Cervantes Sessentão
" Quando foi inaugurado, em junho
de 1955, o Cervantes era uma mercearia, mas já vendia os sanduíches que fizeram
a fama da casa. Dez anos depois, o fundador, um certo Halmuss Zalman, vendeu o
estabelecimento para dois irmãos espanhóis que transformaram a mercearia da
Avenida Prado Júnior, em Copacabana, em restaurante, sem abrir mão dos
sandubas.
Em sua nova condição,
o Cervantes passou a
abrir ao meio-dia e a
fechar de madrugada.
A proximidade do
Canecão, do finado Cinema 1
e do teatro
Villa-Lobos era uma mão na roda
para o povo que
gostava de estender a noite.
Pronto, o bar ganhou a
justificada fama de boêmio.
E estava
criada mais uma tradição carioca.
O Cervantes já não fica aberto até de manhã, como nos
tempos em que Fausto Fawcett podia ser visto no balcão quase toda noite,
observando a fauna em busca de material para seus
shows.
Mas os sanduíches continuam os mesmos: preparados no
célebre pão de leite, jamais perderam o recheio fartíssimo e o sabor, que
atravessa décadas exatamente igual. Idem, idem para o patê de fígado e o abacaxi
em conserva, que só tem ali, como todo carioca sabe, a obra-prima é o de pernil
com queijo e abacaxi, seguido de perto pelo de filé-mignon, outro clássico
local.
Fechando a Santíssima Trindade, salada russa, servida
em pequenas porções, salvadora na hora em que bate a fome braba da
madruga.
O sucesso levou a casa a investir em filiais
—Cervantes no Via Parque já conta 21 anos, e na Av. das Américas, 10
anos.
Planos de reformar em Copacabana, o que será uma pena
perder as cenas de Dom Quixote, que emprestam um quê de sofisticação intelectual
ao restaurante."
Se não mexerem nos sanduíches...
Fonte: Globo on line
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