Achei esse texto que me deu saudades de grandes professores.
Nesse mês de outubro comemoramos seu dia.
A eles, mais uma vez, minha gratidão!
Vale (re)ler!
"Ao mestre, com carinho!
Nesse Dia do Mestre vem à recordação tantos professores com os quais convivemos e nos deram lições pra toda a vida.
Alguns marcaram pela simpatia, outros pela dedicação; há aqueles que pela rigidez se fizeram presentes, ou os pela delicadeza de gestos e atitudes; também os pelas brincadeiras, hummm... os pelas faltas e ausências; os mal humorados, ranhetas, sisudos e até os loucos. Incrível, mas existem. Tive um professor assim. De Química, no científico. Professor Angelo. Que de tão genial ele não conseguia se comunicar com os alunos. Falava pra dentro e sempre voltado para o quadro negro - que à época ainda não era verde -, de costas para os alunos. Escrevia fórmulas imensas que começavam em letras minúsculas acima e acabavam em garranchos na barra do quadro. E com uma rapidez feroz que ninguém conseguia acompanhar e deixava a turma às gargalhadas. E ele a olhar, sério, como se perguntasse de que estão rindo?
Mas a matemática foi a minha paixão. Sempre gostei. Desde os tempos da tabuada. O que para muitos afugentava, para mim era fascinante. E ainda é. Raiz quadrada, equação do segundo grau, logaritmos, pa, pg, mdc, mmc, regra de três, que universo delicioso. Sei que muitos devem estar me achando masoquista, mas com certeza números, suas combinações,quanta coisa na vida resolvemos através do raciocínio matemático. E quando percebemos isso, a Matemática deixa de ser bruxa.
Ela era a nota dez que fazia questão de carregar na caderneta todo o mês. Mas tive professores que contribuíram pra isso.
Professor Navarro foi um deles, nos tempos do ginásio, no São Marcos. Engenheiro de formação, entrava na sala de aula com a sua varinha de apontar o quadro, que era uma antena de carro. Metódico, organizava ma-te-ma-ti-ca-mente o quadro. Era tudo alinhado, retinho. Nas aulas de geometria fazia uma circunferência invejável, a mão livre, que todos aplaudíamos. E ele se orgulhava. Era uma festa a hora daquele círculo. Acho que, no fundo, tinha hora que torcíamos pra dar errado, pra dizer, tá vendo? não é tão fácil assim...Mas sempre dava certo. Ele era bamba.
Professor Navarro dava testes semanais sempre aos sábados e levava as notas na segunda, quando ía lendo e entregando, em ordem crescente. E gostava de receber a minha por último e o meu dez. Recentemente reencontrei alguns colegas e relembrando esses bons tempos me perguntaram: você ainda gosta de matemática?
No vestibular, lá no Curso Vetor da Tijuca, fui aluna de outro grande mestre de Matemática: professor Maurício Houaiss (irmão do Antônio Houaiss). O que um irmão era gênio no Português, ele era gênio na Matemática. A matéria era Álgebra II. Mais uma vez o quadro - que agora já era verde - todo organizadinho com aquelas equações imensas que finalizavam, geralmente, em um ou zero. A facilidade de explicar e transformar aquele emaranhado em algo tão simples. Era sensacional o desafio de dividir, multiplicar, elevar à potência, somar e chegar naquele número ínfimo. Maravilhoso. Em tempos de vestibular, poucas horas e muitas matérias, aprendi com o Professor Maurício uma lição que trago ao longo da vida. Ele sempre dizia quando suspirávamos cansados: descanse de uma matéria estudando outra.
Genial!
Até hoje quando alguma coisa está sobrecarregando, me lembro dele e desvio para outra atividade, outro foco. Grande raciocínio matemático!
Mas falei a palavra foco e me lembrei de outro grande mestre que tive. Em Fotografia, nos tempos de faculdade, tempos de ESDI. Ah! Roberto Maia... que aulas! Excelente fotógrafo nos ensinou não a arte de apertar botões e simplesmente fotografar, mas a arte de olhar. Olhar ao redor, olhar o outro, olhar o fato. E à medida que você exercita o olhar, sua dimensão de vida muda. E como! Naquele tempo eu nem tinha máquina. E aí meu pai comprou uma Pentax. Grande companheira de aventuras de imagens. Suas aulas eram bate-papos deliciosos que se transformavam em tarefas. Tempos que guardo em preto e branco e reavivam a memória. Tenho paixão por fotografia, graças a ele, e vivo clicando luzes, sombras, ângulos, perfis... inspirada nas lições de olhar de Roberto Maia.
O bom de tudo isso é que até hoje pratico e exercito um pouquinho de cada aula desses que me deram um arsenal de ideias e lições para a vida.
EM TEMPO: ah!...saudades dos meus tempos de Instituto de Educação! Da blusa branca, o colarinho engomado e a estrela na ponta da gola...
Tive aulas no "ginásio", do Colégio Souza Aguiar, com o fabuloso Maurício Houaiss, inesquecível gênio...
ResponderExcluirSerá que fomos colegas de turma?
ExcluirComo não nos identificamos, fica registrada a Alegria pela possibilidade de termos vivenciado esse Tempo de Juventude, Sonhos e, quem sabe, frequentado as mesmas aulas do Querido Professor Maurício Houaiss.
Um abraço.
Que Mestre, Professor Maurício Houaiss!
ResponderExcluirSuas aulas de Álgebra no Colégio Estadual Souza Aguiar, traziam leveza ao aprendizado.
Inteligência, Conhecimento, Sensibilidade.
Vocação e Talento a serviço dos que tivemos o Privilégio de Ser Alunos.
Saudade, Professor Inesquecível!
Gratidão...Muita!
Parabéns à autora pelo texto rico em detalhes e estímulo à leitura.
ResponderExcluirLeveza que se traduz em vontade de saber mais, ir adiante, conhecer o momento seguinte.
Inteligente.
Um "achado" a identificação com o tempo, com o mestre querido, Maurício Houaiss.
A aluna nota 10 em Matemática tem talento para redigir um texto gostoso de ser lido.
Adorei conhecer as impressões de um "capítulo" que, tudo indica, também vivi.
Agradeço a Alegria.
Boa Sorte!
Olá turma, boa noite! Eu adorei encontrar colegas do Colégio Estadual Souza Aguiar, neste site, fui aluna da segunda série ginasial até a quarta série ginasial, e nunca me esqueci desse maravilhoso Professor, será que alguém foi da minha época? Entrei no Souza Aguiar acho que em 1958. E a nossa diretora quem lembra ?
ResponderExcluirRevistava cada aluna na entrada para ver o comprimento das saias kkk