Hoje é dia de São Roque, padroeiro da Ilha de Paquetá, esse querido pedacinho carioca no meio da Baía de Guanabara.
A devoção de São Roque foi introduzida em Paquetá por Manuel Ferreira Camelo, que construiu a capelinha original desse santo, em 1698. Ela foi inaugurada e benta nesse mesmo ano, no dia 24 de novembro, pelo Padre Manoel Antunes Espinha, que era então vigário da igreja de N.S. da Piedade, em Magé, À época, administrativamente, subordinada à Ilha de Paquetá.
A origem da festa, em Paquetá, de São Roque está envolta numa atmosfera lendária. Por um lado, Manuel Ferreira Camelo foi o introdutor da devoção de São Roque , mas consta que D. João VI, o Príncipe Regente de Portugal, teria sido o fomentador da festa quando, em 1808, vindo à Ilha para fazer uma promessa ao santo - que era o da sua devoção - encontrou um grupo de fiéis, ao redor da capelinha. O assunto que discutiam era como poderiam fazer para conseguir os melhoramentos de que a capela tanto precisava. Por essa razão, D. João VI teria instituído um Decreto Real pelo qual, todos os anos, naquela mesma data, deveria ser realizada uma quermesse, cuja renda reverteria sempre para as benfeitorias necessárias para a preservação da capelinha do seu santo protetor . Desde então, teria acontecido assim.
Com o passar dos anos, a comemoração do Dia de São Roque se tornou uma celebração católica de grande cerimonial e de uma festança popular animadíssima. Canoas e botes enfeitados, chegavam à Ilha cheios de romeiros trazendo sanfonas, violões, pequenos conjuntos de choro, cantores populares, que enchiam o arraial com os ritmos líricos das modinhas " e os requebros maliciosos dos lundus".
O clímax da festa, mais tarde, passou a ser a presença do imperador Pedro II e da imperatriz. Iam do Rio no batelão imperial da Marinha de Guerra, levado por grande número de remadores, marinheiros adestradíssimos, constituindo a atracação e o desembarque uma nota sensacional. Os imperadores hospedavam-se no Palacete Alambari, que depois se tornou seminário. Localizado muito próximo da igreja, dali podiam os imperadores assistir à festa noturna.
A igreja era pequena para conter os fiéis. Bandeirinhas e galhardetes multicores , coreto de música e o das prendas, onde se realizava um leilão. Havia também muitas barraquinhas de comidas, diversões e jogos. As famílias estendiam toalhas no chão, para piqueniques, e ficavam desde o dia até a noite. Conta-se, inclusive que os imperadores vinham até o arraial, na hora do leilão, arrematar uma prenda. E o povo, abria alas, respeitosamente à sua passagem e aclamava-os-os ruidosamente.
De 1884 para cá, com a chegada das barcas, cresceu a romaria, porque as barcas passaram a transportar grande número de romeiros.
QUE SÃO ROQUE ABENÇOE SEMPRE
A NOSSA ILHA DE PAQUETÁ!
Adorei! Não conhecia a história da igreja de S. Roque em Paquetá. Na verdade, pesquisei a história da outra igreja de Paquetá - a do Senhor Bom Jesus do Monte - que, apesar de ser a Matriz da ilha e estar junto ao cais de embarque e desembarque das lanchas, não tem a popularidade que a de São Roque tem.
ResponderExcluirVocê sempre tem coisas curiosas e legais pra dizer sobre o nosso Rio, desde o trabalho sobre os cinemas, passando pelo dos sorvetes, que eu tambem adorei, alem daquele sobre o Carnaval, com aquelas suas aquarelas lindas.
Obrigada. Abraços, Christine
Nossa, eu fui a Paquetá apenas 1 vez na vida, quando era bem jovem ehehehe Tudo deve estar mudado, não? E, como sempre, lindo.
ResponderExcluirGostei da história.
Beijinhossssssss
Muito linda a História!
ResponderExcluirTive o prazer de ser batizada nessa igreja de São Roque, me orgulho muito disso.
nota 10 pela a pesquisa!!!