quarta-feira, 25 de agosto de 2021

E chegou o bonde elétrico a Santa Teresa



No dia 1° de setembro de 1896,
há 125 anos,
a Companhia Ferro Carril Carioca inaugurava
a primeira linha de bonde elétrico 
do bairro de Santa Teresa.

Ligando o Largo da Carioca ao Largo do França, a inauguração contou com a presença do então presidente da República Prudente de Moraes. A operação inicia também a passagem dos bondes sobre o Aqueduto da Carioca, ainda sem as telas de proteção.

A estação terminal foi instalada no Largo da Carioca, inicialmente entre o prédio da Imprensa Nacional e o chafariz da Carioca, que se localizava próximo à atual saída Santo Antônio do metrô. Os bondes seguiam subindo uma ladeira pelo Morro de Santo Antônio para alcançar os arcos

Santa Tereza já tinha bondes de tração animal desde 1875. Obtida em março de 1871, a concessão por 16 anos a Januário Candido de Oliveira e Eugenio Baptista de Oliveira, para construção de uma linha de carris de ferro entre a cidade e o bairro de Santa Tereza foi realizada por concorrência pública. E aí nasceu a Companhia Sancta Thereza, a companhia ferro carril de Santa Thereza.





A ilustração abaixo mostra a evolução dos bondes desde 1896





No dia 25 de dezembro é inaugurada a eletrificação do trecho entre o Largo do França até a Lagoinha, próximo a Dois Irmãos. E nos dois anos seguintes a expansão aumenta.

No dia 28 de janeiro de 1897, acontece a inauguração da eletrificação da linha desde a Lagoinha até a Caixa d'Água do Silvestre. Um mês depois, no dia 25 de fevereiro a eletrificação é estendida até o Silvestre. No dia 20 de maio, é inaugurada a eletrificação da linha de Paula Mattos. Com isso a Companhia Ferro Carril Carioca passa a ser a primeira empresa de carris totalmente eletrificada da cidade, com 20 bondes elétricos, transportando uma média de 3.400 passageiros por dia.

Em 1898,  a Companhia Ferro Carril Carioca recebe autorização da Prefeitura para estender suas linhas de Santa Tereza até o Alto da Boa Vista, com ramais para a Cascatinha e Mesa do Imperador até o Jardim Botânico, pela Estrada Dona Castorina. O ramal, saindo da Lagoinha, deveria passar pelos locais denominados Mata do Moura, Cata-Preta, e Mata dos Padres, nascentes do Rio Carioca, divisa de águas na encosta do Jardim Botânico e nascentes do rio São João.


Caminho para o Sumaré, foto de 1906

Estação Curvelo em 1918



Terminal dos bondes de Santa Teresa, no Largo da Carioca, 1930.
Foto de Augusto Malta


Próximo à linha no morro de Santo Antônio, foram instaladas as oficinas e a garagem da Cia. Ferro-Carril Carioca com bastante espaço para abrigar os muitos veículos, pois além das unidades motorizadas haviam reboques.

A velha garagem prestou serviços até a destruição final do morro, aproximadamente em 1965. Com o desaparecimento do morro de Santo Antônio, a oficina e garagem dos bondes de Santa Teresa passou a funcionar nas instalações da estação do antigo plano inclinado, no final da rua Carlos Brandt, onde funciona até hoje.

O desmonte do morro marcou o início da decadência do sistema de bondes do bairro.







Um comentário:

  1. Olá amigo, parabéns pelo conteúdo.
    Vou te pedir só para das os créditos da ilustração da evolução dos bondes que eu criei e que inclusive estão expostas no Museu do Bonde na Carioca
    Osmar Calixto / Visite Santa Teresa

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