sexta-feira, 11 de novembro de 2011

A coragem de rejeitar



É numa casa simples, de dois quartos, no subúrbio, que mora um dos PMs do grupo que recusou a propina de R$ 1 milhão oferecida em troca da liberdade do traficante Antônio Francisco Bonfim Lopes, o Nem da Rocinha. Dinheiro que o cabo André Souza, de 39 anos, do Batalhão de Choque, só conseguiria juntar se trabalhasse 44 anos seguidos, sem gastar um centavo do salário — estimado em cerca de R$ 1.900 mensais. E que daria para comprar a casa própria que ele tanto sonha. 



Mas a proposta ‘indecente’ não corrompeu o juramento que o policial fez ao vestir pela primeira vez a farda, há 9 anos. “Me deu muita raiva. Estavam nos comparando aos policiais que foram presos horas antes, dando cobertura na fuga de traficantes. Mas ofereceram dinheiro aos caras errados, não é isso que vai pagar a nossa dignidade”, desabafou o cabo, que não tem carro e vai trabalhar de carona ou trem. 
Da mesma corporação em que os ‘arregos’ são um problema a ser enfrentado, Souza difere por um pensamento em que a lógica é simples: “Penso no que é correto. A gente é tão mal visto pela sociedade por culpa de uns poucos, que não vou compactuar com isso”. 
Órfão de mãe desde os 6 anos, Souza falava ainda criança que seria PM. Sonho que começou a se tornar realidade na portaria de prédio da Zona Sul, onde o então porteiro dividia as horas de trabalho com os estudos para o concurso. Ele tem um filho de 15 anos. 
Acostumado com o pouco ‘glamour’ da profissão, Souza só entendeu a dimensão de prender o traficante mais importante do Rio ao chegar no quartel, na manhã desta sexta-feira. Recebido aos gritos de ‘parabéns’ e pela euforia da equipe, o militar diz que a maior recompensa é o reconhecimento da família e dos amigos. “Minha mulher ligou e disse que tem orgulho de mim, que sou o herói dela. Isso vale muito mais que R$ 1 milhão”.
O cabo André Souza esta semana também tentou salvar a vida do cinegrafista Gelson Domingos, assassinado em Antares, carregando-o nos braços.
 (ODia online)




Vale refletir. 

Muitos analistas, cabeças pensantes da hora – e fora da hora também - costumam justificar a pobreza, a falta de coisas em casa, as condições de vida, para o o ingresso no tráfico. Pelas fotos acima ,da residência do soldado, vê-se que nada disso empurra alguém para o crime.

Aliás, quantos, mesmo tendo condições e não falta, mas sobra de coisas em casa, teriam a coragem de rejeitar um milhão de reais? Vários casos nos dias de hoje nos provam, infelizmente, que muitos.

Muito bom conhecer o cabo André Souza. 

Bom, igualmente, ver que o cabo veste a camisa do meu Flamengo!


Um comentário:

  1. Parabéns ao SUPER CABO André Souza, parabéns pra ti por esse post.
    Ler essa matéria é como um sopro de ar fresco.

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