Enquanto
cuidava de suas filhas no jardim anexo ao Palácio de S. Cristóvão, no
Rio de Janeiro, denominado então
Jardim das Princesas, Dona Teresa Cristina fez revelar um de seus dotes
artísticos pessoais: o mosaico.
Como boa italiana,
carregava na alma o gosto pela harmonia das tesselas e foi com conchas,
recolhidas nas praias
do Rio, e com cacos das peças de
serviço de chá da Casa Imperial que recobriu os bancos, tronos, fontes e
paredes do Jardim
das Princesas, enquanto cuidava das
filhas.
São obras delicadas, algumas delas intactas, outras muito mutiladas, que ainda se encontram
no local.
Os
mosaicos da Imperatriz são
inacessíveis ao público. A área do
Jardim das Princesas está fechada desde que, tempos atrás, a abertura do
espaço ao turismo
descontrolado resultou em retiradas
de tesselas e outros objetos de decoração levados como... souvenir.Um absurdo!
Infelizmente,
alguns dos trabalhos musivos de Dona Teresa Cristina estão muito
danificados,
antes pela predação de pessoas
inescrupulosas, hoje pela ação do tempo e pela exposição às intempéries .
Atualmente, o local
é totalmente vedado aos visitantes.
Não faz parte do cotidiano de visita permitido pela direção do Museu.
Para conhecer o
trabalho da nossa Imperatriz, mulher
de Dom Pedro II, que reinou por quase meio século, é preciso pedir
autorização especial
à administração do Museu.
No
recosto de um dos bancos no Jardim das Princesas uma inscrição
rabiscada na argamassa,
apenas com a data 29 de julho de
1852. É a data de aniversário de seis anos da Princesa Isabel. O gesto
da princesinha acabou
datando a obra da mãe.
A
importância dessa datação é que a obra da Imperatriz e sua opção pelo
uso de quebras
de porcelanas no revestimento de
bancos, fontes e paredes ocorre pelo menos 50 anos antes de Gaudi e
Josep Jujol optarem
pelo uso de azulejosa no
revestimento de suas obras no Parque Guell, na Casa Millá e na Casa
Batló, em Barcelona, todas
dos primeiros anos do século XX.
Os mestres da Catalunha provocaram uma verdadeira revolução na história da arte musiva um pouco por toda parte. Claro que a iniciativa individual da nossa Imperatriz não tem a mesma grandiosidade que foi possível a Gaudi e Jujol, através de uma equipe de operários e artesãos. Mas trata-se inequivocamente de uma atitude de grande importância histórica, pela primazia de tê-la concebida em terras brasileiras, com os recursos possíveis para a época e de acordo com as circunstâncias do país. É obra para ser reverenciada por todos os artistas brasileiros e estrangeiros. Mais ainda: é para ser restaurada e exibida com orgulho pelos mosaicistas, especialmente os daqui e pelos italianos, compatriotas da Imperatriz,
Os mestres da Catalunha provocaram uma verdadeira revolução na história da arte musiva um pouco por toda parte. Claro que a iniciativa individual da nossa Imperatriz não tem a mesma grandiosidade que foi possível a Gaudi e Jujol, através de uma equipe de operários e artesãos. Mas trata-se inequivocamente de uma atitude de grande importância histórica, pela primazia de tê-la concebida em terras brasileiras, com os recursos possíveis para a época e de acordo com as circunstâncias do país. É obra para ser reverenciada por todos os artistas brasileiros e estrangeiros. Mais ainda: é para ser restaurada e exibida com orgulho pelos mosaicistas, especialmente os daqui e pelos italianos, compatriotas da Imperatriz,
Sobre o Jardim das Princesas, o único estudo conhecido sobre a área foi realizado
pela arqueóloga Maria Beltrão, do Museu Nacional, em meados dos anos 90.
Lindo!!!
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