Foto de R.H Klumb
“...Velhos do meu tempo, acaso vos lembrais desse mestre cozinheiro do Hotel Pharoux, um sujeito que, segundo dizia o dono da casa, havia servido nos famosos Véry e Véfour, de Paris, e mais nos palácios do Conde Molé e do Duque de la Rochefoucauld? Era insigne. Entrou no Rio de Janeiro com a polca... A polca, M. Prudhon, o Tivoli, o baile dos estrangeiros, o Cassino, eis algumas das melhores recordações daquele tempo; mas sobretudo os acepipes do mestre eram deliciosos.”
“...Velhos do meu tempo, acaso vos lembrais desse mestre cozinheiro do Hotel Pharoux, um sujeito que, segundo dizia o dono da casa, havia servido nos famosos Véry e Véfour, de Paris, e mais nos palácios do Conde Molé e do Duque de la Rochefoucauld? Era insigne. Entrou no Rio de Janeiro com a polca... A polca, M. Prudhon, o Tivoli, o baile dos estrangeiros, o Cassino, eis algumas das melhores recordações daquele tempo; mas sobretudo os acepipes do mestre eram deliciosos.”
Memórias Póstumas de Brás Cubas
Machado de Assis - Capítulo CXV: O almoço
Machado de Assis - Capítulo CXV: O almoço
Em frente à ponte de desembarque no antigo Largo do Paço, surgiu o Hotel Pharoux.
A princípio, na Rua da Quitanda, não passava de uma Hospedaria e casa de Pasto, mas em 1838, transfere-se para a Rua Fresca na praia de D Manuel, e ressurge refinado, confortável, trazendo à corte, um glamour europeu.
O Jornal do Comércio, de 12 de Fevereiro de 1838, anunciou
"Mudança de Casa
Luiz Pharoux tem a honra de participar
ao respeitável público desta corte,
que ele acaba de transferir a sua hospedaria da Rua da Quitanda
para a Rua Fresca número 3, em frente ao mar"
ao respeitável público desta corte,
que ele acaba de transferir a sua hospedaria da Rua da Quitanda
para a Rua Fresca número 3, em frente ao mar"
O hotel de Luiz Pharoux, francês que viera dar na corte por motivos políticos, trazia em suas instalações, requinte nada usuais para os padrões da época. Com salas para jantares que comportavam mais de oitenta pessoas, cardápio sofisticado ao gosto de Paris. O rico mobiliário e seus banhos eram um atrativo a mais, em uma cidade que oferecia até então somente hospedarias pouco confortáveis e uma mesa sem grandes variedades nas casas de pasto, que já se multiplicavam pelas ruas.
O Hotel Pharoux, tinha excelente frequência da sociedade local, frequentado também por muitos viajantes franceses, que junto ao seu bem humorado e cortês proprietário, passavam horas agradáveis lembrando a pátria. Construiu o cais que acabou levando seu nome, e fez desse magnífico e aprazível local um ponto de encontro para os que podiam usufruir do conforto de um bom vinho, e de uma boa mesa abençoados pelas brisas do mar. Lá também promoveu o primeiro evento que trouxe a fotografia para o Brasil, em 1840, e em 43 lá se estabeleceu o primeiro ateliê fotográfico do Rio de janeiro.
Adolphe D´Hastrel - Praia D. Manuel Cais Pharoux 1841 Litogravura 20.5 X 34,5 - Coleção Geyer
Museu Imperial de Petrópolis
Museu Imperial de Petrópolis
Ao final dos anos 1860 Luiz Pharoux retornou à França. O edifício pouco tempo depois passa a abrigar a Casa de Saúde do Dr Catta Preta & Werneck. Após algum período de abandono lá se fixa o Hotel Real que nem de longe lembrava o luxuoso Pharoux. Ao fim dos anos 1950, precisamente em 1958, anuncia-se o seu desaparecimento, para dar lugar às modificações provenientes da Perimetral.
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