terça-feira, 14 de setembro de 2021

Zizinho, 100 anos!


Com a bola nos pés, Zizinho virou um mito. 





 Nasceu no dia 14 de setembro de 1921, em São Gonçalo.


No Flamengo fez sua estreia aos 18 anos de idade e, aos 19, já integrava o time titular rubro-negro, onde permaneceu até 1950. Era o camisa 8. E com ela jogou ao lado de Domingos da Guia e Leônidas da Silva foi campeão carioca de 1939 e conquistou o tricampeonato estadual nos anos de 1942, 1943 e 1944.

Ao todo, o craque participou de 318 partidas e marcou 145 gols. Em 1942 foi convocado para a Seleção Brasileira, onde marcou 30 gols em 54 jogos. Zizinho teve uma atuação de destaque na Copa de 50 no Brasil, e, apesar da derrota de 2×1 para o Uruguai, recebeu o apelido de “Mestre Ziza”.





 

O jornalista italiano Giordano Fatori, que cobriu a Copa d 50, escreveu

 “O futebol de Zizinho me faz lembrar 
Da Vinci pintando alguma obra rara”.


Zizinho era um líder e tinha personalidade. Era o jogador que carregava o time na direção do gol. Ele tinha raça, era um guerreiro em campo e gostava de driblar os adversários. Além da habilidade, Ziza era famoso pela valentia e não aceitava desaforo. 

Se apanhasse em campo, também batia. Diz a lenda que chegou a jogar com a perna quebrada em duas partidas. Um meia armador com categoria, e generoso: dava passes açucarados para os atacantes fazerem gols.

Curiosidade

O sonho de Zizinho era jogar no América, o clube do coração, mas não foi aprovado. Então fez um teste no time da Gávea. O técnico da época, Flávio Costa,  o colocou durante um treino no lugar de Leônidas da Silva, o Pelé da época, e Zizinho marcou dois gols. Conclusão..ele foi contratado a pedido do treinador. 

No Flamengo, ganhou o apelido de Mestre Ziza.
O cantor, compositor e torcedor rubro-negro Ciro Monteiro
o chamava de “Ziza”
e “Mestre” era como o locutor Oduvaldo Cozzi
o tratava em campo.

Vestindo o manto sagrado

Com Leônidas





Zizinho defendeu o rubro-negro de 1939 a 1950 e fez história. Em 318 jogos, marcou 146 e foi considerado o maior ídolo até o surgimento de Zico.

Tinha como marca registrada o “drible em zigue-zague” e a paradinha nas cobranças de pênaltis, movimento que inspirou o Rei Pelé.

Com Pelé em 1958


Atuava na meia, no ataque, marcava bem, era um ótimo cabeceador, driblava como poucos, sabia armar. Além de tudo, não tinha medo de cara feia. Jogava duro quando preciso.




Outro craque que se inspirou no Mestre Ziza foi Gérson, meio campista brasileiro que teve destaque como segundo melhor jogador da Copa do Mundo de 1970. Zizinho era amigo do pai de Gérson, e, quando este iniciou a carreira como jogador, ouvia atentamente todos os conselhos do Mestre, tanto de marcação como visão de jogo e distribuição de passes. Como agradecimento, o “Canhotinha de Ouro” sempre cita Zizinho como seu mentor e maior incentivador na carreira de jogador.

Reconhecido como um dos maiores craques do Maracanã, teve seus pés gravados no hall da fama do estádio. A placa com as pegadas de Zizinho foi uma das 73 peças perdidas durante a última reforma do estádio, em 2013, mas acabou reencontrada em 2019.

Outras homenagens vieram depois da morte do Mestre, como a renomeação do estádio Caio Martins para estádio Thomaz Soares da Silva/Mestre Ziza, em Niterói, em 19 de fevereiro de 2002. Em 9 de novembro de 2006, o nome de uma rua do bairro carioca de Campo Grande, foi alterado para Tomás Soares da Silva (uma das formas como alguns veículos de imprensa grafavam o nome dele).

Também há alguns anos, a torcida do Bangu, clube onde jogou de 1950 até 1957 e o quinto maior artilheiro (127 gols), carrega uma bandeira com o rosto do Mestre Ziza.

Por fim, em 2019, os organizadores da Copa América no Brasil realizaram um concurso digital para definir o nome da mascote da competição, uma simpática capivara. Com 65% de votos, foi escolhido o nome de Zizito, em homenagem ao Mestre Ziza, um dos maiores artilheiros do torneio sul-americano.


“Eu era um guerreiro da bola, 
não gostava de maltratá-la, 
ela era o amor da minha vida”
disse emocionado Zizinho.








Ele morreu aos 80 anos, em 2001, em casa, conversando com a filha Nádia dias após operar um aneurisma no coração.




Belíssima canção de Max Vianna e João Vianna em homenagem ao grande Zizinho!



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