internacional do Automóvel : o Grande Prêmio Cidade do Rio de Janeiro.

Devido a seu sucesso nas provas, Teffé, na época com 28 anos de idade, convenceu o prefeito do então Distrito Federal, Pedro Ernesto, a realizar uma prova que tivesse caráter internacional. A ideia foi aceita, sendo então criada a Quinzena do Automobilismo, que consistia na realização de três provas: o Quilômetro Lançado, a Subida da Montanha e o I Grande Prêmio Cidade do Rio de Janeiro, no dia 8 de outubro de 1933. 

O I Grande Prêmio Cidade do Rio de Janeiro tornou-se a primeira corrida automobilística brasileira de nível internacional, e a primeira a fazer parte do calendário da Association Internationale des Automobile Clubs Reconnus, precursora da Federação Internacional do Automóvel (FIA). 

O local escolhido foi o Circuito da Gávea, um traçado de rua com mais de 11 quilômetros que contornava o Morro Dois Irmãos. A largada era na Rua Marquês de São Vicente, quase em frente a então sede antiga do Automóvel Club do Brasil , seguia pelas Avenidas Bartolomeu Mitre, Visconde de Albuquerque, Niemeyer e Estrada da Gávea, onde hoje é a favela da Rocinha.

Tinha mais de 100 curvas e um traçado desafiador de diferentes tipos de piso: asfalto, cimento, paralelepípedo e areia .

Ainda, no local de largada, os carros tinham de cruzar os trilhos de bonde, muito escorregadios.
Tudo isso junto rendeu ao Circuito da Gávea, o apelido de “Trampolim do Diabo”

O vencedor Manoel de Teffé recebeu os cumprimentos de Getúlio Vargas, presente ao evento, e também um telegrama de felicitações enviado por Benito Mussolini, premier da Itália, o país fabricante da Alfa Romeo com que correu.

Diplomata de carreira, Teffé foi promovido a embaixador dois anos antes de falecer, com quase 62 anos de idade, no Hospital dos Servidores do Rio de Janeiro e foi sepultado em Petrópolis.

Duas curiosidades:

1. 
No dia 30 de outubro de 1951, chegou ao Brasil a milionária tcheca Dana Edita Fischerova, vinda do México, onde havia se separado de seu terceiro marido, o jornalista mexicano Carlos Denegri. No Rio, em um jantar de gala, conheceu o diplomata Manuel de Teffé e começaram um romance; casaram-se seis meses depois no México, para onde ele foi designado segundo secretário da embaixada brasileira.


O casamento de Dana e Teffé durou até 1960 ou 1961, e eles não tiveram filhos. E ela continuo a usar o sobrenome Teffé apesar da separação.

Em junho de 1961, Dana de Teffé desapareceu. Ela foi vista com vida pela última vez aos 48 anos, no dia 29 de junho de 1961, quando embarcou no carro de seu advogado e namorado, Leopoldo Heitor, em Copacabana. 

Foi supostamente assassinada quando viajava de carro pela Via Dutra, em direção a São Paulo, em companhia de seu advogado, Leopoldo Heitor. Ele cuidara da separação e a representava, inclusive com procuração para cuidar de seus bens - e que ele passou para seu nome tão logo ela sumiu. Leopoldo Heitor chegou a ser acusado e preso, tendo contado três versões completamente diferentes para o desaparecimento de Dana, mas em julgamentos posteriores acabou sendo absolvido, pois nunca encontraram o corpo dela.


2.
O pai de Manuel, o embaixador Oscar de Teffé, construiu um castelo em estilo escocês em Petrópolis: o Castelo São Manoel - o qual ele nomeou em homenagem ao filho. A propriedade foi vendida posteriormente pela família, tendo sido comprada pela Companhia Brasileira Cinematográfica, pertencente a Francisco Serrador.

A área do prédio e o seu entorno hoje correspondem ao bairro petropolitano de Castelo São Manoel. No interior do castelo se encontrava a imagem de Nossa Senhora de Copacabana, trazida de Copacabana, Bolívia, por mercadores do Peru, para o Rio de Janeiro, ainda no século XV. Foi em homenagem à virgem que o bairro carioca de Copacabana passou a ter esse nome. Para abrigar a santa, foi construída uma capela onde hoje se encontra o Forte de Copacabana. Em 1916, quando a capela foi destruída, a imagem foi novamente confiada à família Teffé, que a conservou no Castelo São Manoel.



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