Continuando a publicação de Ibrahim Sued, em agosto de 1955...
Uma curiosidade:
A presença do esqueleto do hotel famoso, tirando a beleza da entrada de Copacabana, fez com que a Prefeitura cuidasse logo da sua remoção. Seria a primeira implosão no país. A imprensa falava nisso a todo instante.
Foi marcada para as 20:00h de um sábado — não se sabe, até hoje, o autor da brilhante idéia de fazer uma implosão à noite. Centenas e centenas de pessoas se plantaram ali, para assistir ao espetáculo até então inédito.
Na hora marcada, um locutor oficial da prefeitura fez a contagem regressiva: dez, nove, oito, sete, seis, cinco, quatro — a multidão, nesse exato momento, pôs as mãos no ouvido —, três... — Bummmmmm!!
O que foi? Explodiram as dinamites antes de chegar ao zero!
Tremenda poeira, tremendo susto. Quando a poeira desceu... nada havia acontecido. O esqueleto continuava de pé. Foi uma decepção geral. O locutor comunicou que a próxima explosão seria a instantes. O tempo passou. Por volta de uma da manhã, o mesmo locutor informou que estava suspensa a operação.
Tinha sido como a queima de fogos de fim de ano. Aos poucos, as pessoas foram embora.
Às cinco horas, outra tremenda explosão se ouviu. Sem avisar, a prefeitura implodira o prédio. Implodira-o, sem que houvesse nenhum registro fotográfico, dessa que foi a primeira implosão no Brasil.
Pior: tinham mandado abrir todas as janelas, antes das 20:00h, para evitar que a explosão prevista naquela hora quebrasse os vidros, com o deslocamento do ar. Como havia sido suspensa, os moradores fecharam as janelas e foram dormir tranqüilos. Resultado: a maior quebra de vidros da história da cidade.
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