Esse ilustre conhecido, a cada dia mais se torna figurinha imprescindível no nosso dia-a-dia.
Já foi o tempo em que poucos privilegiados o tinham em casa. Já foi o tempo em que para falarmos com alguém precisávamos de uma terceira pessoa fazendo essa ponte, a telefonista. Já foi o tempo em que tornou-se um bem que se investia.
Mas essa história começou lá atrás, em uma exposição na Filadélfia, em 1876 - onde seu lançamento não fez o menor sucesso e ainda foi ironizado - que um carioca atento, D. Pedro II, vislumbrou a importância do invento e procurou Graham Bell.
Assim, o primeiro telefone chegou pelos lados de cá, no Rio de Janeiro, em 1877, poucos meses depois da exposição de Filadélfia, fabricado nas oficinas da Western and Brazilian Telegraph Company, especialmente para o imperador e instalado no Palácio Imperial de São Cristovão, na Quinta da Boa Vista, hoje o Museu Nacional. Ainda nesse ano começou a funcionar uma linha telefônica ligando a loja O Grande Mágico, na Rua do Ouvidor, ao Quartel do Corpo de Bombeiros.
Dois anos mais tarde, em 15 de novembro de 1879, foi feita a primeira concessão para estabelecimento de uma rede telefônica no Brasil e quem ganhou foi Charles Paul Mackie e nesse mesmo ano a repartição de telégrafos organizou, no Rio de Janeiro, um sistema de linhas telefônicas ligadas à Estação Central de Bombeiros, para aviso de incêndios.
E as novidades não paravam de chegar por aqui. Mais um ano e estava formada a primeira companhia telefônica nacional, a Telephone Company of Brazil, criada em 13 de outubro de 1880, com um capital de 300 mil dólares, que foi instalada em janeiro de 1881, na Rua da Quitanda 89.
Em 1883, a cidade já tinha cinco estações de mil assinantes e sua primeira linha interurbana, que ligava o Rio de Janeiro a Petrópolis ( só depois disso é que a novidade se espalhou para o restante do País) e ainda, em 1953, a Companhia Telefônica Brasileira instalou o primeiro posto público, na Galeria Cruzeiro, hoje Edifício Avenida Central, no Centro da cidade.
Como não poderia deixar de acontecer, o telefone por aqui, guarda algumas curiosidades.
Já que os telefones públicos funcionavam com fichas metálicas introduzidas num orifício, e elas só caíam para dentro do próprio, quando se completava a ligação, resultou em gíria: o popular "caiu a ficha", quando alguém quer dizer que entendeu ou se lembrou de algo. Virou apelido, quando o telefone público, em forma arredondada, foi chamado de "orelhão" e até deu samba, o Pelo Telefone de Donga e Mauro de Almeida , em 1917.
Hoje, depois de tudo isso, cada dia mais é um computador de mão que nos conecta com o outro, com o mundo.
Viva, pois, o telefone!
Informações bem interessantes essas que vc. me mandou. Lembro-me que durante o Governo Carlos Lacerda, para se conseguir um telefone era uma verdadeira batalha. Tinha eu pouco tempo de casado e morava na Barata Ribeiro. Quando a minha mãe faleceu eu "herdei" o telefone dela. Pouco tempo depois me mudei para a Gomes Carneiro, em Ipanema e pedi a transferência do telefone. Pois bem, morei 2 anos lá e não consegui que essa transferência fosse efetivada. Comprei um apt. no Rio Comprido e devido à disponibilidade de linha, finalmente o telefone foi instalado em pouco tempo. Quando morava em Ipanema, precisei fazer uma ligação interurbana para Mato Grosso ( hoje Mato Grosso do Sul). Fui a um Posto Telefônico que funcionava na Praça Gal. Osório. A tal ligação só foi completada umas 3 horas depois... Como os tempos mudaram. Abraços. Aristóteles
ResponderExcluirO relato acima coincide com a mesma aventura e sorte para se conseguir uma linha com número privativo. E pouquíssimas casas possuíam, eram mais as lojas, bancos repartições públicas e outras que possuíam um aparelho com linha.Anos 40 e 50..
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