sexta-feira, 19 de abril de 2013

O alferes Tiradentes no Rio de Janeiro

No ano de 1787, cansado da vida militar, Tiradentes pediu licença no regimento, e veio para o Rio de Janeiro.

Por aqui apresentou ao vice-rei Dom Luiz de Vasconcelos alguns projetos de engenharia e hidráulica, para a canalização e captação dos rios Catete e Maracanã, para abastecimento da cidade e edificação de moinhos; e construção de armazéns para o gado a ser exportado. 

Seus projetos porém ficaram aguardando a aprovação das autoridades de Portugal, e nunca foram executados. 

Enquanto permanecia no Rio de Janeiro, reuniu-se com o estudante José Álvares Maciel, que acabava de chegar da Inglaterra, com o Padre Rolim e com o Coronel Joaquim Silvério dos Reis, e juntos elaboraram os primeiros planos da revolta contra Portugal. 

Terminada sua licença militar, Tiradentes, em agosto de 1788, voltou a Minas comandando a escolta da mulher do Visconde de Barbacena, novo Governador de Minas.

Em março de 1789, Tiradentes voltou ao Rio com a desculpa de ver como iam os seus requerimentos de obras públicas, porém sua verdadeira missão era conseguir o apoio da guarnição do Rio de Janeiro e durante sua viagem ia divulgando suas idéias, sem maiores cautelas, pelas hospedarias e vilas do Caminho Novo e durante sua viagem a conspiração foi denunciada em uma carta dirigida ao Governador, Visconde de Barbacena, e assinada pelo traidor Joaquim Silvério dos Reis.

Todos os inconfidentes foram presos, porém Tiradentes encontrava-se na casa de seu amigo Domingos Fernandes da Cruz, aqui na cidade do Rio de Janeiro, onde no dia 10 de maio de 1789, foi preso e ficou incomunicável cerca, de três anos. Nesse período só foi visitado por seu confessor, o Padre Raimundo Penaforte.
 

No dia 21 de abril de 1792, às 9h00, aconteceu o triste cortejo, pelo Centro da cidade do Rio de Janeiro, para o enforcamento de Tiradentes.

À frente,  uma companhia de soldados, depois os frades, dizendo orações. E em seguida vinha Tiradentes, com o laço da forca no pescoço e a ponta da corda segura pelo carrasco. E quase abraçado ao condenado, Frei Penaforte rezando com ele. 

Descalço, com o cabelo todo raspado e sem barba, vestido com uma camisola branca, Tiradentes seguia de cabeça erguida, porte erecto, e passo firme até a forca, construída no Largo da Lampadosa (atual Praça Tiradentes), onde às 11h20 foi enforcado. 


praça Tiradentes,ontem

 praça Tiradentes, hoje


A forca teria sido erguida na pequena esquina do cruzamento das atuais Avenida Passos e Rua Senhor dos Passos, e Tiradentes ao ser trazido a pé teria parado diante da Igreja da Lampadosa e feito uma prece.

http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/3/3e/Bra_rj_igr_n_sra_lampadosa.jpg/220px-Bra_rj_igr_n_sra_lampadosa.jpg
 A antiga Igreja da Lampadosa
 foi demolida em 1930 e um novo prédio foi erguido ( prédio acima),
 projeto dos arquitetos Paulo Candiota e Eduarto de Sá,
inaugurado em 1934.

Frei Raimundo Penaforte, o confessor, escreveu o seguinte sobre Tiradentes:

 "Foi um daqueles indivíduos da espécie humana, que põem em espanto a própria natureza. Entusiasta, empreendedor com o fogo de um D. Quixote, habilidoso com um desinteresse filosófico, afoito e destemido, sem prudência às vezes, em outras temeroso ao cair de uma folha; mas o seu coração era sensível ao bem. A Coroa quisera, com o espetáculo do enforcamento, afirmar o seu domínio sobre a colônia brasileira. Tiradentes tentara, com o sacrifício, salvar os companheiros e abrir ao povo o caminho da emancipação política."

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