domingo, 23 de agosto de 2015

O mais importante e refinado nigthclub da cidade do Rio... parte 2


Continuando a publicação de Ibrahim Sued, em agosto de 1955...




Uma curiosidade:

A presença do esqueleto do hotel famoso, tirando a beleza da entrada de Copacabana, fez com que a Prefeitura cuidasse logo da sua remoção. Seria a primeira implosão no país. A imprensa falava nisso a todo instante. 


Foi marcada para as 20:00h de um sábado — não se sabe, até hoje, o autor da brilhante idéia de fazer uma implosão à noite. Centenas e centenas de pessoas se plantaram ali, para assistir ao espetáculo até então inédito. 

Na hora marcada, um locutor oficial da prefeitura fez a contagem regressiva: dez, nove, oito, sete, seis, cinco, quatro — a multidão, nesse exato momento, pôs as mãos no ouvido —, três... — Bummmmmm!!

 O que foi? Explodiram as dinamites antes de chegar ao zero! 

Tremenda poeira, tremendo susto. Quando a poeira desceu... nada havia acontecido. O esqueleto continuava de pé. Foi uma decepção geral. O locutor comunicou que a próxima explosão seria a instantes. O tempo passou. Por volta de uma da manhã, o mesmo locutor informou que estava suspensa a operação.
Tinha sido como a queima de fogos de fim de ano. Aos poucos, as pessoas foram embora.


 Às cinco horas, outra tremenda explosão se ouviu. Sem avisar, a prefeitura implodira o prédio. Implodira-o, sem que houvesse nenhum registro fotográfico, dessa que foi a primeira implosão no Brasil. 

Pior: tinham mandado abrir todas as janelas, antes das 20:00h, para evitar que a explosão prevista naquela hora quebrasse os vidros, com o deslocamento do ar. Como havia sido suspensa, os moradores fecharam as janelas e foram dormir tranqüilos. Resultado: a maior quebra de vidros da história da cidade.


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