Estava querendo fazer um post, aqui no blog, sobre árvores. Tenho uma árvore em frente à janela, e depois dela ficar completamente desfolhada, hoje, sua copa está linda, cheia, verde. Esse movimento da natureza me encanta!
E aí me lembrei da poesia Velhas Árvores de Olavo Bilac!
E aí me lembrei, claro, da Dona Albertina, à medida que ia escrevendo seus versos. Foi inevitável.
Ah! Aulas de Português inesquecíveis que me fazem, até hoje, escrever cantando proparoxítonos, na ênfase da sílaba acentuada, ou me fazem ouvir o “com s” ao escrever análise. Aquele universo de sujeitos, predicados, concordâncias ainda ecoam nos meus ouvidos.
Ah! Ginásio São Marcos, da São Salvador, perto da praça. Do sinal sonoro às sete horas pra entrarmos, a apresentação da caderneta para presença e a subida enfileirada em silêncio.
Sempre estudei nas salas do andar superior e pra chegar até lá, passava pelo interior, que era exuberante: os salões do térreo, aquela maravilhosa escada em curva, a claraboia linda.
Naquela época tinha lugar marcado. A gente não sentava onde queria e ainda tinha lugar de prova!
Não me lembro de todos os lugares, apesar da turma pequena, mas eu sentava na segunda carteira da fila do meio, ao lado do Guiga, Guilherme Daudt de Oliveira. À minha frente sentava o Hélio Moura Lima Filho, atrás o Alfredo Caminada, a Márcia Furtado, à direita o Luis Antônio Bandeira de Melo, a Sonia Cristina Cavalcanti Barboza., amiga até hoje, de toda uma vida, e só. Não mais.
Mas Dona Albertina gostava que decorássemos poesias. E valia nota!
Ser mãe é desdobrar fibra por fibra o coração!...
E aí me lembrei da poesia Velhas Árvores de Olavo Bilac!
E aí me lembrei, claro, da Dona Albertina, à medida que ia escrevendo seus versos. Foi inevitável.
Ah! Aulas de Português inesquecíveis que me fazem, até hoje, escrever cantando proparoxítonos, na ênfase da sílaba acentuada, ou me fazem ouvir o “com s” ao escrever análise. Aquele universo de sujeitos, predicados, concordâncias ainda ecoam nos meus ouvidos.
Ah! Ginásio São Marcos, da São Salvador, perto da praça. Do sinal sonoro às sete horas pra entrarmos, a apresentação da caderneta para presença e a subida enfileirada em silêncio.
Sempre estudei nas salas do andar superior e pra chegar até lá, passava pelo interior, que era exuberante: os salões do térreo, aquela maravilhosa escada em curva, a claraboia linda.
Naquela época tinha lugar marcado. A gente não sentava onde queria e ainda tinha lugar de prova!
Não me lembro de todos os lugares, apesar da turma pequena, mas eu sentava na segunda carteira da fila do meio, ao lado do Guiga, Guilherme Daudt de Oliveira. À minha frente sentava o Hélio Moura Lima Filho, atrás o Alfredo Caminada, a Márcia Furtado, à direita o Luis Antônio Bandeira de Melo, a Sonia Cristina Cavalcanti Barboza., amiga até hoje, de toda uma vida, e só. Não mais.
Mas Dona Albertina gostava que decorássemos poesias. E valia nota!
Ser mãe é desdobrar fibra por fibra o coração!...
... Ser mãe é andar chorando num sorriso! ...Ser mãe é ter um mundo e não ter nada! ...Ser mãe é padecer num paraíso!
Íamos nós lá pra frente e tentávamos, sem titubear, falar a poesia em busca de nota. Teve Coelho Neto, Raymundo Corrêa e um dia chegou a vez da poesia de Olavo Bilac.
Olha estas velhas árvores, - mais belas,
Íamos nós lá pra frente e tentávamos, sem titubear, falar a poesia em busca de nota. Teve Coelho Neto, Raymundo Corrêa e um dia chegou a vez da poesia de Olavo Bilac.
Olha estas velhas árvores, - mais belas,
Do que as árvores mais moças, mais amigas,
Tanto mais belas quanto mais antigas,
Vencedoras da idade e das procelas . . .
O homem, a fera e o inseto à sombra delas
Vivem livres de fomes e fadigas;
E em seus galhos abrigam-se as cantigas
E alegria das aves tagarelas . . .
Não choremos jamais a mocidade!
Envelheçamos rindo! Envelheçamos
Como as árvores fortes envelhecem,
Na glória da alegria e da bondade
Agasalhando os pássaros nos ramos,Dando sombra e consolo aos que padecem!
Às vezes saía cada bobagem, uma palavra truncada, um verso atropelado e a turma caía na gargalhada.
Relendo esses versos hoje, recordei da farra, da alegria, da camaradagem...
...do Programa de Vernáculo, do Diário de Lições, cujos retângulos eram insuficientes para o dever de casa de Dona Albertina, com a análise sintática, ditada e exigente, mesmo após a sirene de término da aula...
...das regras de acentuação – “acentuam-se todos os “i” e “u” tônicos nos hiatos” ; ”os oxítonos terminados em a, e, o, seguidos ou não de s”; “ paroxítonos terminados em l, r, s, x, ps”; “ os ditongos abertos éu, éi, ói " e outras tantas, que ao escrever, repito mentalmente...
