segunda-feira, 23 de maio de 2016

Ninguém quis a Linda Morena, no Rio

MAIO DE 1976.


Há 40 anos uma placa de rua
deu o que falar e
foi motivo de apreensão.


Colocada numa transversal da Rua Lauro Muller, em Botafogo, com os dizeres “RUA LINDA MORENA ( música popular brasileira)”, a placa causou intranquilidade entre os moradores da área.

O temor dos moradores foi que a Prefeitura estendesse a denominação até a Lauro Muller, já que a rua não tinha, sequer, uma placa indicativa do seu nome. Daí que pretenderam a promessa de que a rua não perdesse seu nome tradicional.

A historiadora Maria Cecília Ribas Carneiro, à época, moradora da área, defendeu a permanência do nome Lauro Muller.

“ Ele foi ministro da Viação do governo Rodrigues Alves,
além de ministro das Relações Exteriores
do governo Venceslau Brás.
Um homem ilustre, afinal.
Meu pai se dava muito bem com Lamartine Babo,
a música é muito bonita,
mas tirar o nome de Lauro Muller
para colocar “Linda Morena” é ridículo.
O prefeito Marcos Tamoyo
não tem o menor senso histórico”



Mudar nome de rua, no Rio, tem vezes que não dá certo. Alguns nomes se cristalizam na preferência carioca e ... não tem jeito.

Por exemplo, tentaram mudar o nome de Rua São Clemente para Rui Barbosa, não deu certo. O mesmo já aconteceu com a Rua Real Grandeza , quando os republicanos tentaram em vão mudar seu nome para Rua Sergipe; Rua das Marrecas, se tornou Rua Juan Pablo Duarte  e voltou a ser Rua das Marrecas;  Rua dos Inválidos , foi Rua Menezes Vieira e voltou atrás. Recentemente, a Avenida Vieira Souto,  se tornou Tom Jobim, com a morte do maestro, mas o nome não pegou.
Controvérsias e discussões à parte, a Rua Lauro Muller continuou a ser Lauro Muller. Aliás, nunca houve intenção de trocar o nome. 


A homenagem à composição de Lamartine Babo só foi para nomear uma transversal. Não deu certo e hoje foi renomeada de Rua Marechal Ramon Castilla, homenagem ao peruano, figura histórica, grande marechal do Peru, considerado herói de toda a América, que chegou ao Rio em 1815 onde, ajudado por compatriotas brasileiros pode em 1817, iniciar sua grande viagem através do Brasil até atingir Lima, passsando por Cuiabá e pelo próprio planalto. Cognominado o Soldado da Lei é considerado um profundo americanista que guardou um profunda amizade pelo Brasil. Não apenas uma figura peruana, mas brasileira.


Abaixo, as fotos da mesma esquina, em 1976 e nos dias atuais.



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