sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

E lá se foi Pery Ribeiro





Da sua voz ouvimos pela primeira vez a gravação de Garota de Ipanema, e em mais  de dez outros discos, muita bossa e  sucessos.


Apresentação na Sala Baden Powell, Rio de Janeiro em 2009


Tudo começou em 1961, quando lançou um 78 rpm com "Manhã de Carnaval" e "Samba de Orfeu", ambas de Luiz Bonfá e Antônio Maria. Registrou, ainda nesse ano, em outros discos em 78 rpm, canções como "Barquinho" (Roberto Menescal e Ronaldo Bôscoli), "Lamento da lavadeira" (Monsueto, Nilo Chagas e João Violão), e "Inteirinha" (Luís Vieira).

Em 1962, gravou seu primeiro LP, "Pery Ribeiro e seu mundo de canções românticas". Acompanhado pelo violão de Luís Bonfá, registrou canções como "Meu nome é ninguém" (Haroldo Barbosa e Luiz Reis), "Caminhemos" (Herivelto Martins), "Outono chegou" (Luiz Bonfá e Maria Helena Toledo) e "Esquecendo você" (Tom Jobim), entre outras. 


Em 1965, sob a direção de Miele e Ronaldo Bôscoli, atuou com Leny Andrade e o grupo Bossa 3, formado por Luis Carlos Vinhas ao piano, Otavio Bailly no baixo e Ronnie Mesquita na bateria, no show "Gemini V", apresentado com sucesso na boate Porão 73 e no Teatro Princesa Isabel , no Rio de Janeiro. Este show ficou em cartaz por 1 ano e meio, e foi registrado ao vivo no LP "Gemini V - Show na boate Porão 73 - Leny Andrade, Pery Ribeiro e Bossa Três".

   



  Pery e Leny  formavam uma dupla inesquecível, revivida muitas vezes.



Outros discos , ao longo das últimas décadas, povoaram nossos ouvidos de boa música.

Algumas capas...


 




Roberto Menescal, em 2006, escreveu sobre Pery ...

"Minha primeira e emocionante lembrança que tenho de Pery, foi de uma gravação de um compacto simples na antiga Odeon, onde Pery cantava uma música que dizia "Há dentro em mim uma dor escondida, bem escondida...." e eu, Luiz Eça, Oscar Castro Neves, e uma amiga nossa, a Climene, que tínhamos um grupo vocal, fazíamos o backing para nosso querido artista. Foi o máximo! Talvez ainda meio desafinado (nosso grupo, é claro), mas a emoção foi total. 
Pery com sua antena de desbravador, também me deu um presente inesquecível: em final do ano de 61, eu voltava de Buenos Aires com Maysa e, numa parada em São Paulo para um programa de TV, me colocaram a gravação de Pery de minha música com Boscoli, “O Barquinho" (que Maysa acabara de gravar, mas que ainda não tinha sido lançada), e vi Pery mais uma vez sair na frente, como fez com tantos outros sucessos, inclusive "Garota de Ipanema". Eu como compositor de muita sorte, poderia ter um cd do Pery inteiramente com músicas minhas, pois ninguém me gravou tanto... Eis aí uma idéia para alguma gravadora que tenha esse acervo.
O mais recente presente que Pery me deu, e certamente o mais emocionante, foi uma composição (letra e música dele) onde faz uma homenagem a mim e ao Ronaldo Boscoli, juntando trechos de nossas canções ligadas por versos exatos como só um "craque" da composição poderia fazer, coisa que Pery muito pouco aproveitou em sua carreira de artista. Essa música, “Abraço no Menescal e Boscoli”, foi gravada por Wanda Sá e por mim no nosso mais recente cd "Swingueira", e tem sido o ponto alto de nossos shows, coisa que Pery pôde presenciar numa reação expontânea do público, no show de lançamento do disco no Teatro Rival. 
Enfim, nossa ligação não é recente, pois nos conhecemos há mais de 40 anos "nas pedreiras da vida", onde apesar dos quilômetros que muitas vêzes nos separam, temos tido uma convivência muito legal, muito curtida, muito carinhosa.
Me confesso aqui, fã total desse artista que tem uma carreira tão bonita e tão importante para o nosso Brasil.
 
Beijos
Roberto Menescal
Rio 12 de março de 2006"


Assisti a dois shows memoráveis dele,recentemente, promovidos pela Toca do Vinícius, em Ipanema.
A Rua Vinícius de Moraes ficou interditada com tanta gente que com ele cantou e se encantou.

Uma amostra...




A MPB fica mais pobre hoje e o andar de cima, mais musical.



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