Em 1959, quando a revista Manchete quis dar uma capa com João Gilberto, fotografado nas pedras do Arpoador, o editor Justino Martins achou por bem garantir as vendas... ... e aí achou por bem garantir as vendas colocando no quadro, muito maior, a musa do pedaço: Ira Etz, a essa altura, com 22 anos, tão emancipada e antenada (vivera em Nova York, no Greenwich Village dos beatniks) quanto linda.
Arpoador, 1959 - fotos da reportagem
Na reportagem, Ira Etz, filha de Miriam Etz, primeira mulher a usar um biquíni no Brasil, também conta do início da sua amizade com João Gilberto e das aulas de inglês que deu para o escritor Rubem Braga.
No Arpoador, os pais de muitas moças eram estrangeiros e seus costumes, liberais. Elas podiam usar biquínis menores (avistados por ali desde 1951, antes do resto do país), viajar com namorado e até pegar onda.
Filha de alemães, artistas e boêmios, que escolheram o Rio para morar (na Rua Joaquim Nabuco, em Ipanema), Ira Etz nasceu em 1937 e foi batizada com um nome bem brasileiro, Iracema. Mas a menina sardenta e loura logo viraria Ira, moleca de Ipanema, numa época em que todo mundo se conhecia e a vida era livre, leve e solta. Namorou todos os “pães” do pedaço, o mais conhecido, com quem trocou o primeiro beijo, foi Arduíno Colasanti, irmão de sua amiga Marina.
Conviveu com Tom, Vinicius, Millôr e a maioria dos intelectuais e artistas dos anos 50 e 60. E tornou-se ícone das areias do Arpoador.
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