domingo, 26 de maio de 2019

O romancista carioca esquecido



"Entre o fanatismo derrotista do cronista Rubem Braga -
"e os escuros peixes nadarão nas tuas ruas 
e a vasa fétida das marés 
cobrirá tua face" 
e o lirismo otimista do poeta Vinícius -
"ampla laguna curva e horizonte, 
arco do amor vibrando suas flechas 
de luz contra o infinito",
decido-me pelo frio objetivismo dos urbanistas, arquitetos e construtores, que põem engenho e arte a serviço de Copacabana, 
para que ela sobreviva aos tempos do esplendor de obra feita por Deus, para sempre imunizada 
contra a presença predatória do homem."



Resultado de imagem para a estrela sobe livro 1a. ediçãoEssa afirmação é de Marques Rebelo - pseudônimo literário de Eddy Dias da Cruz considerado o romancista do Rio de Janeiro. 
Sobretudo de sua gente simples e humilde. Para ele, o Rio era a Zona Norte, de onde vinha o Carnaval e onde ia buscar a maioria dos seus personagens da baixa classe média. Escreveu sobre futebol, viagens e sobre Manuel Antônio de Almeida, o primeiro romancista brasileiro a retratar a vida urbana do Rio de Janeiro.

Depois de Manuel Antônio de Almeida, Machado de Assis e Lima Barreto, Marques Rebelo foi o mais apaixonado pintor da vida carioca. 

Mas o Rio por ele descrito já desapareceu, pois ele retratou a cidade nos últimos anos pré-industriais, quando na Tijuca ainda se faziam serenatas, a Lapa estava no auge e casais de namorados passeavam de bonde.


O grande êxito viria em 1939, há 80 anos, com o livro A estrela sobe.
Transformado em filme em 1974, há 45 anos atrás, dirigido por Bruno Barreto, teve no elenco André José Adler, Betty Faria, Carlos Eduardo Dolabella, Nelson Dantas, Odete Lara, Roberto Bonfim, Wilson Grey.

Resultado de imagem para a estrela sobe filme


Depois de anos de paciente trabalho, publicou, em 1959, O Trapicheiro, seguido de mais dois volumes: A mudança(1962) e A Guerra está entre nós (1968), que formam o grande e inconcluso romance cíclico O espelho partido, painel fragmentário da vida brasileira, especialmente carioca, na primeira metade do século.

Segundo ocupante da cadeira 9, foi eleito em 10 de dezembro de 1964, na sucessão de Carlos Magalhães de Azeredo, e recebido pelo acadêmico Aurélio Buarque de Holanda em 28 de maio de 1965.


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