São aspectos pouco conhecido da
escravidão brasileira: as ações de liberdade.
Na tentativa de obter a liberdade, cativos entraram com uma enxurrada de ações judiciais durante a colônia e o império.
Essa história jurídica começa com a escrava Liberata.
Ela era uma escrava em Desterro, atual
Florianópolis, mas que mudou seu destino de cativeiro quando decidiu - e teve coragem pra isso - seguir um caminho diferente: iniciou um processo na justiça brasileira, uma ação de liberdade.
Isso aconteceu em 1813, há 100 anos.
Nascida por volta de
1780, de pais desconhecidos, ela foi comprada cerca de dez anos depois
por José Vieira Rebello, morador do termo de Desterro.
Liberata em sua ação argumentou que
Vieira havia prometido libertá-la e não havia cumprido a promessa. Que
desde muito nova era assediada por seu senhor com promessas de
liberdade, e ela passou a
conceder-lhe favores sexuais, mesmo de mau grado, visando tal fim.
Apesar de o Brasil ter tido uma sociedade escravocrata, hierárquica,
desigual e violenta antes da proclamação da República, havia um âmbito
da justiça brasileira em que os escravos podiam ser ouvidos. Essa brecha na legislação,apontava o escravo, felizmente, como indivíduo.
E assim, as ações de
liberdade surgiram. Eram processos movidos pelos escravos contra seus
proprietários em busca de alforria.
Somente na
Corte de Apelação do Rio de Janeiro, tribunal de segunda instância, Liberata conseguiu seu propósito.
Aliás , no Arquivo Nacional - Praça da República, no Rio de Janeiro - onde estão arquivados os papéis dessas ações, existem cerca de 400
ações de liberdade que foram julgadas entre 1808 e 1888, e metade delas
resultou na alforria dos escravos envolvidos.
Até um exemplo interessante, onde o próprio D.Pedro I é quem sugere a ação de liberdade para duas escravas.
Fonte: livro Liberata, a lei da ambiguidade, de Keila Grinberg
Curiosidades Cariocas, Histórias do Rio de Janeiro,Rio Antigo, Turismo no Rio de Janeiro.
terça-feira, 3 de dezembro de 2013
Corte de Apelação do Rio de Janeiro e a alforria
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Meu nome é Elizabeth,sou designer gráfica. Como carioca da gema, adoro essa cidade e gosto de compartilhar histórias vividas, ouvidas ou pesquisadas desse Rio de Janeiro.
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Dois versos favoritos:
"Eu teria um desgosto profundo, se faltasse um Flamengo no mundo" (Hino do Flamengo) e
"Rio você foi feito pra mim" (Samba do Avião)
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