Em 1970,
Janis Joplin brincou Carnaval
no Rio de Janeiro.
O Carnaval carioca de 1970 teve uma participação histórica: a lendária Janis Joplin. A cantora, ícone do rock e da contracultura, veio ao Brasil com a intenção de se reabilitar da dependência da heroína.
No entanto, o cenário carnavalesco do Rio de Janeiro não ajudou Janis a se manter distante da boemia. Ela assistiu a desfiles de escolas de samba, fez topless na Praia da Macumba, foi expulsa do Copacabana Palace por nadar nua na piscina, visitou boates, e marcou o Carnaval daquele ano.
"Janis chegou numa sexta-feira pré-folia, na companhia de Linda Gravenites, que assinava os exuberantes figurinos usados pela cantora nos palcos. No curto período em que passou na cidade, ela assistiu aos desfiles das escolas de samba na Candelária, fez topless na Praia da Macumba, foi barrada num camarote do Theatro Municipal e deu canja em inferninhos da Zona Sul, além de beber vodca, Fogo Paulista e licor de ovo como se não houvesse amanhã."
Janis também soltou a voz na boate Porão 73, que ficava no Leme, a convite de Serguei. O roqueiro sempre contava que esbarrou de madrugada com a estrela no calçadão de Copacabana, agarrada ao americano David Niehaus, que ela conheceu no Brasil. Os três chegaram à porta da casa de shows às três da madrugada. Vestida com uma blusa, uma saia estampada no estilo cigana e uma faixa amarrada na cabeça, Janis por pouco não foi barrada pelo gerente da casa noturna — um português que, de acordo com Serguei, confundiu-a com uma mendiga. Lá dentro, ela levou a plateia ao delírio quando cantou um dos seus maiores clássicos, “Ball and chain”, com um copo de vodca na mão.
A boate inteira se levantou e a aplaudiu de pé.
No Copa, Janis e Ricky Ferreira foram convidados para o baile de carnaval do Theatro Municipal, pelo empresário Eronildes Alves de Oliveira — dono da rede de lojas Erontex. O estilo hippie e descolado da cantora causou alvoroço entre os foliões na Cinelândia.
O pessoal olhava e pensava que ela era um travesti, por causa do chumaço debaixo do braço.
Janis ficou fascinada com as fantasias de gala e os brilhos dos figurinos. No fim das contas, foram barrados no camarote, e ela ficou uma fera. Nem quis dar entrevista para o Jerry Adriani, que estava na porta do teatro conversando com os convidados.
No dia 8 de fevereiro, Janis pulou carnaval no Centro com o DJ e radialista Big Boy.
Do palanque — versão antiga e mais tosca dos atuais camarotes — da revista “Manchete”, ela assistiu aos desfiles das escolas de samba, que eram realizados na altura da Candelária. Janis chegou ao puxadinho sem entourage ou qualquer intenção de causar alarde. Rapidamente, instalou-se no canto esquerdo da estrutura para conferir atentamente o desfile do Salgueiro, que em 1970 defendeu o enredo “Praça Onze, carioca da gema”. Fã de Bessie Smith e fortemente influenciada pela música negra americana, Janis Joplin demonstrou ter aprovado a ginga do samba carioca.
Do palanque — versão antiga e mais tosca dos atuais camarotes — da revista “Manchete”, ela assistiu aos desfiles das escolas de samba, que eram realizados na altura da Candelária. Janis chegou ao puxadinho sem entourage ou qualquer intenção de causar alarde. Rapidamente, instalou-se no canto esquerdo da estrutura para conferir atentamente o desfile do Salgueiro, que em 1970 defendeu o enredo “Praça Onze, carioca da gema”. Fã de Bessie Smith e fortemente influenciada pela música negra americana, Janis Joplin demonstrou ter aprovado a ginga do samba carioca.
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