...da conjugação dos verbos “ quando eu o vir...” , “quando vier...”... do aposto, dos adjuntos, dos predicativos...
...das silepses, das metáforas, dos pleonasmos...
Em tempos de uma língua tão mal falada e escrita, de tanta gíria menor sem criatividade, tanta grosseria em letras de música; das baboseiras do mau uso da internet, de absurdos que se lê em redações de vestibular, em concursos públicos, em despachos de magistrados, só consigo dizer: não aprenderam com Dona Albertina Anachoreta Amazonas.
A ela saudades, e obrigada!
Tanto mais belas quanto mais antigas,
Vencedoras da idade e das procelas . . .
O homem, a fera e o inseto à sombra delas
Vivem livres de fomes e fadigas;
E em seus galhos abrigam-se as cantigas
E alegria das aves tagarelas . . .
Não choremos jamais a mocidade!
Envelheçamos rindo! Envelheçamos
Como as árvores fortes envelhecem,
Na glória da alegria e da bondade
Agasalhando os pássaros nos ramos,Dando sombra e consolo aos que padecem!
Às vezes saía cada bobagem, uma palavra truncada, um verso atropelado e a turma caía na gargalhada.
Relendo esses versos hoje, recordei da farra, da alegria, da camaradagem...
...do Programa de Vernáculo, do Diário de Lições, cujos retângulos eram insuficientes para o dever de casa de Dona Albertina, com a análise sintática, ditada e exigente, mesmo após a sirene de término da aula...
...das regras de acentuação – “acentuam-se todos os “i” e “u” tônicos nos hiatos” ; ”os oxítonos terminados em a, e, o, seguidos ou não de s”; “ paroxítonos terminados em l, r, s, x, ps”; “ os ditongos abertos éu, éi, ói " e outras tantas, que ao escrever, repito mentalmente...
...da conjugação dos verbos “ quando eu o vir...” , “quando vier...”... do aposto, dos adjuntos, dos predicativos...
...das silepses, das metáforas, dos pleonasmos...
Em tempos de uma língua tão mal falada e escrita, de tanta gíria menor sem criatividade, tanta grosseria em letras de música; das baboseiras do mau uso da internet, de absurdos que se lê em redações de vestibular, em concursos públicos, em despachos de magistrados, só consigo dizer: não aprenderam com Dona Albertina Anachoreta Amazonas.
A ela saudades, e obrigada!
Caramba Elizabeth, tá muito bom. Faz uns... 43 anos que não a vejo. Saí do nosso querido São Marcos em 1965 mas não parece fazer tanto tempo. Fui uma vez com a minha mulher naquela casa "Julieta Serpa" (teve uma "Casa Cor" lá) e tive uma sensação incrível (déjà vu) de já ter estado lá mas logo me situei: era o São Marcos. Foi muito estranho e agradável.
ResponderExcluirTambém não me conformo de ter não ter nenhuma foto daquele lugar nem de todos vcs, dos professores e dos funcionários. Tenho a imagem de tudo e de todos gravadas apenas na memória. Passei 5 anos inesquecíveis naquele colégio (D. Odete foi professora do meu filho no Santo Inácio - foi nossa tb na turma "avançada" de francês no 2º ginásio em 1965, lembra?).
É isso aí Elizabeth, uma beijo para vc e outro para a Norma, apareçam - as nossas reuniões são ótimas, dá para reviver um pouco aquele colégio. O pessoal tá querendo levar a D. Vera e a D. Albertina (com ela aprendi a nossa língua).
Helio Moura Lima Filho
otimo saber que vc tem outras cronicas, pois repassei para a minha turma e todos me responderam animados, dizendo que estavam esperando a segunda parte.
ResponderExcluirpense seriamente, no livro, quem sabe faça um lançamento onde poderemos todos nos encontrar?
um beijo
D. Albertina também me fez gostar de Português e até hoje sou boa em gramática e me lembro de quase tudo do que ela ensinou, apesar de mudarem a nossa gramática sempre...
ResponderExcluirHelio, eu também sai de lá em 1965, Será que fomos da mesma turma?Estudei de 1958 até a 1965.
Vocês estão se encontrando aonde? Avise-me que eu quero ir.
abraços
Maria Vilma( de Lacerda Freire)
Maria Vilma,
ResponderExcluirNão me lembro de você mas bem-vinda ao grupo dos saudosos do São Marcos.
Fizemos as primeiras reuniões da nossa turma do ginásio - a que terminou em 1967 - e depois tiveram algumas com algumas outras pessoas de outras turmas, também.Pensamos em fazer uma reunião maior, mas ainda não aconteceu.
Mande um e-mail pra mim - rioquemoranomar@oi.com.br - com seu e-mail.Assim poderei avisar.
Convido, também pra ler o post sobre a Dona Saucha - http://rioquemoranomar.blogspot.com/search/label/dona%20saucha. Já leu?
Como começou no São Marcos em 1958, você fez o primário por lá e é do tempo em que era Externato São Marcos, da saia pregueada, das estrelas coladas nos caderno, não?
Bjs,
Elizabeth