domingo, 25 de agosto de 2019

Era Uma Vez: Uma modinha...


...que revelava Taiguara e 
vencia o Festival de MPB da Excelsior,
o "BRASIL CANTA NO RIO"




Em agosto de 1968, a TV Excelsior, a primeira emissora a realizar um festival de música popular, três anos antes, investia no seu “O Brasil Canta no Rio”, tentando neutralizar o sucesso que esses festivais faziam na TV Record de São Paulo.

O evento reuniu todas as emissoras de rádio e de televisão que faziam parte da Excelsior, e o local da grande final não podia ser outro que o Maracanãzinho, o palco dos grandes eventos musicais do Rio de Janeiro nos anos 60, 70 e 80.

O espetáculo musical nada ficou a dever aos Festivais que a TV Record já produzia com muito cuidado, e revelou um grande intérprete, Taiguara (1945-1996), e um compositor sensível e também grande letrista, Sérgio Bittencourt (1941-1979), filho de Jacob do Bandolim (1918-1969).



Com a bonita e melancólica “Modinha”, Sérgio Bittencourt conquistou o primeiro lugar e levou um prêmio de NCr$ 40.000,00, enquanto Taiguara levava o troféu de melhor intérprete e NCr$ 10.000,00. A música foi um marco na carreira do cantor, que a partir desse festival se transformou em um dos cantores e compositores mais respeitados do Brasil.

Taiguara e Sergio Bittencourt





No segundo lugar ficou o talento dos irmãos Marcos e Paulo Sérgio Valle com a canção “Ultimatum”, na interpretação sempre segura da cantora Maria Odete, que vinha se especializando em defender canções nos festivais pelo Brasil afora.






Em terceiro ficou “Paixão Segundo o Amor”, composta e interpretada pela cantora Tuca, outra que se especializava em participar de festivais de música, e que foi a única representante paulista entre as finalistas. No quarto lugar uma música com tons repentistas e que representou a Bahia, “Fala Moço” dos compositores Alcivando Luz e Wilson Lins.


“O Brasil Canta no Rio”
também ficou famoso por deixar de fora dos finalistas um samba de Ataulfo Alves (1909-1969), interpretado por Carlos Imperial (1935-1992), chamado “Você passa e eu acho graça”, e que viria a se tornar um grande sucesso logo depois, na voz de Clara Nunes.




A irreverência e as provocações de Imperial para um público estimado em 30 mil pessoas, contribuíram para que a música e o cantor e compositor fossem muito vaiados. Mas a vaia, assim como o aplauso, também era um charme e um destaque à parte nesses festivais musicais que fizeram história na nossa telinha.

Nesse festival ainda tivemos outras músicas que se tornaram clássicos 
como " Bloco do eu sozinho" de Marcos Valle e Rui Guerra
e "Festa" de Dori Caymmi e Nelson Motta.












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