sábado, 4 de outubro de 2008

Macaco Tião

Hoje é dia de São Francisco de Assis, que amou os animais.

Nesse dia, quero relembrar um que é a cara do Rio, o saudoso Macaco Tião.Ele foi um chimpanzé do Zoológico do Rio Janeiro bastante querido e se tornou uma celebridade no Brasil, quando para a Prefeitura do Rio de Janeiro teve 9,5% e mais de 400 mil dos votos dos eleitores, e ficou em terceiro lugar, em posição melhor do que outros candidatos humanos.

Com 1,52m de altura e 70kg, Tião ganhou esse nome, em homenagem ao padroeiro da cidade - São Sebastião - já que nasceu próximo ao seu dia, 16 de janeiro de 1963. Carioca da gema - nasceu no Zoo carioca -, quando filhote ele passeava pelo zoológico de mãos dadas com seus tratadores e visitava diariamente as salas da administração onde gostava de brincar com máquinas de escrever e telefones. Essa estreita convivência com o ser humano acabou por modificar seu comportamento, tornando-o um tanto quanto "humanizado". À medida em que Tião foi crescendo e ganhando força de chimpanzé adulto, seus passeios foram tornando-se cada vez mais complicados. E logo, ele tomou posse de seu lar definitivo, o espaço mais nobre, festivo e visitado do Zôo.

Ele sempre foi motivo de grande atenção, pois tinha diabetes e características personalíssimas: era temperamental, ciumento, exigente, mas muito carinhoso, brincalhão, inteligente e comunicativo.

Certa vez fui ao Zoológico e fiquei observando o Tião. Naquele tempo ele já estava grisalho, mas lindo como sempre. Ele era imponente e grande para chimpanzé. De longe, vi o biólogo conversar com ele, tentando convencê-lo a tomar uma garrafinha, tipo mamadeira, de algo como uma vitamina. Mas o Tião resisitia e não pegava a tal garrafinha. Dali de onde eu estava, fiquei encantada com a dedicação daquele profissional e, principalmente, com o carinho. Levou algum tempo, mas o Tião pegou a garrafinha e ficou bebendo, olhando e fazendo carinho naquele rapaz.

Com certeza essa cena, inesquecível, é das mais bonitas que presenciei na vida.

Vários jornais brasileiros registraram o falecimento em 23 de dezembro de 1996, vencido pela diabetes, aos 34 anos, inclusive o jornal francês LE MONDE, que a divulgou a notícia em primeira página. O prefeito da cidade César Maia decretou luto oficial e determinou bandeiras festivas a meio-pau, no Zoológico durante 8 dias.

O ato do prefeito me emocionou e a todos que gostamos e respeitamos animais. No dia 16 de janeiro de 1997, Tião ganhou uma placa de bronze em frente ao portão principal do Zôo, uma estátua de corpo inteiro e a alameda central passou a se chamar Alameda Macaco Tião. Na Barra da Tijuca ele ganhou uma praça com seu nome.

Solteirão convicto, Tião não deixou descendentes.

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