No ano de 1787,
cansado da vida militar, Tiradentes pediu licença no regimento,
e veio para o Rio de Janeiro.
Por aqui apresentou ao vice-rei Dom Luiz de
Vasconcelos alguns projetos de engenharia e hidráulica, para
a canalização e captação dos rios Catete
e Maracanã, para abastecimento da cidade e edificação
de moinhos; e construção de armazéns para o gado
a ser exportado.
Seus projetos porém ficaram aguardando a aprovação
das autoridades de Portugal, e nunca foram executados.
Enquanto permanecia
no Rio de Janeiro, reuniu-se com o estudante José Álvares
Maciel, que acabava de chegar da Inglaterra, com o Padre Rolim e com
o Coronel Joaquim Silvério dos Reis, e juntos elaboraram os primeiros
planos da revolta contra Portugal.
Terminada sua licença militar,
Tiradentes, em agosto de 1788, voltou a Minas comandando a escolta da
mulher do Visconde de Barbacena, novo Governador de Minas.
Em março de 1789, Tiradentes voltou ao Rio com a desculpa de ver como iam os seus requerimentos de obras públicas,
porém sua verdadeira missão era conseguir o apoio
da guarnição do Rio de Janeiro e durante sua viagem ia
divulgando suas idéias, sem maiores cautelas, pelas hospedarias
e vilas do Caminho Novo e durante sua viagem a conspiração
foi denunciada em uma carta dirigida ao Governador, Visconde de Barbacena,
e assinada pelo traidor Joaquim Silvério dos Reis.
Todos os inconfidentes foram presos, porém Tiradentes encontrava-se na casa de seu amigo Domingos Fernandes da Cruz, aqui na cidade do Rio de Janeiro, onde no dia 10 de maio de 1789, foi preso e ficou incomunicável cerca, de três anos. Nesse período só foi visitado por seu confessor, o Padre Raimundo Penaforte.
No dia 21 de abril
de 1792, às 9h00, aconteceu o triste cortejo, pelo Centro da cidade do Rio de Janeiro, para o enforcamento de Tiradentes.
À frente, uma companhia de soldados, depois os frades, dizendo orações. E em seguida vinha Tiradentes, com o laço da forca no pescoço e a ponta da corda segura pelo carrasco. E quase abraçado ao condenado, Frei Penaforte rezando com ele.
À frente, uma companhia de soldados, depois os frades, dizendo orações. E em seguida vinha Tiradentes, com o laço da forca no pescoço e a ponta da corda segura pelo carrasco. E quase abraçado ao condenado, Frei Penaforte rezando com ele.
Descalço, com o cabelo todo raspado e sem barba,
vestido com uma camisola branca, Tiradentes seguia de cabeça
erguida, porte erecto, e passo firme até a forca, construída
no Largo da Lampadosa (atual Praça Tiradentes), onde às
11h20 foi enforcado.
praça Tiradentes,ontem
praça Tiradentes, hoje
A forca teria sido erguida na pequena esquina do cruzamento das atuais Avenida Passos e Rua Senhor dos Passos, e Tiradentes ao ser trazido a pé teria parado diante da Igreja da Lampadosa e feito uma prece.
A antiga Igreja da
Lampadosa
foi demolida em 1930 e um novo prédio foi erguido ( prédio acima),
foi demolida em 1930 e um novo prédio foi erguido ( prédio acima),
projeto dos arquitetos Paulo Candiota e Eduarto de Sá,
inaugurado em 1934.
inaugurado em 1934.
"Foi um daqueles indivíduos da espécie humana, que põem em espanto a própria natureza. Entusiasta, empreendedor com o fogo de um D. Quixote, habilidoso com um desinteresse filosófico, afoito e destemido, sem prudência às vezes, em outras temeroso ao cair de uma folha; mas o seu coração era sensível ao bem. A Coroa quisera, com o espetáculo do enforcamento, afirmar o seu domínio sobre a colônia brasileira. Tiradentes tentara, com o sacrifício, salvar os companheiros e abrir ao povo o caminho da emancipação política."
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