terça-feira, 15 de setembro de 2015

OURO AZUL





No século XVIII, existia a expressão portuguesa

"é como ouro para o azul". 

Sua origem vem da combinação de talhas de madeira dourada com painéis de azulejos azuis nas igrejas joaninas.

Sinônimo de algo realmente muito bom, a expressão define bem a qualidade do conjunto de azulejos da Igreja Nossa Senhora da Glória do Outeiro,
no município do Rio.




Os painéis da Igreja Nossa Senhora da Glória do Outeiro são uma joia da arte da cerâmica portuguesa em terras cariocas.

As 8.800 peças que cobrem as paredes da sacristia, da nave, do altar-mor e do coro alto são consideradas muito refinadas. Os azulejos vieram de Portugal e foram montados na igreja entre 1730 e 1740, período da Grande Produção portuguesa de azulejos .

Os azulejos de autoria do artista português Valentim de Almeida compõem o melhor conjunto do período na cidade do Rio. Os desenhos são azuis sobre fundo branco e emolduramentos, em que predomina a composição barroca. Valentim de Almeida não veio ao Brasil. Muito provavelmente, ele recebeu as medidas das paredes e calculou as unidades necessárias. Não sabemos se a temática foi encomendada ou escolhida pelo artista, mas os desenhos foram baseados em gravuras da época. Processo comum entre pintores de azulejos da grande produção Joanina. O pintor Valentim de Almeida teve uma carreira bastante longa e foi, com certeza, um dos artistas que mais produziu azulejos para o Brasil
– Valentim viveu de 1692 a 1779, produzindo muito e formando outros pintores.



Os azulejos da nave e do altar-mor

Retratam o "Cântico dos cânticos”, um livro do Antigo Testamento com temática centrada no amor. Os dois personagens da obra, o amado Salomão e a amada Sulamita, são retratados nos painéis da igreja em encontros fortuitos. É uma releitura poética.



Os dois painéis curvos localizados no coro alto

São alguns personagens da "Genealogia de Jesus”, como consta no Evangelho segundo São Mateus. Os seis personagens pintados são: Aram, Naazam, Judá, Isaac, Aminadab e Fares. Eles integram a linhagem de José, pai de Jesus.



Os paineis, por técnica especial de reprodução para planificá-los.

JUDAS E ISAAC


AMINADAB E FARES
Aminadab é filho de Arão, é bisneto de Fares, 
que está no mesmo painel. 
Fares é filho de Judá




Na sacristia

 Os azulejos têm temática fidalga, sem referência bíblica. São retratados nobres em momentos de lazer: caça, passeio ao ar livre e a cavalo. Foram instalados, no século XVIII, quando a sacristia tinha função civil e social. Lá não eram realizados cultos.


Cenas de caça ao javali

  
Nobres conversando em um terraço


Curiosidade


Valentim de Almeida não veio ao Brasil. Muito provavelmente, ele recebeu as medidas das paredes e calculou as unidades necessárias. Não sabemos se a temática foi encomendada ou escolhida pelo artista, mas os desenhos foram baseados em gravuras da época. Processo comum entre pintores de azulejos da grande produção Joanina. O pintor Valentim de Almeida teve uma carreira bastante longa e foi, com certeza, um dos artistas que mais produziu azulejos para o Brasil
Viveu de 1692 a 1779, produzindo muito e formando outros pintores.




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