..
... na esquina da
Av. Rainha Elizabeth com a Av. Atlântica.
Foi a casa do empresário Oliveira Júnior, dono de duas famosas marcas no Rio do passado: o Sabão Aristolino e o Xarope Grindelia de Oliveira Júnior.
O Aristolino foi um sabonete líquido medicinal, o primeiro sabonete líquido fabricado no país, desde o início dos anos 1900.
A casa, na realidade era um palacete que foi construído tardiamente, somente em 1930, enquanto as demais casas da região foram, na maioria, da década de 1910. A casa em estilo eclético, que flerta entre o Fiorentino, e o Neo-Gótico, era toda revestida de pedras, revestimento de grande durabilidade empregado em várias outras casas do bairro, como o castelinho da Veplan e a famosa casa de pedras da Santa Clara (demolida em 2013).
Na foto abaixo, como pano de funo de um jogo de peteca, está a casa de pedras o empresário Oliveira Jr
foto Fernando Moura Peixoto
A família Klabin sentada na areia. Atrás o palacete de Oliveira Jr
O palacete contava inclusive com uma sala com equipamentos de ginástica, uma raridade e luxo em uma época onde não ainda existiam as academias atuais. Contudo, a casa do empresário teve uma duração bastante efêmera, tendo permanecido naquela esquina por apenas cerca de 20 anos. Com a morte do empresário, a família perdeu tudo e a casa foi demolida já no início da década de 1950. Foi vendida e veio abaixo rapidamente, e a sua filha única viveu desde então com um padrão de vida bem mais modesto, tendo falecido em um pequeno apartamento de quarto e sala, em Copacabana. No lugar do palacete, foi construído o edifício Rei Alberto - entre1953 e 1955 - , cujo endereço é Av. Atlântica número 4098.
Hoje, esse edifício é vizinho ao edifício Vila Alba - Av. Atlântica número 4112. Na esquina oposta , fica o edifício Egalité, Av. Atlântica 4066.
Curiosidade:
Surgida em julho de 1924 no Rio de Janeiro, Aristolino foi uma revista de distribuição gratuita e tratava-se de um periódico de propaganda do sabão - os editores eram Oliveira Júnior & Cia., do Laboratório Pharmaceutico de Oliveira Junior &Cia. Ltd., nome do farmacêutico responsável e proprietário - oferecendo matérias sobre produtos e sua influência na aparência e na saúde.
Para se tornar assinante bastava enviar o endereço completo para o endereço indicado no expediente, à rua Dois de Dezembro, n. 77. Era impressa na Livraria, Papelaria e Litho-Typographia Pimenta de Mello & Cia., localizada na rua Sachet, 34 - atualmente Travessa Ouvidor - e tinha periodicidade semestral.
O subtítulo de Aristolino no primeiro número era revista de informações, literatura e variedades.A coleção da Biblioteca Nacional é formada por seis exemplares que podem ser consultados através da Hemeroteca Digital.
O primeiro exemplar não publicou editorial.
O segundo, entretanto, inicia com uma carta com o título de Ao leitor. Nela os editores partilham a alegria com o sucesso alcançado no primeiro exemplar e falam da motivação em continuar com a empreitada.
As capas de Aristolino, coloridas, apresentavam sempre a pintura de belas mulheres.
Nas páginas internas, elas também marcaram presença. Atrizes de cinema ou teatro, da Europa ou da América. Suas imagens eram sempre relacionadas aos efeitos positivos proporcionados pelo uso dos produtos do laboratório farmacêutico. Em alguns casos é possível encontrar também, junto a foto, o registro das palavras endereçadas ao Sr. Oliveira Junior, em agradecimento ao sucesso decorrente do uso do produto.
Nas páginas de Aristolino também consta a propaganda de um concurso oferecido aos consumidores dos produtos do Laboratório. Semestralmente eram sorteados entre os que faziam uso dos produtos, um carro ou créditos em mercadorias nas lojas indicadas. Cada exemplar da revista recebia um número, que se repetia em um cupom a ser destacado, preenchido e enviado ao editor.
também contos de Arthur Azevedo (1855-1908) e Malba Tahan (1885-1921).
Dos poemas publicados nas páginas de Aristolino,
destacamos um soneto do ex-Imperador do Brasil.
"Terra do Brasil
Espavorida agita-se a creança,
De nocturnos fantasmas com receio,
Mas se abrigo lhe dá materno seio
Fecha os doridos olhos e descança.
Perdida é para mim toda a esperança
De volver ao Brasil; de la me veio
Um pugillo de terra; e nesta creio
Brando será meu somno e sem tardança...
Qual o infante a dormir em peito amigo
Tristes sombras varrendo da memória,
Ó doce pátria, sonharei contigo!
E entre visões de paz, de luz, de gloria,
Sereno aguardarei no meu jazigo
A Justiça de Deus na voz da história!"
Parabéns pelo artigo,muito bom recordar Copa de outros tempos.
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