...a rua é um fator da vida das cidades,
a rua tem alma!
( João do Rio )
"Na pequena Ramalho Ortigão, rua de paralelepípedo, estreita, mas com movimento de carros intenso, há uma loja de lingerie, uma joalheria, uma Di Santinni e a Escola de Música Villa-Lobos.
Ela desemboca na Rua Sete de Setembro – onde mora Augusto-Epifânio, em um sobrado sobre uma chapelaria feminina. Se olharmos para o alto dos sobrados nos dias de hoje, vemos escrito em um deles “Fábrica de Chapeos de Sol”.
O sobrado de três andares está lá e, em vez de chapelaria, funciona no local uma loja de roupas feminina, que vende linho e cetim." ( Rubem Fonseca )
"E assim, ouvindo os diálogos da cidade, saí pra reinventar o sábado, atrasado. No pequeno trecho da Rua da Relação, seguindo para Lavradio.
...Não era apenas um sábado, mas o primeiro sábado do mês. Por entre os prédios, artes e antiguidades...
Uma ode para a Lavradio. Encantada, com a sua sensatez, com a sua timidez...Se cruzam no Rio, de um Janeiro, Lavradio". ( Elian Almeida)
Anos 1920 e atualmente
"Rua do Ouvidor...No século XXI, aquela rua estreita, com sobrados centenários, já não tem a mesma importância para a cidade da época em que abrigou as butiques mais chiques, perfumarias, joalherias, badalados cafés e confeitarias…
Não é a mesma da época em que a livraria José Olympio, instalada ali entre 1934 e 1955, foi point de escritores, como Rachel de Queiroz e Graciliano Ramos. Mas ainda é fiel guardiã do espírito carioca, com suas concorridas rodas de samba, lançamentos de livros, boa gastronomia. Fica ali o mais antigo restaurante do país, o Rio Minho, de 1887." ( Telma Alvarenga)
1890 e atualmente
"Rota de escravos, ponto de ciganos e prostitutas, endereço de festas da elite, canteiro de obras de Pereira Passos, centro comercial popular.
Em quase 250 anos, a Avenida Marechal Floriano entrou no mapa de todas as classes sociais. Presidentes * estudaram e moraram ali ,negros foram negociados como mercadorias, uma princesa caminhou rumo ao altar." ( Renato Grandelle)
*Os presidentes foram Hermes da Fonseca e Nilo Peçanha e a princesa foi D.Tereza Cristina.
1906 e atualmente
"A Repartição da Alfândega se tornou porta de entrada de boa parte dos estrangeiros que chegavam ao Rio de Janeiro. O número de pessoas de outros países por aqui cresceu bastante a partir de 1808, após o Decreto de Abertura dos Portos às Nações Amigas.
Nessa época, muitos ingleses chegaram ao Rio de Janeiro e se instalaram na Rua da Alfândega. Posteriormente, instalaram-se os sírios e os libaneses. O povo os chamava de “turcos”, pois tanto a Síria quanto o Líbano estavam sob domínio da Turquia.
A maioria das pessoas que chegavam à Rua da Alfândega era comerciante. Por isso, a região foi tomando a forma que tem atualmente." ( DiariodoRio)
Imagens de 1903 e atualmente
"Corredor arquitetônico. A Rua da Carioca concentra uma grande quantidade de imóveis históricos do Centro do Rio, descaracterizados para abrigar estabelecimentos comerciais nos seus térreos.
Uma das mais tradicionais da cidade do Rio de Janeiro, com edificações que remontam ao Rio antigo, é considerada sítio cultural da capital fluminense...
Num passado recente, a rua perdeu casas centenárias. O Pince-Nez de Ouro (1910), no número 28, A Mala Ingleza (1900), no 43. Nem se fala da Casa Tupy, no número 6... esta ressuscitada em forma de Casas Bahia. Mesma sorte não agraciou o antigo Cine Ideal, cujos quatro prédios geminados são uma espécie de mausoléu à nossa indiferença cultural."
Maravilhoso!
ResponderExcluirDas melhores publicações do blog!
Obrigado!