Achei uma imagem na internet e voltei lá atrás no tempo. No tempo da radiola.
Alguém aí já teve uma?
Alguém aí já teve uma?
Como era elegante a lá de casa. E imponente. Ficava na sala. Moderna, tocava 45, 78 e também 33 rotações que começava a surgir. Uma Standard Electric, de válvula, com a marca da faísca e tudo. Com jeito de armário, tinha duas portas que se abriam com puxadores de metal - que viviam brilhantes e reluzentes - e, dentro, de um lado o rádio, e do outro o toca-discos.
Ah!...o toca-discos...era uma gaveta que se puxava e o braço da agulha era automático, deslizando ao se colocar o disco. Até se podia empilhá-los e eles iam caindo um a um. O máximo. Quanta tecnologia! Na parte de baixo, os alto-falantes encobertos com um acabamento de palhinha.
Essa imagem da radiola me trouxe a infância nos anos 50, no Rio de Janeiro...das músicas que nela ouvi. Do Rock Around The Clock com Bill Haley, das baladas românticas com o Luis Claudio... como é bom dançar um fox com alguém... ; das orquestras de Mantovanni , Glenn Muller , Benny Goodman, Harry James.
Foi na radiola que comecei a escolher meus sons. Os anos 60 chegavam com seus conjuntos e ela explodia junto.
... Hey, hey, we're the Monkees
And people say we monkey around.
But we're too busy singing
To put anybody down....
Nela ouvi a Bossa Nova que tanto me encantou os ouvidos, as guitarras românticos da Jovem Guarda, a modernidade dos Beatles, a música eufórica dos festivais, das gravações ao vivo com aplausos...
...Tinha um mirante em Amaralina
mirando o mar maravilhado...
Nela sintonizava a rádio Tamoio, a Eldorado para ouvir Um Piano ao cair da Tarde, me embalar com o Cavern Club do Big Boy ou roer as unhas ouvindo o grande Jorge Cury narrando os jogos do meu Flamengo...
...passa de passagem...
A radiola embalou festinhas de aniversário - com , claro, o disquinho clássico do Parabéns pra Você - os almoços tradicionais em família ou as reuniões com amigos na adolescência. Sem falar nas histórias ouvidas dos disquinhos da Cinderela, Branca de Neve, O Gato de Botas e da Senhora Baratinha...
...quem quer casar com a senhora baratinha,
tem fita no cabelo e dinheiro na caixinha... (que nojo!)
Um dia " nos disseram" que o negócio era ter um "som", que radiola já era e lá fui eu ter o meu e a radiola ficou encostada, sozinha no canto da sala. Meu pai gostava e não queria se desfazer. Mas o tempo passou, saimos para outro endereço e a renovação fez com que ela não seguisse a nova trajetória.
A foto ( abaixo) que vi, me trouxe saudade e levou a essa viagem na recordação.
Hoje, a localizei em um antiquário à bagatela de R$ 5000,00. Consertada para uso. Deu vontade de fazer estrepolia. Resgatar, restaurar, envernizar...
... e ouvir novamente o som de um outro tempo. Uma melodia de muita felicidade.
Saudades da radiola!
Nós tínhamos uma radiola, sim. Vou ver se acho alguma fotografia ehehehe
ResponderExcluirEla funcionou na casa dos meus pais até a década de 70, se não me engano. Depois acho que deu cupim eheheh
Beijocassssssss
Sim, eu tive ! Era da RCA Victor, comprada na Casa Neno, na Rua Uruguaiana !
ResponderExcluirAcompanhei a Copa de 54 pelo rádio dela...
Quanto aos discos...Ah, a história é muito longa, não cabe aqui...
Mãe pianista, pai discófilo, eu também músico...Quando nasci os 78 r.p.m. de cera já proliferavam à minha volta...
Sweet memories !
Gil
só vi uma dessas no Museu da imagem e do som, aquele que fica na Lapa, ao lado da Sala Cecília Meireles.
ResponderExcluirManero !
Bjos