terça-feira, 2 de abril de 2019

Confeitaria Tijuca


Uma série de estabelecimentos comercias simbólicos estão bem guardados na lembrança de tantos que viveram no bairro da Tijuca ou lá frequentaram. Um desses locais é a...
 ...Confeitaria Tijuca.

"Os Srs. Batista Godinho Cia, apresentando aos cariocas e à elite tijucana em particular, as luxuosas e moderníssimas instalações da nova CONFEITARIA TIJUCA - Sorveteria e Casa de Chá - vêm corresponder a uma antiga aspiração dos moradores da Tijuca. Em suntuoso edifício, especialmente construído para esse fim, a Confeitaria Tijuca, dotada de ar condicionado e mobiliário confortabilíssimo, será o ponto predileto para as tradicionais reuniões da elegância da fina sociedade tijucana. "
dizia o texto do anúncio de apresentação

Inaugurada em 1943 no número 352 da Rua Conde de Bonfim,  ao lado do Metro Tijuca, a Confeitaria Tijuca foi um marco importante na história do bairro e batizada como "o novo arranha-céu da Praça Saenz Peña". Foi comparada à Confeitaria Colombo, da Rua Gonçalves Dias . Oferecia "serviço completo para banquetes" e tinha som de uma "orquestra permanente".

O anúncio publicado no jornal O Globo de 21 de janeiro de 1943 vê-se o destaque para as diversas firmas que participaram na construção do imóvel e instalaram serviços inovadores e sofisticados para a época.

clique para ampliar

"triunfam a inteligência, a operosidade e a técnica", 
apontam os anunciantes sobre a qualidade oferecida pelos senhores L. Mello & Irmão, responsáveis pela instalação da maquinaria de refrigeração elétrica, fazendo da Confeitaria Tijuca um dos locais pioneiros no Rio de Janeiro, fora do Centro, em receber tal tecnologia.

 "ambiente de requintado conforto"
 Decorado inteiramente em estilo marajoara, desde a iluminação dos letreiros em neon às "cadeiras confortáveis" de metal, passando pelas faces polidas e brilhantes dos espelhos, que "reúnem todo o encanto das coisas belas e grandiosas".

   "A maior organização da América do Sul"  
A Confeitaria Tijuca assim se intitulou em serviços de chá, sorvetes, almoços, lanches e jantares.

Em outro anúncio publicado na Revista da Semana, de 1944, vê-se a ilustração do que seriam os interiores da Confeitaria Tijuca: amplo salão de chá com casais elegantes, servidos por garçons em fraque com gravata borboleta. Do alto do salão, mostra um camarote onde estão maestro e orquestra.



Tenho uma ligação afetiva com essa confeitaria, pois minha mãe nela trabalhou.O padrinho da minha mãe era o gerente. Deixou de trabalhar por lá quando se casou em 1948.

Frequentei a Confeitaria Tijuca já no seu ocaso. Já não morava mais na Tijuca,  mas fiz o pré-vestibular no curso Vector, da Rua General Roca e no intervalo meu grupinho ia lanchar por lá. Já não tinha o glamour dos bons tempos. Fechou naquele mesmo ano e no seu lugar surgiu uma filial das Lojas Americanas, que permanecem nesse local até hoje.


3 comentários:

  1. Oi Elisabeth, meu avô foi o Sr. Luiz Mello, responsável pelas instalações de ar condicionado da Confeitaria Tijuca. Acabo de encontrar essa preciosidade da história de nossa família e queria agradecer muitíssimo a você. Acabei de ler para minha mãe, Elvira de Mello Aranda, todo o seu artigo e ela ficou muito emocionada pois tinha apenas 7 anos nessa ocasião. Um beijão e muito mais sucesso!!!

    ResponderExcluir
  2. Oi Adriana, que bom que gostou da postagem. Faço o RiO QUE MORA NO MAR, com muito carinho e com esse intuito: resgatar histórias cariocas que muitos não sabem. Abs, Elizabeth

    ResponderExcluir
  3. Foi na Confeitaria Tijuca que no dia 15 de dezembro de 1949 foi fundado o Rotary Club do Rio de Janeiro - Tijuca, conhecido como "Bom Pra Valer", e que mantém suas reuniões semanais ininterruptamente desde então por mais de 7 décadas seguidas.

    ResponderExcluir

Comente! Seja bem-vindo!