terça-feira, 4 de fevereiro de 2020

O Futebol de areia




O futebol de areia nasceu no Rio de Janeiro, 
cresceu, se profissionalizou 
e acabou exportando uma espécie 
de "jeito carioca de viver".




A trajetória deste esporte que se confunde com a própria história do Rio. O casamento começou no início do século 20, quando Copacabana ainda era um imenso e pouco habitado areal, e o banho de mar, um método terapêutico. A popularização do esporte coincidiu com a descoberta, pelos cariocas, da praia como espaço de lazer.

Grupos de amigos começaram a se organizar em times, dividindo-se de acordo com a geografia do bairro. Equipes como o Lá Vai Bola, Juventus, Radar, Copaleme e Ouro Preto foram algumas das primeiras a ganhar fama e títulos. A elas foram se somando outras, como Colorado, Areia e Copacabana. As partidas eram realizadas sempre aos sábados, sem direito a exceções, nem mesmo para casamentos. Os times exibiam seus craques que contavam com muita disposição e também com alguns truques. Os jogadores do Dínamo (incluindo o humorista Tião Macalé), por exemplo, tinham como regra, reza a lenda,  nunca lavarem seus uniformes. Assim, sob o efeito do odor acumulado por inúmeras partidas, os adversários não conseguiam jogar direito.

A época de ouro, que durou até o final dos anos 60, com, inclusive,  a TV RIO que transmitia, ao vivo, aos sábados, com o Luiz Mendes irradiando. A direção do futebol de praia era do Major Torres Homem.

O futebol de praia gerou muitos craques para o futebol profissional. O lateral Júnior, por exemplo, que jogava no Juventus.

Houve o Torneio Interpraias no final dos anos 50. Patrocinado pelo Jornal dos Sports e pela Coca-Cola foi um grande sucesso. Na primeira edição, o Lagoa foi campeão, seguido do Cobras, Grêmio, Radar e Ouro Preto. No II Torneio Interpraias, o campeão foi o Pracinha. No III Interpraias ,o campeão foi o Radar ( O Esporte Clube Radar foi criado nas areias de Copacabana em 1932).

O “clássico” Pracinha x Radar era um acontecimento nos anos 60.

E ser juiz desses jogos na praia? Muitas vezes os árbitros saíam correndo e até fugiam a nado, dizem, para evitar apanhar. Desse tempo , Jorge José Emiliano dos Santos, o famoso Margarida, o carioca que ganhou tal apelido pelo comportamento irreverente ao apitar as partidas – tanto ao marcar faltas e distribuir cartões, geralmente com gestos exagerados, quanto por um andar espalhafatoso pelo campo.

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Nos anos 70, no entanto, o futebol de areia caiu em declínio. Muitos times desapareceram, junto com suas torcidas e os campeonatos. 

Além disso, gerou filhotes como o "beach soccer" que reduziu o número de jogadores em campo, ganhou novas regras e foi abraçado pela Fifa, que já organizou Copas do Mundo.

Mas o velho futebol de areia, onze contra onze? Ainda permanece vivo nas praias de Copacabana.




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